Katie Rowell - Estudante de Hogwarts escrita por Emiko


Capítulo 56
Capítulo 56 – Comensal dedo-duro


Notas iniciais do capítulo

Sonhos são tão verdadeiros quanto premonições???
Boa leitura ;)



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Katie estava sentada em um banco, acima dos demais, em uma sala mal iluminada com alguns archotes presos às paredes. Ela não era a única naquele lugar, abaixo do seu banco havia filas e filas de cadeiras repletas de bruxos adultos, que não conversavam entre si, só observavam um único lugar: uma cadeira vazia colocada no centro da sala, com correntes envolvendo seus braços.

A atmosfera daquele lugar era desolada e hostil, proporcionando desconfiança para a castanha, que observava intrigada tudo a sua volta. Tentara ter contato com o professor Dumbledore, que estava sentado na fileira abaixo da sua; porém fora ignorada completamente. E antes que Katie pudesse tentar chamar a atenção do diretor novamente, a porta do canto da sala se abriu e um homem entrou, ladeado por dois dementadores.

Katie congelou, nunca havia visto dementadores na sua vida, somente havia lido nos livros sobre eles e visto algumas ilustrações, mas nada se comparava ao que seus olhos observavam: os dementadores eram altos, encapuzados, ocultavam os rostos e deslizavam lentamente em direção à cadeira no centro da sala, cada um segurando um braço do homem com suas horrendas mãos de cadáver. O homem estava desesperado, parecia prestes a desmaiar. Katie compreendeu o quanto ruim era ter a presença de um dementador, principalmente do seu lado. Os bruxos se encolheram ligeiramente quando as criaturas sentaram o homem na cadeira com correntes e deslizaram para fora da sala. A porta se fechou imediatamente.

Katie observou o homem que estava sentado na cadeira, tinha cabelos e barbas negras, vestia vestes ralas e esfarrapadas. Tremia compulsivamente. Seus braços estavam enroscados pelas correntes nos braços da cadeira.

— Igor Karkaroff. – Disse uma voz ríspida à esquerda de Katie. A menina olhou e viu um homem se levantar no meio do banco ao lado de Dumbledore. Seus olhos eram escuros, pele pouco enrugada, tinha boa forma e parecia ser saudável. – Você foi trazido da prisão de Azkaban para prestar depoimento ao Ministério da Magia. Você nos deu a entender que tem importantes informações para nos dar.

Karkaroff se endireitou e tentou ficar com uma boa postura, mesmo estando firmemente preso à cadeira.

— Tenho, sim senhor. – Respondeu ele, com uma voz temerosa. – Quero ser útil ao Ministério. Quero apoiá-lo. Sei que o Ministério está tentando prender os últimos seguidores do Lorde das Trevas. Estou ansioso para cooperar de todas as maneiras que puder...

Um murmúrio percorreu os bancos. Alguns bruxos e bruxas examinaram Karkaroff com interesse, outros com acentuada carranca. Então Katie pôde ouvir, repentinamente, do seu lado direito, uma voz rosnada exclamar “Gentalha”.

A castanha se curvou e prendeu o olhar em um homem velho cheio de cicatrizes em seu rosto, e parte de seu nariz não existia. Tinha os olhos fixados em Karkaroff, ambos bem apertados, revelando intenso desagrado.

— Crouch vai soltá-lo. – Murmurou o homem para Dumbledore. – Fez um trato com ele. Levei seis meses para caçá-lo e Crouch vai soltá-lo se ele tiver um número suficiente de nomes novos. Vamos ouvir suas informações, digo eu, e atirá-lo de volta aos braços dos dementadores.

Dumbledore fez um barulhinho de discordância pelo nariz longo e torto.

— Ah, eu ia me esquecendo...você não gosta de dementadores, não é mesmo, Alvo? – Disse o homem, com um sorriso amedrontador.

— Não. – Respondeu Dumbledore calmamente. – Receio que não. Há muito tempo em que venho achando que o Ministério faz mal em se aliar a essas criaturas.

— Mas para uma gentalha dessa...- Disse o homem, baixinho.

— Você diz que tem nomes para nos informar, Karkaroff. – Recomeçou Crouch. – Por favor, queremos ouvi-los.

— O senhor deve compreender – Disse Karkaroff institivamente. – que Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado sempre operou no maior sigilo...ele preferia que nós, quero dizer, seus seguidores, e me arrependo agora, profundamente, de ter-me incluído entre eles...

— Vamos logo com isso. – Disse o velho com cicatrizes em tom de desdém.

— Nunca soubemos os nomes de todos os seus seguidores, somente ele sabia exatamente quem éramos...

— O que era algo sensato de se fazer, não é, pois impedia que alguém como você, Karkaroff, entregasse todos. – Murmurou o velho.

— Contudo, você diz que tem alguns nomes para nos informar? – Disse Crouch impaciente.

— Tenho...tenho – Respondeu Karkaroff sem fôlego. – Saiba que eram seguidores importantes. Gente que eu mesmo vi cumprindo ordens dele. Presto estas informações como prova da minha total renúncia a ele, e de que estou sentindo tamanho remorso que mal...

— Os nomes são? – Tornou Crouch, com rispidez.

— Antônio Dolohov. – Disse Karkaroff, pausadamente. – Vi-o torturar inúmeros trouxas e...não seguidores do Lorde das Trevas.

— E ajudou-o a fazer isso. – Murmurou o velho.

— Já prendemos Dolohov. – Disse Crouch. – Foi preso pouco tempo depois de você.

— Verdade? – Admirou-se Karkaroff arregalando os olhos. – Fico...fico satisfeito em saber! – Katie pôde ver que ele não parecia nada satisfeito, demonstrava um certo receio e desinquieteção.

— Mais algum? – Tornou perguntar Crouch, friamente.

— É claro que tenho...havia Rosier... – acrescentou Karkaroff depressa. - Evan Rosier!

— Rosie está morto. Foi capturado pouco tempo depois de você, mas preferiu lutar do que aceitar a prisão, sendo morto ao resistir.

— Mas levou um pedaço de mim com ele. – Sussurrou o velho, mostrando o pedaço que lhe faltava no nariz para Dumbledore.

— Era...era o que Rosier merecia! – Disse Karkaroff, agora com uma perceptível nota de pânico na voz e seus olhos corriam para a porta no canto, atrás da qual sem dúvida os dementadores estavam a sua espera.

— Mais algum? – Perguntou Crouch.

— Sim! Havia o Traves, ele ajudou a assassinar os McKinnons! Mulciber era especialista na Maldição Imperius, forçou inúmeras pessoas a fazerem coisas terríveis! Rookwood, que era espião e passava Àquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado informações leais de dentro do ministério!

Katie pôde ver que a informação de Karkaroff finalmente fez efeito, todos os bruxos presentes começaram a murmurar ao mesmo tempo.

— Rookwood? – Disse Crouch à bruxa que estava sentada à sua frente e que começou a tomar notas em um pergaminho. – Augusto Rookwood do Departamento de Mistérios?

— Exatamente! – Confirmou Karkaroof presunçoso – Creio que ele usava uma rede de bruxos bem colocados, tanto dentro quanto fora do Ministério, para colher informações...

— Mas Travers e Mulciber nós já prendemos. Muito bem Karkaroff, se são só esses, você será reconduzido a Azkaban enquanto decidimos...

— Ainda não! – Gritou Karkaroff, parecendo bastante desesperado. – Espere, tenho mais alguns!

Katie observou que ele suava à luz dos achortes, sua pele branca produzia um forte contraste com o escuro dos cabelos e da barba.

— Snape! – Exclamou ele. – Severo Snape! – E o queixo da menina caem ar de surpresa.

— Snape já foi inocentado por este conselho. – Replicou Crouch friamente. – Dumbledore testemunho em favor dele.

— Não! – Gritou Karkaroff, forçando as correntes que o prendiam à cadeira. – Garanto ao senhor! Severo Snape é um Comensal da Morte!

Dumbledore finalmente se pronunciou.

— Eu já prestei depoimento sobre esse caso. – Disse calmamente. – Severo Snape foi de fato um Comensal da Morte. Porém, voltou para o nosso lado antes da queda de Lorde Voldemort e virou nosso espião, se expondo a grande perigo. Hoje ele é tão Comensal da Morte quanto eu.

— Muito bem, Karkaroff. – Disse Crouch friamente. – Você ajudou. Vou rever o seu caso. Enquanto isso, voltará para Azkaban.

— Não...Não! – Gritava o homem. – Eu não posso! Me soltem! Eu posso ser mais útil!

— Katie...Katie...Katie! – Chamou Rose ao se deparar com uma Katie alterada e suada. – O que você tem?

A castanha acordou, e ficou encarando sua amiga. Quando recuperou seu fôlego e consciência, pôde finalmente falar com a loira.

—  Eu tive um sonho...e não foi um sonho normal. – Começou a castanha, sendo ouvida atentamente pela loira. – Estava em uma sala, que mais parecia uma masmorra. Tinha muitos bruxos, era um conselho de bruxos, eu acho...

— E o que aconteceu? – Apressou-se Rose.

— Um homem, chamado Crouch, estava julgando um preso: Igor Karkaroff. Ele era um Comensal da Morte.

— E o que mais?

— Karkaroff estava entregando seus antigos colegas. Só me lembro de alguns nomes, Antônio Dolohov, Evan Rosier, Augusto Rookwood e...– Katie congelou, não conseguia dizer o outro nome.

— E? Quem mais Katie?

A dor no peito de Katie voltou a atacar, fazendo a perder o fôlego. Institivamente Rose foi para mais perto da amiga, e ver se ela não estava tendo um ataque.

— Katie...Katie! Eu vou pedir ajuda para alguém. – Disse a loira, porém na tentativa de se afastar, Rowell voltou a falar com ela.

— Não...primeiro o nome, depois eu, Rose...era ele...- Disse a castanha puxando o ar para os pulmões. -  Severo Snape...o Profº Snape, Rose! Não sei se esse sonho foi uma premonição ou algo que já aconteceu, ou talvez fruto da minha cabeça...mas é uma confirmação, o Profº Snape foi mesmo...um Comensal da Morte.  – E novamente, Rowell tentou recuperar seu fôlego.

— Viu, e você não querendo acreditar em mim. – Falou a loira, implicante.

— Mas eu estava confiando no julgamento do Profº Dumbledore... espera... ele também estava no sonho. – Disse a menina tentando se esforçar para lembrar o que havia acontecido no seu sonho. – Ele observou o julgamento inteiro. Somente se pronunciou quando Karkaroff mencionou o nome do professor.

— Você já falou muito Katie, melhor não se esforçar...

— Não! Essa perca de fôlego não é nada. Acredite em mim, eu sei o que estou fazendo. – Rosnou a menina.

— Bem...e o que ele falou? – Perguntou Rose, curiosa.

— Eu...eu não lembro...não tenho certeza do que ele disse...mas...deve ter dito que Snape confiável e que, não era mais um Comensal.

— Mas isso é uma mentira. Katie, nós duas sabemos muito bem o que o Snape é e é capaz de fazer. – Disse Rose. – Céus, ainda bem que você é uma Oráculo e pode ter sonhos assim. – A loira ficou em silêncio, andou de um lado para o outro, até poder falar novamente com Katie. – Temos que falar isso para o Gui também. Melhor, eu irei falar isso, enquanto você vai tomar um banho e colocar o uniforme, está bem? – Perguntou Rose, tendo a confirmação da castanha. – Ótimo, e vê se não demora.

Rose saiu do dormitório e deixou Katie, que ainda estava abalada com que havia sonhado. Seria mesmo aquilo realidade? E se fosse, estariam seguras com um Comensal da Morte sendo professor? Ou ainda, poderia ser Igor Karkaroff o tal seguidor que estaria livre de Azkaban? Katie queria saber todas as respostas para essas perguntas, porém teve de se contentar em procurar suas coisas para tomar banho e trocar de roupa, não queria deixar Gui e Rose a esperando por muito tempo.

De banho tomado e roupas trocadas, a castanha desceu correndo a escadaria do dormitório até os amigos, que estavam conversando energicamente.

— Mas, com que provas podemos comprovar que o sonho da Katie é mesmo real? – Perguntou Gui, que estava com algumas olheiras no rosto. – Afinal, sonho são só nossos pensamentos e desejos mais íntimos.

— Pombas Gui! Você não consegue enfiar na sua cabeça que a Katie é uma O-R-Á-C-U-L-O, que tudo o que ela sonha ou prevê é algo real?

—  Só estou sendo lógico Rose, – Ele deu um largo bocejo. –  não podemos fazer um julgamento repentino assim. Principalmente de um professor. Não é mesmo, Katie?

— É...bem...sou obrigada a concordar com a Rose dessa vez Gui. Contra fatos não há argumentos. E é bem provável o Profº Snape ser um Comensal da Morte.

Gui então abriu a boca, mas não ousou falar nada, e tornou a fechá-la. Repetiu essa ação inúmeras vezes até Rose se estressar.

— E então, você confia ou não em nós, Guilherme? – Perguntou Rose séria.

— E...e...eu não tenho certeza...preciso de respostas exatas.

— Pombas. – Disse Rose, virando as costas para Gui. – Não devia ter falado para você sobre isso.

— Espere Rose, não fale besteira. – Disse Katie. – Você quer ter certeza Gui, eu posso te provar que aquele sonho pode ter sido real de uma vez por todas.

— Como? – Perguntaram ambos os amigos, em sintonia.

— A mãe da Rose havia mandado uma carta avisando que seria solto um seguidor de Você-Sabe-Quem... e eu sonhei com um Comensal da Morte dedo-duro...então, se no Profeta Diário sair o nome Igor Karkaroff, temos a confirmação exata que precisávamos. – Conclui a castanha, sendo abraçada por Rose.

— Genial, você é genial Katie. – Disse a loira, animada. – Está ouvindo Gui, esta será nossa prova concreta de que Severo Snape, é ou não, um Comensal...

— Psiu! Fale baixo. – Falou Gui ao perceber que a porta do dormitório masculino abrira de repente.

Um aluno novato desceu a escadaria, cumprimento-os e saiu pela porta da Sala Comunal.

— Ufa, foi por pouco. – Disse o ruivo, aliviado. – Temos que tomar cuidado aonde falamos essas coisas. – Ele teve a confirmação de ambas e continuou. – Bom, sou obrigado a concordar com esse plano. Como você disse Katie, contra fatos não há argumentos.

— Obrigada.

— E saindo do assunto, você está bem? – Perguntou o ruivo preocupado.

— Ah...sim...aquilo não foi nada, não precisa se preocupar. – Respondeu a castanha.

— Eh...mas...

— Gui, ela é tão teimosa quanto você. – Respondeu a loira – E mais, a Katie sabe como tomar conta da situação. – Disse a menina indo para frente dos amigos– Mas vamos nos apressando, talvez não sobre comida para o nosso café da manhã!


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Até semana que vem! o/



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