Era dia 8 de dezembro, um sábado. Dia do 16° aniversário de Riley. Um dia suposto a ser um dia repleto de alegria, arco-íris e unicórnios, mas não foi exatamente assim.

Maya chegou no quarto de Riley bem cedo. Riley ainda estava dormindo, como Maya esperava. Ela entrou no quarto e caminhou até a cama em silêncio.

— Riley. - Maya sussurrou cutucando seu ombro. - Riley, acorda. - Tentou de novo cutucando a cabeça dessa vez, o que resultou Riley soltar um gemido e se afastar de Maya. 

Maya revirou os olhos da preguiça de sua melhor amiga e pulou ao lado dela na cama.

— Riley Matthews, levanta! - Insistiu tirando o cobertor de cima dela. - Vai logo, levan... - Riley não a deixou terminar tampando a boca com sua mão.

Maya suspirou de frustração, tirou a mão de sua boca e saiu da cama.

— Tudo bem. Então vou falar para o Lucas voltar mais tarde. 

Riley imediatamente se sentou na cama acordada.

— Hey, Lucas. 

Maya segurou o riso e voltou a se sentar ao lado de sua amiga na cama.

— Bom dia, Riles. 

— Bom dia, Peaches. - Riley bocejou e esfregou os olhos. - Cadê o Lucas?

— Bem... - Maya sorriu. - Provavelmente em sua casa ainda dormindo.

Riley olhou chocada para ela com o queixo caído.

— Você mentiu para mim! - Exclamou revoltada. Maya deu de ombros e sorriu inocente.

— Era o único jeito de te tirar da cama.

Riley balançou a cabeça revoltada e se jogou deitada na cama se cobrindo com o cobertor.

— Só me acorde quando ele chegar! Boa noite!

— Ah, qual é Riley! - Maya exclamou e tentou tirar o cobertor de Riley, mas ela estava segurando. - Levanta! 

— Não! - Riley disse igual a uma criança de cinco anos, puxando o cobertor de volta, tornando em cabo de guerra.

— Você sabe ao menos que dia é hoje? - Maya puxou o cobertor de novo.

— 8 de dezembro? - Perguntou Riley confusa.

— Sim, 8 de dezembro. - Confirmou Maya.

Riley arregalou os olhos como soltou o cobertor, o que causou Maya cair no chão com um "Ai!!".

— Ah meu Deus! - Riley saltou da cama e começou a pular pelo quarto. - É meu aniversário!

Maya gemeu e se levantou do chão.

— Sim, é seu aniversário. 

Riley pulou em cima de Maya a esmagando em um abraço. O humor de Maya rapidamente mudou como ela deu risada das palhaçadas de sua amiga.

— Parabéns, Riles. - Maya devolveu o abraço.

— Obrigada, Peaches! - Riley agradeceu super animada.

— Eu te trouxe um presente. - Disse Maya se afastando do abraço.

— Deixa eu ver! Deixa eu ver! Deixa eu ver!

Maya foi até a janela e pegou uma caixa de presente rosa da escada de incêndio, e entregou a Riley, que o abriu em um instante.

— Uma almofada do Mundinho da Riley! - Exclamou animada. - Aonde você conseguiu?!

— Bem... Eu mesma que pintei...

Riley arregalou os olhos e voltou a abraçar Maya.

— O desenho está incrível, Maya! Eu adorei!

Maya riu sem jeito e a abraçou de volta.

— Fico muito feliz de ouvir isso.

***

Mais tarde naquele dia, os Mathews e Maya estavam todos na Topanga's para comemorar o aniversário de Riley. Eles haviam enfeitado o lugar com alguns enfeites e balões. E havia a algum tempo que eles tinham colocado um pequeno palco e uma máquina de karaokê para atrair mais clientes.

Riley estava muito animada, pois seus avós, seus tios, Eric e Josh e seus amigos estavam vindo para comemorar seu aniversário, junto com seus pais, Auggie e Maya. Shawn e Katy disseram que também viriam, e já estavam lá.

— Gostando da sua festa, querida? - Topanga perguntou a sua filha.

— Estou sim! - Riley respondeu animada. - Só faltou alguém estar cantando no karaokê. - Seu olhar se voltou para Maya que estava sentada ao seu lado.

— Desde que colocaram esse karaokê aqui você fica insistindo para mim cantar. - Disse Maya cansada. - E eu continuo dizendo, não!

— Mas Maya! Você tem uma voz incrível! - Protestou Riley.

— Eu já disse que não, Riley. - Maya respondeu calmamente.

— Algum dia, eu vou conseguir fazer você cantar. - Riley disse confiante.

— Tudo o que você disser.

— É aqui onde tem bolo de graça? - Brincou Zay, entrando na cafeteria junto com Lucas, seguidos logo por Farkle e Smakle que estavam de mãos dadas.

— Yay! - Exclamou Riley se levantando para cumprimentar seus amigos.

— Parabéns. - Disse Zay dando um rápido abraço em Riley.

— Feliz aniversário! - Farkle e Smakle disseram juntos e abraçaram Riley.

— Obrigada, pessoal! - Agradeceu, e então se virou para Lucas que sorria para ela.

— Feliz aniversário, Riley. - Disse e a abraçou. Riley devolveu o abraço que durou um pouco mais do que os outros.

— Sr. Friar. - Cory o chamou.

— Senhor?

Cary continuou o encarar. Então Lucas percebeu.

— Eu ainda estou abraçando sua filha?

Cory concordou lentamente, o que fez Lucas rapidamente desfazer o abraço com Riley.

— Pai! - Reclamou Riley.

— Cory! - Topanga Exclamou junto com sua filha.

Cory se encolheu e se escondeu atrás de Shawn que estava ao lado de Katy, fazendo os dois rirem.

Riley voltou ao seu lugar ao lado de Maya como os outros se juntaram a elas nos sofás.

— Oi, Maya. - Disseram ao mesmo tempo.

— Hey. - Maya acenou com a mão.

— Onde está a aniversariante? - Eric entrou correndo na cafeteria.

— Tio Eric! - Riley abraçou o tio.

— Mini Topanga! - Exclamou Eric. - Parabéns!

— Obrigada. - Riley sorriu.

— Tio Eric! - Auggie exclamou correndo até o tio.

— Primo Auggie! - Eric correu até ele.

— Ele nunca vai entender, não é? - Disse Alan entrando junto com Amy.

— Vovô! Vovó! - Riley correu e abraçou os dois.

— Parabéns, querida. - Disse Amy sorrindo.

— Obrigada! - Agradeceu feliz.- E obrigada por virem!

— Nós não queríamos perder a festa. - Alan garantiu a sua neta.

— Com certeza não. - Disse Josh entrando. Os olhos de Maya se iluminaram.

— Tio Josh! - Riley também o abraçou.

— Feliz aniversário! - Josh sorriu. Os dois se separam e Josh foi cumprimentar os amigos de Riley. - Hey, pessoal!

— Hey, Josh. - Responderam juntos.

— Joshie! - Auggie correu para o seu outro tio.

— Auggie! - Josh exclamou e o abraçou. - Tudo bem, amigão?

— Tudo ótimo! - Exclamou o pequeno, que logo voltou até seus pais que conversavam com Alan, Amy e Eric.

Josh voltou sua atenção para Maya, que o encarava.

— Maya. - Disse ele.

— Josh. 

— Jogo grande? - Perguntou sorrindo.

— Jogo grande. - Ela devolveu o sorriso.

Josh assentiu e foi cumprimentar seu irmão.

Quando Maya voltou sua atenção para seus amigos, todos eles a encaravam com sorrisos marotos. Ela revirou os olhos.

— O que foi? Todo mundo sabe!

***

…If you wanna be my lover, you gotta, you gotta, you gotta,
You gotta, you gotta, slam, slam, slam, slam,
Slam your body down and wind it all around,
Slam your body down and wind it all around,
Slam your body down and wind it all around,
Slam your body down zigazig ah.
If you wanna be my lover.

Todos, incluindo os adultos bateram palmas enquanto riam da performance de Zay, que se curvou em agradecimento.

— Eu disse que sou o rei do karaokê. - Zay se gabou se sentando ao lado de Lucas.

— A sonoridade da música e da sua voz não estavam em sintonia. - Smakle disse.

— O que isso quer dizer? - Perguntou Zay confuso.

— Que você foi horrível! - Exclamou Smakle.

— Nossa! - Zay colocou a mão no coração. - Sua crítica me fez pensar que: Eu não me importo! Continuo sendo o rei do karaokê.

— Eu conheço alguém que tiraria o seu reinado, Zay. - Disse Riley encarando Maya de perto.

— Riley... - Maya grunhiu irritada.

— O que? Maya sabe cantar? - Perguntou Smakle.

— Sabe. E tem uma voz ótima. - Respondeu Lucas.

— Fique quieto cowboy. - Ameaçou Maya.

Lucas levantou as mãos em rendição.

— Ei, gente. - Zay chamou a atenção dos outros jovens.

— O que foi, Zay? - Perguntou Farkle.

— Quem é aquele cara que acabou de entrar? - Zay apontou para a porta da cafeteria.

Todos voltaram seu olhar para a entrada. Logo isso chamou a atenção dos adultos que também olharam para o homem.

Topanga, Cory, Riley, Maya e Katy arregalaram os olhos, enquanto os outros olharam confusos. Maya foi a primeira a se levantar.

— Oi, Maya. - O homem se aproximou dela.

— O que você está fazendo aqui? - Katy exigiu se levantando. O homem ficou em silêncio.

— Quem é ele? - Farkle sussurrou perguntando para Riley. Antes que ela pudesse responder, Maya se aproximou do homem.

— Oi, pai... 

Quem não o conhecia arregalou os olhos como Topanga soltou um suspiro temendo como isso iria acabar.

— Katy... - Shawn foi até o seu lado e segurou sua mão, o que não se passou despercebido por ninguém. - Ele é...

— Shawn, esse é Kermit. - Disse Katy. - O pai de Maya.

A cafeteira ficou em silêncio e os olhares estavam entre Kermit e Maya.

— Maya... - Kermit começou. - Eu entendi o que você disse na última vez que nos vimos, e eu só quero conversar.

Maya olhou para seu pai tentando encontrar as palavras, mas nada saiu. Ela olhou para sua mãe e para Shawn em busca de ajuda. Katy assentiu para dizer que estava tudo bem se ela ir.

— Por favor, Maya. - Insistiu Kermit. - Eu só quero um minuto.

— Ri-riley. - Maya gaguejou, chamando por sua amiga.

Riley rapidamente se pôs ao seu lado. 

— Sua amiga pode vir junto, se preferir. - Kermit disse olhando para as duas.

Maya não disse nada, apenas segurou a mão de Riley. 

Kermit assentiu em entendimento e guiou as duas para uma das mesas de fora da cafeteria.

Maya e Riley sentaram uma do lado da outra e Kermit à frente das duas.

— Então... - Maya apoiou os braços em cima da mesa. - Por que você veio?

— Para conversar com você. - Respondeu simplesmente. - Saber como as coisas estão indo para você.

— As coisas estavam bem difíceis desde que você saiu. - Maya disse friamente, enquanto Riley ficou em silêncio não querendo atrapalhar.

— E-eu sei. - Kermit concordou. - Hum... Pelo o que eu vi, sua mãe encontrou alguém.

— Shawn. - Maya deu um leve sorriso. - Eles se casaram a alguns meses. Nunca a vi tão feliz.

— Isso é muito bom. - Kermit sorriu. - E o que você acha dele?

— Ele é um cara incrível, e faz minha mãe feliz. Para mim, isso é o suficiente. - Respondeu Maya. - Mas me diga, qual é o verdadeiro motivo de você vir aqui?

Kermit respirou fundo e olhou nos olhos de Maya.

— Eu quero que você venha comigo.

A cabeça de Riley disparou para cima surpresa com suas palavras.

— O-o que? - Maya gaguejou torcendo para ter entendido errado.

— Eu quero que você venha morar um tempo comigo. - Repetiu sorrindo. - Quero que você conheça seu meio irmão e sua madrasta.

Maya ficou olhando para seu pai em choque, sem saber o que dizer. Riley colocou os braços em cima da mesa e segurou sua mão.

— Po-por que? - Perguntou confusa.

— Quero consertar as coisas. Eu não estava pronto para você naquela época, mas sinto que estou agora. - Ele se inclinou para frente. - O que me diz?

Maya olhou incrédula para seu pai, só saiu do transe quando sentiu o aperto de Riley em sua mão.

— Você está esperando que eu diga sim? Quero dizer, você nos abandonou quando eu tinha seis anos! - O tom de voz de Maya tinha aumentado. - Depois de anos recebemos a notícia que você tem outra família, e que está sempre lá para ela!

— Maya... - Riley tentou acalmar a amiga, mas não foi ouvida.

— Enquanto isso, minha mãe e eu ficamos brigadas por anos, quase sem se falar, por sua causa! - Maya fungou como seus olhos começaram a lacrimejar.

Kermit abaixou o olhar como ficou em silêncio.

— Você sabe por quanto tempo eu fiquei me culpando por você ter ido embora? Ao contrário de você, nós não seguimos em frente tão rápido assim. E quando finalmente conseguimos, você resolve voltar e querer consertar tudo?! - Ela levantou da cadeira.- Desculpe, mas não é tão fácil assim.

Maya se afastou da mesa e voltou para dentro da cafeteria.

Riley olhou triste para Kermit que continuava em silêncio e também se levantou.

— Desculpe... - Sussurrou antes de ir atrás de sua amiga.

***

Assim que Kermit, Maya e Riley saíram pela porta, Shawn se virou para Katy.

— Você tem certeza disso? - Perguntou preocupado com Maya. Katy suspirou.

— Mesmo que Maya ainda não tenha perdoado, ele tem todo o direito de falar com sua filha. - Disse ela. - Eu só tenho medo do rumo dessa conversa...

Shawn não sabia o que dizer, simplesmente passou seu braço em volta dos ombros de Katy e a puxou mais perto.

— Será que vai acabar bem? - Topanga perguntou em voz baixa para Cory, enquanto os dois observavam Katy e Shawn.

— Deu certo da última vez, Maya finalmente se perdoou. - Disse Cory. - Espero que dê certo de novo.

— Então, aquele é o pai da Maya? - Zay perguntou aos seus amigos.

— Parece que sim. - Disse Lucas.

— Será que dessa vez ela vai perdoar ele? - Farkle perguntou.

— Dessa vez? - Smackle repetiu.

— Na oitava série, Sr. Mathews nos deu uma tarefa de escrever uma carta para perdoar alguém, e que isso mudasse a gente em algo. - Começou Lucas.

— Maya escreveu uma carta para seu pai. - Zay continuou.

— Os dois conversaram, mas no final, Maya não o perdoou. - Explicou Farkle.

— Eu só não entendo por que ele voltou. - Comentou Lucas.

— Isso é o que nós vamos descobrir. - Disse Zay olhando para a porta.

Todos ali presentes voltaram a atenção para a entrada quando Maya entrou pela porta com os olhos lacrimejando e dando passos rápidos. Riley entrou logo em seguida.

Josh se levantou para dizer alguma coisa.

— Agora não, Boing. - Maya o interrompeu sem olha-lo e fez seu caminho para o banheiro feminino.

— Maya. - Riley tentou chama-la, mas não foi ouvida.

— Riley. - Shawn foi até sua sobrinha com um olhar preocupado. - O que aconteceu?

Riley olhou desesperada para o seu tio não querendo ser rude com ele. Ela gostaria de explicar tudo a ele, mas Maya precisava dela.

Cory pôs a mão no ombro do amigo para acalma-lo, então se voltou para sua filha.

— Pode ir, Riley.

Riley balançou a cabeça em agradecimento e correu para ajudar sua melhor amiga.

Todos ficaram em silêncio tentando entender o porquê do estado de Maya, até que Kermit entrou na cafeteria. Shawn se aproximou dele.

— O que você fez? - Perguntou num tom sério, quase intimidador.

— Shawn. - Katy chamou a atenção de seu marido. Então voltou o olhar ao pai de sua filha. - O que aconteceu?

Kermit olhou para Shawn que o encarava com um frio, e viu como ele era protetor em relação a Maya.

— Eu chamei Maya para vir morar comigo.

***

Maya bateu a porta do banheiro fechada. Ela fungou e começou a andar de um lado para o outro tentando se acalmar. 

Maya odiava chorar, odiava baixar a guarda na frente de pessoas que não eram sua mãe e Shawn, ou Riley e seus pais. Principalmente se essa pessoa fosse seu pai. 

Ela não queria mostrar fraqueza na frente dele. Queria mostrar que ela e sua mãe estavam bem sem ele. Demorou um pouco, mas agora elas estavam bem.

A porta do banheiro se abriu, como Riley entrou no lugar. E observou sua amiga andar de um lado para o outro.

— Como ele tem coragem de aparecer aqui de novo? - Maya perguntou. 

Riley apenas a olhou.

— Ele sabe o que ele nos fez passar. E ainda tem coragem de pedir para mim ir morar com ele e com sua nova família?

— Maya... - Riley a olhou com simpatia.

— Você sabe como é difícil saber que seu pai que te abandonou tem outra família, e ao contrário de você, ele sempre está presente nela e ama ela? - Maya parou de costas para Riley, e fungou. - E agora ele quer que eu vá morar com eles? Quando eu tinha seis anos ele levou meu pai de mim. Agora ele quer me tirar de perto da minha mãe, do Shawn e de você?

Riley fungou e se aproximou de Maya. E virou a amiga de frente para ela. Lágrimas escorriam pelo rosto de Maya contra a sua vontade. Vendo seu estado, Riley também chorou e a abraçou.

— Você quer ir? - Riley perguntou.

— Não. - Maya olhou para Riley. - Claro que não, Riles. Mesmo ele sendo meu pai biológico, eu não o considero como um pai.

Riley abraçou Maya novamente.

— Como você vai dizer a ele sem surtar? - Riley perguntou se afastando do abraço.

Maya limpou as lágrimas e sorriu para a amiga.

— Acho que você vai gostar.

***

— O que? - Disse Shawn, depois de alguns segundos de silêncio.

Todos olharam surpresos pela resposta de Kermit.

— Pedi para ela vir morar comigo por um tempo. - Disse Kermit. - Para ela conhece seu irmão e nos reaproximar.

— Você... Você está brincando, não é? - Perguntou Shawn.

— Não estou. - Kermit respondeu calmo.

Shawn estava prestes a dizer algo, mas Katy o interrompeu segurando seu braço.

— Não adianta discutir. - Disse ela. - Ele tem todo direito de fazer isso, mas só depende da resposta da Maya.

Shawn suspirou, porém assentiu contra a vontade.

Eles permaneceram em silêncio até que Riley e Maya saíram do banheiro. Mas ficaram confusos quando cada uma foi para um canto. Riley se juntou aos seus amigos, como Maya subiu no pequeno palco e pegou um microfone.

— O que ela tá fazendo? - Farkle perguntou.

— Ela vai cantar. - Riley respondeu sorrindo. 

Maya selecionou certa música e apertou o botão "play".

And all I remember is your back
Walking towards the airport, leaving us all in your past
I travelled fifteen hundred miles to see you
Begged you to want me, but you didn’t want to

But piece by piece, he collected me up
Off the ground, where you abandoned things and
Piece by piece he filled the holes that you burned in me
Six years old and you know

Maya apontou para Shawn.

He never walks away
He never asks for money
He takes care of me

He loves me
Piece by piece, he restored my faith
That a man can be kind and the Father could, stay

Maya apontou para Kermit.

And all of your words fall flat
I made something of myself and now you wanna come back
But your love, it isn’t free, it has to be earned
Back then I didn’t have anything you needed so I was worthless

Maya andou até Shawn e o abraçou de lado.

But piece by piece, he collected me up
Off the ground, where you abandoned things and
Piece by piece he filled the holes that you burned in me
Six years old and you know
He never walks away
He never asks for money
He takes care of me
'Cause he loves me
Piece by piece, he restored my faith
That a man can be kind and a father could, stay

Maya saiu do abraço de Shawn e continuou a cantar.

Piece by piece

Maya abraçou sua mãe.

Piece by piece I fell far from the tree
I will never leave her like you left me
And she will never have to wonder her worth
Because unlike you I’m going to put her first and you know
He’ll never walk away,
He’ll never break her heart
He’ll take care of things, he’ll love her
Piece by piece, he restored my faith
That a man can be kind and the Father should be, gre-eat

Maya fungou assim que a música terminou, e ninguém disse nada, mas ainda assim aplaudiram. Katy, Amy, Topanga, Riley e Zay tinham deixado algumas lágrimas escaparem durante a música.

Maya saiu do abraço de Katy e Shawn e se aproximou de Kermit.

— Eu entendo que você quer se reaproximar de mim. Mas minha resposta é não. Você pode ter outra família, mas eu não te considero como meu pai. - Maya olhou para Shawn. - Ele é meu pai. 

Shawn olhou para Maya com o olhar amolecido e sentiu Katy segurar sua mão.

— E me desculpe... - Continuou Maya depois de fungar. - Mas eu ainda não consigo te perdoar.

Kermit não disse nada, apenas acenou para a filha e foi embora.

— Maya... 

Maya se voltou para Shawn, que soltou delicadamente sua mão de Katy e se aproximou dela.

— E-eu... - Shawn gaguejou sem saber como dizer o que viria a seguir. - Eu tenho orgulho... de te chamar de filha.

O olhar de Maya amoleceu, como ela deixou o microfone cair no chão e abraçou Shawn.

***

— Bem... - Começou Riley. - Hoje foi um dia agitado.

Kermit tinha ido embora a uma hora. E todos eles estavam comendo bolo.

— Com certeza foi. - Maya concordou. - Desculpa se isso atrapalhou seu aniversário.

— Impossível, Peaches. - Riley sorriu para sua melhor amiga.

— Bem, eu já vou indo. - Josh se levantou.

— Mas já? - Reclamou Cory.

— Sim, ainda tenho que estudar para uma prova na segunda. - Explicou Josh.

Ele se despediu de todos, mas antes de sair se virou para Maya.

— Maya? - Ele a chamou.

— Sim, Boing? - Maya se levantou.

— Só quero dizer que, o jeito que você enfrentou toda a situação foi bem criativa, mas ainda assim madura. - Disse Josh. -Eu não esperaria mais de você.

— Obrigada. - Maya sorriu. - Isso significa muito para mim.

Josh devolveu o sorriso e deu um rápido beijo na bochecha de Maya.

— E você tem uma voz incrível! - Disse antes de sair.

Maya ficou no lugar por um segundo processando o que aconteceu, mas logo sorriu e se voltou para os outros. Todos eles tinham o mesmo olhar malicioso de antes, o que a fez revirar os olhos.

— Vocês sabem o que é privacidade?!