Silver Crown — Interativa escrita por Gypsy


Capítulo 4
Capítulo 03 — Chesire cat


Notas iniciais do capítulo

Hey there! Como estão? E as festas de final de ano foram boas? Ah, feliz natal e feliz ano novo atrasados KKKKK, sorry por isso, galera. Mas, me contem como foi o ano de vocês! O meu foi meio bosta, meio merda, mas faz parte haha.
Já tinha esse capítulo escrito há bastante tempo, mas queria esperar a correria do fim de ano passar xD.
Anyway... Espero que gostem e boa leitura ♥



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— I CAN’T ESCAPE THIS HELL SO MANY TIMES I’VE TRIED.

 

    Ariana tinha um sorriso singelo em seus lábios enquanto olhava as fotos das selecionadas passarem no grande telão do salão de festas, eram todas muito belas e sabia que Austin deveria estar amando, na verdade, sabia que Austin, Jace e Damon estavam amando isso. Sorriu com seu próprio pensamento; olhou para a taça de cristal em suas mãos e seu estômago se revirou ao lembrar de que teria que beber aquilo tudo. Droga de festa!  A princesa virou o líquido transparente e cheio de espuma de uma vez na garganta e se arrependeu amargamente; a bebida desceu queimando em sua garganta, os olhos encheram-se de água e as pernas adormeceram-se. Ela odiava bebidas alcoólicas e odiava mais ainda o quão fraca era para qualquer tipo de álcool.  Passou os olhos de forma rápida pelo local e logo localizou seu irmão mais velho sozinho e com uma expressão de tédio em seu rosto, Ariana sabia o quanto Austin odiava essas festas em que envolviam a corte.

     Enquanto caminhava em direção ao irmão, a princesa fora parada diversas vezes por conhecidos; Ariana era extremamente gentil e simpática, e sua educação era de alguém realmente nobre, mas aquele tanto de gente interesseira a parando a cada segundo era extremamente irritante. Parou ao lado de seu irmão que agora encarava sua taça desinteressado, deu uma rápida olhada em sua nova companhia e esbanjou um sorriso mínimo, mas Ariana sabia o quão cansado ele estava.

    — Já está acabando, Austin... — comentou com um suspiro.

    — Já é a segunda vez que me falam isso e parece que o tempo só aumenta — deu uma última golada em sua taça acabando com o líquido que ali estava. — Desde quando você bebe?

     — Desde quando mamãe me obrigou — Ariana disse, olhando com nojo para sua taça antes cheia.

      — Já tentou dizer para ela que você não gosta de álcool? — a princesa realmente queria que fosse fácil assim. Olhou para seu irmão como se ele falasse o óbvio e o viu dando de ombros.

     — Essas bebidas são caras e importadas, Austin, mamãe não gostaria que fizéssemos descaso de algo assim.

      — E daí? Por algum acaso você é obrigada a fazer algo que não gosta só para agradar nossa mãe?

        Ariana olhou para o irmão de forma carinhosa; ele sempre fora extremamente protetor com ela, fazia de tudo para ver um sorriso no rosto da jovem e às vezes até assumia a culpa para ela não levar bronca, e era horrível ver o quanto seu irmão estava triste e chateado com aquilo tudo. Ela sabia que ele aguentava o peso de ser o futuro rei de Illéa porque fora criado para isso, mas sabia também que qualquer chance que tivesse de sair disso ele sairia, só não fez isso ainda porque Oscar jamais estaria preparado para ser um rei, e agora lhe tiram o direito de se casar ou não... Sentira-se horrível quando sua mãe dissera que ela e Jace não poderiam namorar. Por que estava pensando em Jonathan? Franziu a testa com isso, provavelmente era os efeitos do álcool em seu organismo.

   — Principessa... — Ariana arregalou os olhos ao ouvir aquela voz e aquele apelido tão carinhoso; virou-se rapidamente para dar de cara com Ezio D’Addio lhe encarando com um sorriso apaixonado. Ele veio.

   — Ezio! — a princesa se jogou nos braços do amado não aguentando sua felicidade. Se pudesse se casaria ali mesmo.

    Austin encarava aquela cena de amor com uma expressão raivosa no rosto, qualquer um que visse acharia que o garoto estava prestes a ter um ataque de nervos. Não era novidade para ninguém que ele odiasse Ezio, já até tentara ter uma conversa civilizado com o italiano, mas aquele sotaque irritante e aquela simpatia gigantesca só serviam para irritá-lo ainda mais. Bufou de raiva antes que tirasse Ariana dos braços daquele retardado, se pudesse trancá-la num quarto longe de todas as testosteronas do mundo, ele o faria.

    — Olá, Austin — virou-se para o italiano com sua maior cara de desprezo, para melhorar sua noite, o outro rapaz sorria de forma extremamente simpática enquanto tinha um braço em volta da cintura de Ariana.

    — Não me lembro de ter te dado liberdade de me chamar pelo nome — seu comentário fora ácido e indiferente. O herdeiro illéano observou as bochechas de Ezio assumirem um tom meio rosado e o rosto de sua irmã ficar completamente vermelho.

    — AUSTIN! — Ariana gritou, atraindo a atenção de algumas pessoas que passavam por ali. Virou-se para seu noive que agora exibia um sorrisinho sem graça, e disse de forma completamente envergonhada: — Me desculpe por isso, meu amor... Meu irmão bebeu e tenho certeza que sua intenção não era dizer algo assim...

     — Está tudo bem, amor — murmurou com um sorriso, Austin segurou a vontade de vomitar com a forma que ele pronunciava ‘amor’ —, vem, vamos ver Princesa Lílian.

      Com um último olhar fulminante na direção do irmão, Ariana seguiu seu noivo em direção à sua irmã mais nova, Austin os observou e por alguns segundos, míseros segundos, sentira-se mal por falar daquele jeito com o italiano. Voltou seu olhar para sua mãe que agora ditava um discurso com sua voz eloquente. Ele realmente não estava interessado nisso, amava sua mãe, mas odiava estas festas, odiava esses bandos de cobras prontas para darem o bote a qualquer momento, porque era isso que a corte era, cobras.

   Procurou qualquer conhecido no meio daquele ninho e logo localizou Jace, e é claro, acompanhado. Riu nasalado quando viu que o amigo realmente não perdia tempo; Carter estava a alguns metros de si e conversava animadamente com Damon e Merlin sabia o que aconteceria caso ele interrompesse esse momento. Então a única pessoa restante ali era Frida Angström, mas Austin não queria falar com ela, não queria nem se fosse a única pessoa ali restante. Frida era extremamente irritante, arrogante e mimada, só de pensar que quase se casara com aquilo seu estômago já dava milhões de voltas. Mas ela era boa com outras coisas, no entanto, isso ainda não excluía seu gênio horrível.

   Mas parece que Merlin queria tirar uma com a cara dele hoje já que Frida caminhava decidida em sua direção. Suspirou cansadamente já imaginando o diálogo animador que teria com a princesa da Noruécia.  

  — Olá! — a voz fina e com aquele sotaque que aos seus ouvidos eram irritante, foi-se ouvida. Deuses, todos naquele lugar têm sotaque.

   — Frida, olá!

    — Então... Divertindo-se? — estava até você chegar, mas é claro que não dissera isso em voz alta. — Porque você sabe... Se precisar de alguma diversão eu estou totalmente à disposição...

    Austin esquecera-se da mania da menina de se insinuar para ele. Frida era muito bonita, mas com a boca fechada, obrigado.

    — Hm... Acho melhor não, Frida — doeu-lhe negar um pedido desses, afinal, fazia tempo que não se aliviava, mas as suas selecionadas chegariam a três dias e ele realmente não queria que elas tivessem uma má impressão.  A princesa soltou uma risada debochada, ele sabia que viria merda.

    — Ah, doce Austin, você acredita mesmo que uma dessas garotas irá te satisfazer? — outra risada. — Min ängel, você já olhou para elas? Tão feinhas... Por que você me trocaria por aquelas coisinhas?

    Austin só se deu conta de que estava dando passos para trás quando bateu em uma coluna de mármore, estava definitivamente sem saída. Frida tinha uma altura média, mas Austin era bem mais alto o que formava uma visão engraçada, um cara grande sendo encurralado por uma garota bem menor. A princesa tinha um sorriso malicioso nos lábios rubros, o vestido justo que usava levantava seus seios de forma que ficasse quase na cara do herdeiro e aquela visão foi realmente o ápice para Austin. Jogando todos os seus deveres para o alto, o herdeiro selou seus lábios com os de Frida de forma bruta e beijou-os com desejo, afinal, era só isso que sentiam um pelo outro, desejo carnal e nada mais.

   E ninguém precisava saber o que aconteceria naquele pequeno quarto em que arrastara a princesa.

XxX

   Oscar viu seu irmão arrastar Frida Angström para um quarto e quis soltar uma risada alta ao saber do ótimo autocontrole que o mais velho tinha, mas se conteve. Só não entendeu como Austin faria aquilo com o pai da garota praticamente do lado deles. Afastando esses pensamentos de sua cabeça com um sorriso divertido, Oscar dirigiu seu olhar para um ponto do grande salão. Cecily. A garota tinha um sorriso cordial nos lábios pintados e observava enquanto sua mãe conversava animadamente com tia Emerson. Soltou um suspiro cansado, queria tanto fazer o mesmo que Austin, mas ele não podia. Austin era solteiro, Oscar estava prometido, Frida era uma princesa sem nenhum laço de sangue com Austin, Cecily era sua prima. Queria não pensar muito nisso, mas era impossível quando se é completamente apaixonado por uma pessoa que lhe é proibida. Voltou seus olhos para taça em sua mão antes que fizesse algo errado.

    Estava tão perdido em Cecily que nem percebera que sua futura esposa estava ao seu lado. Odile Descombes tinha seus longos cabelos castanhos presos em uma bela trança, os olhos castanhos preso em um ponto daquele lugar; era extremamente bonita, mas infelizmente, não era Cecily. A princesa francesa parecia tão deslocada quanto ele, olhava de forma desinteressada para aquele mesmo ponto. Oscar só percebeu que a encarava quando a mesma o olhou lançando um sorriso tímido. Ela também não queria isso, se casar, mas nem Illéa e nem França estavam interessadas nas opiniões de seus herdeiros, ninguém estava.

     — Então... Está gostando de Illéa?

     — Oui, é um lugar muito belo! — sorriu, Oscar fez o mesmo.

     — Bom, se quiser alguém para lhe mostrar o palácio, estou disponível!

     — Oh, non! Não é necessário, deve ser muito ocupado, Seigneur Schreave.

     — Acredite, não há ninguém mais desocupado que eu neste lugar — riu o príncipe illéano sendo acompanhado pela francesa —, e pode me chamar de Oscar, Senhorita Descombes.

       — E o senhor pode me chamar de Odile — os dois permitiram-se rir e logo depois o silêncio tomou conta novamente. Oscar agora olhava para seu copo já vazio e tentava pensar em algo para conversar com sua noiva. Era extremamente constrangedor você não saber o que falar com a pessoa que irá se casar.

       — Irei falar com Ariana — murmurou Odile já caminhando em direção à garota, mas estagnou no meio do caminho virando-se para seu noivo, disse de cabeça baixa: — Eu aceito a sua proposta de me mostrar o palácio.

       — Então nos vemos amanhã! — o príncipe de Illéa disse com um sorriso tímido nos lábios, Odile levantou sua cabeça e ele pôde ver o mesmo sorriso nos lábios rubros da menina.

        A futura rainha da França seguiu seu caminho até Ariana com passos leves, Oscar ficou se perguntando o porquê de não se apaixonar por ela; Odile era calma, gentil e amável, algo que sempre lhe atraiu em garotas, então por que era tão difícil gostar da menina? Porque você está apaixonado por outra! Seu subconsciente traidor disse. Oscar dirigiu seu olhar para a única pessoa que chamava sua atenção no meio daquele tanto de gente. Cecily o olhava de forma estranha, sua boca formava um pequeno bico e sua testa estrava franzida, fazendo com seus olhos verdes ficassem estreitos. Ela estava com ciúmes. Cecily deve ter visto sua interação com Odile; Oscar queria ir até ela e dizer que nada havia acontecido, que ele e Odile não eram nada mais do que bons colegas, mas sabia que isso seria completamente ridículo, afinal, não devia satisfações nenhuma à sua prima.

  — Oi, priminho — Oscar assustou-se levemente com a voz de Damon. Sabia que era ele apenas por esse apelido idiota, era somente dois meses mais velho que o príncipe.

   — Olá, Damon.

  O rapaz ao seu lado tinha seu olhar preso em Cecily, o que era estranho já que para dois irmãos eles quase não se falavam. A taça com o líquido escuro já estava quase no fim e Oscar sabia que Damon já havia bebido demais, ele tinha um certo fraco para bebidas alcoólicas.

   — Por que está aqui sozinho?

    O príncipe estranhou a pergunta de começo, mas não se surpreendeu, afinal, era Damon e não havia ninguém mais imprevisível que esse cara.

   — Nenhum motivo ao certo.

    — Entendo... — bebericou do seu vinho e voltou seu olhar a Oscar, e o príncipe sabia que viria algo desagradável por aí somente pelo olhar de deboche do primo. — Cecily está muito bonita hoje, não é?

   Oscar sabia que teria que ter cuidado com as palavras, Damon poderia ser mulherengo e bêbado nas horas vagas, mas era uma das pessoas mais espertas daquela corte – por isso ele e Victoire se davam tão bem.

   — Ela está sempre bonita — disse em tom casual, Oscar era muito gentil e cordial e palavras assim eram do seu feitio. Damon ergueu uma sobrancelha enquanto um sorriso sacana surgia em seus lábios vermelhos por conta do vinho, o príncipe olhou para o primo como se o desafiasse a falar mais alguma coisa, o que fora um erro já que Damon nunca se cansava.

   — É uma pena que ela já esteja prometida à Suíça, tenho certeza de que muitos por aqui estão loucos para pedir sua mão — o tom de Damon estava cheio de segundas intenções, como se pedisse que Oscar revelasse algo, mas isso definitivamente não aconteceria. O príncipe somente assentiu, mas o outro não se deu por satisfeito e resolveu atacá-lo de outra forma.

    — Essa Odile até que é bonitinha — Damon sorria como um lobo ao olhar para a garota. Oscar sorriu também, mas não da forma que o outro o fazia.

    — Ela é muito bonita sim...

    Damon o olhou com uma sobrancelha erguida antes de abrir mais um de seus sorrisos sacanas, Oscar quis bufar com a insistência do primo, mas não poderia se arriscar a revelar algo, sabia que o primo já o estava observando fazia tempo, tentava ao máximo ser cauteloso, mas era quase impossível quando se tinha alguém como ele na sua cola, principalmente quando se tinha ajuda de Victoire.

   — Você é mesmo hilário, Oscar... — soltou uma risada de deboche e logo terminou de beber o líquido de sua taça, deu um leve soco no ombro de Oscar antes de murmurar: — Vou falar com Victoire. Até mais, priminho!

   Oscar permitiu-se soltar a respiração que nem sabia que estava prendendo quando o primo foi embora. Teria que ter extremo cuidado com Damon agora.

XxX

    Victoire observava todos daquela sala com muito interesse. Adorava observar as pessoas e suas reações, adorava mais ainda quando essas pessoas eram tão transparentes quanto à corte illeana. Sorriu com divertimento enquanto bebericava seu suco de maracujá, ela adorava tudo isso; sentiu um perfume amadeirado muito conhecido e logo se deu conta de que se tratava de Damon.

   — Então? — murmurou desinteressada ainda observando aquelas pessoas tão fúteis. Damon soltou um bufo de raiva e disse:

    — Ele não disse nada.

    Victoire soltou uma risadinha debochada, às vezes se surpreendia muito com Oscar.

     — Se tratando de Oscar eu não esperava menos, você sabe o quão difícil de se ler ele é — bebericou seu suco e viu de canto de olho o primo revirar os olhos e se sentar ao seu lado.

      — Eu sei que ele e minha irmã escondem algo, Tori — o mais velho usara aquele apelido que há tanto tempo fora esquecido, mas somente ele o usava mesmo.

      — Claro que sabe, eu sei, mamãe sabe, até a tonta da Lílian sabe... — Damon soltou uma risada alta, já estava levemente alterado e a forma amorosa como Tori se referia à própria irmã era algo muito engraçado. — Cecily é tão transparente como a água do lago do palácio.

     Ele tinha que concordar, Cecily era extremamente previsível e fácil de se ler. E foi com esses pensamentos que uma ideia lhe surgiu. Victoire viu um sorriso do gato de Chesire surgir nos lábios de seu primo, ele é muito bonito. Soube imediatamente que uma ideia lhe surgiu, arqueou uma sobrancelha e o olhava de forma inquisitiva.

     — Sei como descobrir o que estão escondendo — e o sorriso continuava ali. — Cecily.

    Rapidamente a garota soube do que ele falava. Cecily era extremamente transparente e Damon era extremamente intimidador, junta a com b e teremos a resposta. Victoire deu um sorriso torto enquanto observava o primo encarar a irmã friamente. Isso séria muito interessante.

XxX

   — O lugar está maravilhoso, Vossa Majestade! — Eleanore sorriu de forma amigável para o grupo de homens bem vestidos; eram membros da corte e, embora não tinham muito contato com a Rainha, estavam sempre presentes em festas daquele estilo.

   — Eu agradeço pelos elogios, meus senhores — sorriu de forma amigável —, e também agradeço pela presença dos senhores aqui!

    — Imagina, Vossa Majestade, nós é que agradecemos de podermos participar de uma linda celebração como essa! — comentou um dos homens, Eleanore não fazia a menor ideia de qual seria seu nome. — Ah, e, por favor, deseje ao príncipe Austin meus parabéns por este feito, o que ele está fazendo por Illéa nesse momento triste que passamos é algo extremamente gentil.

     A Rainha sorriu amarelo para o homem; se ele soubesse o que seu filho gostaria de fazer não estaria lhe dizendo estas palavras... Bebericou de seu vinho enquanto observava a todos naquele grande salão. Ariana estava em uma conversa extremamente animada com Ezio e Lílian, Oscar conversava com Odile, isso era um ótimo sinal, Victoire tinha os olhos avaliadores correndo por todo aquele salão, já Austin... Onde estava Austin? Eleanore se afastou dos homens enquanto tentava procurar por seu primogênito no meio daquele mar de gente e, para sua total tristeza, não achara seu filho. Controlou a vontade de gemer e botar a mão em sua cabeça. Austin às vezes era tão irresponsável; a única coisa que lhe pedira era para ser gentil e conversar com as pessoas, dizer que estava extremamente feliz com sua decisão, mas nem uma simples ordem ela podia cumprir. Apertou com mais força a taça em sua mãe. Tudo bem, ele só deve estar dando um passeio pelo palácio, logo estará de volta. Tentava pensar coisas boas, mas as únicas coisas que passavam por sua cabeça era que seu herdeiro havia fugido.

   Respirando fundo, a Rainha lembrou-se das suas aulas de etiqueta, ela nunca deve perder as estribeiras. Deu mais um pequeno gole em sua taça e voltou a olhar aquele salão, estava tudo ótimo como tinha imaginado. Mas algo estranho chamou sua atenção. Na entrada do salão um guarda acenava de forma agitada em sua direção, fechando os olhos e contando até cem, Eleanore caminhou na direção do homem com um sorriso singelo nos lábios, não poderia demonstrar que estava a ponto de um ataque cardíaco.

      — Vossa Majestade, aconteceu algo e nós... E... — o guarda tentava falar, mas não encontrava palavras.

       — Me mostre — a voz da Rainha estava firme. O guarda acenou de forma apressada e logo começou a caminhar para fora do salão, Eleanore o seguia apreensiva, segurava sua taça com força e a ponta de seu vestido já estava amassada de tanto que a apertara. Passaram por longos corredores enfeitados de enormes retratos de antigos reis e rainhas de Illéa; passou por Eadlyn Schreave e logo à frente por sua filha, Kerttu Koskinen. Eleanore sentia como se os retratos a olhasse.

   Sua garganta secou e uma gota de suor ficou presa em sua testa assim que viu que se dirigiam as masmorras do palácio, rezava a quem quer que fosse para que não fosse isso que ela estava imaginando. Desceram as escadas que levavam até o local úmido e sujo; havia uma aglomeração de guardas ali, todos com olhares temerosos em seus rostos. Quando chegaram em seu destino, Eleanore sentiu seu coração falhar uma batida.

   A cela de Heidi estava aberta e dois guardas jaziam no chão, mortos, com poças de sangue ao lado de suas cabeças. Apertou a taça com mais força em seus dedos e segurou a vontade de jogá-la na parede, ela tinha de manter a compostura.

    — Vossa Majestade, nós não sabíamos... — um dos guardas responsável pelo local começou a dizer, a voz trêmula denunciava seu medo, mas logo fora interrompido.

     — O que aconteceu? — a voz da mulher estava gelada, e seus olhos carregavam uma frieza gigantesca, o mesmo guarda que tentara falar abaixou sua cabeça enquanto dizia:

     — Nós acreditamos que eles tenham conseguido se passar por guardas, na outra entrada das masmorras mais dois dos nossos foram encontrados mortos e sem suas vestes.

     Eleanore tinha seu olhar preso na parede de pedra desgastada do local. Logo lembrou que seu primogênito estava perdido por aí; diversas imagens de seu filho morto atravessaram sua mente, a taça em sua mão foi solta e se estilhaçou no chão. A Rainha sentiu-se tonta e precisou se apoiar em um guarda, fechou os olhos enquanto tentava afastar aquelas imagens de sua cabeça.

    — Vão procurar Austin, por favor — apesar da voz baixa e trêmula, nenhum dos guardas deixaria de cumprir uma das ordens daquela mulher e logo cinco deles já saiam apressados das masmorras. — Limpem isto, escondam os corpos e não deixem que ninguém saiba disso, entenderam?

    Voltou com sua postura rígida e fria, sua voz estava cortante. Os guardas trataram de arrastar os corpos para fora de forma que pudessem desová-los em algum lugar. Eleanore se preparava para sair daquele lugar quando um deles chamou sua atenção novamente.

      — Eles deixaram um recado — apontou em direção à parede da cela de Heidi, onde havia algo em vermelho escrito.

      A Rainha aproximou-se de forma que conseguisse ler o que estava escrito. Sentiu seu coração gelar e sua coroa ficar mil vezes mais pesada.

“O seu império irá cair”.


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Notas finais do capítulo

HO HO! Gostaram? Eu, particularmente, amo esse cap! Não sei porque, haha.
Gente, eu não sou de cobrar nada e nem de punir meus leitores, mas cadê os reviews? Poxa, vocês mandam as fichas e não comentam! Assim fica difícil...
Whatever... Indiquem a fic para suas amigas/amigos, per favore!!!!!!! Tenho que fechas as vagas logo pra começar de vez com a fanfic. Ah, o próximo capítulo será dos rebeldes, uhul!
É isso, galera... Não saiam sem deixar um review, hein!
Beijos e até xD.



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