Hoje seria a minha primeira ultrassom, Raul e Adam estavam me levando.

-Qual vai ser o nome do bebê? - Perguntou Adam.

-Se for menina, Jasmine ou Ruby; Se for menino, Alan ou Julio. - Pensei um pouco mais, mas seria esses os nomes que eu daria.

-Eu gosto de Jasmine e Alan. - Opinou Raul.

-Eu prefiro mesmo Ruby e Julio. - Nesses últimos dias eles só discordaram.

Eu fiquei calada, nesses momentos eu prefiro ficar de boca fechada. O silêncio perdurou por um longo tempo, até eu avistar o hospital.

-Olha meninos! O hospital! - Apontei para o grande prédio branco na nossa frente.

Eu apresei o passo e os meninos me seguiram, to com a sensação de que vou ter longos nove meses pela frente.

...

-Primeira ultrassom? - Perguntou a medica Nadira passando a maquina com o gel gelado no meu ventre.

-Sim. - Respondi olhando para Adam e Raul, que estavam do meu lado.

-Doutora, já da para saber o sexo do bebe? - Perguntou Adam.

-Não querido, mas já da para ver que os dois estão bem saudáveis. - Será que eu ouvi direito? Dois?

-Dois? - Perguntaram Adam e Raul.

-Sim, são gêmeos. - Depois que a Nadira falou comecei a ouvir um batimento cardíaco.

-O que é isso? - Sabe, mãe de primeira viagem não sabe de nada, então fiquei muito preocupada.

-É normal nesse período da gravidez, o feto já é praticamente uma pessoa em miniatura.

-A tá. - Eu me acalmei.

-Pronto querida, a ultrassom terminou!

...

-Eu acho... Na verdade eu sinto, que vai ser um casal de gêmeos. - Eu estava muito entusiasmada.

Eu joguei a minha mochila do colégio no sofá, os meninos fizeram o mesmo, mas se jogaram também no sofá.

-Se você diz. - Deu de ombros Raul.

Eu me deitei no colo dos meninos. Adam ficou brincando com o meu cabelo e o Raul ficou fazendo carinho na minha barriga. Fofos!

-Nós temos um presente para você, Lidia. - Falou Adam.

Eu me sentei.

-O que é? - Amo presentes!

-Vamos pegar. - Adam e Raul se levantaram.

Eles subiram as escadas e ficaram um tempo lá em cima, enquanto isso eu peguei a minha revista e comecei a ler, sabe como é? Velhos hábitos nunca morrem.

-Feche os olhos, Lidia! - Gritou Raul.

Eu obedeci e depois eu ouvi algo pesado cair na minha frente.

-Pode abrir. - Adam ordenou.

Quando eu abri os olhos vi um carrinho de bebe preto e lindo.

-Vamos ter de comprar outro. - Falou tristonhamente Adam.

-Tudo bem, ainda falta muito tempo para o bebe nascer. - Eu fiquei admirando o carrinho, era perfeito.

-Agora temos que falar de um assunto, um não tão feliz. - Começou Raul, a cara dele não era uma das melhores.

-Qual? - Num momento desses eu acho meio impróprio falar de um assunto triste.

-O enterro dos nossos pais.