Just Breath escrita por Lins Girl
Notas iniciais do capítulo
Um pedido da minha Always.
Espero que vocês gostem. ^^
Enjoy! :3
A viagem de volta para casa seria o suficiente para descansar o corpo, pois sua mente não a deixaria dormir enquanto não relesse aquela carta pela milésima vez, no entanto, não poderia lê-la na frente de Castle. Precisou esperar que ele adormecesse após um episódio inteiro de Suits e várias partidas de Angry Birds.
“Não se incomoda que eu durma, não?”, ele sorriu, ajeitando o pequeno travesseiro no alto da cadeira reclinável.
“Claro que não.”, Kate apertou a mão dele com delicadeza, indicando que tudo ficaria bem mesmo se ele dormisse.
Aqueles dias em LA foram agitados, divertidos e extremamente carregados de tensão emocional para ela. Não sabia o que sentir a respeito de Royce e agora não conseguia mais esconder o que sentia por Castle. Afinal, o que estava acontecendo com ela?
Abriu a carta com cuidado, olhando cada linha novamente, já a havia decorado, mas precisava ler e reler, ver a letra dele no papel, imaginar como ele se sentira ao escrever tudo aquilo. Mike já fazia falta.
E, agora, a parte difícil, garota.
Kate poderia dizer qual era a parte mais difícil de tudo aquilo: perder aquele que fora seu exemplo e por quem, um dia, nutrira algo.
É evidente que você e Castle têm algo verdadeiro e você está lutando contra isso.
Ela tentaria ser menos transparente com as pessoas a respeito do que sentia por Rick, mas aparentemente ela não conseguiria. Ela só não sabia se aquele era o momento em que deveria se abrir.
Olhou para Castle e sorriu, ele tinha uma expressão serena, dormia pesadamente. Ela levou uma das mãos ao rosto dele e acariciou sua bochecha, sentindo o calor de sua pele.
Mas confie em mim, priorizar o trabalho ao invés do coração é um erro. Arriscarmos nossos corações é o motivo pelo qual vivemos.
Kate pensou em sua mãe e em como ela foi arrancada de sua vida. O caso que fizera dela uma policial. Ela sentia a necessidade de trazer justiça para aqueles que perderam seus entes queridos e amigos, já que, para ela, aquilo não fora possível. Por aquele motivo ela sempre colocaria o trabalho como uma de suas prioridades.
A última coisa que quer é olhar para trás e se perguntar... como teria sido.
Ela dobrou a carta mais uma vez, mas não a guardou, manteve-a em suas mãos, encarando o papel amarelado e já um pouco sujo. As últimas palavras de Mike naquela carta a fizeram repensar sobre todas as decisões que tomara até ali.
Johanna, Royce, Will, Demming, Josh... Rick. O que ela estava perdendo? O que ela estava fazendo com a própria vida?
Rapidamente, ela guardou a carta. Sentou-se de lado na poltrona do avião e fitou o parceiro. Sorriu ao perceber que ele começara a se mexer, ali não era um lugar confortável para dormir.
“Ei.”, ela falou ao vê-lo abrir os olhos.
“Ei.”, ainda um pouco sonolento, ele se virou para ela. “Isso não é nada confortável.”
Ela balançou a cabeça concordando.
“Quanto tempo até chegarmos a Nova Iorque?”, Castle perguntou e ela se ergueu um pouco para olhar a tela no final do corredor.
“Duas horas e quarenta e sete minutos.”, ela sentou novamente, mas, desta vez, mais próxima a ele.
Olhando-a nos olhos, ele agradeceu e se recostou à poltrona. Por um momento, permaneceram com seus olhos fixos um no outro, no entanto, Kate sentiu seu corpo tremer e uma sensação estranha lhe tomou. Era o medo novamente.
Ela balançou a cabeça rindo, tentando desviar o rosto para o lado da janela. Castle tocou a face da detetive no instante em que a mesma tentou acabar, mesmo que inconscientemente, com o pequeno momento entre eles.
“Está tudo bem?”, ela balançou a cabeça de maneira afirmativa. “Por que não tenta dormir? Você me parece cansada.”
“Não sei se conseguiria dormir, tudo o que aconteceu...”, Kate sentiu o nó se formar em sua garganta e os olhos se encherem de lágrimas. Gaguejando, ela continuou. “Você, eu... Royce. Tudo isso está perturbando a minha mente, eu não sei para que lado ir quando se trata de nós. A carta que Mike me deixou, só fez meus sentimentos ficarem ainda mais desorganizados.”, ela soltou um riso de escárnio, evitando olhar nos olhos do amigo. “Isso é uma droga!”
“Você nunca foi boa com sentimentos, Beckett.”, o tom de brincadeira na voz dele a fez rir.
Mais uma vez, Castle manteve seu olhar no dela. Aos poucos, os dois se aproximavam e suas respirações se tornavam mais pesadas.
Aqueles poucos segundos fizeram Kate pensar nos últimos três anos, Castle e ela trabalhando juntos, as experiências de quase morte, o apoio dele sempre que ela estava caindo no abismo que ela sabia não ter fim e, por fim, o primeiro beijo deles. Um disfarce. Ela sabia que não se tratava disso, nunca se tratara apenas de manter um disfarce. Seus reais sentimentos começaram a ser expostos naquela noite fria e agora não conseguia mais fazer com que eles parassem de sair.
Seus lábios se tocaram em um suave beijo, calmo e simples. Porém, não demorou muito para que a situação se modificasse, as mãos entraram em cena enquanto o calor aumentava gradativamente.
“Castle.”, Kate se afastou devagar tentando conter a respiração. “Nós não...”
Ele pôs o dedo nos lábios dela, não permitindo que ela continuasse.
“Não me diz que você não queria isso, porque eu sei que você queria, seu corpo e sua expressão entregam isso. Você está confusa com tudo o que aconteceu? Quem não está, Kate?”
“Você tem razão, Rick. Quem não está?”, o escritor riu e revirou os olhos.
Ele tocou seu rosto e seus lábios se juntaram novamente, ela sorria entre um beijo e outro. Ele tinha razão, aquilo era exatamente o que ela queria. Apenas tinha medo que desse errado.
Não, não daria errado. Não podia.
Ele a ajudaria a organizar aquilo que se passava em seu coração e em sua mente, não importava o que acontecesse, ele estaria ali por ela nos momentos difíceis e fáceis.
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