Achei a Dory escrita por Free Butterfly 250


Capítulo 19
Final




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Eles seguiram as conchas vermelhas, e então, viram um vale repleto de conchas, de cores exuberantes:

— Encontramos! (Disse Gill orgulhoso)

—Olha só para isso..! (Disse Destiny maravilhada)

— Nunca vi tantas conchas na vida, isso é lindo! (Disse Jane, encantada)

—Mas, parece que não tem fim! (Comentou Bailey)

— Tem sim, vamos na direção leste. (Ordenou Gill)

Não foi um desafio para Hank se camuflar em tantas cores, ele era um especialista nisso.
Realmente parecia que não tinha fim, nadaram para leste durante tanto tempo, porém a paisagem nunca mudava, conchas e mais conchas por todos os lados. Dory seguia sempre conversando e animando todos a sua volta, também se divertia ficando com a mesma cor das conchas, ela realmente era ótima em camuflagem. Os outros estavam fazendo de tudo para agir normalmente, para que Dory não suspeitasse de nada, e assim a manteriam, sem ela ter conhecimento de nada do que ocorrera na véspera, com exceção de Marlim, este estava péssimo, não podia disfarçar, estava cheio de olheiras, já que não havia dormido nada, estava com o rosto sombrio, e a consciência pesada. Ele sabia, no mais profundo, que estava errado e que devia contar a verdade, mas não tinha coragem. Tinha medo dá consequência que viria após a verdade ser dita, mas será que a consciência já não o torturava tanto quanto a consequência? Não valia a pena todo aquele sofrimento, mas ele simplesmente não tinha a coragem necessária.
Hank seguia com eles, como um ninja, nunca deixou ser visto. Não sabia o que fazer, mas não ia desistir assim tão fácil, não sabia como iria continuar sua vida sem Dory, ele sabia que um mundo sem amor é um mundo sem visão, e neste mundo ele preferia não existir.
Dory se divertia brincando com Nemo, tentava ensinar a ele a mudar de cor. Não era uma professora eficiente, já que para ela, esse feito era algo perfeitamente natural e fácil, tanto que não sabia explicar como fazia, mas ela tinha muita paciência.
No decorrer deste percurso, ela comentava coisas que deixam seus pais a pensar, como "Eu acho que nasci para isso!" "Ser um ovo não é a coisa mais maravilhosa do mar?" Ou ainda "Podíamos ficar como poços mais um pouco!" Era inegável que ela estava habituada na sua nova forma, seus pais, ainda que que não falassem, começaram a se perguntar se ela deveria mesmo voltar a ser como antes, e porque isso era tão importante? Ficaram a pensar.
A não ser a presença deles, não havia mais ninguém ali, estava completamente desabitado, até então, pela beleza das conchas não parecia um local sombrio. Finalmente as conchas foram cessando, até que acabaram por completo:

— Acabou, acabou, acabou! (Disse Nemo animado)

— Estamos perto! Vamos, continuar indo na direção leste. Devemos procurar uma caverna... anormal! (Disse Gill)

— Eu não quero ir, eu gosto de conchas! (Disse Dory, desapontada)

— Dory, se quiser voltar a ser um peixe vai ter que continuar. (Disse Gill impaciente)

— Eu não quero não, gosto de mim do jeito que eu sou! (Respondeu Dory, confiante em suas palavras)

A esquecida Dory acreditava que nascera daquela forma. Sua frase, que não tinha nenhuma ênfase especial, mexeu com seus pais e com seus amigos, começaram a pensar se tinham o direito de interferir no livre arbítrio dela, até mesmo os pais. Ela já não era mais um filhote, precisava tomar suas próprias decisões. A mãe que tinha um lado sentimental superior ao dos outros, sabia que a escolha devia partir unicamente dela:

— Charlie, querido, o que estamos fazendo? (Perguntou Jane)

— Como assim? (Perguntou Charlie, confuso)

— Quero dizer, será que nós temos o direito de interferir assim na vida dela? Dory continua sendo a nossa menina, mas não podemos ignorar que ela já é adulta, cresceu sozinha e sabe se cuidar. (Explicou Jane)

— Ora, Jane! Ela não pode... (Protestou Charlie, mas no fundo sabia que Jane estava certa)

— Ela pode. Teve que ficar a maior parte dá sua vida sozinha e sobreviveu, as escolhas dá Dory, por mais inusitadas que fossem, tiveram os melhores resultados. E essa é a vida dela, ela deve escolher. (Disse Jane, decidida)

— Mãe..! (Dory)

— Dory, me promete que você não vai se perder? Vai continuar sendo você, não importa qual seja sua aparência. Porque o que está por fora, pouco me importa, mas o que está por dentro é tudo para mim! (Disse Jane olhando nos olhos dela)

— Eu prometo. Eu não lembro como eu era antes, na forma, mas eu gosto de quem eu sou e não quero mudar isso. Vocês podem me amar assim? (Perguntou Dory)

— Desde que você não mude quem é..! (Respondeu Charlie, sorrindo)

Eles nadam até ela e a envolvem num abraço. Os três sentiam no íntimo do seus corações que haviam tomado a decisão certa. Marlim ficou calado, talvez nunca tivesse coragem de contar o que havia feito, mas a partir de então, não iria mais manipular a situação, e já nem cogitava a ideia de se casar com Dory, isso faria mais triste ainda sua alma, pois ele sabia que Dory devia ter ficado com Hank, que realmente a amava daquela maneira.
O abraço durou cerca de cinco minutos, e ninguém disse nada até então:

— Então, viemos até aqui para nada? (Perguntou Gill, um pouco indignado)

— Não. Eu e meu filho vamos voltar. (Disse Marlim seriamente)

— E eu vou com vocês, mesmo não querendo me transformar novamente, eu estarei com vocês! (Disse Dory, dá maneira mais gentil possível)

— Valeu Dory! (Agradeceu Nemo)

— Obrigado, você é uma grande amiga! (Disse Marlim, grato)

— Vamos, isso está ficando sentimental demais! (Ordenou Gill)

Seguiram em frente. Não demorou muito para chegarem a caverna, ela era mesmo anormal, a entrada dela tinha o formado dá cabeça de uma caveira, era escura e não dava para ver o que havia mais adiante dentro dela:

— É aí dentro. (Disse Gill misteriosamente, coisa que contribuiu para o temor que todos sentiram)

Nemo apertou um dos tentáculos do seu pai, estava claramente aflito, e muito assustado:

— Papai! (Disse Nemo, apavorado)

— Calma, Nemo, eu estou aqui com você, e eu prometo que nada de ruim vai acontecer com você. (Disse Marlim, confiante)

As palavras do pai trouxeram alívio e segurança ao coração de Nemo, que era exatamente o que Marlim queria. Hank continuava com eles, passando despercebido.
A caverna sombria parecia ser um lugar aterrorizante, e todos ali temeram, mas já haviam chegado até ali. Infelizmente ou felizmente, Bailey e Destiny não poderiam continuar seguindo com eles, por não caberem teriam de esperar ali:

— Não se preocupem, vou ficar segura com o Bailey. (Disse Destiny, olhando confiantemente para ele)

Bailey apenas sorriu largamente para ela, em resposta. Os peixes que outrora eram do aquário de Sidney, com exceção de Gill, também ficaram para trás. Os outros, por sua vez, entraram na caverna.
A caverna não ia se estreitando, mas ampliando, era tão grande que se não fosse pela entrada, o casal poderia ter ido junto. A luz na caverna era escassa, a escuridão ocultava as coisas que estavam um pouco mais a frente. Avançando ainda mais, a luz começou a aparecer, quando, de repente, ouvisse um rosnar, todos congelaram. O coração de cada um deles ficou gelado e pulsante. Passado o tempo, um deles teve a coragem de falar algo:

— Talvez tenha sido rochas soltas caindo. (Disse Gill)

— Não sei se vamos conseguir pegar a fruta! (Comentou Nemo)

— Então é isso que estamos fazendo? Achei que estávamos brincando de estatua. (Disse Dory, surpresa)

Com mais cautela ainda, prosseguiram. Logo, a caverna foi se estreitando, tanto quanto a entrada, então ao fim do corredor estreito, viram uma luz:

— Acho que a gente bateu as nadadeiras! (Comentou Dory)

— Vamos. (Disse Gill)

Quando chegaram a luz, se depararam com um vale, ainda dentro dá caverna, e no centro crescia uma planta muito distinta, com algumas frutas penduradas:

— Outside! (Disse Gill orgulhosamente)

— Encontramos! (Disse Marlim aliviado)

— Vamos lá! (Disse Dory eufórica)

— Não Dory, eu vou lá e pego as frutas, vocês esperam aqui, onde é seguro. Já arriscaram o suficiente por mim. (Disse Marlim, não suportaria se algo de ruim acontecesse com eles, sua alma estava pesada o suficiente)

— Papai? (Chamou Nemo, aflito)

— Calminha Nemo, eu vou ficar bem... Só me... Desculpe por nunca ter lhe dado a família completa que você merece! (Disse Marlim em um desabafo)

— Do que está falando? Eu tenho a melhor família do mundo, e o melhor pai do mundo... Te amo! (Respondeu Nemo, com toda sinceridade de uma criança)

— Ó Nemo! (Sorriu, em orgulho e certo temor) Eu te amo filho. (Disse Marlim)

Então Marlim avançou. Todos o observavam, aflitos. Quando ele finalmente chegou à planta, apanhou, cuidadosamente, uma e depois outra fruta. E repentinamente, surgiu de uma das entradas, de plena escuridão, um terrível tubarão, maior do que qualquer outro que já tivessem visto, um guardião dá Magia Profunda de Outside. Todos paralisaram de tanto pavor que sentiram, não poderiam avançar ou regressar nem para salvar suas vidas, mas o tubarão via apenas Marlim. Naquele momento, Marlim tentou se camuflar, seria sua única saída, mas não conseguiu, nadou o mais rápido que pode, mas o tubarão o perseguia. Marlim conseguiu atingir o ponto cego do tubarão, que parou e olhou para todos os lados a sua procura, Marlim sentiu tanto medo e tinha certeza que sua vida logo acabaria, não iria conseguir se esconder do tubarão por muito tempo, ele se encolheu o máximo que pode, ficou pequeno mas ainda sim o tubarão poderia ve-lo. Então, Hank, que havia perdido o medo, abraçou Marlim, lhe serviu como uma roupa camuflada, não se via mais nada dele, pois na camuflagem ninguém era melhor do que Hank. Logo o tubarão perdera o interesse e voltou de onde havia vindo.
Ninguem via mais nada dele, todos estavam paralisados, em choque, enquanto Hank, com cuidado, e com habilidade de sobra, levou Marlim até onde estavam os outros, o soltou e quando ele apareceu todos acharam que ele mesmo havia se camuflado, quando Hank apareceu e todos souberam a verdade:

— Hank! (Disseram todos em coro, surpresos)

— Você salvou minha vida! (Disse Marlim, pasmo)

— Não vai ficar sentimental por isso, né? (Respondeu Hank, que não gostava de sentimentalismo, ou seja, de mi mi mi)

Dory se lembrou de tudo, lembrou dá Aysha e tudo mais. Ficou olhando para ele, se perguntando como pudera ter esquecido ele:

— Lá fora nós nos resolvemos. Vamos sair logo daqui. (Disse Hank)

Mais rápido do que quando entraram, eles saíram dá caverna. Marlim resolveu comer a fruta fora dá caverna, onde era seguro:

— Hank? (Bradaram todos os que estavam fora dá caverna, a última coisa que pensavam ver era ele)

— Melhor comer logo Marlim. (Aconselhou Gill)

Marlim deu uma das frutas para Nemo, e ambos, no mesmo instante, morderam a fruta, e então, um brilho intenso, tão forte que todos tiveram de fechar os olhos para não serem cegados, tomou os dois corpos, e a transformação foi feita. Voltaram a ser peixes-palhaços:

— Deu certo, pai! (Disse Nemo sorridente)

— Deu certo! Hank, eu... Não sei o que dizer! (Disse Marlim, completamente sem jeito e envergonhado)

— Não é para mim que você tem que dizer alguma coisa. (Falou Hank, rispidamente)

Marlim respirou fundo, sabendo que devia contar toda a verdade, tomou toda a coragem que tinha, e mesmo não sendo fácil, contou toda a verdade do que havia feito durante a viagem, e como manipulou a todos:

— Hank, eu sinto muito, eu só queria o melhor para o meu filho. Mas eu agi errado, pelo motivo certo. E agora, eu nunca mais vou tentar separar vocês dois, e posso afirmar de todo coração que desejo que vocês sejam felizes juntos... E que me perdoem algum dia. (Disse Marlim, sendo honesto)

Hank respirou fundo:

— Eu cansei de sentir raiva ou medo Marlim, ressentimento nunca produziu nada de bom. Eu te perdoo não porque você mereça, mas porque eu mereço paz. (Disse Hank seriamente)

— Hank... (Dory se manifestou pela primeira vez, havia levado certo tempo para arrumar sua mente)

— Dory, eu sei que isso não justifica. Mas, antes que você esqueça... Eu... (Suspiro) Não posso culpar você por pensar que nunca me conheceu, realmente, em tudo. Eu tentei negar você, mas nada, nunca, me fez sentir tão mal! Eu pensei que estava te protegendo de tudo que sou, de tudo que passo, mas eu simplesmente não pude deixar de te amar. Não acredito que estou fazendo isso, ou dizendo essas coisas, mas essa é a verdade, e aqui estou! Com todo o meu coração, espero que você entenda. Eu sei que te decepcionei, mas eu nunca vou cometer aquele erro novamente. Apenas saiba que eu sinto muito, eu nunca quis fazer você se sentir tão mal. Você é muito importante para mim, é essencial! Cada vez que penso em você, eu penso em como você me mostrou o quanto eu poderia ser melhor, e que a vida podia ser especial. Você me faz sentir como se eu pudesse fazer qualquer coisa, você me faz acreditar em mim mesmo e eu quero viver isso todo dia! Você faz o que ninguém faria, diz o que ninguém mais diria, você sabe exatamente como chegar até mim. Você sabe o que eu quero dizer! (Confessou Hank, com toda sinceridade que tinha)

— Do que você está falando? (Pergunta Dory)

— Como é? (Hank)

— Peguei você! Brincadeira. (Diz Dory sorrindo)

— Que engraçado! (Disse Hank em puro sarcasmo)

Ela nadou o mais rápido que pode, e o abraçou com toda sua força:

— Eu te amo. (Confessou Dory)

— Eu também amo você. (Disse Hank, retribuindo o abraço)

— Annnw! (Disseram todos em coro, admirados)

A sinceridade era eminente, incontestável, e os amigos e os pais, que só queriam o melhor, ficaram felizes com a união de Hank e Dory. No obvio, dois peixes com personalidades diferentes nunca dariam certo, mas o irônico dá vida é que na verdade, são as diferenças que se completam. E Hank e Dory eram um quebra-cabeça completo.
Anos depois, eles puderam se casar e pela decisão de Dory, os dois tiveram uma vida de casal natural e normal, e puderam constituir uma família, uma família fora do comum, sendo muito divertida, e diferente, principalmente com Dory como uma mãe.
Marlim por sua vez, também se casou com uma peixe-palhaço, quando estava pronto para ter um novo compromisso, e um novo amor. Bailey e Destiny também se casaram, e tiveram um filhote híbrido.
E o mais importante a retratar, a amizade sempre fez deles uma família, Hank, Dory, Jane, Charlie, Marlim, Nemo, Destiny e Bailey, e todos os peixes do aquário de Sidney. Uma grande família.


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Notas finais do capítulo

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Essa Fanfic. Obrigada de todo coração.



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