Chegara o dia do baile. Todas as meninas mal apareciam pelo castelo pois estavam ocupadas demais se arrumando para ofuscarem a beleza das outras.
Lorena não era diferente, mas só queria agradar Tom. Se tudo desse certo, ela seria pedida em namoro naquela noite visto que já tinham se beijado algumas muitas vezes, inclusive nos corredores desertos durante a patrulha dos monitores. Tom nunca tinha falado em namoro, mas ele dissera que ela fazia um bem a ele e que não queria perdê-la, por isso seu sexto sentido a levava a crer que aquela seria noite em que seria pedida em namoro por ele.

— Amiga, se Tom não pedi-la em namoro, Brian pedirá! Ele também está caidinho por você e linda do jeito que está, ele, não vai resistir. Espero que Tom seja mais rápido...

— Eu nunca aceitaria o pedido de ninguém que não seja o Tom! – respondeu Lorena para a amiga quando as duas iam saindo da sala da Grifinória. Mariana não falava mais com as duas. Quando passaram pelo buraco do retrato, Lorena boquiabriu-se: lá estava Tom Riddle esperando-a do lado de fora com uma rosa na mão.

— Está deslumbrante, Lorena, magnífica. – disse o rapaz que também estava belíssimo. Tom usava um smoking preto e uma gravata verde escura, o mesmo tom Sonserino. Seu cabelo estava perfeitamente penteado. Seu olhar frio só dava um charme a mais no garoto – permita-me acompanhá-la até o salão principal? – disse enquanto se aproximava da garota e entregava-lhe a rosa...

— É linda Tom... obrigada. Vamos então? – ela pegou na mão de Tom, se virando para dar uma última olhada em Juliene que deixava pra trás - nos vemos lá em baixo, Juli. - Disse se afastando de mãos dadas com Tom, enquanto a amiga sorria compreensiva 

— Está muito bonito lá em baixo, espero te dar uma noite memorável! – disse o rapaz

— Já está sendo memorável só de estarmos juntos. – respondeu Lorena já não ficando mais tão nervosa na presença dele. Ele apenas sorriu.

O salão principal estava cuidadosamente enfeitado. A iluminação era à velas, o que dava um ar aconchegante e romântico ao local. As mesas das casas foram substituídas por pequenas mesinhas ao redor de um espaço que seria a pista de dança. Nos cantos haviam puffs e alguns sofazinhos para dar mais privacidade a quem precisasse. Tom se dirigiu até a um dos puffs com Lorena, e ao sentarem, ele puxou uma garrafa que continua whisky de fogo.

— Não vão servir bebida de verdade aqui, e essa vai tornar a noite mais divertida. – disse Tom antes de tomar um gole da garrafa – Beba também

— Mas Tom, não é permitido...somos monitores...

— Não confia em mim? Ninguém vai saber. – ele disse olhando-a nos olhos.

Como dizer não a ele?

— Tudo bem, só um pouco. – ela tomou um gole da garrafa

— Sabe, Lorena, tenho gostado muito do tempo que tenho passado com você. Nunca havia sentido nada parecido com nenhuma outra garota. – disse enquanto pegava a mão dela e a beijava, encantador como sempre – mas sei que deve sofrer muitos assédios por aqui, olhe aquele imbecil do Brian, não tira os olhos de você. Vamos acabar com isso, Lorena, seja minha namorada!

Ela ficou pálida por dois motivos: um era porque ele tinha ciúmes dela e o outro é que ele estava pedindo ela em namoro?
Ele deu um meio sorriso como se estivesse lendo a mente dela.

— Tom, eu... claro que aceito, eu te amo. Acho vou precisar de mais um gole disso aí.

Eles riram e Tom passou a garrafa pra ela, depois voltando a bebê-la quando ela lhe entregou.

— Talvez queira dançar. – disse quando começava a tocar uma linda música lenta e romântica – será nossa primeira dança como namorados!

— Isso tá saindo melhor do que eu imaginei, é claro que é eu quero dançar com você!

E eles dançaram. Foram os primeiros a inaugurar a pista de dança sob os olhares invejosos de todos. As garotas invejavam Lorena por estar com Tom, e os garotos invejavam Tom por estar com Lorena, mas eles não se intimidaram. Apesar de estar um pouco alta pela bebida, Lorena se sentia tímida por estar dançando e beijando Tom na frente da escola toda, por isso, a cada oportunidade, ela o abraçava e escondia o rosto nos ombros dele pois assim não veria ninguém olhando pra eles e ela poderia sentir o perfume dele que era extasiante. Não sabiam por quanto tempo ficaram ali, mas houve um momento em que os pés de Lorena começaram a doer por causa do salto, então ela pediu pra se sentar com Tom, que sugeriu saírem do castelo em busca de privacidade e de um lugar pra sentar. Entre conversas e risadas, eles esvaziaram aquela garrafa de bebida e mais uma que Tom tinha pegado com Avery antes de saírem do salão. Estavam completamente bêbados, mas estavam felizes, até Tom estava.

— ... então eu tive que inventar uma história muito real para livrar os meus amigos, depois rimos muito quando chegamos à sala comunal da Sonserina. – disse enquanto terminava de contar uma história em que livrara Rosier e Peterson de uma expulsão por torturarem nascidos trouxas.

— Mas Tom, isso é maldade. Eu também sou nascida trouxa, poderia ter sido comigo...aliás, eu acho os seus amigos perigosos demais...

— Você é nascida trouxa, mas você é diferente, e eles eram uns idiotas, tiveram o que mereceram. Meus amigos são perigosos quando é necessário, mas nada demais, não há o que temer... vão dar falta de nós, melhor voltarmos.

Lorena mal se aguentava em pé, mas Tom que já estava acostumado com a bebida, parecia estar só levemente alcoolizado. Ele levava Lorena apoiada em seu ombro até a porta que levava à sala comunal da Grifinória para que ninguém visse o estado em que ela estava.

— Acho melhor eu te levar até o seu dormitório, se não você pode cair pelo caminho. – disse enquanto entrava na sala Grifinória após Lorena dar a senha para levá-la ao quarto.

— Obrigada, Tom, boa noite...

    - Primeiro vou te ajudar a por um pijama...

— Mas Tom...

— Sou seu namorado, que mal tem?

Ela não fez nenhuma objeção quando ele começou a abrir o vestido dela e depois tirá-lo, revelando uma Lorena só de lingerie.

— Você é perfeita, Lorena. – disse enquanto se aproximava dela pra roubar um beijo, mas um beijo cheio de desejo. Ela correspondia ao beijo dele com a mesma intensidade, talvez pelo efeito que a bebida tinha causado nela. Seus lábios se separaram quando faltava o ar e antes que ela pudesse dizer algo, Tom começou a beijar o pescoço dela, fazendo-a arrepiar. Tom aproveitou para deitá-la na cama e se deitar por cima dela, enquanto dava muitos beijos no pescoço dela e apertava as coxas dela com força. Ela sentia que Tom estava excitado, e ela o queria muito. Teria se entregado a ele se não tivesse escutado barulho de alguém entrando no dormitório. Sem pensar duas vezes, Tom se separou de Lorena e pulou a janela do dormitório da garota, o que fez Lorena gritar. Ela ainda não sabia que Tom tinha aprendido a voar sem vassoura.

Mariana entrou correndo no quarto:

— O que foi, por que está gritando?

—Não foi nada.

Mariana olhou desconfiada e voltou para a festa. Assim que Mariana saiu, Lorena correu até a janela, mas não viu nenhum corpo estirado lá em baixo, entao começou a pensar que talvez o que aconteceu naquele quarto tinha sido fruto de sua imaginação, e talvez Tom Riddle nunca tenha estado  ali naquela noite.