Flores De Maio escrita por Maitê Miasi


Capítulo 23
O Tempo Não Apaga, Não Desfaz




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/717440/chapter/23

Quando um coração está cansado de ver
As lágrimas da rosa ao ver o espinho morrer
Mas o carcará foi dizer à rosa
Que a luz dos cristais vem da lua nova e do girassol. – Natiruts

****

A decisão de Maria deixara todos abismados, mas ninguém, ou melhor, Cecília e Sérgio não se opuseram, apenas consentiram, talvez fosse melhor que ela saísse de casa até a poeira abaixar, se é que abaixaria assim tão facilmente, e se um dia abaixasse, Maria seria a personagem principal para que isso acontecesse.

Diante de tudo que estava acontecendo, Cecília e Sérgio acreditavam que isso seria o melhor a ser feito. Maria ficaria longe de Estevão, que agora achava que a mulher que amava era tão cínica quanto os outros; Cecília e Sérgio estavam como pinto no lixo, já que tinham a herança de Enrico em suas mãos, mas até quando duraria essa felicidade toda?

****

Os dias se passaram lentamente, a distância machucava os corações partidos, renunciar dói, e cada vez que se lembravam do haviam vivido juntos, de todos os momentos lindos, e viam que a realidade agora era totalmente diferente, era como se colocassem um dedo na ferida, sem nenhuma piedade. Por que tinha que ser assim? Seria tão mais fácil se não tivessem que escolher entre uma coisa e outra, se apenas pudessem se amar, amar, amar... Mas por que o amor machuca? O amor não machuca, ele apenas prova, mostra se o que sentem é realmente amor, ou algo supérfluo, e se for amor o que sentem, tudo isso será apenas um ponto num vasto infinito, afinal, o amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta, eh, esse é o amor, tão contrário assim.

Os dias pareciam não ter mais vinte e quatro horas, os meses não pareciam ter mais trinta/trinta e um dias, os anos não pareciam ter mais trezentos e sessenta e cinco dias, tudo parecia ter aumentado, cada dia era parecido, era o mesmo, era igual. Porém para Maria estava um pouco melhor do que para Estevão, já que agora segurava em seus braços o fruto daquele amor, um serzinho tão pequeno, mas que já era tão amado. Essa criança seria o porto seguro de Maria, ela a ajudaria passar pelos momentos difíceis e não a deixaria desistir, ela mostraria a Maria que existia uma força em seu interior que ela não sabia que existia, mas estava ali o tempo todo, e só precisava de um estímulo para sair. Essa criança era o seu estímulo.

Os dias continuaram passando, a ferida continuava ali, ainda não fora sarada, e não seria sarada assim, à distância, somente com olhos nos olhos. Talvez Estêvão não odiasse mais Maria, em seu íntimo sabia que ela não era responsável por tudo aquilo, a razão dizia que sim, mas seu coração a conhecia. Às vezes é necessário escutar a voz do coração, e ignorar um pouco a razão. Ele continuava na empresa, com um cargo inferior ao antigo, não porque Sérgio era gente boa, mas porque queria jogar na cara de Estevão que ele era melhor.

 Maria adiava a cada dia a volta para sua vida, sabia que teria que fazer isso, mas não queria encarar tudo outra vez, não sabia se estava pronta. Ela estava mais feliz agora do que quando saiu de casa, entendia o quanto um filho podia mudar a vida de uma mulher. Ela viveria somente para dedicar seu amor a esta criaturinha, mas... Ela tinha que concertar o passado, para poder viver um futuro feliz, ou o mais próximo disso.

****

Finalmente o tempo passou, três anos. Era hora de voltar, encarar tudo, mas seu regresso não era de todo ruim, também era hora de matar a saudade, de receber abraços calorosos, e ouvir a frase que talvez seja a mais esperada “Como eu estava com saudades de você”, era o momento de ver a vida de uma forma diferente, quem sabe a vida esteja dando a eles a chance de recomeçar?

— Aninha filha, acorda – disse Estevão entrando em seu quarto acendendo a luz – você vai se atrasar. – Se sentou na cama.

Estêvão e Aninha haviam voltado para a casa na favela após Cecília se apossar da herança.

— Ah pai, mas já? – Abria os olhos aos poucos e com dificuldade por causa da luz. – Deixa eu dormir mais um pouquinho. – Cobriu seu rosto.

— Nada disso Ana Lara! – Tirou o cobertor de cima dela. – Deixa de preguiça, você tem aula hoje – se levantou da cama – tô te esperando pra gente tomar café, e não me faça voltar aqui e te dar um banho na cama.

Estevão ia saindo do quarto, enquanto Aninha o olhava com aquela cara de adolescente que acha que os pais não sabem de nada.

— Tô aqui pai – deu o ar da graça depois de alguns minutos – não precisa ficar resmungando mais. – Se sentou sorrindo.

— Não era pra menos né, todo santo dia tenho que te acordar, parece que você gruda naquela cama e não sai nunca mais. – Tomou um gole de café.

— Nossa pai, você é tão exagerado. – Balançou a cabeça em sinal de negação. – Pai, adivinha com que eu sonhei hoje?

— Com a sua mãe?

— Não, errou e feio. Sonhei com a Maria.

Estêvão a arregalou os olhos, e quase cuspiu o pão que comia, evitava falar de Maria sempre que podia.

— Nossa, isso tudo foi por eu ter falado dela?

— Você sabe que eu não gosto que fale nela.

— E por que não? Eu gosto da Maria pai, e sinto falta dela, poxa, já fazem três anos que ela foi embora, e eu sei que não foi ela que mandou você assinar o tal documento.

— Como você pode ter tanta certeza? – Franziu a testa. – Você coloca a mão no fogo por ela?

— Não só uma como as duas, e eu sei que você pensa como eu, e assim como eu, você também quer que ela volte logo.

— Cada dia que passa a senhora fica mais abusada, termina logo esse café, senão vai se atrasar.

— Será que esse sonho foi um aviso de que ela tá voltando pai? Tô doida para ver ela, a tia Fifi e o filho dela. Será que é menino ou menina pai?

— Não sei Aninha – se levantou e virou as costas – e não quero mais pensar nisso – falou para si – não o tempo todo…

****

Era por volta de 9:00 AM quando os três chegaram a mansão. Tudo calmo, silencioso, parecia que não tinha ninguém em casa, mas sabiam que esse silêncio era algo normal, a casa só ficou um pouco mais movimentada quando Estêvão e Aninha moraram ali.

Josefina e Maria foram entrando, olhando para os lados, como se quisessem ver alguma possível mudança na casa, mas tudo estava da mesma forma como quando saíram. A criança, que estava de mãos dadas com a mãe, olhava tudo um pouco assustada, era o esperado, afinal, era a primeira vez que pisara naquela casa.

— Nossa tia, que silêncio, cadê todo mundo? – Perguntou Maria olhando ao redor.

— Estranho, será que entramos na casa certa? – Fifi brincou.

— Talvez tenhamos entrado na casa do vizinho tia sem saber. – Riu.

— Mamãe, eu tô com fome!

— Calma meu amor, já vamos resolver o problema do seu estômago. – Sorriu.

Elas continuaram entrando pela casa, e chegaram na sala, tudo estava esquisitamente quieto, até o momento.

— Eu não acredito no que estou vendo! – Fernando apareceu no topo da escada. – Eu estava ouvindo umas vozes, e sabia que não era da minha mãe. – Desceu a escada num instante.

— Fernando! – Se jogou nos braços do irmão. – Que saudade!

— Ah eu também Maria, deixa eu te olhar – segurou seu rosto, e a observou – continua linda! – Se abraçaram mais uma vez.

— Tem abraço para mim também?

— Claro que sim tia! – Amassou a tia. – E quem é essa coisinha pequena aqui? – Disse após soltar a tia, se referindo ao filho de Maria, que se escondeu atrás da mãe.

— Não precisa ficar com medo meu amor, é seu tio.

— Não sou só seu tio – agachou ficando na sua altura – sou só o melhor tio do mundo. – Fez cócegas, e acabou ganhanhando sua confiança.

— Não sabia que tinham chegado. – Disse Cecília, os encontrando na sala, no mesmo instante todos ficaram sérios.

— Oi mãe – Maria falou um pouco sem graça – chegamos agora, e já íamos falar com você.

— Cecília minha irmã, confesso que já estava com saudades das suas grosserias.

— Eu acho que também estava com saudades de vocês. – Admitiu.

— Enriquinho, vai lá falar com sua avó.

Enriquinho foi, sem vergonha, sem medo, e abraçou Cecília, sua avó, como se fosse alguém que ele conhecera, e estava matando a saudade, e Cecília, retribuiu o abraço do neto, inacreditavelmente, Cecília havia gostado dele.

— Então quer dizer que você se chama Enrico. – Passava a mão em seu cabelo.

— Sim, minha mamãe disse que é o nome de uma pessoa que ela gostava muito.

— Você se parece muito com sua mãe quando ela tinha sua idade, só o nariz e os olhos que não, talvez seja do seu pai.

Maria ficou um pouco sem graça devido o comentário da mãe, apesar dela não ter tido a intenção de constrangê-la.

— Bom Enriquinho, acho que você está com fome, vamos até a cozinha que a vovó vai preparar algo bem gostoso para você!

—Oba!!!

Cecília deu a mão ao pequeno, e os dois saíram em direção a cozinha. Maria e Fifi desconhecerem a Cecília que acabaram de presenciar.

— Fernando, essa aí é a nossa mãe? Ou um monstro comeu a Cecília que conhecemos?

— Sim Maria – riu – essa é a nossa mãe. – Os três foram caminhando em direção ao sofá e se sentaram.

— Eu nunca vi Cecília assim, e olha que a conheço desde que nasci, nem com vocês dois ela foi tão carinhosa como foi agora com o Enriquinho.

— Ah meu Deus, proteja meu filho. – Brincou. – O que houve nesse tempo que ficamos fora Fernando?

— Bom, algumas coisas aconteceram sim. Minha mãe mudou um pouco, tá menos chata que antes, Sérgio quase não vem em casa, fica o tempo todo na empresa, talvez seja por isso que minha mãe anda tão só, eles quase não se falam mais.

— Nunca pensei que minha mãe e Sérgio se afastariam, eles eram tao… amigos.

— Pois é – continuou Fernando – minha mãe o deixou responsável pela empresa, e não foi uma boa ideia. Nesses últimos anos, as vendas de perfumes caíram, não só porque a melhor perfumista não estava presente, mas pela má administração dele, eu até dei uns conselhos, mas ele não ouve ninguém.

— Como assim, dei uns conselhos?

— Eu tive que tomar um rumo na vida irmãzinha. – Arqueou a sobrancelha.

— Tá aí, já posso morrer em paz, vi minha irmã agir de forma agradável, meu sobrinho amadurecendo.

— Não consigo pensar no que mais me surpreende. E ele demitiu algum funcionário, ou ainda são os mesmos?

— Você quer saber do Estevão né? Pois bem, ele é muito cabeça dura. Quando vocês foram embora, e Sérgio assumiu as rédeas da empresa, Estêvão quis sair para não ter que olhar pro Sérgio, eu conversei com ele, e disse que era melhor ele ficar, porque assim ele teria uma estabilidade financeira, e podia dar algo melhor para Aninha, se ele voltasse a vender doces no sinal, a vida deles voltaria a ser tão difícil como antes, e aí ele aceitou ficar, e tá até hoje lá.

— Eu vou até lá, quero ver como tá tudo.

— Ver a empresa, ou um funcionário em especial?

— Ah Fernando, vá te catar!

— Você não vai descansar minha flor?

— Não tia, não quero descansar.

— Eu posso te levar, estava indo para lá quando vocês chegaram.

— Ótimo!

— Aonde vocês vão? – Cecília apareceu com o neto ao seu lado.

— Eu vou até a empresa, quero ver como andam as coisas. Vamos Enriquinho. – Abriu os braços, e o filho pulou no seu colo.

— Se você quiser deixa-lo aqui Maria, não tem problema algum.

— Não mãe, obrigada, eu vou leva-lo, é bom que ele começa a se acostumar com as coisas da cidade. Vamos Fernando? – Botou o filho no colo, e pegou sua bolsa.

— Vamos.

Os dois saíram da casa em direção a empresa, contando as novidades, sobre o estranho desconhecido que viveram, e sobre como amadureceram. Por fim eles chegaram, Fernando a deixou logo na entrada e subiu, sabia que ela saberia se virar muito bem sem ele.

Ela ficou olhando tudo ao seu redor, matando a saudade daquele lugar que tanto amava, respirando Aquela Essência. As pessoas que passavam, cochichavam umas com as outras sobre sua presença ali, mas ela não ligava, não se importava com o que falavam dela.

****

Maria continuava seu tour pela empresa, mas ela sabia que só queria ver uma coisa, ou melhor alguém. Após andar por toda a empresa, com  Enriquinho fazendo milhares de perguntas, ela finalmente encontra o que seus olhos queriam ver. Lá estava ele, no fim do corredor ela via sua silhueta. Seu coração bateu tão forte, que pensou que infartaria naquele exato momento, mas não retrocedeu, seguiu seus instintos, e continuou indo aonde seu coração mandava. Nessa altura do campeonato, Enriquinho tinha soltado sua mão, e corrido para qualquer outro lugar, mas ainda sim, ela continuou indo em direção ao fim do corredor, sabia que seu filho não estaria em perigo.

Quando entrou na sala, o viu, sentiu dentro de si um turbilhão de emoções, viu tudo aquilo que vivera no passado florescer, acender novamente, bem, nada daquilo fora apagado, apenas deixado de lado, por um curto espaço de tempo.

Estêvão não acreditou na imagem que vira em sua frente, não é que Aninha estava certa, e seu sonho queria dizer algo? Ela fora mais rápida que seus pensamentos, e antes que ele pudesse dizer alguma coisa, seus lábios estavam colados um no outro, seus braços envoltos em seu pescoço, queria aperta-lo e não deixa-lo partir nunca mais, mesmo que ela tenha feito isso. Apesar de não entender o que se passava, retribuiu aquele beijo sutil, aqueles toques, sabia quem estava ali, era a sua Maria, sua amiga, sua amada, e não queria perder mais um segundo, afinal, o tempo foi o maior inimigo dos dois.

Após quase perderem o fôlego, eles se afastaram seus lábis, mas ainda continuavam muito próximos.

— Eu não acredito que tô te vendo na minha frente – segurava seu rosto – tão linda, tão perfeita, quanta saudade eu senti de você Maria. – Beijou todo seu rosto.

— Eu também senti tanto a sua falta, e não é muito lógico estar aqui, desse modo, depois de tudo o que houve.

— Esquece o passado, só um pouquinho, por favor.

Ele tomou seus lábios mais uma vez, precisava ter a certeza de aquilo não era uma miragem, era ela mesmo que estava ali. Eles continuariam se beijando por todo o tempo do mundo, acendendo a chama daquela amor, se Enriquinho não tivesse aparecido, dando um pequeño susto em Estevão.

— Peraí, esse é o… seu filho Maria?

— Sim. Fala oi com o tio Estêvão filho. – Sorriu.

— Oi tio Estevão. – Sorriu.

— Oi campeão! – Abaixou ficando na sua altura. – Bate aqui cara. – Ele bateu na mão de Estevão. – Posso saber qual o seu nome?

— Enrico.

— Enrico? – Ficou surpreso. – Que nome maneiro! – Se levantou com o pequeño no colo. – Eu não deveria ter ficado surpreso com esse nome. – Falou com Maria.

— Quando descobri que era um menino, não passou pela minha cabeça outro nome.

— O nome do seu padrasto, ou do avô dele?

— Vou ignorar sua pergunta.

— Mas independente do que seja, foi uma bonita homenagem.

Logo de cara Estêvão havia se dado bem com Enriquinho, com o seu filho, e Maria não se sentiu constrangida por isso, muito pelo contrário, estava se sentindo bastante à vontade.

Maria tinha se distanciado um pouco dos dois, que ficaram conversando e brincando, e foi atender seu telefone, minutos depois, ela voltou sorridente.

— Eu preciso ir agora, acabei de saber que Lívia está lá na mansão.

— Lívia? Nossa, diz a ela que mandei um abração, e que tô com saudades.

— Por que você mesmo não diz a ela? Vem, vamos até a mansão.

— Não Maria, não é uma boa ideia, sua mãe está lá, e eu tenho que trabalhar.

— Bom, minha mãe tá um doce, e tenho certeza que não vai acontecer nada se você for, vamos, por favor. – Fez uma carinha de criança pidona.

— Vamos tio Estevão. – Pediu Enriquinho.

— Viu? Até o Enriquinho quer que você vá.

— Tudo bem, se vocês insistem, eu vou, mas espero não me arrepender.

Os três saíram em direção a mansão, Estêvão, Maria e Enriquinho, como um bonita família, na verdade, era o que eles eram, só estavam precisando de alguns reajustes. Aquela bela cena despertou olhares curiosos, mas eles não ligaram, apenas prosseguiram. Sérgio ainda não ficara sabendo da volta de Maria.

Quando chegaram na mansão, foi uma grande festa. Lívia estava com sua filhinha a espera de Maria. Foram muitos abraços e beijos, e apertos nas crianças mais fofas do mundo! Cecília impressionava cada vez mais, já que não havia se importando com a presença de Lívia na casa, e nem de Estevão.

— Meu Deus, ela é a cara do Fernando – disse Maria se referindo à filha de Lívia – não tem nem como negar que é filha dele.

— Ela é a coisa mais linda do mundo! – Comentou Fifi que estava do lado de sua irmã. – Olha, ela e Enriquinho já estão se dando bem! – Observava os dois brincando.

— É verdade. Qual é mesmo o nome dela Lívia? – Perguntou Maria.

— Acsa.

— Acsa? Que nome diferente.

— Cecília, esse não era o nome da empregada que trabalhou aqui na mansão na época que os pais do Enrico eram vivos? – Perguntou Fifi a Cecília num tom levemente alto.

— Não sei Josefina, não sei. – Fora um pouco grossa, a primeira vez desde que chegaram.

— Acsa era o nome da minha mãe! – Exclamou Estêvão.

— Bom – Lívia se explicou – eu ouvi esse nome aqui algumas vezes quando criança, e decidi que daria esse nome para minha filha.

Coincidência ou não, aquilo ficou matutando na cabeça de alguns, de Maria na verdade. Eles continuaram a conversa de forma animada, menos Maria, que esperava a primeira oportunidade para falar com sua mãe, e enfim apareceu, quando Cecília despistou e saiu do meio deles.

— Você foi a culpada pelo “sumiço” – fez aspas – da mãe do San Roman, não foi? – Disse maria em tom acusatório quando entrou na cozinha atrás da mãe.

— Você ficou maluca? Eu não tenho nada a ver com isso, além do mais, não existe só uma pessoa com esse nome no mundo!

— Pra cima de mim não mãe, eu te conheço. Seria muita coincidência essa casa ter tido uma empregada com esse nome, a mãe de Estevão também ter esse nome, e Lívia ouvir esse nome nesta casa, eu não sou idiota mãe, me diz, é a mesma pessoa não é?

— Por que você acha que eu tenho alguma coisa a ver com isso, hein?

— Bom, um motivo sólido eu não tenho, mas não duvido que não tenha suas mãos nessa história, você foi capaz de me vender pra quitar sua dívida, o que não faria com uma simples empregada?

Cecília virou as costas olhando para o jardim, e após alguns segundos, olhou para a filha novamente.

— Te surpreenderia se eu dissesse que eu fui a responsável pela saída dela daqui?

— Não, nada de ruim que vem de você me surpreende mãe. E por que ela saiu daqui? O que foi que você fez? Por que você afastou ela da vida de Enrico? Porque eu aposto que você sabia que ela era o amor da vida dele!

— Eu sabia sim, e eu a odiava, não suportava a mãe do Estêvão porque eu sabia que o idiota do Enrico só tinha olhos para ela! Sabe Maria, a gente é capaz de fazer qualquer coisa por alguém que a gente ama, e você entende bem o que eu tô falando, não é mesmo? Pois é, eu estava disposta a matar essa maldita, alías, o anjo da guarda dela era muito forte, porque era isso que eu ia fazer, mas não foi como eu quis. Sabe qual foi o mais erro da minha vida Maria? – Ficou bem próxima dela. – Ter amado o Enrico com toda a minha alma, esse foi meu erro. Por ter amado demais esse homem, eu cometi os maiores pecados que alguém poderia cometer na vida!

Continua…


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Mais um capítulo amores, espero que gostem. Bjs!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Flores De Maio" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.