Inocência que se vai escrita por Mary


Capítulo 4
Uma passagem para o infinito




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Existir é, para o bem ou para o mal, um efêmero suspiro.
A brevidade concentra uma gama de sentidos, um para cada universo.
São tantos sonhos perscrutando o intocável, visíveis para os engajados.

Não podendo refrear os imprevistos e as recorrentes desilusões, humanas como são,
aprende-se que dentro do peito existe um baú para que lá permaneçam as doces recordações,
onde as sensações embora nunca se repitam, mantêm toda a graça da primeira vez.

Os tique-taques do relógio determinam o andamento das coisas por aqui,
mas dentro do coração não se conta o tempo, não do jeito que se conta por fora.
Os minutos não seguem uma lógica prescrita e palpável, são apenas sentidos.

As noites são longas para a ausência que desbota a alegria e as folhas de papel.
Lágrimas correm nos braços do travesseiro, o mundo todo parece tão indiferente.
Quem luta pelo amor nem sempre verá as flores pelo caminho, será, porém, o motivo.

Desligue-se um pouco da dor, caminhe alguns passos e olhe para a janela do seu quarto:
Faz muito frio, amanhã é outro dia, o sono sobe à cabeça, mas as estrelas estão lá.
Cada sonho que se perde na impossibilidade se torna luz para os sobreviventes.
Não diga nada, apenas observe o silencioso espetáculo, tão simples e tão cheio de magia.

Nunca estará o amor tão longe que não possa escutar os cânticos de seus pensamentos.
Se o coração de quem ama bate em outro lugar ou não mais bate, permita-se sorrir.
Por medo, muitos de nós se deixam abalar por interferências de terceiros e se acovardam,
a envergadura que parecia de ferro se retorce, entrega toda a fraqueza e insegurança.

Muitos de nós procuram viver como se sangrasse óleo e a pilha nunca enfraquecesse,
remontar os mosaicos no vitral da alma é tão trabalhoso quanto o exercício do perdão.
Ninguém sabe o quanto um sonho vai durar, pode ter um ponto ou ser reticente.
Poesia e magia, na combinação de suas rimas, buscam no alívio de um sorriso a inspiração.

Quiçá o caminho para a perfeição se encontre com os olhos fechados, em cumplicidade,
borboletas que abrem e fecham as asas ressoando na singeleza um retrato exato da emoção.
Finitudes buscam, através dos (não tão) gloriosos tropeços, um passaporte para o infinito.
Quiçá ele esteja ali, muito mais pertinho do que se imagina, em forma de um sorriso.


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