Estaciono meu Baby, e desço do mesmo.

— Está era a casa onde a Elizabeth morava? - Pergunto a uma adolescente que está saindo da casa.

— Sim. Quem é você?

— Eu era uma grande amiga dela e queria conversar com a família. - minto. Vocês já perceberam que eu minto muito?

— Ah tá. - diz. - Minha irmã nunca me falou de você. - ótimo, é com ela mesmo que eu irei conversar.

— Ahn... É... Não eramos amigas há muito tempo. - explico a ela, torcendo para a mesma acreditar. Eu precisava resolver esse caso logo, para não correr o risco de me encontrar mais com o Sam e o Dean.

— Entendi. - diz dando um sorriso forçado até demais, droga, ela não pode desconfiar de nada.

— Eu estava viajando e logo que cheguei, minha tia me contou que ela havia morrido. - digo. - Se não for muito incômodo para você, poderia me contar o que houve? - peço a ela.

— Tudo bem. - concorda e se senta nas escadas da casa, antes de começar dá um longo suspiro e encara a grama a sua frente - A nossa tia estava na cidade, no hotel Williams, nos fomos visitá-lá, eu fui direto pro quarto e minha irmã foi se encontrar com uma amiga dela, que é até filha da atual dona. - começa a explicar e logo para, vejo que a garota está prestes a chorar e fico meio que sem ter ideia do que fazer. O que foi? Eu não sou a pessoa mais sentimental do planeta.

— Demore o tempo que quiser. - digo a ela e sento ao seu lado.

— Eu percebi que ela estava demorando muito e fui procura-lá, - recomeça um tempo depois - ao escutar gritos vindos de um dos quartos, fui olhar e ver o que era e me deparei com... com a Alicia, a Kate e a Sophia afogando minha irmã, acho que elas só queriam causar um susto na minha irmã mas... mas acabaram a matando. - termina chorando desesperada, mas espera... esses nomes eu já escutei em algum lugar.

— Essas garotas... eu li que foram elas que encontraram a sua irmã. - digo, depois dela ter se acalmado um pouco.

— Não. - nega e balança a cabeça de um lado para o outro repetidas vezes.
— Mas, então, por que você não contou a verdade? - pergunto a ela.

— Elas me ameaçaram. - diz baixo.

— Entendo.

— Tchau. - me despeço depois de um tempo e me distâncio, eu ainda tinha muitas perguntas a fazer, mas bem... acho que se perguntasse mais alguma coisa, a Meredith iria ficar ainda mais desconfiada e também corria o risco dela não falar nada.

Como elas puderam afogar essa garota??? E ainda ameaçar a irmã dela??? É cada uma que me aparece.

Uns minutos depois paro meu carro em frente ao hotel, pego minha bolsa, desço do mesmo e o tranco.

[...]

Chego no corredor do meu quarto e logo vejo um homem parado em frente a porta do meu quarto.

— O que o idiota faz aqui? - pergunto ficando em frente a ele.

— Onde estava? - Dean me pergunta. Isso é sério? Numa hora tá chamando minha mãe de puta, disso e daquilo e falando que eu não era filha dele, e na outra está querendo dá uma pai protetor. Vai se ferrar.

— Você não é pai. E... não é dá sua conta.

— Na verdade eu sou pai. - rebate, nossa, esse muda de opinião bem rápido.

— "Eu não tenho uma filha com a puta da Alicia, okay?" - repito o mesmo que ele disse a Bobby e que eu acabei escutando. - Suas palavras, não minhas. - acrescento. - Agora dá pra sair da frente da porta do meu quarto.

— Me desculpe pelo que eu disse. - ele me pede e sai da frente da porta.

— Venha me pedir desculpas, quando estiver verdadeiramente arrependido, Dean. Não sei nem porque fui te procurar. - digo magoada e sinto uma lágrima escorrer dos meus olhos.

Para minha sorte eu estava de costas para ele, não queria que visse o quanto doía para mim falar aquilo. Entendam... eu fui procurar o Dean com a intenção de ter de novo uma família. E bom... não foi bem isso que eu acabei encontrando.

Enfim consigo abrir a porta e antes que eu consiga fechar a mesma atrás de mim, o escuto dizer:

— Eu sou seu pai.

Tarde demais para admitir isso, penso.