Fugimos das Regras, Okay? escrita por Su


Capítulo 5
Capítulo 5 - Esse abraço...


Notas iniciais do capítulo

Ooi genteney, demorei? Yea, mas estou aqui, e vim vos desejar um feliz ano novo! ♥
Gente, este capítulo está bem fofinho *-* Ahah, mas só de pensar nas bombas que vêm aí... fiquem ligados/as!
Boa leitura!!



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— Levámos castigo.

— Eu não devia ter levado, mas essa cacheada aí, eu defendo! — Binho disse, fazendo Tati sorrir minimamente.

— Eu estava a achar a Carmen boa demais. — Pensou Bia, em voz alta. — Mas o que vocês dois foram fazer para ficarem de castigo?

— Eu deixei mel no chão. — Tati disse cabisbaixa. — E a bruxa escorregou. — Riu ao recordar a cena, fazendo os amigos rirem ao imaginarem. Apesar da consequência após, ela não pôde negar que foi engraçado.

— E eu cheguei, e ouvi ela a brigar com a Tati, e disse que fui eu quem deixou o mel no chão.

— É bem Binho, se não tivesses feito isso, o idiota aqui eras tu. Fizeste bem em defender a tua namorada. — Mosca disse, fazendo Bia rir, enquanto Tati e Binho entreolharam-se.

— Mosca… Não, err… Não, tipo, não. — Disse Binho, mostrando que não tinha visto graça nenhuma.

— Não mesmo. — Disse a morena cacheada.

— Espera, qual foi o vosso castigo?

— Não podemos sair do orfanato durante uma semana.

Enquanto isso, os restantes foram aparecendo com as tarefas cumpridas.

— Está tudo. — Afirmou Vivi.

— Certo, vamos.

— Boa sorte. — Tati e Binho disseram em uníssono, causando risos em ambos.

— Como é, vocês não vão? — Indagou Dani.

— Eles estão de castigo.

— Vamos! — Disse Mosca, abrindo a porta.

Após todos saírem, os dois entreolharam-se, até o moreno falar.

— O último a chegar ao pátio vai mexer nas partes íntimas da Pipoca! — Disse, começando a correr.

— Que nojo. — A morena fez uma careta. — Binho espera! — Disse a correr, ao ver que ele já não se encontrava na sala.

Na vizinhança…

— Agora, quais casas são as deles? — Perguntou Maria.

— Aquela ali é do Tatu, eu vi-o ir lá e voltar quando nos fomos embora. — Ana afirmou, apontando com o dedo indicador para uma das casas da vizinhança.

— Sabem o combinado. Ana, vai lá. — Ordenou Mili.

Ana assentiu, movendo-se em direção à casa para que apontara anteriormente. Ela tocou à campainha e saiu a correr, escondendo-se, juntamente com os amigos, por detrás de umas árvores ali perto.

— Atirem apenas se for o Tatu. — Disse Mosca.

Eles observaram a pessoa que abriu a porta. Era uma senhora de cabelos escuros e pele clara.

— Nem se atrevam. — Pata adiantou, ao ver que alguns amigos se apresentavam dispostos a atirar os balões.

A mulher fechou a porta, ao ver que não havia ninguém ao alcance da sua visão.

— Gente, gente, aquele não é o André? — Questionou Cris, escandalizando.

— É, mas Cris, não fales tão alto, ele pode ouvir! — Bia chamou a amiga à atenção, que apenas deu de ombros.

— Thiago, é contigo. — O dono das covinhas disse a si mesmo, pegando num balão com terra e água. Ele mirou o alvo e… Em cheio. O moreno sorriu satisfeito.

— Eu vou partir-te ao meio! Vai, aparece idiota! — André praguejava sem resposta.

— Coitado. — Maria mostrou pena.

— Coitado mesmo, está a armar-se em espertão e nem deve notar que está a fazer papel de palhaço. — Thiago disse a rir.

André apenas despiu a blusa – que era a peça que estava mais suja - e atirou ao chão, com raiva. Vivi e Cris ficaram a analisar cada detalhe do seu corpo.

— Aparece, porra! — O loiro gritou irritado, com a sua razão.

— Ele está a assustar-me já. — Disse Neco, visivelmente com medo.

— Lá nada, ele está ali como quem diz “Vendo chouriço, querem?”! — Disse Thiago a forçar uma voz estranha, causando gargalhadas em toda a sua turma à exceção de Vivi e Cris, que estavam concentradas demais para prestar atenção a qualquer outra coisa.

No orfanato…

— Eu não acredito que fiz aquilo. — Binho reclamou enquanto lavava as mãos e Tati ria.

— Bem feita, foste tu quem lançou o desafio. — Tati dizia, rindo descontroladamente. — E olha que eu comecei a correr depois!

O moreno fechou a torneira e pegou numa toalha, secando as mãos.

— Como será que está a correr lá com os vizinhos? — Ele perguntou a pensar.

— Ah e eu sei lá, não estou lá para ver.

— Queres saber? Eu vou é arranjar uma coisa pra fazer, ‘tá’ o maior tédio.

— Falsiane. Falar comigo é tédio?

Ele moveu-se até à rapariga, sem retrucar. Estando frente a frente, ele aproximou o seu rosto ao dela. Ela fechou os olhos por metade. Quando eles já sentiam as respirações abafadas, ele afastou-se, olhando para ela e indo em direção à sala.

— O que foi isto? — Tati perguntou a si mesma depois de ele ir embora. Ela e o melhor amigo teriam acabado de quase se beijar?

Na vizinhança…

— Ah, mas se eu fosse tu partia-o ao meio! — Disse a loira alta, apoiando o amigo André.

— Posso olhar? — Indagou Neco, com os olhos tapados, para não ver a briga de Thiago e André.

— Credo Neco, mesmo sendo mulher sou mais homem que tu! — Exclamou Bia.

Nesse momento, André acertou o olho de Thiago com um soco. O moreno caiu no chão com o impacto.

— Thiago! — Dani, Maria, Ana, Pata, Samuca, Vivi e Rafa correram até ele, que sangrava um pouco, abaixo da sobrancelha esquerda.

— Ah seu… Seu… — Mosca falava enquanto se dirigia até André.

— Não Mosca! — Mili correu até ele, tentando impedir o namorado de acabar como Thiago.

— Nem venhas que não tem, Milena! — Retrucou, dando um soco certeiro na face do loiro, considerado inimigo. — Afasta-te, se não podes te magoar.

— Mas…

— Afasta-te Mili! — Avisou gritando. Com isso, ela afastou-se.

— Ah, mas eu também quero brigar! — Bia reclamou, partindo para Janu.

Cris estava perto de Neco, embasbacada com a cena. Entre os três rapazes da turma dos vizinhos, André era o único, a seu ver, calmo e civilizado. Estava a precisar de óculos…

Numa grande e rica casa longe...

— A menina tem certeza quanto a essa sua escolha? — Questionou um senhor alto, que aparentava ter idade, devido a seus cabelos brancos e suas rugas.

— Não é “menina”, é “senhora”. Tenho 14 anos caramba! — A rapariga retrucou exaltada. — E sim Rodrigo, eu tenho a certeza absoluta.

— Mas porquê isso de repente?

— Eu estou farta de ter pais que me dão tudo menos tempo para mim, e ainda por cima reclamarem depois do meu mau temperamento. Além de que há pessoas que eu quero rever lá no orfanato Raio de Luz. — Deu um sorriso matreiro ao imaginar o reencontro.

— Mas aqui a senhora tem tudo do bom e do melhor!

— O melhor era ter pais de verdade, que me dessem atenção. — Disse cabisbaixa, logo recebendo um abraço de seu mordomo.

No orfanato…

— Pipoca, entendes os homens? Dás-me conselhos? — A irmã de Vivi perguntava enquanto brincava com a cadela de estimação do orfanato. — Claro que não, ninguém os entende.

— Que homens, mulher? — Binho, que estava a ouvir tudo na entrada para o pátio, perguntou.

— Estou a falar de bonecas. — Mentiu na maior normalidade, continuando a brincar com Pipoca.

Binho riu:

— Eu sei que deixaste as bonecas faz tempo. Tens 13 anos.

— E?

— E que tu mesma disseste que eu sou o teu melhor amigo, e estás a mentir-me. — Respondeu, mordendo de leve o lábio inferior.

— Que cena foi aquela lá na cozinha? — Foi diretamente ao ponto.

— Deixei-me levar.

— Por..?

— Sei lá. — Aproximou-se. — Acho que preciso de tirar uma dúvida.

— Que dúvida?

Binho considerou a ideia de dizer que talvez sentisse algo a mais pela rapariga, mas preferiu guardar isso consigo. Enquanto pensava, olhava para ela, deixando-a confusa.

Ela aproximou-se mais dele, e pegou na sua mão, fazendo-o sair do “transe”.

— É, deixa para lá. Acho que já está mais do que esclarecida para mim. — Afirmou, sorrindo, para depois abandonar o local.

Na vizinhança…

— Maria! — O moreno sussurrando, chamou. — Traz o resto das coisas.

— Claro. Estava a estranhar não pedires, Thiago. — Falou, levantando-se, e indo em direção ao local onde os restantes materiais se encontravam. — Mas espera, estás melhor?

— Estou.

— Ainda bem. — A pequena disse a sorrir. Ao chegar ao local onde haviam deixado as coisas, ela notou a falta de algumas coisas, mas não de todas.

— Toma só essa! — Ouvia-se a voz de Neco. Era ele quem havia pego os materiais. O rapaz atirou alguns balões com pó de mico para o André. Não arriscaria fazer o mesmo a Janu, a loira estava a brigar com Bia, se ele atirasse a uma, atingiria as duas.

— Ai, que droga! — André praguejou, a correr para sua casa.

— Gay. — Mosca murmurou.

— E eu que o achei gostoso. — Vivi confessou, visivelmente decepcionada.

— Toma essa Janu! — Bia empurrou-a num movimento muito brusco, fazendo a inimiga voar, por assim dizer.

— Tu ainda vais me pagá-las! — Afirmou Janu, adentrando a sua casa.

Eles ficaram a olhar para ela afastando-se, até que Rafa disse:

— Gente, não é por nada, mas eles vão se vingar e vai ser algo bem pior.

— A gente mexeu com quem estava quieto… — Disse Maria.

— E agora, posso olhar? — Perguntou Neco, com os olhos tapados pelas suas mãos ainda.

— Nunca devias ter tapado os olhos na verdade. — Retrucou Bia a sorrir.

— É?

— Foi divertido.

— Gente, eu estava a pensar… Porque a Carmen decidiu dar-nos liberdade, assim do nada? — Perguntou Cris, deixando muitas mentes pensativas.

Após algum tempo de silêncio, Mosca retruca:

— Vai se lá a saber o que se passa na mente daquela doida.

— E a minha irmã e o Binho? Como será que estão?

— Provavelmente a comer-se a uma hora dessas. — Dani respondeu, olhando para o relógio no seu pulso.

— Não vamos voltar. Não podemos correr o risco da Ernê ou da Carmen proibirem-nos de sair de lá. — Disse Mili.

— Mas era isso mesmo que vocês deveriam querer. — A turma do orfanato virou-se ao ouvir a voz de Janjão.

— Podia ser que se livrassem do troco. — Disse Janu, visivelmente machucada, olhando para Bia que sorria matreiro.

Neco pegou em alguns balões que continham mel e água dentro, para atirá-los para a turma inimiga, em seguida.

— Tatu, fica com esse.

Tatu correu atrás de Neco, que corria rápido para longe.

Com isso, Bia olhou para Ana, que decifrou o olhar da melhor amiga e pegou numa sertã e foi atrás dos dois. A ruiva correu bastante, até ver que eles abrandaram e que Tatu tinha agarrado Neco. Ela aproximou-se, e, sem força, acertou a cabeça do vizinho com a sertã. Ele virou-se para trás, para verificar quem tinha feito isso, agarrando Ana pelos braços ao vê-la. Ela remexia-se muito para ele a soltar, e uma vez que o esperado não aconteceu, a ruiva viu-se a chutar as partes íntimas do rapaz, que caiu no chão, a contorcer-se de dor.

— És doida?! — Perguntou o rapaz, colocando as mãos no local atingido.

— Desculpa! Err… Quero dizer… É bem feito! Quem mandou agarrar-me?

— Acabaste de matar crianças!

— Tatu, está a doer tanto assim? — Perguntou a rapariga, aparentemente preocupada.  

— Claro!

— Desculpa. — A ruiva disse baixo, ela estava arrependida, não queria feri-lo muito.

No orfanato…

— Dona Carmen? — Binho estranhou a diretora ir embora àquela hora.

— Agora não Rubens, eu estou com pressa. Guarda o que queres dizer até amanhã. — Ouvi bem? Até amanhã? Ela vai-se embora agora mesmo e só volta amanhã? Pensou o rapaz. A mulher saiu para a rua com pressa, batendo a porta de entrada para o orfanato com muita força.

— Tati!

A rapariga desceu as escadas sem a mínima vontade. Pela cara parecia que ela tinha acabado de chorar, e Binho apercebeu-se disso; não tinha como não.

— Quê?

— O que se passa?

— Por que me chamaste? — Perguntou rapidamente, sem olhar para o melhor amigo. Era mais do que claro que ela queria mudar de assunto.

— Não tem tanta importância. Olha, eu não vou descansar enquanto não me disseres o que se passa contigo.

— Binho, não se passa nada.

— Tati, eu não sou bobo.

— Eu sei, mas não se passa nada de mais, apenas estive a falar com o meu pai agora, e ele disse que ainda vai demorar para poder me levar a mim e à minha irmã lá para casa.

Ele desconfiou, mas deixou da mão. Ela não queria dizer a verdade, e ele respeitaria isso.

— A Carmen foi-se embora e só volta amanhã.

— Graças a Deus uma coisa boa!

— É mesmo. — Sorriu.

A cacheada sentou-se no sofá, enquanto Binho permaneceu no computador. Ele, com os seus botões, pensou que ao ver o que ela estava a fazer no telemóvel, poderia descobrir o que ela tinha e não queria dizer. Acima do respeito, ele preocupava-se com ela. Ela estava a ver uma página ou um grupo no Facebook, ao qual Binho tentou ver o nome enquanto se aproximava por trás, mas não conseguiu. A primeira publicação que aparecia era de uma foto em que aparecia Tati, com o cabelo bagunçado, com a legenda “A diferentona do cabelo ridíco”. A maturidade é tanta que nem para escrever uma palavra bem, pensou ele. A publicação seguinte era outra foto de Tati – era uma foto de quando ela tinha 11 anos, em que ela estava a fazer bico e com uma das mãos nos seus cachos -, com a seguinte legenda: “Aquele momento em que a pessoa acha-se pelo cabelo.”. Ela foi passando as publicações, todas com legendas maldosas, tanto que houve umas que ela não leu bem.

— Por que não me contaste que era isso? — Binho perguntou sério, ao tomar o telemóvel das mãos de Tati, que instantaneamente virou-se para ele.

— Devolve o meu telemóvel. — Ela pediu, a chorar. Ele devolveu, mas pediu explicações.

— Sabes quem foi que criou essa merda? — O rapaz estava um pouco nervoso, assim como preocupado. Ela fez silêncio. — Tati, responde!

— Não sei! — As lágrimas escorriam pelo seu rosto.

— Eu vou descobrir.

— Binho, não precisa. Apenas não contes a ninguém isto, por favor.

Ele aproximou-se dela, e inevitavelmente abraçou-a, colocando a cabeça da morena contra o seu peito. Ela abraçou-o de volta, aquilo era como um calmante para ela.

De repente, a porta abriu-se. A pequena tentou desfazer-se do abraço para evitar comentários desnecessários, mas ele não permitiu.

— Não. — Sussurrou o rapaz, encostando a cabeça dela no seu peito novamente, uma vez que ela tinha tentado se afastar.

Ele viu que tinha sido Maria quem havia adentrado a sala. Ela nem notou que eles estavam ali, subiu as escadas a correr, e logo voltou com algumas coisas nas mãos, parando de correr ao vê-los.

— O que está a acontecer? — A pequena de 10 anos perguntou com um sorriso matreiro.

— Não é nada Maria. — Ele respondeu.

— Estranhos. — Ela disse enquanto corria para a porta, saindo pela mesma.

Ele beijou a cabeça de Tati ao ver que Maria já havia ido embora. Foi uma ação feita sem pensar, mas ele não se arrependeu.

— Tati, estás melhor?

Ela apenas abraçou-o com mais força. Ele considerou isso a sua resposta, e sorriu com ela, fazendo o mesmo que a rapariga.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Encontraram algum erro? Odiaram? Amaram? Comentem para eu saber!
Feliz 2017, mais uma vez! ♥
Beijorangos e beijerejas!:*