Fugimos das Regras, Okay? escrita por Su
Notas iniciais do capítulo
Ooi genteney, demorei? Yea, mas estou aqui, e vim vos desejar um feliz ano novo! ♥
Gente, este capítulo está bem fofinho *-* Ahah, mas só de pensar nas bombas que vêm aí... fiquem ligados/as!
Boa leitura!!
— Levámos castigo.
— Eu não devia ter levado, mas essa cacheada aí, eu defendo! — Binho disse, fazendo Tati sorrir minimamente.
— Eu estava a achar a Carmen boa demais. — Pensou Bia, em voz alta. — Mas o que vocês dois foram fazer para ficarem de castigo?
— Eu deixei mel no chão. — Tati disse cabisbaixa. — E a bruxa escorregou. — Riu ao recordar a cena, fazendo os amigos rirem ao imaginarem. Apesar da consequência após, ela não pôde negar que foi engraçado.
— E eu cheguei, e ouvi ela a brigar com a Tati, e disse que fui eu quem deixou o mel no chão.
— É bem Binho, se não tivesses feito isso, o idiota aqui eras tu. Fizeste bem em defender a tua namorada. — Mosca disse, fazendo Bia rir, enquanto Tati e Binho entreolharam-se.
— Mosca… Não, err… Não, tipo, não. — Disse Binho, mostrando que não tinha visto graça nenhuma.
— Não mesmo. — Disse a morena cacheada.
— Espera, qual foi o vosso castigo?
— Não podemos sair do orfanato durante uma semana.
Enquanto isso, os restantes foram aparecendo com as tarefas cumpridas.
— Está tudo. — Afirmou Vivi.
— Certo, vamos.
— Boa sorte. — Tati e Binho disseram em uníssono, causando risos em ambos.
— Como é, vocês não vão? — Indagou Dani.
— Eles estão de castigo.
— Vamos! — Disse Mosca, abrindo a porta.
Após todos saírem, os dois entreolharam-se, até o moreno falar.
— O último a chegar ao pátio vai mexer nas partes íntimas da Pipoca! — Disse, começando a correr.
— Que nojo. — A morena fez uma careta. — Binho espera! — Disse a correr, ao ver que ele já não se encontrava na sala.
Na vizinhança…
— Agora, quais casas são as deles? — Perguntou Maria.
— Aquela ali é do Tatu, eu vi-o ir lá e voltar quando nos fomos embora. — Ana afirmou, apontando com o dedo indicador para uma das casas da vizinhança.
— Sabem o combinado. Ana, vai lá. — Ordenou Mili.
Ana assentiu, movendo-se em direção à casa para que apontara anteriormente. Ela tocou à campainha e saiu a correr, escondendo-se, juntamente com os amigos, por detrás de umas árvores ali perto.
— Atirem apenas se for o Tatu. — Disse Mosca.
Eles observaram a pessoa que abriu a porta. Era uma senhora de cabelos escuros e pele clara.
— Nem se atrevam. — Pata adiantou, ao ver que alguns amigos se apresentavam dispostos a atirar os balões.
A mulher fechou a porta, ao ver que não havia ninguém ao alcance da sua visão.
— Gente, gente, aquele não é o André? — Questionou Cris, escandalizando.
— É, mas Cris, não fales tão alto, ele pode ouvir! — Bia chamou a amiga à atenção, que apenas deu de ombros.
— Thiago, é contigo. — O dono das covinhas disse a si mesmo, pegando num balão com terra e água. Ele mirou o alvo e… Em cheio. O moreno sorriu satisfeito.
— Eu vou partir-te ao meio! Vai, aparece idiota! — André praguejava sem resposta.
— Coitado. — Maria mostrou pena.
— Coitado mesmo, está a armar-se em espertão e nem deve notar que está a fazer papel de palhaço. — Thiago disse a rir.
André apenas despiu a blusa – que era a peça que estava mais suja - e atirou ao chão, com raiva. Vivi e Cris ficaram a analisar cada detalhe do seu corpo.
— Aparece, porra! — O loiro gritou irritado, com a sua razão.
— Ele está a assustar-me já. — Disse Neco, visivelmente com medo.
— Lá nada, ele está ali como quem diz “Vendo chouriço, querem?”! — Disse Thiago a forçar uma voz estranha, causando gargalhadas em toda a sua turma à exceção de Vivi e Cris, que estavam concentradas demais para prestar atenção a qualquer outra coisa.
No orfanato…
— Eu não acredito que fiz aquilo. — Binho reclamou enquanto lavava as mãos e Tati ria.
— Bem feita, foste tu quem lançou o desafio. — Tati dizia, rindo descontroladamente. — E olha que eu comecei a correr depois!
O moreno fechou a torneira e pegou numa toalha, secando as mãos.
— Como será que está a correr lá com os vizinhos? — Ele perguntou a pensar.
— Ah e eu sei lá, não estou lá para ver.
— Queres saber? Eu vou é arranjar uma coisa pra fazer, ‘tá’ o maior tédio.
— Falsiane. Falar comigo é tédio?
Ele moveu-se até à rapariga, sem retrucar. Estando frente a frente, ele aproximou o seu rosto ao dela. Ela fechou os olhos por metade. Quando eles já sentiam as respirações abafadas, ele afastou-se, olhando para ela e indo em direção à sala.
— O que foi isto? — Tati perguntou a si mesma depois de ele ir embora. Ela e o melhor amigo teriam acabado de quase se beijar?
Na vizinhança…
— Ah, mas se eu fosse tu partia-o ao meio! — Disse a loira alta, apoiando o amigo André.
— Posso olhar? — Indagou Neco, com os olhos tapados, para não ver a briga de Thiago e André.
— Credo Neco, mesmo sendo mulher sou mais homem que tu! — Exclamou Bia.
Nesse momento, André acertou o olho de Thiago com um soco. O moreno caiu no chão com o impacto.
— Thiago! — Dani, Maria, Ana, Pata, Samuca, Vivi e Rafa correram até ele, que sangrava um pouco, abaixo da sobrancelha esquerda.
— Ah seu… Seu… — Mosca falava enquanto se dirigia até André.
— Não Mosca! — Mili correu até ele, tentando impedir o namorado de acabar como Thiago.
— Nem venhas que não tem, Milena! — Retrucou, dando um soco certeiro na face do loiro, considerado inimigo. — Afasta-te, se não podes te magoar.
— Mas…
— Afasta-te Mili! — Avisou gritando. Com isso, ela afastou-se.
— Ah, mas eu também quero brigar! — Bia reclamou, partindo para Janu.
Cris estava perto de Neco, embasbacada com a cena. Entre os três rapazes da turma dos vizinhos, André era o único, a seu ver, calmo e civilizado. Estava a precisar de óculos…
Numa grande e rica casa longe...
— A menina tem certeza quanto a essa sua escolha? — Questionou um senhor alto, que aparentava ter idade, devido a seus cabelos brancos e suas rugas.
— Não é “menina”, é “senhora”. Tenho 14 anos caramba! — A rapariga retrucou exaltada. — E sim Rodrigo, eu tenho a certeza absoluta.
— Mas porquê isso de repente?
— Eu estou farta de ter pais que me dão tudo menos tempo para mim, e ainda por cima reclamarem depois do meu mau temperamento. Além de que há pessoas que eu quero rever lá no orfanato Raio de Luz. — Deu um sorriso matreiro ao imaginar o reencontro.
— Mas aqui a senhora tem tudo do bom e do melhor!
— O melhor era ter pais de verdade, que me dessem atenção. — Disse cabisbaixa, logo recebendo um abraço de seu mordomo.
No orfanato…
— Pipoca, entendes os homens? Dás-me conselhos? — A irmã de Vivi perguntava enquanto brincava com a cadela de estimação do orfanato. — Claro que não, ninguém os entende.
— Que homens, mulher? — Binho, que estava a ouvir tudo na entrada para o pátio, perguntou.
— Estou a falar de bonecas. — Mentiu na maior normalidade, continuando a brincar com Pipoca.
Binho riu:
— Eu sei que deixaste as bonecas faz tempo. Tens 13 anos.
— E?
— E que tu mesma disseste que eu sou o teu melhor amigo, e estás a mentir-me. — Respondeu, mordendo de leve o lábio inferior.
— Que cena foi aquela lá na cozinha? — Foi diretamente ao ponto.
— Deixei-me levar.
— Por..?
— Sei lá. — Aproximou-se. — Acho que preciso de tirar uma dúvida.
— Que dúvida?
Binho considerou a ideia de dizer que talvez sentisse algo a mais pela rapariga, mas preferiu guardar isso consigo. Enquanto pensava, olhava para ela, deixando-a confusa.
Ela aproximou-se mais dele, e pegou na sua mão, fazendo-o sair do “transe”.
— É, deixa para lá. Acho que já está mais do que esclarecida para mim. — Afirmou, sorrindo, para depois abandonar o local.
Na vizinhança…
— Maria! — O moreno sussurrando, chamou. — Traz o resto das coisas.
— Claro. Estava a estranhar não pedires, Thiago. — Falou, levantando-se, e indo em direção ao local onde os restantes materiais se encontravam. — Mas espera, estás melhor?
— Estou.
— Ainda bem. — A pequena disse a sorrir. Ao chegar ao local onde haviam deixado as coisas, ela notou a falta de algumas coisas, mas não de todas.
— Toma só essa! — Ouvia-se a voz de Neco. Era ele quem havia pego os materiais. O rapaz atirou alguns balões com pó de mico para o André. Não arriscaria fazer o mesmo a Janu, a loira estava a brigar com Bia, se ele atirasse a uma, atingiria as duas.
— Ai, que droga! — André praguejou, a correr para sua casa.
— Gay. — Mosca murmurou.
— E eu que o achei gostoso. — Vivi confessou, visivelmente decepcionada.
— Toma essa Janu! — Bia empurrou-a num movimento muito brusco, fazendo a inimiga voar, por assim dizer.
— Tu ainda vais me pagá-las! — Afirmou Janu, adentrando a sua casa.
Eles ficaram a olhar para ela afastando-se, até que Rafa disse:
— Gente, não é por nada, mas eles vão se vingar e vai ser algo bem pior.
— A gente mexeu com quem estava quieto… — Disse Maria.
— E agora, posso olhar? — Perguntou Neco, com os olhos tapados pelas suas mãos ainda.
— Nunca devias ter tapado os olhos na verdade. — Retrucou Bia a sorrir.
— É?
— Foi divertido.
— Gente, eu estava a pensar… Porque a Carmen decidiu dar-nos liberdade, assim do nada? — Perguntou Cris, deixando muitas mentes pensativas.
Após algum tempo de silêncio, Mosca retruca:
— Vai se lá a saber o que se passa na mente daquela doida.
— E a minha irmã e o Binho? Como será que estão?
— Provavelmente a comer-se a uma hora dessas. — Dani respondeu, olhando para o relógio no seu pulso.
— Não vamos voltar. Não podemos correr o risco da Ernê ou da Carmen proibirem-nos de sair de lá. — Disse Mili.
— Mas era isso mesmo que vocês deveriam querer. — A turma do orfanato virou-se ao ouvir a voz de Janjão.
— Podia ser que se livrassem do troco. — Disse Janu, visivelmente machucada, olhando para Bia que sorria matreiro.
Neco pegou em alguns balões que continham mel e água dentro, para atirá-los para a turma inimiga, em seguida.
— Tatu, fica com esse.
Tatu correu atrás de Neco, que corria rápido para longe.
Com isso, Bia olhou para Ana, que decifrou o olhar da melhor amiga e pegou numa sertã e foi atrás dos dois. A ruiva correu bastante, até ver que eles abrandaram e que Tatu tinha agarrado Neco. Ela aproximou-se, e, sem força, acertou a cabeça do vizinho com a sertã. Ele virou-se para trás, para verificar quem tinha feito isso, agarrando Ana pelos braços ao vê-la. Ela remexia-se muito para ele a soltar, e uma vez que o esperado não aconteceu, a ruiva viu-se a chutar as partes íntimas do rapaz, que caiu no chão, a contorcer-se de dor.
— És doida?! — Perguntou o rapaz, colocando as mãos no local atingido.
— Desculpa! Err… Quero dizer… É bem feito! Quem mandou agarrar-me?
— Acabaste de matar crianças!
— Tatu, está a doer tanto assim? — Perguntou a rapariga, aparentemente preocupada.
— Claro!
— Desculpa. — A ruiva disse baixo, ela estava arrependida, não queria feri-lo muito.
No orfanato…
— Dona Carmen? — Binho estranhou a diretora ir embora àquela hora.
— Agora não Rubens, eu estou com pressa. Guarda o que queres dizer até amanhã. — Ouvi bem? Até amanhã? Ela vai-se embora agora mesmo e só volta amanhã? Pensou o rapaz. A mulher saiu para a rua com pressa, batendo a porta de entrada para o orfanato com muita força.
— Tati!
A rapariga desceu as escadas sem a mínima vontade. Pela cara parecia que ela tinha acabado de chorar, e Binho apercebeu-se disso; não tinha como não.
— Quê?
— O que se passa?
— Por que me chamaste? — Perguntou rapidamente, sem olhar para o melhor amigo. Era mais do que claro que ela queria mudar de assunto.
— Não tem tanta importância. Olha, eu não vou descansar enquanto não me disseres o que se passa contigo.
— Binho, não se passa nada.
— Tati, eu não sou bobo.
— Eu sei, mas não se passa nada de mais, apenas estive a falar com o meu pai agora, e ele disse que ainda vai demorar para poder me levar a mim e à minha irmã lá para casa.
Ele desconfiou, mas deixou da mão. Ela não queria dizer a verdade, e ele respeitaria isso.
— A Carmen foi-se embora e só volta amanhã.
— Graças a Deus uma coisa boa!
— É mesmo. — Sorriu.
A cacheada sentou-se no sofá, enquanto Binho permaneceu no computador. Ele, com os seus botões, pensou que ao ver o que ela estava a fazer no telemóvel, poderia descobrir o que ela tinha e não queria dizer. Acima do respeito, ele preocupava-se com ela. Ela estava a ver uma página ou um grupo no Facebook, ao qual Binho tentou ver o nome enquanto se aproximava por trás, mas não conseguiu. A primeira publicação que aparecia era de uma foto em que aparecia Tati, com o cabelo bagunçado, com a legenda “A diferentona do cabelo ridíco”. A maturidade é tanta que nem para escrever uma palavra bem, pensou ele. A publicação seguinte era outra foto de Tati – era uma foto de quando ela tinha 11 anos, em que ela estava a fazer bico e com uma das mãos nos seus cachos -, com a seguinte legenda: “Aquele momento em que a pessoa acha-se pelo cabelo.”. Ela foi passando as publicações, todas com legendas maldosas, tanto que houve umas que ela não leu bem.
— Por que não me contaste que era isso? — Binho perguntou sério, ao tomar o telemóvel das mãos de Tati, que instantaneamente virou-se para ele.
— Devolve o meu telemóvel. — Ela pediu, a chorar. Ele devolveu, mas pediu explicações.
— Sabes quem foi que criou essa merda? — O rapaz estava um pouco nervoso, assim como preocupado. Ela fez silêncio. — Tati, responde!
— Não sei! — As lágrimas escorriam pelo seu rosto.
— Eu vou descobrir.
— Binho, não precisa. Apenas não contes a ninguém isto, por favor.
Ele aproximou-se dela, e inevitavelmente abraçou-a, colocando a cabeça da morena contra o seu peito. Ela abraçou-o de volta, aquilo era como um calmante para ela.
De repente, a porta abriu-se. A pequena tentou desfazer-se do abraço para evitar comentários desnecessários, mas ele não permitiu.
— Não. — Sussurrou o rapaz, encostando a cabeça dela no seu peito novamente, uma vez que ela tinha tentado se afastar.
Ele viu que tinha sido Maria quem havia adentrado a sala. Ela nem notou que eles estavam ali, subiu as escadas a correr, e logo voltou com algumas coisas nas mãos, parando de correr ao vê-los.
— O que está a acontecer? — A pequena de 10 anos perguntou com um sorriso matreiro.
— Não é nada Maria. — Ele respondeu.
— Estranhos. — Ela disse enquanto corria para a porta, saindo pela mesma.
Ele beijou a cabeça de Tati ao ver que Maria já havia ido embora. Foi uma ação feita sem pensar, mas ele não se arrependeu.
— Tati, estás melhor?
Ela apenas abraçou-o com mais força. Ele considerou isso a sua resposta, e sorriu com ela, fazendo o mesmo que a rapariga.
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Beijorangos e beijerejas!:*