— As-ahi! — Me agarro ao seu corpo musculoso, puxando sua regata com toda minha força. Suas mãos carinhosas me jogando pra cima toda hora pra eu parar de escorregar da parede. Minhas pernas abertas e apoiadas acima dos seus quadris. Ah-h, que cara desengonçado, senti ele tremer, senti ele se afobar por não saber agir comigo dessa forma. Eu não estava diferente, minhas mãos se moviam sozinhas, iam apenas pelo seu ritmo, segurando ele pelos ombros, segurando na nuca ou até puxando seu coque que se desmancha na minha mão.

— A-li Asahi... atrás... mesa! — Encosto minha boca no seu ouvido, implorando que me coloque na mesa para eu parar de
escorregar. Asahi me puxa com força para a mesa, ele com certeza deveria estar pensando algo como ‘’ pequeno mas pesado ‘’. Ele me põe com delicadeza na mesa. Apoia suas mãos do lado do meu corpo, sua cabeça estava abaixada e respirava com dificuldade. Minhas pernas começaram a esfriar, todo o calor que ele havia criado sumia aos poucos.

— Asahi...? — o chamo preocupado. Passo minha mão no seu rosto e ele se vira pra mim. Suas bochechas estavam com um rubor enorme.
—Desculpa...Ah... Você é muito fofo. — ele sorri abobadamente, isso me deixa tão surpreso e com uma enorme vontade de agarrá-lo,
e assim faço. O puxo e abraço com força.

—Você que é fofo, grandalhão.

Toda essa história começou durante a noite do amistoso. Eu acordei no meio da noite com a porta entreaberta do quarto, Asahi
não estava no colchão, deduzi que ele havia saído, então fui atrás dele. Por que Asahi teria saído no meio da noite? Vi que só ele faltava, eu me levantei e fui procurá-lo....

Depois de longos minutos em um frio perturbador da montanha eu simplesmente desisti. Quase chegando no portão do prédio, escuto barulhos nos arbustos, me aproximo e logo um choramingar aparece.

— Asahi…? — não deixo de sorrir ao ver um cara gigante atrás de um arbusto sentado e chorando como uma criança perdida.

Assim que ele escuta minha voz, pula no lugar e arruma a postura, puxa as mangas do enorme blusão e começa a limpar o rosto. Finge que nada aconteceu e em seguida olha pra mim abobadamente.

— Nishinoya, oi! Eu… é... — ele tremia todo e olhava para todos os lados procurando uma desculpa razoável.

Suspirei e me acomodei ao seu lado, tampo sua boca com a palma da minha mão e falo:

— Chhhiu, Asahi você não sabe mentir. — tiro minha mão sua boca e ele fica sem expressão imediatamente. — Vamos me conta, o
que houve?

— Nishinoya, eu...ah.—ele fica quieto,olhando para a floresta dentro. Quero muito saber o que fez ele ficar assim mas parece
que seria difícil, decidi não apreça-lo.

Olho para frente também, me vem à cabeça agora que já era tarde, será que algum membro acordou também? Seria um problema se decidissem nos procurar. O silêncio continuava, sem sinal de Asahi se abrir, ele podia ser bem gentil, mas não é consigo mesmo…

— Minha vó, morreu hoje. De manhã ela foi pro hospital, e passou a tarde lá, porém a noite ela veio a  falecer. — ele
finalmente diz, com frieza.

Agora posso entender, a avó de Asahi morava com ele e praticamente era como uma mãe. Não sabia o que dizer, pouca coisa podia
ser dita. Eu o puxei de lado e abracei afogando seu rosto em mim. Acaricio seus cabelos, só isso que eu poderia fazer. Reconforta-lo do pior.

Sinto sua respiração, sinto suas mãos me apertarem, sinto também ele choramingar como um bebê… me faz querer protegê-lo, e deixar mal algum tocá-lo. Depois de um longo tempo ele se acomoda mais em mim, levantando a cabeça e mostrando o quão dócil estava.

— Obrigado. — disse ele.

— De nada, desculpe por não ajudar tanto.

— Ter sua companhia foi o suficiente. — ele sorri
genuinamente. Que… radiante. Tiro a Franja da sua testa e beijo ali, lembro-me que minha mãe fazia isso sempre que chorava. Depois do beijo, sorrio, ele estava corado e surpreso, percebi pela sua expressão.

— Desculpa, achei que era uma boa ideia. — coro com a ideia errada que passei.  

— N-não se desculpe!

— O-k... — respondo.

E o silêncio domina nossas gargantas, nossas posições eram as mesmas, ambos envergonhados e sem reação.

— Nishinoya! — ele me chama e me viro em sua direção. Ele puxa meu maxilar e me beija, seu rosto quente e mão fria. Ele se desgruda e me mantenho parado, perplexo. Minha barriga não parava de se mexer por dentro, sinto o meu coração bater rapidamente e ele apenas me olhava, sem nada a dizer.

—Desculpa, eu nao… hm. — tampo sua boca, sinto
meu rosto arder, eu queria aquele beijo de novo.

— De novo Asahi. — peço, tiro minha mão da sua boca e vejo ele vindo em minha direção. Fecho meus olhos e sinto seus lábios
nos meus, molhados, trêmulos, desajeitados… me inclino mais para sua direção mas ele parou o beijo.

— Podemos voltar…? Eu, estou cansado — ele olha para baixo, escondendo seu rosto. Eu passo minha mão na sua barba rala, e
sorrio.

— Claro, vêm... — me levanto e o puxo pelos braços.

Na metade da caminhada para o dormitório,nós ficamos bem colados. Ele ofereceu o seu casaco para me proteger dos ventos, mas
recusei, dizendo que nada adiantaria me proteger se ele ficasse desprotegido.

Minha amizade com Asahi era de longa data, desde o fundamental, ele foi meu primeiro amigo, e depois de muito conversar, senti
que se eu tivesse ele, nunca mais precisaria de um amigo. Desde então, somos melhores amigos. Hahaha, me sinto bobo pensando assim. Em pensar que nós nos beijamos… e foi tão normal para mim.Talvez no fundo eu estivesse esperando por isso, por ele. Quando chegamos na porta, vimos o treinador Tanaka conversando com Daichi, eles pareciam preocupados e quando nos vimos, bem, foi difícil descobrir se aquilo era empolgação ou nervoso por nos achar.

Expliquei toda a situação para eles, Asahi recebeu uma notícia ruim e acabou saindo para esfriar a cabeça, e eu fui atrás.Depois disso, não perguntaram mais nada em respeito á ele. Fomos dormir, e como minha cama era do seu lado, eu o vi adormecendo rapidamente. Tive momentos que cai na tentação, e afaguei seus cabelos enquanto dormia, rezando para que ele não acordasse. Ahhh, que cara fofo!!

Foi praticamente tudo isso que aconteceu, e mesmo que tenha passado dois dias, eu ainda não tinha esquecido, Asahi estava melhor mas ele ia para casa acompanhado comigo, e o caminho inteiro ele tinha uma expressão triste. Eu não sabia o que dizer, por isso, acompanhava ele, independente da casa dele ser do lado oposto da minha. Jurei que ele teria meu apoio, ele pedia para que eu não entrasse dentro de casa, e que estava bem, mesmo eu sabendo que não estava tão bem como dizia. Sempre que eu podia, o chamava no celular, perguntando qualquer, como estava, como passava, como estava o clima em casa, o que estava fazendo, tudo para manter ele ocupado. Decido então, chamá-lo.

Asahi ♥    

Online - Bate-Papo

— Asahi!!! O que está fazendo cara?

— :3 Nada
de interessante, e você?

— Apenas conversando com você, e secando meu
cabelo, acabei de sair do banho. Como assim não é nada de interessante, conta o
que está fazendo.

— Ahh, eu
já disse que não é nada de interessante, apenas escutando música na varanda…
está tão quente ultimamente.

— Tem razão, eu tomei uma boa ducha fria, melhor
coisa! Aliás, que música que se tá ouvindo?

— Nishi escreva direito, parece um menino do interior... Led Zeppelin - Stairway To Heaven Live, eu encontrei o CD em umas das caixas aqui, e decidi escutar, treinar o inglês quem sabe...

— Oooh!! Nem parece um líder de gangue malvado
assim Asahi, boa boa! XD XD XD

—Que?!?
Malditos boatos, que coisa idiota Nishinoya! >B(

—AAHH!! Não chore Asahi, sabe que é brincadeira.
HAHAHAHAHA!

Asahi ♥     

Offline - Bate-Papo

‘’Ahn? Ele realmente levou a sério a brincadeira… Droga, idiota idiota idiota!’’ Penso eu, batendo com o secador na minha cara graças a bobeira que eu fiz.  

— Asahi, desculpa cara… — Mando uma última mensagem, antes de apagar todas as luzes e ir dormir. Sem respostas, bloqueio o celular, suspiro, adormeço. No dia seguinte, já de manhãzinha, Asahi me responde e por consequência me acorda.

Asahi ♥   

Online - Bate-Papo

—Bom dia, desculpa esqueci de responder. Está tudo bem, sei que é uma brincadeirinha
idiota...Te vejo na escola. B))