Like a Rolling Stone escrita por MrsSong


Capítulo 12
My Dilemma




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PITANGA E MIRTILO: O PROJETO DA FAMÍLIA CAMPANA PARA AJUDAR AS CRIANÇAS DE SÃO PAULO

Bazar Beneficente acontecerá no fim do mês

 

Finalmente sabemos o que está acontecendo entre Giane de Sousa e Fábio Campana, filho do cineasta Plínio Campana. Recentemente, a modelo foi fotografada com Fábio Campana comprando fraldas e outros itens de higiene para crianças e, em seguida, eles, com Malu e um amigo desconhecido, foram flagrados em lojas de brinquedo e de roupas infantis.

Ha algumas horas entrou no ar o site Pitanga e Mirtilo e se engana quem pensa que é um anúncio de casamento do casal mais interessante de São Paulo nos últimos tempos. Não, se trata da divulgação de um Bazar Beneficente para arrecadar fundos para a ampliação da ONG de Malu: A Toca do Saci.

Num vídeo de 15 minutos, vemos Giane, Malu e Bento (o tal amigo desconhecido) plantando uma pitangueira e um mirtileiro com a ajuda das crianças que a ONG auxilia no espaço do projeto social, enquanto ouve-se Fábio incentivando as crianças a derrubar tanto a namorada quanto a irmã na terra, sendo derrubado depois na terra pelas crianças e a namorada, enquanto todos riem. Depois, Malu explica o projeto e a ideia de ampliar para ajudar mais crianças e poder financiar mais atividades.

É desse vídeo, que foi gravado pelo próprio patriarca Campana, que surgiu o nome da campanha.

Sim, o público que esperava que as palavras fossem ideias para nomes do futuro herdeiro do casal, ficará decepcionado em descobrir que Giane não está grávida e o filho que eles supostamente se referiam é o projeto de Malu.

Muitos famosos brasileiros já prometeram ceder peças para esse Bazar, mas o que mais surpreendeu foi a declaração de Andrew Kirk, guitarrista da banda indie Parsonage, que prometeu uma guitarra de sua coleção para o Bazar da nova cunhada da ex-namorada. Gente bem-educada é outra história, não é mesmo?

Quanto aos brinquedos e objetos de higiene? Eram doações para a Toca. Malu Campana faz questão de frisar no vídeo que qualquer ajuda é sempre bem-vinda.

O Bazar ocorrerá no próximo dia 19 no São Paulo Expo. Fica a dica.

 

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Para quem só teve uma semana para preparar todo o golpe midiático, fomos muito bons. Bento não gostou muito da história de usarmos a mídia da minha suposta gravidez para colocarmos nosso Bazar na boca do povo, mas aceitou participar do plano pelas crianças.

Assim, várias pessoas estavam envolvidas em ajudar com nosso Bazar e, como eu tinha medo de termos pouco tempo para cuidar da floricultura do jeito certo, a maior parte de nossas reuniões eram ali na Acácia depois do horário do expediente.

Não preciso dizer que as pessoas iam todas me parabenizar (ou me dizer que eu era jovem demais) pela suposta gravidez lá na loja, todas querendo passar a mão na minha barriga enquanto eu avisava que eu não estava grávida.

Fabinho não desgrudava de mim e eu acharia engraçado se a situação não fosse outra, tínhamos que agir com intimidade quando percebíamos gente tirando foto, o que fazia com que ele sempre tivesse uma das mãos no meu corpo.

Quase sentia falta quando nos separávamos.

Terminei de ler a notícia que foi publicada por uma amiga de Plínio e mandei uma mensagem para Fabinho que dizia que já estava no ar a notícia e não obtive resposta imediata. Mordi os lábios e encarei meu celular incomodada com o silêncio de Fabinho.

— Pensando em mim, maloqueira? - ele perguntou me virando para ele enquanto abria um sorriso safado.

— E eu lá penso em fraldinha? - retruquei e ele riu para depois fechar a cara. - O que foi, criatura?

— Me lembrei que seu namoradinho vai dar uma guitarra para o Bazar da Malu, já aviso que sou ciumento e não quero rockstar marcando território na minha garota. - ele respondeu e eu gargalhei falsamente.

— Não sou sua garota e ele está doando a Giane, a guitarra que eu dei de presente para ele quando a banda ainda era desconhecida, Andy só está querendo ajudar. Sua avó que me pediu para pedir a ajuda dele. - respondi e Fabinho manteve a expressão irritada.

Ah, ele está doando a guitarra Giane! Por que não disse antes? É claro que Andy está querendo ajudar. - ele zombou e eu revirei os olhos e me recusei a responder. - O que você vai me dar de presente, hein, maloqueira? Uma bateria?

Minha mão na sua cara, serve? - perguntei com sarcasmo e ele riu me puxando para ele pela cintura.

— Algum dia desses, garota, você vai me implorar para eu te dar atenção e eu vou rir da sua cara. - ele comentou aproximando o rosto do meu.

— Espera sentado esse dia chegar, meu amor, porque não te quero cansado. - respondi sem afastar o rosto.

— Estou interrompendo alguma coisa? - perguntou Lara Keller entrando na loja.

— O que você está fazendo aqui, Lara? - eu questionei me preparando para batalha.

— Vim conversar, você me disse que queria distância da mídia, mas sai mais em coluna social que quem gosta de sair na mídia. - ela respondeu com um sorriso debochado que direcionou para Fabinho. - Fabinho, quanto tempo! A última vez que eu te vi…

— Eu estava saindo do quarto depois de termos transado? - ele completou sem paciência. Arquivei aquela informação para mais tarde. - Se eu não te liguei é porque eu tinha um motivo, Larinha.

Segurei a risada que escapava pelo nariz, então Lara me encarou com irritação, pisquei algumas vezes fingindo inocência.

— Bom, tenho duas opções aqui: vocês saem e resolvem isso fora da minha loja ou você, Lara, sai e nos deixa em paz. - resumi cruzava os braços.

— Eu só vim oferecer uma proposta de entrevista para o Luxury sobre o Bazar Beneficente da Malu Campana. - ela avisou fazendo biquinho.

— O evento é da Malu você mesma disse, vai falar com ela. - eu respondi sem muito interesse.

— Vou ignorar essa grosseria só porque você está grávida, viu, fofa? - ela debochou e eu me segurei para não expulsar ela da minha loja.

— Vou ignorar esse comentário idiota e te pedir pra você ir embora, viu, fofa? - retruquei e Lara me encarou por alguns segundos antes de perder o interesse.

— Vou deixar em aberto sua participação, querida. - ela se voltou para Fabinho. - Quando cansar de brincar de pobre menino rico me liga que podemos nos divertir horrores.

— Não quero acabar com um filho real, Lara. Muito obrigado pela oferta. - foi a resposta do fraldinha.

Lara foi embora e, depois de alguns segundos olhando para a porta da loja, me virei para Fabinho com a sobrancelha arqueada e um sorriso debochado.

— Devo me sentir lisonjeada ou ofendida pelo seu interesse em mim? - perguntei e ele sorriu sedutor inclinando o rosto na minha direção.

— Isso você só vai saber se aceitar passar a noite comigo. - eu ri com gosto da cantada terrível.

— Você atua tão bem que quase me convence às vezes, cara. Sorte a sua que agora eu espero a sua atuação ou eu podia esperar uma noite bem tórrida com você. - zombei e me distanciei de Fabinho para atender uma cliente que estava encantada com nossas tulipas.

 

 

— Oi, viemos nos candidatar para o trabalho voluntário. - Malu sorriu abertamente para as duas mulheres que tinham acabado de chegar na Toca do Saci.

A mulher de olhos tristes a lembrava de alguém, mas não conseguia definir quem seria. Sorriu e a apresentou para o ambiente enquanto conversavam.

 

Giane é a tentação final, eu acho. Eu não sei quem decidiu colocar o corpo de uma mulher com a mente do pior dos maloqueiros, mas eu culpo alguma entidade que quer me fazer pecar.

Ou me fazer expiar os meus pecados.

Ela caminha pela loja e sorri como se fosse a mais inocente das criaturas para depois me encarar com malícia de uma amante, mas sob o pretexto da amizade… As muitas mulheres que vivem em Giane me atraem de uma forma que me faz viver cercado delas.

Uma esfinge que sabe que eu nunca a decifrarei, isso é o que minha Jean é.

— Planeta Terra chamando. Fábio Campana, na escuta? - ela perguntou passando a mão na frente do meu rosto com uma risada inocente.

— Fábio Campana para U.S.S. Enterprise, estou em um planeta cercado de flores. - me aproximei de Giane que se afastava às gargalhadas. - Acho que encontrei uma nativa, tentarei contato.

Agarrei aquela pivete pela cintura e enquanto ela se debatia querendo se soltar contendo uma risada.

— Posso tentar assimilar a linguagem da nativa, base? - perguntei e a minha maloqueira (sim, minha. Giane seria para sempre minha nesses momentos. Por mais que eu ache que os momentos eram dela).

— Meu, você é muito nerd. - ela zombou se afastando. - Proibido de tentar assimilação de linguagem enquanto ficar bancando o nerd, que eu não quero pegar sua nerdice.

— Diz a garota que entendeu a referência. - dei de ombros e ela se sentou no balcão me fazendo me aproximar dela.

— Já aviso que não vou brincar de princesa Leia para te agradar, fraldinha.

Gargalhei ficando de frente para ela. Acho que ia fazer um comentário debochado sobre como ela ficaria sensual com aquele biquíni de escrava, mas a frase morreu antes de sair dos meus lábios.

— Ela precisa de muito dinheiro para isso, Fabinho. - Amora comentou e o meu sangue ferveu.

— E você veio até aqui para quê? Se sentir solitária porque ninguém te quer? - perguntei e ela revirou os olhos sem paciência.

— Você diz isso na frente da favelada aí, mas é por mim que sofre, pobre menino rico. - ela jogou o cabelo para o lado e suspirou. - Vim atrás do Bento, ele está?

Não respondemos pois Sueli Pedrosa entrou como um tiro na floricultura. Senti Giane ficar tensa, mas logo relaxou ao sentir minha mão em sua coxa.

Você armou uma para Giane uma vez, agora é a minha vez de armar uma para você.

— Eu não acredito que você prometeu sua coleção de sapatos para o Bazar da Malu, Amorinha! - eu exclamei alto, sabendo que as câmeras daquela abutre captaram toda a minha atuação.

Me virei para as câmeras de Sueli com um sorriso cândido e os olhos brilhando. Senti a mudança de atitude de Giane e interpretei que ela tinha entendido minha jogada. Logo depois disso, ela desceu do balcão e abraçou a Amora como se elas fossem melhores amigas.

— Isso é maravilhoso, Amora. Acho lindo que você também se envolva com a Toca. Devíamos plantar uma amoreira em sua homenagem… Ah, já foi feito. - ela suspirou, mas sorriu novamente.

Giane zombou do meu talento de ator, mas o dela era maravilhoso. Eu quase acreditei na sinceridade dela.

Então, decidi finalizar o golpe olhando para Sueli Pedrosa e abrindo um sorriso simpático.

— Amora Campana doará sua coleção de sapatos para o projeto Pitanga e Mirtilo. - anunciei e Giane do meu lado passou as mãos pelo meu ombro e eu enlacei sua cintura.

Éramos um casal midiático, não é mesmo?

Sueli começou uma sequência de questões para Amora que respondeu como se estivesse super animada com a notícia que tínhamos acabado de dar. Wesley voltou com Bento da colheita e Giane e eu discretamente saímos da loja.

Eu já esperava o contra-ataque da minha quase irmãzinha adotiva.

 

— O que você está fazendo aqui, Amora? - Plínio perguntou, vendo a filha de Bárbara sorrir dissimulada.

— Vim conversar. - a modelo respondeu se sentando como se fosse a dona do lugar.

— Sobre o quê? - ele insistiu se sentando também.

— Fabinho. - ela suspirou fingindo inocência, mas Plínio não se deixou iludir.

— E o quê tem meu filho?

— Você me ofereceu dinheiro há alguns anos para me manter longe do seu filho, Plínio. Mesmo que machucasse seu amado filho, só porque achava que eu não era uma boa amizade para Fabinho. - ela começou abraçando o próprio corpo. - Então eu descubro que você apoia seu filho se envolver com uma garota com ficha na polícia.

— Do que você está falando, Amora? - Plínio perguntou confuso.

— Ela nunca contaria, é lógico, sabe que tem muito a perder se descobrirem que ela foi fichada na polícia por agressão... Algumas vezes. - Amora se levantou e encarou Plínio mal contendo o sorriso vitorioso.

— A Giane tem ficha por agressão, é isso? - Plínio se certificou.

— Eu achei melhor contar logo para você, vai que ela consegue o que ela quer e engravida do Fabinho.

— Que súbito interesse no meu filho, Amora. Estou até emocionado com sua decência.

— Eu só não quero que aquela favelada ganhe o grande prêmio, mas pode verificar se não confia em mim. - Amora tirou da bolsa alguns documentos e entregou para Plínio. - Você que sabe se gosta de ver tanto o Fabinho quanto a Malu cheios de amizade com bandida.

— A questão é quanto vai me custar essa informação, Amora.

— É de graça. Para Giane se lembrar de com quem está brincando.

Antes de Plínio retrucasse, Amora foi embora. Ela já tinha conseguido o que queria ali.

 

— Sério que seu plano de noite bem gasta é ficar na sala deitado no sofá vendo jogo? - Fabinho me perguntou e eu dei um empurrão nele.

— Tem ideia melhor? - perguntei e ele riu, passando as mãos pelo meu braço.

— Muitas coisas.

— Mas nada tão bom quanto esse jogo. - eu disse ele riu.

— Seus rockstars são bem fraquinhos. - debochou e eu o encarei pelo canto do olho, contendo um sorriso sacana.

— Ou eu talvez eu ache que você não vale o investimento de perder meu jogo, só isso. - isso o fez ficar calado.

Por uns dois minutos.

— Você já tem um vestido para a pré-estreia do meu pai? - ele perguntou e eu quase revirei os olhos.

— Roupa para usar em evento importante é o que não falta nessa casa. - respondi sem dar ideias do que usaria.

Afinal, nem eu sabia.

— Desculpa então, modelete. Não está mais aqui quem falou. - ele parecia chateado com a minha resposta, então desisti do jogo para entender o quê aquele moleque mimado queria.

— Você quer fazer compras comigo, Fabinho? - perguntei com uma risadinha. - Posso te levar no shopping e te dar uma canseira.

— Você podia dar uma canseira em mim aqui e agora, que tal? - ele propôs e eu balancei a cabeça.

Não respondi, porque Douglas entrou correndo na minha casa me dizendo que estava acontecendo um barraco e precisavam de mim para ajudar a acalmar a situação, porque Renata estava desesperada e não queria falar com ninguém.

E ela foi a única da rua que me incentivou a ser modelo. Ela me dizia que eu era linda e que eu não devia ter vergonha de ser do jeito que eu era porque quem me conhecesse de verdade me amaria. Renata foi a minha irmã mais velha postiça e eu a adorava.

Levantei e saí correndo, sendo seguida por Fabinho e Douglas, que parecia medir Fabinho, enquanto me seguiam.

 

Entramos no Cantaí onde encontramos Érico espumando pela boca e eu me aproximei dele enquanto Giane corria para a mulher que chorava copiosamente e que deveria ser a tal Renata. Jonas – o cara que montou o site do bazar da Malu – estava sem saber o que fazer.

— O que aconteceu? - perguntei para Jonas e ele suspirou, percebendo que Giane conversava baixinho com Renata a abraçando.

— Ela me traiu com o canalha do meu primo! - Érico bradou e eu arregalei os olhos. - Peguei a vagabunda vestida de noiva se atracando com o Tito!

Giane levantou o rosto para Érico com fúria e se ergueu como a amazona que ela era. Percebi que os amigos de Giane se afastaram de Érico e eu também me afastei.

O soco de Giane veio mais rápido do que da vez que eu recebi – e eu entendi porque Bento achou graça. Uma garota do tamanho de Giane brigando com homens é muito engraçado, mas ela era uma maloqueira sabia o que estava fazendo.

— Por que fez isso, Giane? - ele perguntou e eu percebi que Érico estava completamente bêbado.

— Por quê? Ah, porque você acabou de chamar a mulher que passou mais de uma década ao seu lado de vagabunda! - ela respondeu furiosa e ele encolheu os ombros.

— Você não ouviu o que eu acabei de contar não? - Érico retrucou e fez menção de se aproximar de Giane, me aproximei dela.

Lá vou eu apanhar por causa daquela maloqueira.

— Ouvi. Beleza. Acabou o relacionamento, vida que segue. O único problema é que sua atitude só me faz pensar que o problema não foi a traição, foi você não ter pensado nisso primeiro. - ela respondeu friamente e eu senti meu corpo ficando dolorido por dias.

Eu tinha uma pré-estreia para ir!

— Ela veio aqui me… - Érico começou, mas foi interrompido por Giane.

— Te pedir desculpas porque você não merecia ser traído. O que você fez? Teve um ataque e começou a gritar coisas horríveis para ela. - ela suspirou com cansaço. - Volta pra sua casa, dorme, curta a ressaca de cão que você vai ter para perceber que esse cara gritando coisas horríveis para a Renata não é o Érico.

— Você também vai ter a cabeça enfeitada, viu, Fabinho? Vê como ela defende a amiguinha traidora dela? - ele comentou e eu consegui segurar a pivete antes dela fazer picadinho de Érico.

— Érico, vai dormir, cara. Faz esse favor para você mesmo. - pedi sem muito interesse na história de ser enfeitado por Giane. - Antes que eu resolva enfeitar a tua cara.

Érico foi arrastado por Lucindo e Jonas enquanto gritava que um mauricinho como eu não conseguiria brigar com ele de igual para igual.

Giane voltou para Renata que parecia mais calma. As duas se abraçaram com carinho e Giane limpou o resto das lágrimas da mais velha, enquanto Renata fez algum comentário que fez a maloqueira corar violentamente e se afastou falando comigo:

— Então você é o famoso Fabinho? Me falaram que você era um fraldinha metido à besta mas não está parecendo.

— E aquela maloqueira que sua amiga é assume o que sente? - brinquei e ela sorriu de lado.

— Vejo que já conhece a Giane muito bem. - ela suspirou vendo Giane se aproximar com as bochechas ainda vermelhas. - Vou para minha casa digerir o que aconteceu aqui. Boa noite.

Respondemos enquanto Renata saía.

 

Andávamos pela praça, meu jogo tinha sido abandonado pelas emoções da noite e Fabinho me acompanhava observando a beleza da noite na Casa Verde.

— O que sua amiga te disse para te fazer corar? - Fabinho perguntou e eu mordi o lábio inferior.

— Coisa de garota.

— Era sobre mim, não era? - ele insistiu e eu quis fugir.

— O mundo não gira ao seu redor. - disse e ele riu me abraçando por trás.

— É verdade, mas eu sei quando garotas estão estimulando as amigas a ficarem comigo. - ele beijou minha bochecha esquerda e depois a direita, me virando para ele.

Ele me encarou por alguns segundos como se cogitasse a hipótese de me beijar. Seria um beijo romântico e não era como se eu nunca tivesse beijado o cara.

Só que ali não teríamos plateia.

— Está ficando tarde. - comentei e ele se afastou de mim devagar. - Dorme aí.

À minha sugestão, ele abriu um sorriso sacana.

— Vamos dormir de conchinha, é? - ele perguntou e eu ri.

— Não. Você vai dormir no chão e eu vou dormir na minha cama. - respondi sabendo que estava contando uma mentira.

Mas Fabinho não precisava saber que eu gostava mais do que queria gostar das mãos dele em mim.

 

— Cadê seu irmão? - Plínio perguntou para Malu por telefone.

— Com a Giane, ué. Ele lá desgruda dela? - a filha respondeu sem grande interesse.

— Você confia nela, minha filha?

— Confio. E eu já te disse isso.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Roubei o título de My Dilemma da Selena Gomez.



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