Uma Nova Chance - Edição de Ouro. escrita por Little Vit


Capítulo 2
02 - Desculpas.


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura:
Capítulo dedicado a Yasmin.



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A noite prometia ser bem longa, Katniss ainda pensava se tivera feito a escolha certa, tanto para ela, quanto para o bebê.

Ela já amou muito Peeta, isso era um fato incontestável, mas, em três anos de dor e rejeição, pouco a pouco esse sentimento fora minguando. Peeta teria uma longa jornada para conseguir, um dia, reconquistar Katniss.

Ao fim da noite, os dois estão se preparando para dormir, Katniss, sentada na cama, vê Peeta entrar.

— Para que isso? – Peeta indaga ao observar Katniss lhe entregando alguns lençóis.

— Para você dormir. – Ela responde.

Peeta a olha confuso.

— Como? Na nossa cama já tem lençóis. – Ele fala pondo os lençóis sobre a cama.

— Na minha cama, você quer dizer. – Katniss diz. – Mas, na cama do quarto de hóspedes não tem. – Katniss completa pondo, novamente, os lençóis sobre os braços de Peeta.

— Katniss, será que você poderia me explicar o que está acontecendo? – Ele implora.

— Eu aceitei sua proposta de permanecer mais nove meses aqui, com você, fazendo o papel de boa esposa, dedicada e amável. – Ela ironiza. – Mas, eu não vou continuar dormindo na mesa cama que você. Você não acha que isso é esperar de mais de mim não.

— Nós somos casados. – Peeta diz. – Dormir na mesma cama, é parte do casamento, acredito eu. – Peeta vocifera.

— Peeta, vamos resolver isso de forma democrática, saia, é simples. Eu não vou dormir com você. – Katniss insiste.

— Eu não vou sair. – Peeta fala decidido.

— Então eu vou – Katniss caminha em direção a porta, porém, é barrada por Peeta.

— O que foi? – Ela pergunta.

— Fique. – Peeta diz cabisbaixo. – Eu irei. A cama do quarto de hospedes é um pouco dura, pode fazer mal a você ou ao bebe. – Ele cede.

— Ok. – Katniss murmura sincera.

— Mais que fique bem claro, só irei hoje. – Ele promete. – Sei que está com raiva de mim, e com motivo, porém, eu tenho direitos como marido...

— Olha, não me venha falar de direitos, eu também tinha direitos, e nenhum deles dizia que você podia me ignorar, me trair e me tratar como sua escrava pessoal. – Lágrimas quentes começam a rolar pela face de Katniss.

— Katniss eu nunca lhe trair. – Peeta murmura. – Eu posso ter sido o pior marido do mundo, mas eu nunca, nunca toquei em nenhuma outra mulher, enquanto estive casado com você. – Ele completa.

— Desculpe se não posso e nem consigo confiar em você.

— Adianta eu pedir perdão? – Os olhos de Peeta começam a marejar.

— Não, não adianta, porque não vai fazer diferença.

— O que eu posso fazer para você me perdoar? – Ele quis saber.

— Me dê a porcaria do divórcio. – Katniss grita. – Eu só peço isso. – Ela continua. – Eu preciso do divórcio.

— Eu...eu não posso. – Ele sussurra e as lágrimas começam a cair. – Desculpe, mas, eu não posso.

— Porque você não pode? – Ela continua a gritar.

— Porque eu preciso de você. – Ele berra. – Eu preciso de você, eu te amo.

Peeta nunca tinha proferido aquelas três palavras, em outras ocasiões e épocas, Katniss soltaria fogos de artificio ao ouvi-las, porém, atualmente, ela não sentia mais nada.

— Você não me ama, Peeta. – Ela murmura. – E você não precisa de mim, o que você necessita é da sensação de poder sobre alguém, você precisa saber que a noite, quando chegar em casa, terá alguém aqui, na sua cabeça de esperando. – Ela completa.

— Katniss não é assim. – Ele fala. – O que aconteceu com a Katniss que eu me casei, a Katniss amável e carinhosa...

— Você destruiu ela. – Katniss responde. – Agora sai, sai desse quarto. Me deixa sozinha. – Ela pede e Peeta sai, fechando a porta.

Naquela noite, as lágrimas que caíram naquela grande mansão, foram as mais tristes, naquela noite, Peeta se permitiu chorar, Katniss, porém, não derramou mais lágrima nenhuma, seu subconsciente dizia, que ela já tivera derramado, lágrimas demais por causa do marido.

No dia seguinte, ambos acordam com sequelas da noite passada. Katniss levanta, porém, ao abrir a porta, esbarra em algo, ou alguém.

— Peeta? – Ela fala. – O que está fazendo aqui? – Levantam juntos.

— Ontem, depois que você me colocou para fora, fiquei aqui, e não escutei você chorar, eu apenas não ouvi nada. – Ele fala. – Katniss, sabe como foi difícil saber que você não consegue mais chorar, por que eu sei, que você já chorou demais, e pior, não poder fazer nada, por que o motivo sou eu. Eu nunca quis que você sofresse, eu realmente nunca quis. – Continua. – Por favor, eu preciso que você me perdoe, por favor Katniss. – A voz de Peeta sai embargada.

Katniss ainda sentia muita dor e raiva por tudo o que Peeta tivera lhe feito, porém, ela não podia vê-lo, daquela forma, tão sensível e vulnerável, e não sentir nada, apesar de tudo, aquele homem na sua frente, ainda amolecia seu coração, ela querendo ou não.

— Peeta. – Ela chama-o. – Eu sofri em três anos, o que eu nunca sofri em toda a minha vida. Você me magoou de formas inimagináveis, você me machucou de formas perversas...

— Eu nunca bati em você.

— Peeta, a dor da alma, é e sempre será, muito mais dolorosa que a dor física. – Ela murmura. – Peeta, me mostre que você mudou. Eu preciso ver que você mudou.

— Eu vou te mostrar que eu sei ser um bom marido.

— Não, me mostre que você será um bom pai. E isso me bastará. – Katniss pede.

— É tarde demais, para você me perdoar? – Peeta questiona.

Katniss o observa, cabelos loiros e curtos espalhados pela cabeça, profundas olheiras e um aspecto cansado.

— Eu posso tentar. – Ela responde e Peeta sorri. – Mas, me promete uma coisa. – Ela pede.

— Claro, o que você quiser.

— Não me machuque mais, prometa, eu não posso suportar, ser machucada novamente.

— Eu prometo.

E foi com essa promessa, que o dia começou.

Katniss lia um livro na cama, quando Peeta sai do banheiro com uma toalha na mão enxugando os cabelos.

— Não jogue a toalha no chão, por favor. – Katniss murmura e Peeta sorri e põe a toalha no banheiro.

— Você viu a minha camisa branca? – Peeta pergunta.

— Você tem várias.

— Esquece, achei. – Ele diz colocando a camisa sobre a cama e vestindo uma calça.

— Katniss, me ajuda com a gravata. – Peeta pede.

Katniss levanta-se e se põe na frente do marido e começa a arrumar a gravata do mesmo.

— Vocês homens, vivem de gravata e nunca aprendem a arrumá-la.

— Obrigada. – Peeta move a cabeça para dar um selinho em Katniss, porém, ela desvia. – Ah, sinto muito, força do hábito. –Ele se envergonha.

— Isso, não é força do hábito Peeta, você nunca faz isso. – Katniss murmura saindo de perto do marido.

— Pode ser que vire um hábito, a partir de agora. – Peeta sorri.

Katniss nada fala.

A mágoa e a dor, podem penetrar fundo na alma das pessoas, Peeta estava tentando, Katniss tinha que admitir, porém, não era suficiente, em três anos ela foi humilhada e rejeitada, Peeta só a queria por perto em festas, para sair nas fotos, ou na cama, quando precisava de sexo.

Sexo, outro fator que sempre magoou Katniss, era algo que continuamente a assombrava, Peeta já tivera feito amor com ela, ou para ele, sempre tivera sido só sexo?  A possível resposta lhe deixada alarmada.

Amar Peeta se mostrou muito mais arriscado do que simples.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ter lido.
—Vick



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