Gatos Guerreiros: Floresta de Cinzas escrita por KittyWithBraces


Capítulo 4
Capítulo 2




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Pata Cinzenta trotou para fora de sua toca, sonolento, só acordou porque sua irmã falou que o líder iniciou uma nova reunião, e para sua felicidade, ela não tinha mentido e seu líder estava em cima da Pedra Grande, vendo os gatos se reunir. Pata Cinzenta estava feliz até ver um cadáver no meio dos gatos, era seu curandeiro, seu pescoço estava aberto e um pouco de sangue ainda escorregia de lá, não foi uma vista muito boa para o aprendiz que nunca virá nada além de pequenos arranhãos que mal sangravam, ele hesitou e deu um passo para atrás, chocado com a visão não muito agradável.
— Gatos de todo o clã, hoje lamentamos a morte de um dos gatos mais queridos de todo o clã, Erva Doce foi encontrado morto depois de ter ido pegar mais ervas que estavam em falta. Lamentamos sua morte... - Antes que ele pudesse terminar, Pata de Neve correu entre os gatos, esbarrando em quase todo gato que estava em sua frente.
— Erva Doce! - Ele berrou e logo se deitou ao lado de seu mentor, se aconchegando no seu pelo, o líder suspirou.
— Reunião encerrada, Pata de Neve agora será chamada de Tempestade de Neve e será o novo curandeiro, podem voltar a seus afazeres... - O líder se retirou, ele não era muito bom com cerimonias, principalmente quando era sobre a morte de um gato querido como Erva Doce.
Pata Cinzenta suspirou e se aproximou de Tempestade de Neve.
— Eu sinto muito.
O gato branco olhou para ele, ainda soluçando de tristeza.
— A culpa foi minha... - O gato lamentou, encarando o aprendiz.
— Se eu tivesse ido com ele pegar ervas...
— Você já estaria morto. Pare de se culpar...
— Mas... - O gato branco suspirou, - E se eu não estiver pronto?
— Você vai conseguir! Não se preocupe, garanto que será um grande curandeiro. - Ele o confortou com um ronronado, sorrindo.
— ... Obrigado...
— Não tem problema. - Ele acenou com a cauda, e então o gato cinza se virou, dando de cara com sua mentora.
— Pronta para o seu primeiro treinamento, Pata Cinzenta? - Ela falou com um tom animado, o que fez o aprendiz se encher de pura excitação.
— Eu nasci pronto, Cauda Castanha! - Ele falou firmemente. Fazendo a mentora sorrir com orgulho, então ela se virou, fazendo um sinal com sua cauda para que ele a siga, ela trotou para fora do acampamento, enquanto o aprendiz a seguiu saltitando.
— Quer lutar ou caçar? - A mentora perguntou com um sorriso.
— Caçar.
— Certo... - Ela assentiu, cheirando o ar a procura de algum cheiro de presa, e então finalmrnte sentiu o cheiro de um camundongo.
— Ei, quieto, se não irá assustar a presa. - Ela sussurrou para o aprendiz, andando com passos leves até encontrar a presa que tanto procurava, e então se virou para o aprendiz.
— Observe. - Ela murmurou, se preparando para saltar sobre o pequeno animal, enquanto o aprendiz assistia atenciosamente sua mentora. A gata saltou sobre a presa e logo atacou o pescoço camundongo, matando-o antes que ele pudesse guinchar e espantar as outras presas ao seu redor, e o aprendiz assistiu, tremendamente impressionado com o que ele acabou de ver.
— Uau! - Ele miou, encarando a presa morta. - Parece delicioso... - O aprendiz disse, lambendo os beiços, mas antes que ele pudesse dar uma mordida na cara suculenta, a gata puxou a presa para longe.
— Não! Você não sabe o código do guerreiro?
— O código? Não, só ouvi falar mas não sei...
— Não sei o código inteiro... Mas sei que você tem que caçar para o clã, o clã deve se alimentar antes de você!
— ... Não sabia, desculpa, eu acho. - Ele respondeu, mesmo que ainda estava morrendo de fome por dentro.
— Então, Pata Cinzenta, que tal tentar caçar um desses?
— Ha, eu vou conseguir de olhos fechados! - Ele se gabou, cheirando o ar, mas não sentiu nada além do cheiro de grama, e de chuva que estava por vir.
— Parece que vai chover... - Ele resmungou, olhando em volta.
— E daí? Nosso treinamento não acabou. - Ela bufou. - A não ser que você esteve com medo de una chuvinha...
— Claro que não! Eu não sou um covarde! - Ele rosnou desafiador.
— Então, você ainda não pegou nada.
Ele bufou e saiu andando, a chuva começou a cair fortemente, e a mentora o encarava com desprezo por causa do tom que ele falou com ela. O aprendiz gruniu, e então olhou ao redor, vendo um coelho que estava distraído, ao ver a presa, sem pensar correu atrás dela, que percebeu o felino que se e saiu correndo, o que a cada vez mais forte, e mais uma vez, ele tinha saído do ponto de vista de sua mentora.
Ele perseguiu o coelho até parar perto de um rio, o animal hesitou em pular, e Pata Cinzenta aproveitou a chance e pulou em cima do coelho, tentando o prender contra o chão, mas o animal deu-le uma patada na garra, as garras do coelho eram na verdade bem afiadas, tão afiadas que arranharam a bochecha do aprendiz, mas mem chegou a cortar a pele dele, por isso nem sangrou. Mas com o susto o aprendiz largou do coelho, que deu um salto e acabou caindo no rio.
O aprendiz suspirou ao ver a correnteza levar o animal, já iria ir embora, até ouvir um riso do outro lado do rio.
— Bela caçada. - O aprendiz ouviu uma voz feminina soar e levantou a cabeça, vendo uma bela gata de pelo atartarugado, sem uma das patas, com certeza uma gata que pertencia ao Clã do Rio. - To falando sério, você quase o pegou.
— É, valeu, eu acho. - Ele miou, um pouco sem jeito por ter sido elogiado por uma gata de outro clã.
— Clã do Trovão, certo?
— S-Sim, e você, Clã do Rio?
— É, e não ache que eu estou sendo simpática, atravesse e entre no meu território e eu chuto seu traseiro! - Ela brincou.
— Aham, claro. Um gato como você eu com certeza mataria num piscar de olhos!
A gata riu, revirando os olhos.
— Bem, prazer, chutadora de traseiros. Me chamo Pata Cinzenta.
— Pata Manca, não um nome que você sonharia em ter, mas é a vida. - Ela brincou.
— Eu achei o fato de que você não tem uma perna bem maneiro. Quando você ser maior, poderá dizer que perdeu a pata lutando com um enorme texugo!
— Quer dizer que eu posso arrancar a sua perna? - Ela resmungou.
— Não, eu só quis dizer...
— Brincadeira! Parece uma ótima ideia para quando eu for uma anciã, adorarei contar histórias como estas.
Ele sorriu, sem perceber que sua mentora o aproximava pelas costas.
— Pata Cinzenta, te disse para não sair sozinho assim! - Cauda Castanha rosnou, o encarando.
— Hã? Ah, Cauda Castanha, desculpe eu estava falando com a... - Quando ele ia apontar para a gata do outro lado do rio, viu que a gata sumiu de lá.
— Pata Manca...
— Pata Manca? Não conheço essa, mas não fique com tanta intimidade com gatos de outro clã, eles sempre te traiem, confie em mim. Espera, e o coelho que você perseguiu?
— O que? Ah, o coelho... Ele caiu no rio e se afogou. - Ele miou, envergonhado. A mentora deu de ombros, e antes que o aprendiz pudesse falar alguma coisa, um raio caiu numa árvore não muito distante deles, que caiu no chão. Com o susto, o aprendiz deu um pulo pra trás, esquecendo completamente do rio atrás de si, acabou resbalando na borda do rio, caindo no rio alagado.
O aprendiz ouviu um berro de sua mentora que viu o cair, o gato cinza não sabia nadar e é claro que Cauda Castanha também não, o aprendiz estava sem escapatória para essa... É o que ele pensou, antes de uma gata pular dentro do rio, ele conseguiu vê-la, e por um instante achou que era Pata Manca por causa de sua pele atartarugada que era bem semelhante a dela, mas percebeu que ela não era ao ver que essa tinhas as quatro patas, antes de qualquer outra coisa que o aprendiz pensasse, a gata o agarrou pelo cangote e nadou até a superfície com ele, o deixando na borda do rio, Cauda Castanha deu um suspiro de alívio e acenou para a guerreira.
— Muito obrigado, Asa de Mariposa!
— Não pense que eu fiz isso por você, eu fiz porquê eu não poderia o deixar morrer, lembre disso.
Cauda Castanha se calou, e se virou para o aprendiz que respirava ofegante.
— Pata Cinzenta, tudo bem com você?
O gato tossiu, e então assentiu lentamente, se levantando e se virando para o rio, viu Pata Manca, e então sorriu para ela.
— Pata Manca! - Ele falou alegrimente, ao falar isso, Asa de Mariposa encarou a aprendiz que estava do outro lado do rio, com um olhar suspeito, Cauda Castanha gruniu, e encarou Pata Cinzenta.
— Vamos, a chuva está ficando muito forte. E, Asa de Mariposa... Saia do território do Clã do Trovão, ou eu mesma irei te expulsar daqui. - A guerreira falou num tom agressivo, e a gata do Clã do Rio rosnou, mas se virou para nadar de volta. O aprendiz, confuso, apenas deu meia volta e seguiu sua mentora que andava com passos fortes, demonstrando sua irritação e raiva.
— Quem era ela?
A gata hesitou, parando de andar, deixando o clima tenso. A chuva ainda não parou, o que por acaso, deixou Pata Cinzenta ainda mais desconfortável.
— Uma velha amiga minha, nós eramos de clãs diferentes, mas mesmo assim eramos mais próximas que a Pedra Grande do chão. - Ela disse, suspirando. - Nós continuamos melhores amigas por luas, até... Um dia, rolou uma batalha entre o Clã do Rio e o Clã do Trovão, e eu e ela estávamos lá, pronta para a batalha, eu não queria lutar com ela, eu juro, ela também não queria, então nós mantemos distância a batalha toda, mas... Eu ataquei um aprendiz, e no final... Ele acabou morrendo por causa dos ferimentos, eu não queria o matar, mas... O Clã do Trovão aceitou isso como vingança pela morte de um aprendiz que morreu, e todos acham que ele morreu por uma patrulha do Clã do Rio, mas ninguém tem certeza.
— Vocês pareciam bem rivais agora, ela não deveria ter aceitado isso, porquê foi justo?
— Sim, ela iria... Se o Aprendiz não fosse seu irmão, ela nunca mais falou comigo, e tentou me atacar duas ou três vezes quando eu tentei falar com ela novamente...
— ... Triste... Deve ter sido difícil perder uma melhor amiga assim...
— E foi. Ah, a propósito, ninguém sabe dessa história, no final das contas, decidimos que nossos clãs não precisavam saber, seria pior para nós duas, então... Não conte para ninguém, ok?
— Ok, eu prometo, seu segredo morre comigo.
— Obrigado, Pata Cinzenta. E agora, que tal conversar com os outros aprendizes? Pode dizer do raio que você viu?
— Verdade! Aquele raio foi incrível! - Ele riu, e então saiu correndo em direção ao acampamento, que já era visível.
Assim que o aprendiz entrou no acampamento, passou por Pata de Sol e Pata Marrom que conversavam entre si.
— Oi, Pata de Sol! Acredita que quando eu estava lá fora, eu vi um raio enorme que derrubou uma árvore?
— Sério? - Perguntou Pata de Sol. - Uau, que legal!
Ele assentiu orgulhosamente ao ouvir o Pata de Sol.
— Garanto que você só está mentindo, mentiriso.
— Você só está com pura inveja, por causa que eu vi um raio e você não!
— Não sou invejosa! Mas duvido que alguém como você sobreviveria a um raio.
Ele sibilou, eriçando seus pelos um pouco.
— Cale-se! Eu sempre fui o preferido da mamãe, por isso que você tem inveja de mim!
— O que!? Ela prefiria eu e não você!
— Sério? Estranho, porquê eu nunca ouvi ela dizer 'eu te amo' pra você.
A gata se calou, e se virou, andando em direção a toca dos aprendizes.
— Relaxa ai, ela tem inveja de todo mundo. - Pata de Sol o confortou, olhando ela ir embora.
— É, eu conheço minha irmã... - Ele deu de ombros.
— Pata de Sol, vamos. - Pata Marrom gruniu.
— Parece que ela precisa de mim, te vejo depois.
— Hehe, boa sorte. - Ele sorriu, e a gata sorriu de volta, antes de ir até Pata Marrom.


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