Cicatrizes e Marcas do passado escrita por LemonWho


Capítulo 6
Capítulo 4: Nem tudo é o que imaginamos


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores! Estou aqui com mais um capítulo para vocês. Espero realmente que gostem desse capítulo. Confesso que ele está um pouco tenso, mas as coisas vão acabar bem porque eu sou dessas. Boa leitura!



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POV AKANE

Então da casa de chá fui correndo para o restaurante do Sr Takeshi, pois aquela parada para ver o Zuko tinha custado todo meu horário livre antes do trabalho. E também eu estava confusa se deveria ou não falar com ele depois de longos três anos, fiquei nessa até deixar meu coração falar. Por mais animada que eu estivesse por vê-lo, fiquei com medo do que ele pensaria de mim por ter sumido sem ter me despedido direito. Não conseguia parar de pensar nisso no caminho até o restaurante. Então depois de muito correr, cheguei ao restaurante. Ao abrir a porta estava tudo escuro, quando as luzes se ascendem e:
— Surpresa! - disseram todos os funcionários do restaurante juntos e logo em seguida um bolo enorme segurado por Hinata e o Sr Takeshi vinha em minha direção.
— Nossa, muito obrigado pessoal - disse sem saber o que dizer.
— Assopra e faz um pedido - disse Hinata se referindo as velas.
Então apaguei as velas e pedi a única coisa que eu queria: estar com o Zuko sem nada nos separar.
Abracei todos que estavam presentes e agradeci pela incrível surpresa que eles me proporcionaram, mas logo voltamos a trabalhar. Fiz tudo da melhor maneira possível, mas a minha ansiedade fazia o dia passar devagar.
Então finalmente chegou a hora de vê-lo. Esperei esse momento por 3 longos anos e finalmente cumprirei minha promessa.
Por mais ansiosa que eu estivesse, Iroh disse que Zuko estava diferente. Que depois de ser expulso da nação do fogo, tudo havia mudado. Ele tinha uma constante luta interna entre o bem e o mal. Então eu não deveria esperar o Zuko de antes, mas sim tentar ajuda-lo a descobrir o seu destino. Consegui ser liberada pelo Sr Takeshi 5 minutos mais cedo e fui correndo para casa para me arrumar. Cheguei em casa voada, me arrumei mais rápido ainda e logo saí de casa. A casa de chá era perto do meu apartamento e eu não estava atrasada ainda, então fui andando tranquilamente para não suar.
Cheguei a casa de chá e me encostei na parede para espera-lo. Foi quando ouvi a porta abrindo:
— Oii Lee - disse
— Oi - disse Zuko de maneira séria - aonde vamos?
— Apenas me siga - disse pegando na mão dele e acelerando meu andar - fiz reserva em um restaurante e temos que ir logo para não perdemos o lugar.
Na velocidade em que estávamos logo chegamos ao local, fomos muito bem atendidos e sentamos nos lugares que reservei.
— A comida daqui é muito boa - disse
— É, parece ser mesmo - disse Zuko
— A quanto tempo tem viajado com seu tio?
— 3 anos - disse Zuko entristecendo o olhar.
— Vocês pretendem ficar em Ba Sing Se?
— Meu tio quer ficar, mas eu sei que meu destino vai muito além daqui.
Iroh tinha razão ao dizer que Zuko estava diferente. Não conseguia mais ver o brilho em seu olhar como antes. Ele foi substituído por um olhar raivoso, confuso. Eu sabia que era meu dever ajuda-lo.
Ficamos em silêncio por um tempo, quando Zuko disse:
— E você? De onde é?
— Bem longe.
— Por que veio para Ba Sing Se? É uma refugiada?
— Creio que sim.
— Olha, eu sei que é meio desagradável pergunta, mas por que deu um soco naquele rapaz no dia do festival?
— Ele afirmou coisas que não sabe, e eu já estava de saco cheio de o ouvir falar e falar sobre isso sem fazer nada.
— Entendo - disse Zuko olhando para a mesa como se sentisse culpado por algo.
Então logo mudei o nosso foco de conversa, e ficamos muito tempo conversando, até mesmo depois de comermos. Estávamos conversando do lado de fora do restaurante, mas sabíamos que tínhamos que nos despedir.
— É, foi muito legal a noite. Mas acho que devo voltar ao apartamento, meu tio deve estar preocupado - disse Zuko acenando e indo em direção ao apartamento.
— Seu apartamento é nessa direção? O meu também é! Podemos ir juntos até que nossos caminhos mudem.
— Pode ser - disse Zuko
Então caminhamos por muito tempo, até percebemos que morávamos no mesmo prédio.
— Nossa, que coincidência - disse Zuko
— É, acho que sim.
— Acho que agora devemos nos separar…
— Espere! Você não aceita conversar um pouco no meu apartamento? Quer dizer, moramos muito perto do outro. Acho que não teria problema.
— Claro! Mas eu não vou incomodar a sua família?
— Eu moro sozinha - disse entristecendo o olhar.
— Eu sinto muito - disse Zuko se sentindo culpado novamente.
— Não é culpa sua.
Então entramos no apartamento e logo sentamos um de frente ao outro. Eu estava tremendo, sabia que agora era a hora de dizer quem eu era. Não sabia por onde começar, nem o que ele teria pensado de mim nesses últimos anos. Estava com tanto medo que não saíam palavras da minha boca, mas arrisquei.
— Eu preciso te contar uma coisa. Meu nome não é Hisoka, é que - não consegui completar a frase e fiquei sem voz novamente, meus olhos se encheram de água. Eu sabia que não estava pronta para perde-lo novamente depois de tudo. Eu preciso arr-
— É muito bom te ver, velha amiga - disse Zuko me abraçando e interrompendo meus pensamentos.
Então várias lágrimas começaram a cair, eu não havia entendido nada. Como ele sabia que era eu? Por que ele não estava com raiva de mim? Depois de todos esses anos ele ainda lembrava de mim. Eram tantas dúvidas na minha cabeça que eu não conseguia pensar direito, mas não importava. A única coisa que me importava naquele momento era que estávamos juntos agora e tínhamos que cuidar incondicionalmente um do outro, como era antes.
— Por que você foi embora? Eu já tinha perdido minha mãe e precisava mais do que nunca de você. Por que você fugiu? - disse Zuko com lágrimas nos olhos, começando a encharcar minha roupa.
— Eu não tive escolha, Azula ameaçou me matar. Disse que eu era um problema para ela por ser a melhor.
— Pelo menos você está a salvo aqui. Mas e o general Yoshiaki? Ele veio contigo?
— Não, meu pai foi morto pelos guardas que Azula mandou me procurar. Foi culpa minha, eu pedi que ele me esperasse porque não podia partir sem me despedir de você Zuko. Mas quando cheguei lá, você não estava. Me doeu muito ter que partir só deixando um pergaminho. Eu sinto muito Zuko. - disse o apertando mais forte.
— Tudo bem, tudo bem. Não precisa chorar, estamos juntos agora, Akane. - disse Zuko me soltando e sorrindo para mim.
— Mas você não está com raiva de mim? Achei que tivesse me esquecido.
— Claro que não! Eu nunca fiquei com raiva de você, muito menos te esqueci. É meio impossível te esquecer…- disse Zuko tirando a outra metade do colar de sua blusa.
Aquilo foi incrível. Ele ainda tinha depois de todos esses anos aquele colar e não estava em perfeito estado, significando que ele usa o colar todos os dias. Mas eu sabia porque aquele encontro estava acontecendo, eu precisava ajuda-lo a fazer o certo.
— Você não está em Ba Sing Se para começar uma vida nova né? - disse, mudando totalmente minha expressão feliz para algo triste e preocupante.
— Não… - disse Zuko, abaixando a cabeça. - Você sabe o que essa cicatriz representa né? A marca do príncipe expulso, condenado a caçar o Avatar pelo resto de seus dias. Só terei minha vida e minha honra de volta quando eu levar o Avatar até o meu pai. É o meu destino!
— Zuko, você não viu o que a nação do fogo causou a todo esse povo? Você não vê que tudo que aprendemos sobre a guerra é uma mentira? As pessoas nos odeiam, e eu também me odeio por ficar aqui sem fazer nada e ver pessoas morrerem. O Avatar é a única esperança do nosso mundo, ele não é o inimigo. A nação do fogo é!
— Se você acha tudo isso do Avatar, porque não se junta a ele? Você não sabe o que diz. Eu nunca pensei que ouviria isso de você. Odeio admitir que Azula tinha razão, mas você traiu a sua nação! Juntos teríamos mais chance de capturá-lo, você precisa me entender.
— NÃO! Você não é o Zuko que eu conheci, é um monstro. Você quer tirar a única esperança do mundo. SAIA DA MINHA CASA, AGORA. - disse abrindo a porta, expulsando Zuko e fechando a porta, sentindo uma dor insuportável no peito.
— VOCÊ É UMA VERGONHA AKANE, UMA VERGONHA. EU NUNCA DEVERIA TER LEMBRADO DE VOCÊ PORQUE É FRACA. ESPERO NUNCA MAIS TE VER, A MENOS QUE SEJA EM UMA CELA DA NAÇÃO DO FOGO. - disse Zuko logo em seguida socando a porta e gritando. Depois de alguns socos, ele foi embora levando meu coração junto.
Eu não estava acreditando no que tinha acabado de acontecer. O que a dor tinha feito ao Zuko, como tudo tinha mudado em tão pouco tempo. O Zuko disse ironicamente, mas ele tinha razão. Sabia que meu dever ia muito além de ser garçonete em um restaurante e ter uma vida calma. O mundo não está calmo, a guerra continua e eu preciso ajudar da melhor maneira. Foi ai que percebi que meu destino era ajudar o Avatar a derrotar a nação do fogo e restaurar o equilíbrio do mundo. Mas como eu acharia o Avatar? E como ele reagiria sabendo que eu sou da nação do fogo? Não importava, tinha que tentar tudo para entrar no time. Agora não posso ficar parada, tenho que procura-lo.
Já estava arrumando minhas coisas para partir naquela noite, quando o vento trouxe a minha janela o inesperado: Um panfleto dizendo que o Avatar estava em Ba Sing Se procurando seu bisão, tinha endereço e tudo. Era mais uma obra do destino afirmando que eu estava fazendo a coisa certa, então peguei todas as minhas coisa, escrevi em um pergaminho ao Yuri agradecendo a todo o carinho que ele teve por mim, coloquei a chave de meu apartamento junto com o pedido de demissão do restaurante do Sr Takeshi e o porque dentro do pergaminho e o coloquei em frente a sua porta antes de partir. Cheguei a passar pela janela do Zuko, ele estava dormindo.
— Adeus, espero que você encontre seu caminho - disse, mesmo sabendo que ele não podia me ouvir.
O Avatar estava no Anel superior, onde os mais ricos e importantes moravam. E era pra lá que eu estava indo.
Eu sabia que ele me pediria para ser sua mestra de dominação de fogo, mas eu não podia fazer isso. Quando saí da nação do fogo, não usava minha dominação por medo de ser mandada para a nação do fogo e ser morta. Não fazia ideia do que o fogo havia feito ao mundo, então prometi que nunca mais dominaria novamente. O fogo era destruição, eu podia ser a melhor dominadora de fogo que tinha naquela época, mas eu não era dominadora de fogo, o fogo quem me dominava. Não era meu destino ensinar o Avatar a dominar o fogo. Além do mais, fazia 3 anos que eu não dominava o fogo. Receio que não poderei dizer a ele que sou uma dominadora de fogo.
Enquanto estava no caminho, lembrei do meu pedido de aniversário. Não acredito em pedidos de aniversário, já aconteceram muitas coisas ruins nessa data. Desde a morte do meu pai até a perda de um grande amigo. Espero que a partir de hoje eu possa impedir que mais pessoas tenham a vida estragada pela nação do fogo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado de mais um capítulo. Desculpem a demora para postar, tive uma semana cheia de coisas para fazer. Mas a partir de agora poderei postar mais. Abraços!