Adrien chegara totalmente eufórico em sua casa. Ele precisava descobrir quem era a garota por trás da máscara. Precisava descobrir quem era o amor de sua vida, mas antes, precisava falar com uma certa mestiça. Tinha contas a acertar. Ele havia passado o dia todo e uma parte da tarde com ela, mas não era exatamente ele quem iria falar com ela.

Enquanto isso, em seu quarto, Marinette estava se arrumando para ir falar com O Guardião, até que a campainha toca e sua mãe grita da sala dizendo que tem visita, a morena disse à mãe que poderia deixar subir para seu quarto, ao abrir a porta deu de cara com Alya.

— Oi amiga. - cumprimentou a ruiva animada. - Ia sair? - questionou levantando uma sobrancelha.

— Eeeeeeeu?? Longe disso. - disse ela coçando a cabeça, envergonhada.

— Tuuudo bem então. Agora na boa, não mente mais não. Você é uma péssima mentirosa. Enfim, eu não estou aqui para te dizer o óbvio, estou aqui para te contar o que você não sabe e de quebra pedir alguns conselhos, é claro. - deu uma piscadela.

— Pode falar, sou toda ouvidos.

— Amiga, acho que estou começando a sentir alguma coisa pelo Nino.

— Amigaaaaaaaaaa, tu falou que não iria falar o óbvio. - disse ela em meio a gargalhadas.

— Não sua fella, é sério. Tipo, eu sinto que estou me apaixonando por ele. O problema é que eu não sei se o sentimento é recíproco. Na moral, sem ofensas... mas eu não vou ser tão lerda quanto você e já marquei de vermos um filme na semana que vem e...

— Nossa amiga que bom...

— ... e você e o Adrien vão vir conosco.

— VOCÊ ENLOUQUECEU? EU E O ADRIEN? O QUÊ? Isso seria fantástico, mas não... não vamos estragar o filme de vocês, afinal, eu não sei nem se ele sente o mesmo por mim. - disse cabisbaixa.

— Aaaaaa mais não vai saber mesmo né mana, você não tenta. Fica só esperando um sinal divino. Acoooorda queridaaa!! - gritou ela batendo palmas. - Você precisa falar logo com seu gato.

— Eu não tô pronta ainda... e-eu não vou fazer nada porque não é a hora. Eu não quero. E para de me encher o saco! - disse a morena, se arrependendo logo depois. - Amiga, me desculpa... é que é uma história complicada, um dia eu conto ela pra você.

— Tudo bem amiga, só não desconte em mim. Agora vamos ao que interessa... amiga, eu quero o Nino. - resmungou a ruiva. - Ele é tão legal, tão fofo, tão bonito, tão carinhoso... ele é basicamente tudo de bom... e eu sinto que ele gosta de mim, sabe. Tipo, sinto em meu coração que ele realmente se importa e gosta de mim. E eu gosto muito dele também.

— Olhaaaa elaaaaaa, o amor bateu na minha porta e eu abri - cantarolou Marinette. Mesmo ela cantarolando para tirar sarro com sua amiga, sua voz ainda era muito bonita.

— Ôôô garota, olha aqui você para viu que eu preciso que você me ajude com as roupas e tudo mais. Nós vamos na semana que vem. Falando em semana que vem, quando sua avó disse que vem mesmo?

— Ela estava viajando, ela tava na América do Sul, e como ela não chegou ainda, acredito eu que ela só venha para cá semana que vem. Porquê?

— Para que possamos organizar tudo. Você fala tanto da sua avó que estou doida para conhecê-la. Assim, não podemos marcar o cinema no mesmo dia em que ela chegar, certo?! Certo! Agora amiga, preciso de alguns conselhos... me ajude.

— Se abra amiga.

— Então eu sei que tu está passando pela mesma situação e você não faz absolutamente nada para reverter isso. - ao ver Marinette abrir a boca para justificar, a ruiva a cortou. - E eu entendo que você não quer falar, tipo assim eu até entendo maaaaaaaas eu acho que amigos não mentem e nem guardam segredos... enfim essa é uma conversa pra outra hora. O ponto é que: eu gosto muito do Nino e não sei se ele gosta de mim, eu gostaria de saber... mas tenho medo de me relacionar, não sei se estou pronta, você me entende não é Mar?

Ela entendia. É claro que ela sabia exatamente do que a amiga estava falando.

— Então Alynha - começou ela com o apelido que a ruiva achava imbecil. Alya revirou os olhos com o apelido. - eu sinceramente acho que se você o ama, se sente que gosta realmente dele... digo, com todo o coração, eu acho que você deveria ir falar com ele. Tentar se aproximar dele, tentar conhecer ele melhor, puxar conversa, tente saber do que ele gosta para ver se vocês têm algo em comum. Eu adoraria ver vocês dois namorando ou em um relacionamento sério, sabe... mas isso é contigo, você precisa estar pronta. Se você não está pronta agora, não force a barra... vá devagar, aos poucos. Um prédio não é construído em um dia, por exemplo a Torre Eiffel ela não foi construída em uma semana, ou em um mês, ela demorou e isso fez com que ela ficasse pronta para uso público. É como isso que você está passando, você não pode apressar as coisas... tudo tem seu devido tempo, é só saber esperar.

— Nossa Mar, você deveria pegar esses conselhos para si. - e ao ver sua amiga ruborizar e coçar a cabeça, começou a rir. - Obrigada amiga por ter me ajudado, não sei o que faria se não tivesse você. - logo pegou Marinette em um abraço apertado e cheio de carinho, a morena retribuiu de bom grado.

E as duas ficaram assim, conversando, rindo, dançando, curtindo a grande amizade que elas plantaram. Sabine chamou as meninas para o café da tarde e ambas correram rindo e brincando uma com a outra. Voltaram ao quarto e Marinette pensou na roupa da amiga e ficaram assim até que o celular de Alya tocou. Era sua mãe.

Alô?

Mãe, eu estou aqui na Marinette, onde mais eu estaria?

Mar, ela não acredita que estou contigo, dá um oi aqui pra ela rapidinho?!

Oiiii tiaaaaa é a Mari

Feliz agora mãe?

Mas mãe ainda são seis e... MEU DEUS DO CÉU SÃO QUASE OITO E MEIA DA NOITE!!! Eu já estou indo, mãe. Tchau. Também amo você. Beijos. Até daqui a pouco.

— Marinette! Porque você não me avisou que estava ficando tarde??? - disse apontando para a mestiça de modo acusatório.

— Alya eu... eu nem tinha visto o relógio também. Parece que o tempo voa quando se está com a companhia certa. - então abraçou sua amiga. - Tchau Alya, nos vemos amanhã na escola. Me avise quando chegar em casa, quero saber se chegou bem.

— Tchau Mari. - a ruiva retribuiu o abraço. - Pode deixar que eu aviso sim. - disse revirando os olhos com a preocupação de sua amiga. As vezes Marinette se preocupava demais e era superprotetora ao extremo. E então Alya saiu da casa de Marinette rumo à sua casa.

Marinette acenou da porta da padaria e sorriu. Alya era a melhor pessoa do mundo e era extremamente especial para ela. Sabine a chamou para o jantar e Marinette foi, mas não sem antes olhar para o céu com poucas estrelas de Paris e repassar em sua mente a tarde que teve com Adrien.

— Eu te amo Adrien. - disse ela para as estrelas e entrou em casa.

Bem longe dali, estava Adrien Agreste. O louro andava de um lado para outro em seu quarto.

— Eu preciso descobrir a identidade da Ladybug. - disse se rendendo e sentando em sua cama.

— Já pensou que ela poderia estar bem debaixo do seu nariz? - retrucou Plagg, sem muito interesse. Estava apreciando os seus dois Camemberts deliciosos.

— Claro que já pensei. De acordo com a Alya, ela estuda na nossa escola e é do primeiro ano, embora eu não tenha acreditado 100%, as evidências estavam ali, então eu não descarto a possibilidade da Ladybug estar na mesma escola que eu e como estou nessa paranoia, eu penso que ela possa estar inclusive na mesma sala. - bufou Adrien. - Eu já cogitei a Chloé, mas ela não passa de uma cópia barata e também ela é uma pessoa horrível, convenhamos. Eu descarto também a Alya, Rose e Sabrina. Alya não é porque ela está atrás de descobrir quem é a Ladybug e sempre está lá quando o meu amor está em ação; a Rose não é porque ela é meio fantasiosa demais e a Sabrina por motivos óbvios de ser o capacho da Chloé e não ter personalidade própria.

— Noooossa, quanta esperteza. - replicou Plagg ainda emoção alguma.

— Agora sobram Alix, Juleka, Mylène, e Marinette.

— A menina Marinette bem que poderia ser a sua amada. Você não acha? - perguntou Plagg ainda sem tirar os olhos do queijo mais fedorento do mundo.

— A Marinette? Ela está entre uma das possibilidades, mas o problema é que ela não é como a Ladybug... tipo ela é meio desastrada, meio confusa, mas ao mesmo tempo ela é determinada e saber liderar, assim como a Ladybug e... ai quer saber, para! Chega, Plagg você já está fritando meu cérebro.

— Tá! tá! - disse Plagg aborrecido, sabia que tinha coisas a falar com seu mestre, sabia porque tinha recebido o sinal. - Agora você e eu precisamos conversar.

— O que que eu fiz agora... - disse em um tom humorado, mas ao ver a expressão de seu kwami, mudou totalmente sua expressão. - O que houve?

— Não é somente o que houve, mas o que vai acontecer também. - disse de maneira autoritária. - Adrien preciso que preste muita atenção no que vou lhe dizer, pois é extremamente importante. Então, sem gracinhas, sem piadinhas, porque agora o negócio é bem sério. - ao ver o louro assentir, Plagg prosseguiu.

"Você já deve ter ouvido falar ou lido por aí em algum meio de comunicação que você e a Ladybug são considerados o Yin e Yang por muita gente. - o garoto assentiu. - Mas do jeito que você é, você nem deve ter pesquisado. - ele sacudiu a cabeça em negativa. - Pois é, eu entendo, com esse lance de modelo que você tem também fica difícil mesmo.

Mas continuando, o Yin e o Yang são o bem e o mal, a vida e a morte, são os chamados opostos complementares. Antes do mundo ser o que conhecemos hoje, a criação do universo era só energia vital. Com o passar dos anos, o mundo foi se transformando. O universo é feito de transformações e essas transformações são das mais imperceptíveis como a rotação da terra - porque você não percebe que a Terra está girando e você gira com ela, certo? - quanto para as perceptíveis como o aquecimento global - porque você está vendo a poluição aumentar e a temperatura terrestre subir o que consequentemente faz as calotas polares derreterem.

Agora você deve estar se perguntando o que raios isso tem a ver com o Yin e Yang e porque isso é tão importante. Isso é importante para manter o equilíbrio do mundo, você e a Ladybug tem os Miraculous da destruição e da criação respectivamente. Opostos. Vocês dois conseguem trabalhar juntos em perfeita harmonia, vocês se completam. Complementares. Opostos complementares. Vocês são definitivamente o Yin e o Yang do mundo, é necessário que vocês continuem em harmonia. Lembra aqueles dias em que vocês estavam brigados? Você não se sentiu vulnerável? Então isso é o que acontece se vocês não tiverem em sincronia e em pleno equilíbrio. Eu falei da harmonia anteriormente e de acordo com a filosofia chinesa 'A harmonia perfeita entre os dois elementos significa saúde e a desarmonia ou o predomínio de um elemento sobre o outro caracteriza a doença'. E isso é importante porque nós suspeitamos que há algo de errado acontecendo, a humanidade está correndo perigo e é necessário, extremamente necessário que você e a Ladybug permaneçam juntos e unidos.

Além de vocês serem o equilíbrio do mundo, vocês tem uma responsabilidade muito maior com algo que vocês nem imaginam."

— Como o quê? - perguntou Adrien curioso.

— Você não tem que visitar um certo alguém? - cortou Plagg.

— Co-como você sabe?

— Você fala enquanto dorme. - respondeu o kwami com um dar de ombros.

— Tudo bem, pronto Plagg?

— Eu nasci pronto.

— Plagg, mostrar as garras.

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Marinette estava em sua varanda, contemplando a vista maravilhosa que Paris a proporcionava. A Torre Eiffel, as estrelas - que mesmo sem aparecer realmente, a mestiça sabia que estavam lá. Tudo o que ela via, era belo e bonito pra ela. Não trocaria aquela vista por nada. Levou um susto quando sentiu algo pousar com leveza ao lado dela.

— Chat Noir, - arfou - o que está fazendo aqui?

— Vim visitar minha prrrrrincesa. - piscou o gato, cheio de si.

— E o que faz você achar que sou sua princesa? - retrucou Marinette ruborizada.

— Ninguém resiste aos encantos de um gato de rua. - disse dando de ombros.

Gato convencido, ela pensou revirando os olhos.

— O caso, Chat Noir... é que você deveria estar com Ladybug, certo? Onde ela está agora? - sondou a mestiça.

— Ela está em todo lugar ou em lugar nenhum. Nós não somos grudados. - embora eu gostaria que fosse assim, completou mentalmente.

— Eu me rendo, o que está fazendo aqui Chat Noir? - perguntou cansada.

— Já disse, vim te visitar. Que tal conversarmos? A noite está tão linda e parece que Paris está nos convidando para passar a noite juntos.

— Tu-tudo bem. - gaguejou a azulada ainda corada. - Sobre o que vamos conversar?!

— Um passarinho me contou que você gosta de super-heróis como a Ladybug e eu. E eu queria saber o que você acha de mim. Na verdade eu queria mais do que isso minha prrrrrrincesa. Vou me apresentar corretamente, meu nome é Armindo, mas pode me chamar de Mindo, porque o Ar eu perdi quando te vi. - disse ele ajoelhando e beijando a mão de Marinette.

— Que é isso, Chat?! - disse rindo de nervoso. - Ai como suas piadas me irritam. - resmungou ela baixinho, porém a audição aguçada de Chat Noir reparou nisso.

— Sério isso? - perguntou ele abaixando a cabeça. - Você me acha irritante?

— Nã-não é isso. Você não é irritante, muito pelo contrário, você é muito legal e é gostoso falar contigo. É só que... algumas de suas piadas são meio inoportunas, não que eu não tenha gostado. - disse ela. O que era isso em seu peito? Sentia algo pelo Chat Noir? Não. O único que a faria sentir borboletas no estômago era ele, Adrien Agreste e ninguém mais.

— Você é muito bonita Marinette. - disse Chat Noir sem pensar e ao perceber o que fez ficou vermelho, sorte a sua que a máscara escondia esse rubor de uma parte do rosto dele.

— Obrigada gatinho! - disse ela mais vermelha que um tomate.

— Eu poderia ficar a noite inteira aqui my prrrrincess, mas eu preciso ir. Sabe como é não é?! O dever me chama. Adeus princesa. Até breve. - Chat Noir fez uma reverência e saiu com seu bastão indo para onde quer que seja o local.

Ao chegar em casa, Adrien entrou pela janela aberta de seu quarto e se sentiu estranho, sentiu algo no estômago. Sentiu algo enquanto estava com Marinette, como se... como se a conhecesse, algo familiar demais... era coisa da cabeça dele. Tudo o que ele precisaria agora era descobrir quem era sua amada, Ladybug.

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No dia seguinte, Marinette acordara cedo demais. Isso definitivamente era um milagre. Ela acordou, fez suas higienes pessoais, tomou um café bem mal - comendo besteiras como, Croissants, Bolinhos e doces que sua mãe faz. -, deu um beijo na mãe e no pai e foi para a escola. Chegando lá deu de cara com sua melhor amiga que estava com um sorriso de orelha a orelha.

— Amiga, fiquei sabendo de um menino, um aluno novo que veio da Ingleterra e que vai estudar com a gente.

— Nossa Alya, você corre atrás mesmo das notícias hein. - disse Marinette, cutucando sua amiga carinhosamente.

— Que notícias? - o moreno perguntou. Nino acabara de chegar junto com Adrien. - Oi meninas.

— Oi Nino. - as duas responderam em uníssono. - É sobre um garoto novo que vai estudar na nossa escola. - disse Alya dando de ombros.

— Tomara que seja da nossa sala. - animou-se Nino.

— Tanto faz. - retrucou Adrien. - Aliás, oi Alya, oii Mari.

— O-o-ooooi Adrieeen. - gaguejou Marinette.

— Vamos entrar logo na sala, preciso chegar antes da professora. - cortou Alya andando. Os meninos a acompanharam logo em seguida.

Marinette acompanhou a escola com os olhos, observando, sem prestar atenção realmente, até que parou subitamente. Alya que estava de braços dados com sua amiga, teve um tranco e parou também. Os meninos que estavam à frente, pararam e voltaram para o lugar onde as meninas estavam. A morena estava paralisada. Seus amigos a chamaram, mas ela não conseguira escutar. Estava em transe.

Não era possível. O garoto estava de costas, mas ela o reconheceria em qualquer lugar, cabelos negros como a noite, costas largas e postura de mauricinho. Só podia ser ele.

— Scott. - arfou.