Flores De Maio escrita por Maitê Miasi


Capítulo 24
Quando O Amor Toca O Coração


Notas iniciais do capítulo

Bem amores, o níver é meu, mas quem ganha presente são vocês!!!



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Eu sei que pareço um cacto. Mas se

você aguentar os espinhos e souber

 esperar, eu também sei dar flor.

 – Victor Érik

****

Depois da confissão que fizera, Cecília simplesmente virou as costas e saiu, deixando Maria a pensar no que havia dito. O que será que ela poderia ter feito em nome desse amor que sentira por Enrico?

Maria se retirou para o seu quarto com aquilo na cabeça, pela primeira vez sua mãe fora honesta com ela, será que seria isso uma possível regeneração?

“Não, vindo da minha mãe é bastante improvável.” – Pensou.

As horas passaram rápido, e um milhão de coisas vieram em sua mente, e frase ficou matutando o tempo todo em sua cabeça “o sumiço de Acsa”.

“Será que a minha mãe teria coragem de matar alguém?” – Disse em seus pensamentos.

Por mais sórdida que Cecília fosse, Maria nunca imaginaria que sua mãe teria coragem de tirar a vida de alguém. Bom, talvez não duvidasse disso, já que sua mãe sempre que pode, a surpreende.

Já estava quase escurecendo, e Maria não tinha descido mais, o que fez um certo alguém bater na porta do seu quarto.

— Ei – Estêvão colocou a cabeça no dentro do quarto – posso saber por que você se trancou aqui? – Entrou e fechou a porta.

— San Roman – se assustou com sua presença – eu nem tinha percebido que você estava aqui.

— Desculpa, não quis te assustar. – Se sentou ao seu lado. – Aconteceu alguma coisa? Você sumiu do nada, todo mundo sentiu sua falta lá embaixo.

— Tava pensando numas coisas que minha mãe me disse.

— Que coisas? Coisas graves?

— Na verdade não sei qual a gravidade disso tudo. Ela confessou que sua mãe saiu desta casa por causa dela, o Enrico não sabia disso, viu, ele não abandonou sua mãe ao esmo.

— Ela te disse isso?

— Com todas as letras.

— Nossa... – A única palavra que saiu da boca de Estevão.

— Que foi? – Ela percebeu que ele a olhava exaustivamente. – Por que você tá me olhando assim?

— Não é nada. Tô tentando digerir o que você acabou de me dizer. E agora?

— Era nisso que eu tava pensando, e na verdade fiquei um pouco receosa com esse assunto.

— Por quê?

— Porque eu tenho medo de ficar sabendo demais. Sei lá, de descobrir algo sobre minha mãe que me desaponte... – Fez uma pausa. – Bom, acho meio difícil ela me desapontar mais.

— Sobre o que você tá falando?

— Não é nada. A Lívia tá lá embaixo ainda? – Mudou o assunto.

— Não, na verdade ela pediu pra se desculpar por não ter se despedido, e que te liga depois.

— Tudo bem.

— Bom, eu também já vou indo. – Se levantou. – Aliás, você não quer fazer uma visita lá em casa não? Tem uma pessoinha doida pra te ver.

— Aninha! – Mudou seu semblante ao se lembrar da pequena, que agora não era mais tão pequena. – Não tem como recusar esse convite!

Os dois, ou melhor, os três saíram da mansão em direção à casa de Estevão, conversando, rindo, e até o pequeno Enrico entrou na brincadeira. Por mais que Maria negasse, ou não confirmasse, Estêvão sabia que ele era seu filho, sabia que seu sangue corria nas veias dele e tinha certeza que ele era fruto de um amor sincero e verdadeiro.

Não demorou muito para que eles chegassem, apesar das casas não ficarem tão próximas uma da outra, talvez a conversa estivesse tão boa que eles nem perceberam o tempo que gastaram no trânsito.

— Seja bem vinda de novo! – Estêvão disse a Maria sorrindo, provavelmente ele se recordara a última vez que ela esteve ali.

— Obrigada! – Retribuiu o sorriso e entrou segurando a mão do filho.

— Aninha! – Chamava a filha. – Tenho uma surpresa pra você!

— Surpresa? – Ela apareceu na sala. – Que surpresa pai? – Ela ainda não se dera conta de quem estava ali.

— Oi.

Maria saiu de trás de Estevão sorrindo emocionada por ver Aninha depois de tanto tempo. Em contrapartida, Aninha quase surtou ao se dar conta de que surpresa se tratava.

— Maria?! – Seus olhinho se encheram de lágrimas de emoção. – Eu não acredito!

Elas se abraçaram, e foi inevitável por ambas as partes não chorar. Estêvão e Enriquinho olhavam as duas e se olhavam, talvez pensando “Por que mulheres são tão emotivas?”, e depois de um curto espaço de tempo, as duas se soltaram.

— Meu Deus, como você tá grande! – A observava. – Da última vez que eu te vi, eu tinha que me abaixar pra falar com você, agora invertemos as posições. – Brincou.

— Ah Maria, não tô tão grande assim, talvez você seja pequena demais – riu – e essa coisinha mais fofa aqui? – Apertava as bochechas de Enriquinho. – É o seu filho Maria?

— Sim, fala oi pra ela filho.

— Oi. – Sorriu.

— Ele é a coisa mais fofa Maria! Vem – pegou a mão dele – vamos lá dentro, vamos brincar e deixar nossos pais a sós. – Piscou para o pai e saiu.

— Ela continua linda. – Se sentou no sofá, seguida por Estevão. – Há tempos que não sorria como hoje, sabia?

— Eu também tô feliz, principalmente por você está aqui. – Colocou sua mão sobre a dela. – E só tô esperando você confirmar o que eu já sei.

— O quê?

— Que o Enriquinho é meu filho.

— Estêvão...

— Nada do que você disser vai me fazer mudar de ideia. Maria, o jeito que ele sorri é idêntico ao jeito que Aninha sorri, o nariz dele, o jeito que ele fecha os olhinhos pra sorrir, Maria, não dá pra negar, ele é meu filho, eu sinto.

Ela ficou em silêncio, todas as palavras, as desculpas, fugiram, e ela não sabia o que lhe dizer, ou se deveria simplesmente lhe contar a verdade.

— No momento que vi você indo embora – ele continuou – e percebi que Sérgio não iria, imaginei que você estivesse fugindo, porque ninguém tenta recuperar um casamento longe. Agora só tô esperando que você me confirme o que eu já sei.

— Sabia que, assim como o seu pai, você é bem teimoso? – Disse algo por fim.

— OK – ele deu uma risadinha – não vou te obrigar a falar nada, mas quero dizer de novo que tô feliz com a sua volta.

— E eu mais feliz ainda por você não estar me odiando, pensei que você não me perdoaria.

— Como eu posso adiar alguém com olhos tão encantadores? – Acariciou sua face. – Nem se eu quisesse, conseguiria odiar você Maria, o que eu sinto por você é maior que tudo.

Ele tomou seus lábios para si, e a beijou apaixonadamente. Por nenhum momento ela resistiu aquele beijo, pois era o que queria, se lançar nos braços do homem que amava, e sentir-se amada mais uma vez. Enquanto eles se beijavam, trocavam carícias, Aninha os olhava sem que eles percebessem, adorando tudo aquilo, pois sempre soubera que aqueles dois não eram só amigos nem aqui nem na China.

Depois de algum tempo entre beijos e carícias e toques, o clima começara a esquentar demais, o que fez Maria se afastar, precisava respirar.

— San Roman – se afastou um pouco dele, recuperando o fôlego – eu preciso ir, já tá tarde, e eu tenho que colocar o Enriquinho pra dormir.

— Mas já? Queria ficar mais um pouquinho aqui com você

— Nós não somos mais adolescentes senhor San Roman, e além do mais, sua filha está logo ali, e pode nos ver a qualquer momento.

— Eu não tenho que esconder dela o quanto eu amo você.

— Mas eu ainda sou uma mulher casada, se lembra? – Se levantou. – Não vamos esquecer desse pequeno grande detalhe.

— Tudo bem – se levantou – mas ainda bem que você disse que AINDA é uma mulher casada, quem sabe que não seja quem vai quebrar essa maldição?

Ela riu. E com certeza iria adorar que ele “quebrasse essa maldição”. Ela chamou o filho, se despediu da Aninha, e os dois saíram. Estêvão e Aninha se entreolharam cúmplices.

— Ai ai – se jogou no sofá – o amor é lindo!

Estevão a olhou querendo rir, mas não disse mais nada, apenas se jogou no sofá o seu lado, e ela entendeu que ele concordara que o que dissera.

****

Ao saírem da casa de Estêvão, Maria e Enriquinho foram em direção ao motorista, a fim de irem para casa, mas no caminho da casa ao carro, ela tem uma surpresa, um tanto quanto indesejada.

— Ora, ora, ora, o que temos por aqui? A santa Maria!

— Babi – disse quase virando os olhos – não vou dizer que é um prazer vê-la, porque estaria mentindo, e muito.

— Tudo bem, eu sinto o mesmo por você. Mas afinal, o que fez a sinhazinha sair da casa branca pra vir até a senzala? Ah, nem precisa dizer, eu já sei quem você veio ver.

— Que ótimo que você já sabe, assim economizamos palavras, bom, com licença, eu tenho mais o que fazer, do que ficar de papinho contigo na rua.

— Espera! E essa criança?

— O que tem meu filho?

— Seu filho? Você tem um filho?

— Pois é, tenho um filho, uma mãe, uma tia, um irmão, um marido.

— Eu não sabia que você era casada.

— Eh, eu sou. Às vezes nós fazemos certas besteiras, e uma delas foi ter eu casado com Sérgio. Agora me com licença, preciso mesmo ir, boa noite.

Maria e o filho se retiraram da presença de Babi, que ficou pensando no que Maria disse, e mais precisamente sobre ela ser casada, e com Sérgio, já que isso não era de conhecimento dela.

— Ah Sérgio seu desgraçado – falava sozinha – eu sabia que você mentia em relação à Maria, mas ser casado com ela? Seu filho da mãe! Você me paga por ter me feito de idiota!

— Falando sozinha Babi? – Um amigo perguntou.

— Ah me deixa em paz! – Saiu.

****

No caminho de volta para casa, Maria se deixou perder em seus pensamentos, estava feliz em apenas poucas horas que estava de volta, era como se sua bateria tivesse tido um pouco de carga, ainda não estava 100%, mas ainda sim, sentia uma leveza, uma paz de espírito, como se voltar para casa, tivesse valido muito a pena.

Quando chegou a mansão, tudo estava calmo, como de costume. Ela entrou com Enriquinho no colo, já que o pequeno dormia angelicalmente. Ela ia em direção ao seu quarto, mas as surpresas do dia ainda não tinham terminado.

— Boa noite Maria!

Ela se assustou com a voz.

— Então quer dizer que minha mulher volta pra casa depois de tanto tempo, e eu sou o último a saber?

— Pois é né Sérgio, por mim eu não veria você nunca mais, mas infelizmente ainda estamos casados.

— Posso saber onde você estava até uma hora dessas?

— Na verdade não. Eu não sou obrigada a dar satisfação da minha vida a você!

— Você estava com ele não é?

Ela não o respondeu.

— Tô começando a achar que vou ter que lembrar do que disse há alguns anos. Eu não estava brincando Maria, e ainda não estou, então é melhor você andar na linha, senão o seu adorado Estêvão, e o filhinho de vocês, vai pagar por sua estupidez.

— Você não se atreva encostar um dedo no meu filho! – Se exaltou. – E estou falando muito sério Sérgio, eu não sou mais aquela Maria idiota que você fazia de gato e sapato. Se você ousar fazer alguma coisa contra o meu filho, ou contra alguém que eu amo, eu te mato, você tá me ouvindo? E agora sou eu que não estou blefando, e não queira pagar pra ver!

Ela virou as costas para subir sem dar a ele oportunidade de dizer mais nenhuma palavra. Ele somente se calou, e a observou sumir de suas vistas.

****

As palavras ditas por Sérgio minutos antes foram dissipadas rapidamente da sua mente, sentia que tinha coragem suficiente para enfrenta-lo, e não faria nenhum sentido se sentir ameaçada por ele, e o que mais queria agora era estar livre dele, uma vez por todas, mas um passo teria que ser dado de cada vez.

Maria entrou no seu quarto (que não era o mesmo de Sérgio) colocou Enriquinho na cama, tomou um banho e novamente se pôs a pensar nas coisas, na sua vida, em Estevão. Era impossível não pensar nele um minuto sequer.

O sono não vinha, o que fazia seus pensamentos irem mais distante, voltar ao passado, nos bons momentos vividos, na loucura que fizeram, mas que não se arrependera em nenhum momento.

~ Flashback on ~

... — Como eu sei da sua paixão pela flor de lótus, eu resolvi te dar algo que você pudesse guardar pra sempre, e se lembrar de mim sempre que olhar.

— San Roman, não precisava se incomodar.

— Deixa eu terminar morena. – Ele pegou uma caixinha de tamanho médio que estava em cima da mesa de centro, que eu nem tinha notado ali. – Comprei pra você, espero que você goste.

— O que é isso? – Ele estava com a mão estendida com a caixa na mão.

— Toma, abre.

*

— San Roman... É lindo!

— Você gostou?

— Como não gostar? Uma flor de lótus de cristal! O presente mais lindo que ganhei em toda minha vida! – Segurava aquele objeto delicado em minhas mãos.

— Logo que bati os olhos, lembrei de você.

— Eu amei meu amor – coloquei com cuidado em cima da mesa, e passei meus braços pelo seu pescoço – você foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida San Roman, eu vou proteger esse cristal com a minha vida, e sempre que eu o olhar, vou me lembrar de como fui feliz com você...

~ Flashback off ~

 

Não contente em ficar somente nas lembranças, Maria pegou aquele objeto, que talvez não tivesse tanto valor financeiro, mas só ela sabia o que aquilo significava, e tratou de cumprir sua promessa de sempre que olhasse, lembrasse dele, do seu San Roman.

Eu preciso te falar

Te encontrar de qualquer jeito

Pra sentar e conversar

Depois andar de encontro ao vento....

 

Um suspiro nostálgico, um sorriso sutil, um frio na barriga, e a vontade de estar com ele para todo o sempre, e ainda não seria tempo suficiente para mostrar o quanto era grande seu amor, e que desta vez, de verdade, estaria disposta a lutar por ele com unhas e dentes.

****

Eu preciso respirar

O mesmo ar que te rodeia

E na pele quero ter

O mesmo sol que te bronzeia

Eu preciso te tocar

E outra vez te ver sorrindo

Te encontrar num sonho lindo...

 

Em outro lugar, não muito longe, também existia alguém que se dedicava a pensar no amor da sua vida. Deitado em sua cama, Estêvão se lembrava de como se perdera naquela olhar, em como tentou não se apaixonar, mas era um sentimento mais forte que ambos, Maria até tentou resistir, mas era impossível.

 

~ Flashback on ~

— É linda! - Cheirou seus cabelos. - Você tem um cheiro espetacular!

— San Roman - seus olhos estavam fechados - você está tirando a minha sanidade...

— Eu tô gostando disso. - Sussurrou em seu ouvido.

Ela se virou de frente para ele, e olhou profundamente em seus olhos. Ele acariciou sua face, pegou em seu queixo, e fez algo que queria fazer desde quando a viu pela primeira vez, sentir os lábios dela junto aos seus, e foi isso que ele fez, trouxe os lábios dela para si, e por mais que devesse, ela não resistiu em momento algum.

Seus lábios se encontraram com os dele, sua boca quente ansiava pela dele, e eles se esqueceram por um instante de quem eram, da realidade que viviam, e se permitiram fazer o que queriam há tempos. O beijo, que começara tímido, logo se tornou forte e explorador, e por mais que quisessem ficar ali para sempre, infelizmente a realidade falou mais alto...

~ Flashback off ~

Estêvão se pegou sorrindo, mas como não sorrir?  Sabia que a vida estava dando uma nova chance para se amarem, e ele não iria desperdiça-la, a amava, e sabia que o sentimento era recíproco.

Já não dá mais pra viver

Um sentimento sem sentido

Eu preciso descobrir

A emoção de estar contigo

Ver o sol amanhecer

E ver a vida acontecer

Como um dia de domingo.

****

Dia seguinte.

Enfim, mais um dia, como qualquer outro, acima de qualquer suspeita. A família já havia se levantado, e já se preparavam para seus afazeres diários.

— Posso saber onde você pensa que vai, toda arrumada? – Perguntou Sérgio a Maria, ao vê-la pronta para sair.

— Tá falando comigo? – Olhou para trás para ter certeza que falava com ela.

— Tem mais alguém aqui?

— Eh, não. E respondendo a sua pergunta, eu vou à empresa, vou voltar ao trabalho.

— Você vai voltar ao por causa do trabalho, ou por causa do favelado?

— Não sei por que essa ceninha uma hora dessas. Eu vou voltar por mim mesma, ah, Lívia também voltará, espero que não se incomode, meu amor – foi irônica – com licença. – Sorriu debochada e saiu.

Eh, Sérgio que se cuide, com certeza ele já não estava gostando nada dessa “nova Maria”, mas não iria deixa-los sossegados, enquanto não fizer o que tiver de ser feito.

— Tia – Maria entrou na cozinha, sua tia e mãe estavam lá – a senhora pode olhar o Enriquinho pra mim?

— Claro flor, mas aonde você vai?

— Vou trabalhar! – Sorriu. – Mas volto mais cedo, pelo menos até o Enriquinho acostumar a ficar sem mim.

— Ah sim, pode ir despreocupada.

— Eu também posso ajudar a cuidar dele. – Disse Cecília.

— Por mim nem tem problema algum, vou até ficar feliz. Bom, deixa eu ir.

Ela foi até sua tia, e deixou um beijo em seu rosto, mas não se sentiu a vontade de fazer o mesmo com sua mãe, apenas sorriu para a mesma, e saiu.

— Você tem muita sorte Josefina.

— Eu? – Não entendeu o comentário da irmã. – Por quê?

— Simplesmente por ter mais o amor da minha própria filha do que eu.

— Eu não vejo assim, acho que tô colhendo o que plantei, e você também minha irmã, mas se formos ver, você sempre teve mais sorte que eu, você teve tudo o que eu quis Cecília. – Disse como num desabafo.

— Não é bem assim, e você sabe disso.

— Não?! Como não Cecília! Você se casou, teve filhos, e eu só vivi a sua sombra!

— Você, melhor que, eu conhece essa história.

— Mas você não fez nada pra mudar isso Cecília, nada!

— O que eu podia fazer?

Maria, que voltava para dizer algo à tia, se deparou com a pequena discussão que se formava entre a mãe e a tia, resolveu não entrar, e ficou escutando, sem ser percebida, talvez descobrisse algo importante.

— Eu o amava Cecília, amava o Rui com toda a minha alma, e ele também me amava, e você sabia disso, mas mesmo assim, se casou com ele!

— Eu não me casei com ele porque eu quis! Eu amava o Enrico, e você sabia que nossos pais não eram a favor do nosso relacionamento.

— Ah, e o Rui era perfeito pra você né?

— Pra mim não, mas talvez para os nossos pais!

— Eu fiquei sem chão Cecília, eu não quis acreditar que fui traída pela minha própria irmã!

— Eu nunca traí você, eu não queria me casar com o Rui, mas meu pai me obrigou, o que eu podia fazer? Você sabe que as irmãs mais velhas se casavam antes das mais novas, e o que uma mulher poderia dizer? Que não? Que não queria esse casamento? Pelo amor de Deus Josefina, a época em que vivíamos não nos permitia viver uma paixão avassaladora! Mas mesmo assim, você ousou fazer algo que nenhuma mulher faria.

— Sim, e não me arrependo, não me arrependo de ter me entregado ao único amor da minha vida!

— Agora eu que pergunto? Quem traiu quem? Você engravidou do meu marido Josefina, quem se prestou a um papel pior?

— Você não o amava, faria diferença pra você?

— Claro que sim, pois eu seria vista como a trouxa!

— Mas pra sua sorte, meu filho...

— Eu não quis que isso acontecesse, mas nós sabemos que foi melhor pra todos, você ficaria mal falada.

— Eu não estava me importando com nada disso. E agora, quem tem sorte aqui? Você se casou com o homem que eu amava, deu dois filhos a ele, e eu fiquei ele, sofri a dor de enterrar um filho, destinada a ficar só, você não tem porque reclamar Cecília.

Maria ficara pasmada com o que ouvira, sem palavras, em estado de choque, mas não sairia dali sem ser notada, precisava de mais explicações, foi quando entrou, sem cerimônia alguma, assustando a mãe e a tia.

— Que história é essa? Então minha tia teve um filho com meu pai?

Continua...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, Desculpa a demora, é que minha vida tá uma doidera, mas aqui estou rsrsrs. Bjs!!!



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