A Study in Words escrita por Raura


Capítulo 5
Maps


Notas iniciais do capítulo

Capítulo escrito com a sugestão da cara JaneDi ♥
Sua escolha é #Londres
A ideia para escrever esse surgiu enquanto eu jogava Maps no Just Dance,
então decidi nomear o capítulo como a música,
talvez no final tenha alguma relação, talvez não, enfim, apreciem e
boa leitura!



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“O único lugar além do céu onde se pode estar perfeitamente a salvo de todos os riscos e perturbações do amor é o inferno.”  – C S Lewis

 

Sherlock encarava o teto de seu apartamento, não era normal se sentir assim: revivendo em sua mente um acontecido – como um disco arranhado pulando. Irritado enfiou os dedos no meio de seus cachos e puxou com força, precisava dar um jeito de por um ponto final nesse tormento antes que enlouquecesse.

Aquilo estava sendo muito pior do que quando sua mente não tinha nada que lhe tirasse da inércia, nada que lhe estimulasse para fugir do tédio infinito. Claro que se quisesse seria fácil recorrer ao método tão criticado por todos seus amigos...

Amizade.

Foi quando tudo começou a desandar.

Desde que aceitou a amizade de John na sua vida, outros vieram no pacote e antes que percebesse, tinha mais amigos que alguém com a personalidade dele um dia imaginou ter. E uma dessas amizades era culpada pelo que estava passando.

Na verdade nem sabia se podia classificar essa pessoa na categoria: amizade.

E ele devia saber.

Devia ter mantido sua amada Londres como única amiga.

Em outro ponto da cidade em seu apartamento, Molly passava os canais da tv sem achar algo realmente de seu interesse para assistir, encarou seu celular fuzilando o aparelho com o olhar, fazia quase um mês que não via ou conversava com Sherlock.

Molly fora escolhida para representar o hospital em um congresso em Paris e ficara fora de Londres por quinze dias, não avisara que ia viajar e muito menos quando voltou – não tinham nenhum compromisso oficial um com outro então não disse nada.

Os dois tinham desenvolvido um relacionamento particular, não eram só amigos, mas também não eram namorados, era algo entre esses dois termos que estava dando certo. A aproximação veio quando foram convidados para serem padrinhos da pequena Rosie Watson.

No começo estranhou um pouco quando Sherlock não limitava suas aparições somente no necrotério ou laboratório do Barts, mas também em seu apartamento, ou então a fazendo ir até o 221B. Molly o ajudava com suas experiências absurdas, depois ele tocava para ela ouvir e ás vezes até fazia chá; ou após seu expediente no hospital ele a acompanhava até seu apartamento, depois de jantarem ele deitava a cabeça em seu colo e ela brincava com seus cachos.

Sherlock estava mais gentil, porém ainda não tinha nenhum pingo de bom senso. Não quando ele invadia seu apartamento e até seu banheiro para se redimir por ter esquecido seu aniversário, alguns dias antes de viajar.

Tinha acabado de chegar do hospital, ainda estava cansada pela comemoração na noite anterior, relaxava em sua banheira quando ouviu a porta do banheiro sendo aberta e Sherlock botando sua cabeleira cacheada para dentro.

— Posso entrar?

— Você já invadiu meu apartamento, o que te impediria de invadir meu banheiro também?

— Por favor, Molly?

— O que você quer, Sherlock?

— Me desculpe, achei que resolveria o caso antes.

Molly tentou não se incomodar com o fato de Sherlock não ter aparecido para participar da comemoração de seu aniversário junto com seus amigos, sabia que ele estava envolvido em uma investigação, o quanto ele presava seu trabalho e que não era dado a certas socializações, também não tinham nada oficial então não tinha porque se incomodar, mas no fundo acabou se chateando.

— Tudo bem Sherlock, agora se não se importa gostaria de continuar relaxando. – disse por fim encerrando o assunto e fechando os olhos. Não ouviu barulho dos passos do detetive saindo dali ou a porta sendo fechada, pelo contrário, quando abriu os olhos viu ele retirando seu casaco, terno, sapato, meias... Antes que pudesse expressar seu choque ele entrava na banheira de calça e camisa e sentava a sua frente, apoiando a cabeça em seu peito. — Sh...

— Feliz aniversário, Molly Hooper. – entrelaçou os dedos de suas mãos e beijou o pulso dela.

Sherlock não tinha problemas em ficar sozinho, nunca teve, era reconfortante estar só, mas se surpreendeu ao descobrir que sua amada Londres não parecia mais completa quando ficou esses dias sem ver Molly – com a ausência dela, sua mente resolveu lhe bombardear com imagens da última vez que a viu dias antes de sua viagem, quando apareceu em seu apartamento para se desculpar.

Sentiu falta das conversas quem tinham, ela o conhecia tão bem quanto John ou Mycroft, seja seu pior e seu melhor, e não negava ajuda-lo quando recorria a ela – algo que fazia com frequência, alguns pedidos chegavam a ser absurdos, como quando pediu ajudar para forjar a própria morte.

Deixe de fazer birra, Sherlock. Sabe que a está evitando por pura pirraça, Mary disse em sua mente. Virou-se no sofá dando costas a Mary da sua cabeça. Você sabe que é verdade e não adianta se virar, estou na sua cabeça,continuou.

Concordo com a Senhora Watson. Dessa vez foi a voz de seu irmão a lhe importunar. Por que não age como adulto e acaba logo com isso, Sherlock?

Às vezes seu cérebro sabia ser irritante em demasia.

Só porque Molly foi viajar sem lhe dizer nada e durante esse tempo não recebeu notícias dela? Nem mesmo uma mensagem de texto quando estava de volta a Londres, com os Watson e Lestrade ela falava.

Já pensou que talvez ela ainda esteja chateada com você? A voz de John questionou-o.

Sherlock levantou-se do sofá em um pulo, só havia uma coisa a fazer para por um fim a essa tortura.

Molly se preparava para ir dormir quando ouviu um barulho, naquele horário... Só podia significar uma coisa.

Ao abrir a porta de seu quarto não se surpreendeu em dar de cara com Sherlock deitado em sua cama, se encararam por um tempo até que ela decidiu apagar as luzes e se deitar.

— Sherlock. – disse se virando e olhando em seus olhos, estendeu sua mão para mexer em seu cabelo.

— Molly. – sua voz saiu em um sussurro enquanto recebia o carinho, adorava quando ela fazia isso. Sentia-se estranhamente confortável nessa situação, mesmo sabendo que não tinham algo definido e não podiam continuar oscilando, uma hora precisariam decidir, porém no momento nada importava.

Tinha deixado sua obstinação em não ir atrás de Molly de lado e foi procura-la, agora sim tudo estava como deveria e sua mente lhe daria paz. Sherlock nem tentou aproveitar o tempo em que ela esteve fora para tentar esquecê-la um pouco que fosse – não se envolva demais, todos os corações se partem, seu irmão dizia – porque sabia que não seria tão fácil, então não havia o que fazer, a não ser aproveitar que aquela sensação de algo faltando tinha ido embora.

Sherlock puxou Molly para seu peito e abraçou-a, melhor assim.

Sua cidade e ele estavam completos.


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Notas finais do capítulo

Motivo para eu ter escolhido 'Maps' como título:
Molly sempre ajuda o Sherlock de alguma maneira e quando preciso ela ela lá para ele.

''I was there for you
In your darkest times
I was there for you
In your darkest nights''

Espero que tenha apreciado!
E claro, quero opiniões sobre :3



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