Diário de uma garota fria escrita por Garota Confusa


Capítulo 3
Capítulo 3 - A garota detestada pelos pais 2.


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, eu sei que vocês provavelmente querem me bater por ter demorado mais de 7 meses para atualizar a fanfic, mas aconteceram muitas coisas comigo esse ano, tipo eu desmentir o polegar da mão que eu uso para escrever, duas vezes, eu sei sou muito desastrada para desmentir o mesmo dedo duas vezes. Além disso, eu tive dois dedos da mão direita espremidos entre o portal da janela e a janela, então, mais um tempo com os dedos machucados. Mas enfim, agora eu voltei e com um capítulo rs :)



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Bom, o meu pai, como já devem saber rs, não é um dos melhores. Ele nunca foi assistir a um dos meus jogos de futebol, porque para ele eu não deveria jogar bola por ser uma menina. Ridículo isso, mas é o pensamento dele.

E ele fazia isso com todos os esportes que eu praticava, como vôlei, basquete, corrida e handebol. Se bem que nem quando eu praticava balé, que é considerado coisa de menina, ele se dignava a ir assistir pelo menos os meus ensaios, então... Não chega a ser uma novidade rs.

A minha mãe também não ia assistir nada, pelo menos não por vontade própria, afinal, alguém tinha que ir me deixar nos lugares para os esportes ou o balé e ela era obrigada a assistir porque os professores a encaminhavam para um lugar junto com as outras pessoas e, a minha mãe adora representar na frente dos outros que é uma boa mãe, então, ela ficava e assistia. E ainda tinha a cara de pau de aplaudir e dizer para pessoas que estava ao lado dela: "Essa é a minha filhinha, mamãe está torcendo por você querida." É muita hipocrisia para uma pessoa só, meu Deus.

Mas o meu pai nem me levar para esses lugares, me levava, até porque qualquer outra coisa é mas importante do que a filha dele e isso continua até hoje rs. Para ele ficar em casa bebendo cerveja e ouvindo música ou vendo algum jogo na televisão é melhor do que dedicar algum tempo para mim.

E olha que ele não torce para nenhum time de futebol ou de qualquer outro tipo de esporte, mas os jogos são mais importantes do que eu. Esse ano, por exemplo, eu estava cursando o último ano do ensino médio e eu estudava no período da tarde em uma turma avançada na escola, turma essa que eu me esforcei muito para entrar e nem um 'legal' eu ouvi, afinal, como os meus pais mesmo dizem, não fiz mais que a minha obrigação rs.

Nessa turma, em algumas noites a aula acabava as 21:00 h da noite. E na maioria dessas aulas o meu querido pai me fazia voltar de ônibus para casa e, bom, as 21:00 h da noite não tinha ninguém na parada e a iluminação dela é quase nula. Mas, ainda bem que nada nunca me aconteceu, embora, sempre ficasse passando alguns caras que ficavam me encarando, mas fora isso, não tinha nada de mais.

Mas, o meu pai já faz o suficiente por mim, como ele mesmo diz: ele paga uma escola particular para eu ter uma boa educação, compra comida para dentro de casa e paga as contas, ou seja, ele é um excelente pai por, apenas, fazer o mínimo. Eu é que sou mal agradecida por ficar sozinha as 21:00 h da noite numa parada de ônibus correndo o risco de ser assaltada ou até abusada por alguém, por reclamar de não poder sair com as minhas amigas ou por não poder fazer nada sozinha, porque segundo o meu pai, eu ser uma garota significa que eu sou incapaz de fazer qualquer coisa sozinha.

Sabe, a casa onde eu moro só funciona porque eu faço as coisas nela, porque o meu pai não sabe fazer nada além de reclamar, para começo de conversa quem tem que se lembrar de pagar as contas da casa sou eu, porque o meu pai já faz muito em me dar o dinheiro para pagá-las, quem é que tem de fazer a lista de compras do mês? Eu é claro, afinal, é minha obrigação. Quem é que troca o botijão de gás e o garrafão de água? Eu é claro, pois o meu querido pai está muito cansando da semana de três dias de trabalho dele. Mas, eu sou incapaz de fazer qualquer coisa sozinha, não é papai?

Imagina se eu fosse capaz de fazer alguma coisa? Não sendo, quase todas as tarefas da casa são minha responsabilidade, se eu fosse capaz então... Acho melhor nem pensar rs.

Mas, pior do que ser subjugada por ser uma garota e ser obrigada a ter responsabilidades de um adulto, é ser tratada como um nada. Os pais das minhas amigas, sempre as abraçam quando vão buscá-las na escola e perguntam como foi a aula, o meu pai nunca fez isso, acho que se duvidar ele só me abraçou quando eu era um recém nascido e nos meus aniversários quando ele queria algum favor. Sério, isso machuca. Dói você saber e ver que as outras pessoas têm pais melhores do que os seus, dói ver que mesmo você tendo uma boa condição financeira isso não é nada sem o mínimo de afeto.

Eu vou na casa da minhas amigas e vejo a casa cheia de fotos com momentos em família em que todos estão felizes e, eu lembro que na minha não tem nada disso, nem fotos em família e nem uma família de verdade. Acho que deve ser por isso que não gosto de fotos, elas congelam momentos, sejam eles bons ou ruim com as pessoas que você ama, mas eu não tenho nada disso, quer dizer: os momentos ruins eu tenho aos montes rs, mas guardar uma foto disso é me martirizar de mais.

Mas, como diria uma das minhas amigas: " Vamos olhar o lado positivo dessa situação". Eu pelos menos sei, exatamente, o tipo de pessoa que eu não quero ser: igual aos meus pais, também sei ser responsável com as contas e ter controle na hora de gastar, sei trocar um botijão de gás, então, quando eu morar sozinha não vou ficar sem comida por não saber trocar o botijão rs. É, pelo menos olhando o lado positivo da situação, a dor de nunca atender o padrão dos meus pais e sempre ser reclamada por não ser igual a pessoa X ou Y não machuca tanto.


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Notas finais do capítulo

E aí, pessoal?
O que acharam desse capítulo, bem tenso?
Vejo vocês nos comentários, bjs :)



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