Narrador on

Sarah chega ao castelo e depois de ter passado pelas escadarias malucas do castelo, enfim aterrissa e se depara com Jareth.

       - Me dê a criança.

       - Sarah, tenha cuidado. Fui generoso até agora, mas posso ser cruel.

     Desta vez Sarah teve que rir, não por que ser engraçado e sim por ironia, deboche. Não podia acreditar que ele havia dito isso.

    “Como ele foi generoso? Depois de tudo que ele me fez passar naquele labirinto, ele tem a audácia de dizer que foi generoso? Essa foi boa. Muito boa.” Pensava Sara consigo enquanto sorria.

    - Generoso? O quê você fez de tão generoso?

   - Tudo! Tudo o que você quis, eu tenho feito. Você pediu que o bebê fosse levado. Eu o levei. Você se acovardou na minha frente, e eu fui assustador. Eu reorganizei o tempo. Eu fiz o mundo ficar de cabeça para baixo. E eu fiz tudo isso por você! Eu estou exausto de tanto cumprir as suas expectativas. Isso não é ser generoso?

     Conforme sua voz se elevava o sorriso de Sarah desaparecia em sua bela face. Ele andava em círculos ao seu redor enquanto falava, lindo,majestoso, seus olhos nos dela. Sarah sentiu medo, e de algum modo, culpa por magoá-lo. No entanto lembrou-se de Toby que estava ali por sua culpa. Por ele deveria ser forte e assim fez. Tomou coragem e começou.

 - Através de perigos indescritíveis e dificuldades inúmeras lutei para chegar ao castelo além da cidade dos duendes para retomar a criança que você roubou. Porque a minha vontade é tão forte quanto a sua... E meu... meu…

  Nessa hora o coração de Jareth doeu ele sabia o que estava por vir. Ele a perderia em breve e sabia disso. Mas antes que isso acontecesse ele tentaria mais uma vez convencer Sarah.

       -  Pare! Espere. Olhe, Sarah. Olhe o que te ofereço. Seus sonhos. — em sua mão delicada, havia uma das inúmeras bolas de cristal - Peço por tão pouco. Apenas me deixe controlar você, e você pode ter tudo o que você quer. Apenas tenha medo de mim, me ame, faça como eu digo, e eu serei o seu escravo.

Enquanto Sarah observava o cristal, ele não parava de olha-la, tão bela e ao mesmo tempo tão teimosa.

Ele era um Rei, um deus dentro de seu próprio mundo. E ela seria sua Rainha. Somente sua.

 - O que... O que está tentando fazer? Rei dos Duendes, eu preciso salvar Toby!  Aquilo foi um engano. Eu nunca quis que ele fosse levado. Eu nunca...

Ele a interrompeu.

— Ele não será machucado. Eu o devolverei a seus pais, se assim desejar. Mas será minha, por toda a eternidade e o tempo que virá após ela. Deixe-me fazê-la minha Rainha e eu realizarei todos os seus sonhos.

Ele deu dois passos cautelosos e pousou a mão em seu rosto. Sentiu seu belo e delicado rosto sob seus dedos. Por mais que sua oferta fosse tentadora ela decidiu não aceitar, Toby era tudo que importava naquele momento e sem pensar duas vezes ela o afastou. Deu dois passos para traz o encarando séria disse as tais palavras.

     - Você não tem poder sobre mim…

         Depois de proferir as tais palavras. Tudo se desintegra. Mais uma vez, Sarah se vê de volta a sua casa. No mesmo instante sobe as escadas e encontra Toby dormindo no berço. Sente –se aliviada por ele está bem. Porém pensa que tudo aquilo que acontecera no labirinto fosse só um sonho que deveria esquecer.

Esquecer para sempre.