Eu tinha que confessar pelo menos a mim mesma: eu estava morrendo de medo. O que todos iriam pensar de mim? O que eles iriam achar de mim? Uma coisa que me preocupava, era que com tudo o que acharem de mim, acabe envenenando a cabeça do Seth, e que isso o levasse a se afastar de mim. Isso eu não agüentaria.

Chegamos à esquina da escola. Eu me encolhi no banco de trás do carro do meu avô, onde eu, ele, minha avó e Heitor estávamos indo. Heitor percebeu e me abraçou forte, deitei minha cabeça me seu peito com os seus braços a minha volta. E ainda não sei o motivo pelo qual o Seth não veio comigo.

Meu avô estacionou o carro na vaga mais próxima da secretaria.

Desci do carro e Seth veio correndo ate mim e me abraçou. Fiquei feliz por isso. Já estava começando a pensar bobagens pelo fato dele não ter ido comigo no carro do meu avô.

-“Vai ficar tudo bem minha princesinha” sussurrou ele no meu ouvido enquanto me abraçava por trás

-“Obrigada Seth” disse e beijei sua bochecha

-“Imagina meu anjo. E a propósito... você esta linda” percebi que ele disse isso meio sem graça

-“Obrigada”

E estávamos todos lá:

Os Cullens:

Edward, Emmett, Alice, Renesmee e Sthefanie.

Os Black (amigos que moram conosco):

 Jacob, Heitor, Seth e Embry

Os Hale (sobrinhos de Carlisle):

Jasper, Rosalie e Jane

Os Smith (amigos da família que também moravam conosco para ter a oportunidade de estudar em uma escola melhor, já que estudavam em uma escola de baixa renda no Alasca):

Bella e Alec

Nosso disfarce.

Fomos todos em direção a secretaria para pegar um papel para os professores assinarem que a minha mãe havia me dito que era necessário.

Assim que entramos, a reação da secretária foi a melhor. Só faltava a baba escorrer pelo queixo, mas a única coisa que eu não gostei foi que ela olhava somente para o meu avô, meu pai, Heitor e principalmente Seth. Que abusada! Quem ela pensa que é?

Olhei para a minha mãe que deu um sorriso natural que eu pude compreender que aquilo era normal, e afinal, pra mim, eles eram os mais bonitos da família.

-“Posso ajudá-los?” ela finalmente conseguiu falar

-“Claro! Somos os Cullens, os Black e Hale” meu avô tomou a frente

-“Oh! Sim! Claro! Aqui esta!” disse ela entregando papeis ao meu avô

-“Obrigado e no final da aula estaremos aqui novamente” o coração dela acelerou

-“Ok” ela disse parecendo meio tonta

Saímos da secretaria e os olhares se voltaram a nós. Eu odiava atenção. Sempre que eu ficava envergonhada ou ria muito, eu ficava super vermelha, e isso não era bom.

-“Vovô, por que todos nos olham dessa maneira? De certo modo somos normais!”

-“È porque aos seus olhos, nós somos lindos e perfeitos”

-“Só se forem vocês, porque tem gente que não para de me olhar e não sei o porquê disso”

-“Por que você é linda e perfeita maninha” disse Heitor me abraçando por trás e beijando o topo da minha cabeça. Pude ver alguns olhares invejosos em cima de mim assim que Heitor me beijou. Coitadas! Elas que se metam com ele pra ver o que é bom pra tosse. Eu honro o nome que eu tenho!

Posso estar parecendo egoísta demais, mas é que eu sinto que nenhuma delas é a garota que o meu “Lobão” merece. Todas não, mas a maioria são fúteis, ligam somente pra si mesmas e querem ficar com ele porque além de lindo, é a novidade da escola nesse momento.

-“Você é que é maninho” beijei sua bochecha e fui para o lado do Seth

Meu avô distribuiu os papeis e vi que as minhas duas primeiras aulas eram com Seth. Ele passou seus braços por meus ombros e fomos.

Quando chegamos à sala, me sentei em uma carteira bem ao fundo da sala e Seth sentou-se a meu lado. Não demorou muito, o professor chegou.

-“Bom dia alunos! Bom dia Sthefanie e Seth! Sejam bem-vindos a minha sala!”

-“Obrigado (a)” dissemos juntos

Depois das apresentações a aula seguiu normalmente. Eu amava química!

Assim que a aula acabou, professor chamou Seth para falar algo.

-“Já volto” sussurrou ele enquanto beijava meu cabelo

Ele sabia que eu não queria ficar nem mesmo um minuto sozinha e muito menos sem ele.

Escutei uma pessoa se aproximando e não era o Seth

-“Oi” disse um menino

-“Oi” respondi no mesmo tom amigável

-“Meu nome é Steve e o seu é Sthefanie, estou certo?”

-“È, eu acho que sou eu”

Ele gargalhou

-“Prazer” ele estendeu a mão

-“O prazer é meu” disse pegando-a

-“Então, qual é a sua próxima aula?” ele perguntou ainda sem soltar a minha mão

-“Eu...” comecei a responder, mas fui interrompida

-“Ela tem aula comigo e eu vou levá-la” disse Seth enquanto se aproximava com os olhos estreitos

-“Ah! Então ta bom!” disse ele visivelmente com medo

-“E pode soltar a mão dela também” Seth me salvou

Ele a soltou imediatamente

-“Claro!”

-“Vamos Sthefanie?”

-“Claro! A gente se vê Steve!”

-“Até mais, Sthefanie”

Passei meu braço pelas costas de Seth e ele passou seu braço por meus ombros, então saímos da sala.

-“Quem aquele moleque pensa que é pra te acompanhar ate a aula? Que peninha dele, porque só eu posso te acompanhar ate sua aula”

-“Não se preocupe, Seth. Eu sei que só você pode me acompanhar!”

-“È isso mesmo, princesa” ele beijou minha bochecha

No caminho tivemos que parar para beber água.

Assim que chegamos á sala, podíamos ver meu pai e minha mãe sentados em um canto isolado da sala. E do outro lado, mas não tão longe, Steve. Não vai dar certo.

Fomos ate meus pais e percebi que Seth ainda não havia percebido quem estava na sala.

-“Oi Nessie, Jacob” disse

-“Ai meu amor, eu não quero minha filha me chamando de ‘Jacob’. È ruim! Isso não me faz sentir que sou pai!” miou meu paizão enquanto deitava a cabeça do colo da minha mãe já que as carteiras eram juntas. Eu e Seth nos sentamos na sua frente e viramos para ficar de frente para meus pais.

-“O meu amor! Não fica assim! Você é o pai dela!” minha mãe sabia que ele estava brincando, mas provavelmente decidiu brincar também. E por que eu não entraria também?

-“Meu paizão esta com dengo hoje ou esta aproveitando a situação para ficar no colo da mamãe? Estou desconfiada que seja a segunda opção” todos riram

Ele se levantou do colo da minha mãe, colocou meu rosto entre suas mãos e beijou minha testa.

-“Puxou ao pai. Sabe de tudo. Linda!” disse ele me beijando de novo.

-“Ah, eu sei né?” disse mexendo o ombro indiferente

-“Convencida!” disse Seth

-“Aprendi com você, amor!”

-“Ai! Você poderia ter me deixado dormir sem essa princesa!” disse ele com a mão na barriga fazendo drama

-“Me desculpa!” disse, mas inevitavelmente rindo

-“Só se me der um beijo” disse ele com o dedo na bochecha

Beije-o.

-“Me desculpa!” disse com carinha manhosa que eu sabia que dava certo

-“Vem cá!” ele me abraçou e deitou minha cabeça em seu colo. Foi tão bom ficar assim, mas infelizmente o professor chegou.

A aula foi ótima. Afinal, não tem como literatura não ser bom! No final que a coisa não ficou muito legal

-“Sthefanie!” disse Steve vindo a nossa direção. Pequeno detalhe: o Seth e o meu pai estavam junto comigo.

-“Steve” disse

-“Moleque abusado!” resmungou Seth

-“Quem é esse projeto de gente, Seth?” perguntou meu pai

Não houve tempo de responder, pois Steve já estava diante de nós

-“Esta vendo? Tínhamos todos a mesma aula!”

-“E daí? Você acha que queríamos vir pra aula com você?” disse arrogantemente Seth

-“Seth! Não fala assim!” chamei sua atenção

-“Sthefanie, nem vem protegê-lo. O cara estava pouco se lixando pra mim, ele queria é ir para a aula sozinho com você pra ficar te paquerando no caminho. Ah pelo amor de Deus! Você acha que eu não conheço o seu tipo moleque?” 

-“Você ta paquerando a minha cunhada, rapaz?” agora foi à vez do meu pai.

Eles já estavam quase caindo sobre o pobre do menino.

-“Parem vocês dois com isso!” disse ficando em frente ao pobre menino “Me desculpe por isso Steve” disse realmente constrangida pelo ocorrido

-“Imagina Sthefanie. Eles só estão com ciúme. È só isso.” Ele disse baixo o suficiente para que achasse que eles não iriam escutar, mas agora, era tarde demais.

-“Que Mané ciúme o que? Você é que não se enxerga! Onde já se viu?” disse meu pai

-“Olha não vou nem falar nada seu playboysinho de araque! Sai de perto dela!” rosnou Seth     

-“Não se preocupem, já estou indo” disse Steve que não parecia com medo, como estava antes

-“Me desculpe novamente”

-“Imagina princesa! Não se preocupe!” ele me beijou no rosto e saiu.

Por que esse cara só faz as coisas erradas, primeiro: a única pessoa que me chama de princesa é o Seth e ele não aceita nem se quer o meu pai me chamar assim; e em segundo: beijou-me no rosto.

 Nesse momento tia Alice apareceu como um vulto na sala.

-“Tirem o Seth daqui!” ela avisou e foi só ai que eu percebi que ele tremia violentamente. Eu sabia de uma maneira de acalmá-lo.

-“Não precisa!” disse e meu avô confiou em mim e largou o braço do Seth

-“Olha pra mim!” sussurrei em seu ouvido “Eu estou aqui. Você é o único que me leva para minha aula. Você é o único que me chama de princesa. Só você”

Finalmente seu rosto ganhou vida e me olhou profundamente sem falar nada. Comecei a ficar preocupada.

-“Só eu?” perguntou ele com a cara mais lerda que de sapeca que existe e que por segundos senti falta

-“Só você” disse e o abracei

O resto do dia foram aulas e mais aulas. Não houve nenhuma hora em que eu fiquei sozinha. Sempre havia o Seth, ou meus pais, uns dos meus tios e meus avós.

No final da aula me diverti com o comportamento da secretária novamente. Enquanto íamos para casa, Heitor me contava das cantadas baratas que ele recebera e dos foras que ele teve de dar por que ele, como eu disse, achou as garotas fúteis e que só pensam em si mesmas. Ele odeia esse tipo de garota.

Seth contou a história do Steve quando chegamos em casa e não houve maneira, todos rimos, ate mesmo o biso que essa tarde ele estava me casa.

Amei a escola! Louca pelo dia de amanhã!