A Study in Words escrita por Raura


Capítulo 15
Madness


Notas iniciais do capítulo

A sugestão para esse é Madness música da banda Muse, a escolha é da Claire Smith ♥
Conforme solicitado usei a música de base para escrever essa one e recomendo que ouçam porque é sensacional (https://www.youtube.com/watch?v=Ek0SgwWmF9w) e também usei o significado da palavra.
Novamente menciono o quanto sou grata pela maravilhosa beta que encontrei i♥A
E sem mais enrolações, façam boa leitura!



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Sherlock continuava com as mãos embaixo do queixo, sentado na mesma posição em sua poltrona na sala do 221B fazia algum tempo. Estreitou os olhos ao encarar a figura de seu irmão em seu palácio mental: estavam na sala de sua casa, ele se movia de um lado para outro, ora cutucando o chão com seu guarda-chuva, ora girando o objeto.

— Recapitulando… - Mycroft parou de caminhar apoiando-se no guarda-chuva e fitando o irmão. — Basicamente você está viciado em uma nova droga… Bom, pelo menos essa não é prejudicial à sua saúde fisicamente, já mentalmente...

Sherlock fez uma careta. Seu irmão estava certo. Sabia que não estava enlouquecendo, mas nos últimos dias andou ponderando sobre essa possibilidade. Por algum motivo, simplesmente não conseguia desligar qualquer pensamento ou memória relacionado à Molly Hooper.

Tudo começou com um tímido beijo.

Se recordava perfeitamente daquele típico dia chuvoso em Londres. Estavam no laboratório quando Molly recebeu a notícia que sua pesquisa tinha sido aprovada, aconteceu no momento em que foi parabenizá-la, era para ter sido apenas um abraço e um beijo na bochecha…

Era.

O que começou com um beijo tímido, terminou com os dois se acariciando indecentemente.

— Argh! E quanta endorfina e dopamina foram liberadas em seu corpo! Perdi a conta de quantas vezes, mesmo sem pretender, vi o espetáculo da sessão de toques indecorosos Hooper-Holmes - Mycroft queixou-se com uma careta de náusea.

Sem falar em como o emocional do detetive estava um desastre. Nunca teve dificuldades em manter suas emoções sob controle e agora elas estavam um caos! Era comum volta e meia pensar em Molly, perguntando-se no que ela estaria fazendo.

Geralmente Sherlock ignorava tudo que era banal e não tem utilidade a seu cérebro, mas coisas triviais estavam gravadas em sua mente... Se recordava com exatidão a roupa que Molly usava da última vez que se encontraram. Assim como conhecia os trejeitos, o tom de voz e o aroma do perfume dela. Sabia, inclusive, como ela colocava uma mecha de cabelo atrás da orelha, contornando-a com os dedos.

Mas Sherlock se incomodou quando pôde experimentar um novo sentimento. O ciúme. Ele o percebeu quando ouviu Lestrade elogiando o novo corte de cabelo dela.

— Isso é loucura! - disse para Mycroft em palácio mental.

Quando ainda mantinha o coração isolado nos confins mais fundo de seu ser, conseguia controlar suas emoções. Até o dia que cedeu e correspondeu aos sentimentos de Molly Hooper. Agora o sentimento tomava conta de cada célula de si.

Todas as provas estavam ali.

Sua frequência cardíaca alterava sempre que estava perto dela, as mãos suavam, suas pupilas dilatavam, aquele desconforto de expectativa na boca do estômago.

— Não, irmão meu, não é loucura. Você se importou, diga o nome. - Sherlock ouviu Mycroft às suas costas um dia, quando tomava um chá de frente para a lareira da 221B.

Sua mente afiada sempre lidou perfeitamente bem com tudo que envolvia razão, mas quando o assunto era emoções, não podia deixar de comparar a insanidade a vontade de querer constantemente a presença de outra pessoa.

Quando percebeu o quanto gostava de Molly, até chegou a considerar que ele não era a melhor pessoa para ela, mas já estava completamente envolvido, apaixonado. Ficava inquieto ao imaginar não tê-la por perto, perdê-la para alguém. Para Tom.

— Angústia, Sherlock. Diga os nomes certos. - Seu irmão se escorou em seu guarda-chuva e balançou o corpo.

— Eu já disse, é loucura.

— O nome, Sherlock.

Nesse momento seu pai entrou na sala de sua casa e sentou-se na poltrona, logo em seguida sua mãe aproximou-se colocando uma bandeja com chá e biscoitos na mesinha, inclinou-se e deu um beijo estalado nos lábios do marido.

Ambos os irmãos observavam os pais. Mycroft encarava Sherlock com tom de desafio.

— Diga, Sherlock. Diga com todas as letras.

Seu irmão abriu um irritante sorriso presunçoso quando o ouviu pronunciar a palavra.

Ao abrir os olhos estava novamente na sala do 221B. Sherlock levantou-se de sua poltrona com um pulo, tirou o roupão e pegou seu sobretudo. Foi direto ao St Barts. Chegou ao hospital faltando cinco minutos para o fim do expediente de Molly. Caminhou sem pressa pelos corredores, conferiu a hora e sabia onde deveria ir para encontrá-la, encostou-se na parede ao lado da saída do vestiário feminino e a aguardou.

— Sherlock! - a patologista remexia em sua bolsa quando o notou parado próximo à porta. Ele estendeu os braços na direção dela em um convite mudo, o qual ela automaticamente respondeu. Sherlock a abraçou tirando ambos os pés de Molly do chão, inspirando o aroma de seu cabelo.

— Vim saber se gostaria de companhia até sua casa - ele murmurou baixo, mantendo os braços em torno da cintura dela. — Antes podemos passar naquele restaurante onde o dono me dá porções extras de batata frita.

— Será um prazer ter companhia - Molly sorriu e se esticou para beijar levemente os lábios dele.

Sherlock estava ansioso com seus planos para o fim de semana, só de imaginar como seria suas mãos começavam a suar. Se algum tempo atrás alguém lhe dissesse que ele teria um relacionamento com alguém, ele diria que é loucura, mas agora mal podia esperar para levar Molly para conhecer oficialmente seus pais, tomar chá e comer biscoitos de aveia.

Saíram do hospital de mãos dadas abraçados e continuaram assim durante o caminho até o apartamento de Molly. Essa coisa de amor era loucura.


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Notas finais do capítulo

Cada sugestão está anotada e será escrita, caso já tenha sugerido e tenha um nova, fique a vontade para me dizer!
Quero opiniões sobre o capítulo :3
Até o próximo o/



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