Nas Linhas do Metrô escrita por LadySharptongue


Capítulo 4
O Encontro Quase Perfeito


Notas iniciais do capítulo

Fala aí gente!
Não eu não morri, só não pude postar nada nesses últimos tempos por motivos da vida...
Muito obrigada a todo mundo que favoritou e comentou, vocês me incentivam a continuar
Esse vai o maior cap até agora, é meio que um presente para compensar o tempo sem postar
Boa leitura!



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Assim que Kate viu Chase, se pôs à frente de Blake e começou a empurrá-lo para trás antes que chamassem algum tipo de atenção.

   - Vamos, Blake. Vamos. - continuou Kate puxando-o pelo braço, conseguindo finalmente mover o rapaz.

   - Espera... - Chase disse enquanto abaixava a cabeça fitando o chão dando uma risada forçada - Foi por esse cara que você me trocou? - tornou a falar agora olhando para Blake.

   - Kate, quem é aquele sujeito? - perguntou Blake dando ênfase em "aquele".

   - Sou o namorado dela. E você? - disse Chase dando um passo à frente.

   - EX namorado. Vê se me deixa em paz! - Kate viu que já se formava uma pequena plateia em volta dos três - Vamos Blake.

   Blake relutante cedeu e os dois já estavam indo embora.

   - Volta aqui! - disse Chase puxando Kate com força pelo braço. - Você não vai a lugar algum com esse cara! Deixa eu te ajudar, você não está em seu juízo perfeito.

   Kate pôde ver com o canto do olho que Blake ia avançar em Chase, mas ela não era nenhuma donzela em apuros. Antes se Blake chegar, Kate usou sua mão livre para dar um soco na garganta de Chase, que libertou seu braço levando as duas mãos à área atingida. Nisso Kate tomou alguma distância suficiente para lhe desferir um chute entre as pernas, foi o que fez.

   Blake olhava para Kate com uma certa mistura de horror e admiração, agora de punhos abaixados, aos sons de um quase choro a parte de Chase.

   - Podemos ir agora? - perguntou Kate recuperando o fôlego.

   Ele riu enquanto agarrava sua mão e corria para longe da casa. Os dois só pararam quando chegaram do outro lado do quarteirão, ao lado esquerdo do edifício do hospital. Kate parou para admirar uma moto que estava ali estacionada, estava tão distraída que nem percebeu Blake subindo nela.

   - Você vem? - perguntou Blake sorrindo da expressão de Kate enquanto dava partida na moto.

P.O.V Kate

Já estávamos a um bom tempo na estrada e Blake se recusava a dizer para onde iríamos, o silêncio entre nós já estava ficando esquisito, e eu estava começando a ficar sem graça por estar com meus braços em volta de sua cintura assim tão perto dele.

   - Não vai mesmo me dizer para onde vamos, não é? - perguntei na tentativa de quebrar o gelo mas sem esperança de que ele me responderia, encostando suavemente meu queixo em sua nuca. Ele pareceu não se incomodar, isso é bom.

   - Relaxa. A gente já chegou. - ele falou virando a moto para a rua direita se divertindo com a minha impaciência.

   Eu esperava algo super extravagante já que estava com Sua Celebridade Mirim, algo que provavelmente me deixaria bem desconfortável, por esse motivo fiquei surpresa e bastante feliz ao ver que a rua em que ele virara estava praticamente deserta, tirando o poste que iluminava o local

   Ele estacionou a moto onde começava uma estrada de terra ao lado da densa floresta que cercava a cidade e desceu da moto.

   - Chegamos! - falou abrindo os braços apontando para lados com um sorriso no rosto.
  
   - Onde é que a gente tá?

   - Vem comigo! - ele disse pouco antes de desaparecer correndo na floresta com o mesmo sorriso.

   - Você tá se divertindo bastante com isso, não é? - falei amarrando meu casaco na cintura, tendo uma risada em resposta - Queria saber do que ele tanto ri. - corri atrás dele.

   Não foi difícil segui-lo, meus pais sempre levavam eu e os meus irmãos para essas florestas nas férias, então eu já estava bem acostumada a correr e a escalar no meio do mato. Depois de alguns minutos correndo ele parou bruscamente o que me fez esbarrar nele.

   - Ui! Foi mal! - falou enquanto me ajudava a levantar, agora com os braços em volta de mim.

   - Tudo bem... - eu ia falar alguma coisa antes de perceber onde a gente estava. 

   - Tá me parecendo que você gostou. - ele falou grudado no meu ouvido como se fosse um segredo.

   E na verdade eu não gostei, eu amei! A floresta cedia espaço para um pequeno lago que refletia a luz da Lua, ao lado tinha um enorme Salgueiro, tão grande que seus galhos chegavam tocar na águas, como se as estivesse abençoando. A única que poderia deixar isso mais perfeito seria...

   - Espero mesmo que você goste de Nutella, porque foi a única coisa que eu consegui deixar aqui... - falou com um sorriso amarelo coçando a nuca, com vergonha, saindo um pouco na minha frente em direção ao Salgueiro.

   - Casa comigo. - falei brincando bem baixinho para que ele não ouvisse, sem pensar direito.

   - O que foi? - perguntou se virando e estendendo sua mão para mim.

   - Nada não. - falei com cara de quem tá mentindo ao mesmo tempo que apertei sua mão. - Ah, e cadê a Nutella?

   Ele deu apenas um sorriso em resposta e me conduziu até o Salgueiro, trocando olhares entre eu, e o Salgueiro. Kate, Salgueiro, Salgueiro e Kate.

   - Kate, - falou sê desvencilhando da minha mão com sutileza pra dar tapinhas no Salgueiro (sim, tapinhas), com cara de quem vai fazer um monólogo. - você por acaso sabia que os Salgueiros são ótimas árvores para se escalar?

   - Na verdade eu sabia sim. Eu adoro escalar árvores desde pequena, Salgueiros são as minhas favoritas. - falei sorrindo de sua surpresa ao mesmo tempo que imitei os tapinhas que ele deu na árvore.

   - Fico... feliz em ouvir isso, - falou ainda assimilando meu fetiche por Salgueiros - porque a Nutella, tá lá em cima. - completou olhando para cima depois para mim. Kate, Nutella,Nutella e Kate.

   - Sai da frente! - falei empurrando ele de leve subindo em disparada pela árvore. Não ia deixar ele ficar entre mim e a minha Nutella!

   - Hey! Isso é trapaça! - protestou se apressando para me alcançar.

   - Chora menos! - devolvi parando no meio do caminho, o que deu a ele a oportunidade de me alcançar, mas eu ainda cheguei primeiro na Nutella.

   - Sua trapaceira... - ele reclamava depois de se sentar no galho mais alto do Salgueiro.

   - Aceita que dói menos! - falei mal ligando abrindo a Nutella e pegando as colheres que estavam com ela e entregando uma para ele. Que apenas aceitou já conformado com a derrota. O que é bom porque eu tava louca para perguntar uma coisa para ele. - Me diz uma coisa, como você sabia que eu iria gostar disso aqui? Eu tenho plena consciência de que a maioria das garotas não iriam se sentir muito à vontade numa situação dessas.

   - Bom, eu, tenho uma vida muito corrida por causa desse lance de ator e tudo mais... E como seus pais são, bem, os seus pais! - fez uma pausa para dar uma colherada na Nutella. - Sua vida também deve ser muito corrida, e eu sei como é bom poder dar uma escapada, de vez em quando.

   - Nossa! O que você é? Detetive? - não pudemos conter a risada diante aquela piada ruim.

   - Bom, - começou Blake se recompondo. - eu sempre quis ser só ator mesmo... Mas o que você vai ser?

   - Eu quero estudar Belas Artes na Megalópole, sabe? E depois disso trabalhar como animadora. - ele me olhou surpreso, como se fosse a última coisa que ele esperava da minha resposta.

   - Uol! Isso é... Bem legal! Sempre gostou de desenhar? Você é muito boa? - não sei porque mas ele parecia interessado.

   - Bom, eu sempre desenhei bem, acho que uma das poucas coisas que eu sei fazer direito. - falei rindo, porque era verdade.

   - Ah... Eu não acredito nisso... - acredite meu bem, é verdade - aposto que você deve ser ótima em me passar o seu contato. - falou com aquele sorriso! Aquele!

   - Talvez... Se você for bom em me passar o seu. - retribui para deixar as coisas mais interessantes antes de realmente trocarmos os contatos.

   - Que bom, agora eu posso te aperriar quando eu quiser...

   - Acho que vou mudar meu número...

   - É brincadeira!

   - Relaxa! Eu sei! - falei rindo da reação dele. Realmente espero que seja brincadeira.

   A gente por um tempo daquilo, só para eu perceber que ele estava quase me emprenhando no tronco vertical da árvore. Nós paramos de rir subitamente e ele tirou os olhos dos meus e os voltou para minha boca com desejo. Por longos e desconcertantes segundos foi só isso, e quando eu finalmente percebi que ele não faria o primeiro movimento, eu mesma o puxei pela gola da camisa fazendo nossos lábios sutilmente se tocarem.

   Nós dois queríamos aquilo, e o que começou como um beijo calmo se transformou (desculpe a expressão) numa verdadeira guerra de território entre línguas - you know what I mean - que só ficou mais forte, até que nós ouvimos passos e... Flashes.

   Nós nos separamos do nada e pulamos da árvore saindo correndo abaixando a cabeça evitando muito contato físico, mesmo sabendo que elas já pensavam que eles eram um casal. Enquanto continuávamos a ouvir os flashes intermináveis à nossa volta.

   Nós tratamos de correr bem rápido para dentro da floresta, e quando finalmente encontramos a moto, é claro que tinha mais pessoas lá.

   - Vamos, vamos. - Blake disse me apressando, mas sem ser autoritário, apenas preocupado.

   Subimos na moto e colocamos os capacete quando a moto foi ligada todos deram um mínimo de passagem (por medo de serem atropelados, não por educação) e nós pudemos sair dali.

   Não deu nem tempo da gente conversar sobre o que tava acontecendo, pois no minuto seguinte estávamos sendo perseguidos pelo carro de um paparazzi.

   - Vira pra direita! - conhecia minha cidade, sabia quais caminhos tomar nesses tipos de situação, então logo tomei a dianteira.

   Ele foi seguindo minhas instruções até a minha casa, e logo quando chegamos na minha rua, tínhamos despistado os paparazzi.

   Saímos da moto mais calmos mas ainda recuperando o fôlego.

   - Sinto muito que a noite tenha terminado desse jeito... - falou guardando os capacetes e depois se encostando na moto e fitando o chão. - devia ter previsto que isso iri...

   Eu o silenciei com beijo calmo que ele logo retribui, esse diferente do outro, foi calmo até o fim. Cheio de carícias e carinhos.

   - É melhor eu ir agora. - falei parando o beijo encostando nossas testas. 

   Ele respondeu com um selinho e um gesto de quem diz "Vai". E eu fui depois de desamassar sua camisa que eu tinha puxado toda na outra hora.

   - Hey! - ele chamou depois de eu destravar o alarme - eu te mando mensagem amanhã! - e deu aquele sorrisinho.

   - Talvez eu responda sua mensagem amanhã! - falei brincando, é óbvio que ei ia responder.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram?
Comentem e me digam o que acharam!



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