A guardiã do gelo escrita por Kashinabi Chan


Capítulo 86
Natália Winter, a Guardiã do Gelo


Notas iniciais do capítulo

Hey Batatinhas Ambulantes o/

É com grande tristeza que enfim anuncio que esse é o último capítulo da fic T-T céus, tá doendo aqui dentro ter que finalmente terminar meu bebê ;-; sério, foi uma das fic que eu mais gostei de escrever e a que eu mais tive contato com meus leitores *3* nunca tinha me apegado tanto quanto me apeguei a todos vocês ♥

Mas bem, vou deixar o textinho de despedida pras notas finais ;-;

No capítulo de hoje - a conversa estranha de Gilbert x.x

Tenham uma boa leitura o/



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A sensação de beijar alguém de verdade na vida real foi muito melhor do que na vida virtual. Com o ato, nos aproximamos mais, tanto que passei as mãos pelo seu pescoço, enlaçando os braços no mesmo, enquanto ele segurava minha cintura.

Não sei se foi coisa da minha cabeça, mas podia jurar que seus lábios estavam salgados, lembrando-me da água do mar. Talvez parte de mim ainda estava presa na outra realidade virtual.

No fim do beijo, não sabia se ficava constrangida ou feliz.

— Quem diria, Natália Winter cheia de atitude — sua voz possuía um tom divertido.

Ele ainda segurava minha cintura e estávamos bastante próximos.

— Eu sempre fui uma garota de atitude, só precisava de uma oportunidade pra libertar o que sempre esteve preso dentro de mim.

— Acho que estou começando a gostar mais de você, sabe?

Soltei uma risadinha com o que disse.

— Quer passar o restante da festa aqui comigo? Você não parece se sentir bem lá dentro.

— É sério mesmo? — digo animada. — Claro que eu quero. Foi a melhor ideia que você teve a noite toda.

O garoto pareceu achar graça.

— Tudo bem, senta ali que eu vou buscar algumas coisinhas pra nós comemos e bebermos, ok?

Assenti e ele se foi, não sem antes de me dar um selinho. Borboletas pareciam brincar no meu estômago de tanta emoção. Andei alegremente até o local onde ele tinha indicado. Era o jardim do colégio. Como a grama era bem cuidada, então sentar na mesma não haveria problema.

Sentei no local e por fim deitei, olhando as estrelas. Suspirei encantada, já desejando que voltasse. Saberia que o resto da festa pra mim seria uma maravilha. Ouvi a porta do colégio se abrir, já imaginando que seria John com os comes e bebes. Porém, franzi o cenho, ainda deitada, quando ouvi a voz de Gilbert:

— Você achou mesmo que eu não ia conseguir? — sua voz ecoou pela rua vazia.

Um longo silêncio se instalou e eu achei tudo ainda mais estranho quando nuvens carregadas de repente preencheram os céus. Por um segundo ponderei se não era comigo que ele falava. Como não ouvi mais passos, nem ele chamar meu nome, decidi continuar deitada. Por causa da mureta, ele não conseguiria me ver, a menos se descesse as escadas.

De repente, um raio estourou ali perto. Mesmo não sendo tão perto assim de mim, consegui sentir fracas descargas arrepiando os pelos do meu braço. Será que está para chover?, foi a primeira pergunta que fiz a mim mesma. Aquele raio repentino realmente me assustara.

— Você quebrou regras, Gilbert — uma voz firme disse a ele. — Várias regras. Muitas regras. Prepare-se para sofrer as consequências de todas elas.

Aos poucos fui arregalando os olhos ao começar a reconhecer aquela voz. Alexia, a deusa. Deve ser coisa da sua cabeça. O jogo já acabou, Natália, volta pra realidade por favor, tentei usar da razão, mas a curiosidade foi maior. Devagar, engatinhei na direção da mureta, curiosa com o que acontecia. Criei coragem e comecei a espiá-los, torcendo para que não me vissem.

Nisso, tive uma surpresa: a mulher de cabelos negros longos parecia mesmo Alexia. Até o vestido branco esvoaçante lembrava o dela no jogo. Só que ali, uma coroa de cristal enfeitava o topo da sua cabeça ao invés de flores. Como se já não estivesse louca o suficiente, levei uma pinicada no estômago. No jogo, isso significava que tinha fonte de poder perto de mim e se aquela mulher fosse mesmo uma deusa...

— Eu fiz o que tinha que fazer, princesa — a última palavra saiu como uma provocação. — Esses jovens precisavam saber a verdade sobre vocês.

— Segredos divinos NÃO são da conta dos mortais! — o volume de voz dela aumentou. Seus punhos se cerraram. — Os Guardiões Primários são um segredo enterrado com a humanidade há séculos! Se é assim tão intrometido, sabe muito bem o que aconteceu na época em que os humanos eram Guardiões Terrestres.

— A sangrenta batalha entre Semideuses e Guardiões. — Um sorriso convencido tomou conta dos lábios do meu professor.

— Trancafiamos os poderes de cada Guardião Terrestre dentro de si pra proteger a humanidade. Não venha trazer essa verdade à tona agora, em pleno século vinte e um, Gilbert!

Cada informação que entrava no meu cérebro me confundia ainda mais. Lembrava das palavras dela na realidade virtual sobre essa coisa de Guardiões. Os Terrestres foram os Primários, os primeiros habitantes da Terra criados pelos deuses. Balancei a cabeça. Devia estar vendo coisas. Pelos céus, acorde desse sonho maluco..., minha mente implorava, embora tudo se desenrolasse bem na minha frente.

Ainda me lembrava  também dela ter dito que apenas um deus ou uma deusa poderia destrancar o poder de um Guardião Primário/Terrestre.

— Não é a humanidade que vocês protegem. São os semideuses.

— Quem é que te disse uma bobagem dessas? — a deusa berrou, dando um passo na direção do homem.

Pinicadas me incomodaram e eu quase soltei um gemido involuntário. Alexia devia estar liberando uma grande quantidade de poder pelo ar e isso estava me dando uma droga de efeito colateral.

Seus dedos delicados se ergueram na direção do céu e as nuvens negras se contorceram, soltando trovoadas e deixando á monstra alguns pequenos raios.

— Não posso deixar com que siga com essa loucura de jogo. Os humanos não podem saber sobre os poderes que guardam dentro de si.

É a última coisa que a deusa diz antes de liberar uma grande descarga elétrica e como se tudo fosse em câmera lenta, vi o raio saindo do céu, passando por sua mão e indo na direção do meu professor. Entretanto, uma fumaça negra se põe entre Alexia e ele, impedindo que o raio o atingisse. Essa fumaça negra aos poucos vai se moldando no formato de uma mulher.

Meu coração acelera no peito ao ver que se tratava de Hécate. Tudo bem, agora você realmente tá louca, Nath. Devia ter alguma coisa muito séria naquele ponche que você bebeu, era a única explicação humanamente possível.

— Não ouse atacar o meu protegido, criança. Mal completou o Terceiro Milênio de sua vida e acha que pode mandar como sua mãe Hera? — Hécate a repreendeu.

Como também no jogo, ela utilizava uma capa preta, embora o capuz estivesse abaixado, revelando seus cabelos negros, pele pálida e olhos negros com uma leve mistura de roxo-escuro.

— Coloque-se no seu lugar, princesa. Esse jogo fará muito sucesso e todos saberão da verdade. Você é a dona da Revolução dos Guardiões, mas já que tem medo de assumi-la, faremos o seu papel, covarde.

Alexia colocou uma expressão perplexa no rosto com a voz autoritária da deusa de preto.

— Se eu ir a fundo com essa revolução maluca dos Guardiões, estarei pondo em risco toda a humanidade! — gritou ela. — Não posso ir contra aquilo que foi me dado como fardo.

— Ainda não entendo porque Hera fez a besteira de colocar seu nome como Alexia. Atrasará toda uma Geração Divina e até o seu reinado porque seu nome significa "salvadora da humanidade". É patético.

— Minha mãe é um poço de sabedoria e deveria respeitá-la mais até do que meu pai — disse a princesa dos deuses seriamente. — Pode não ser hoje que impedirei seu plano audacioso, Hécate, mas saiba que eu vou lutar até o fim pela profecia que está enlaçada no meu nome.

Um sorriso de deboche enfeitou os lábios da de preto.

— Espero que esteja preparada para o fracasso, princesinha.

Alexia pareceu bufar com o deboche e Hécate apenas riu. Enfim a de preto fez um gesto com a mão e sumiu numa fumaça negra assim como havia aparecido. Junto com ela, Gilbert também desapareceu.

Perguntas e mais perguntas preenchiam minha mente. Eu queria simplesmente me levantar e tocar a deusa pra saber que não tinha ficado totalmente louca. Não é todo dia que temos a oportunidade de ver duas deusas — que eu até então eu nem suspeitava que existiam de verdade — discutindo sobre o futuro da humanidade ao qual eu faço parte.

Continuei observando a deusa, percebendo sua expressão pensativa. Ela passa as mãos pelo rosto e aos pouco desce a escada do meu colégio devagar, ainda ponderando sobre alguma coisa. Ao terminar de descer as escadas, ela para e encara a rua vazia. Devia estar pensando em nós, humanos.

Então eu levo um susto quando seu rosto vira na minha direção e eu abaixo rapidamente para que ela não me veja. Fico diversos segundos abaixada até ter coragem de espiar de novo e descobrir que ela havia desaparecido. Definitivamente, isso deve ter sido coisa da sua cabeça, me forcei a chegar numa conclusão plausível.

— Eu só queria te dar as boas-vindas à família dos Guardiões, Natália.

Levo um susto quando ouço a voz da deusa novamente e bastou eu olhar pra trás para descobrir que a mesma estava bem ali, numa expressão neutra. Um sorriso minúsculo nos lábios, possivelmente para não parecer rabugenta.

Abri a boca diversas vezes, tentando dizer algo. Porém, não consegui reproduzir nenhum som. A deusa estende a mão na minha direção e de repente sinto como se um nó no peito fosse desfeito e consequentemente, meu corpo parece mais leve. Logo, uma fina camada de gelo cobre a ponta dos meus dedos.

De imediato entendi que meu poder tinha sido destrancado.

— Bem-vinda, Guardiã do Gelo.

Novamente, a deusa volta a desaparecer, deixando-me com diversas perguntas.

E sem nenhuma resposta.


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Notas finais do capítulo

Imagino que agora milhares de perguntas devem estar rondando a cabeça de vocês e.e siiiim esse final foi completamente proposital e com o intuito de deixar claro que a aventura da Nath está apenas começando u.u e caso reste alguma dúvida: sim, a história que a Alexia citou no capítulo 26 e nesse daqui é REAL o.o é por esse motivo que futuramente vocês verão a Nath de novo u.u

Quanto a minha próxima fic, já avisei que não tenho uma data para postagem, por isso fiquem de olho na minha página e aqui no Nyah u.u um dia ainda broto com a próxima história que eu vou fazer de tudo para ser bem feita porque como nesse daqui, haverá citações sobre toda a história dita por Alexia no capítulo 26 e.e

Agora enfim queria vir aqui me despedir de vocês T-T agradeço por todos aqueles que comentaram a fic, estiveram me acompanhando, me enviaram fanarts, mensagens, recomendaram... Céus, eu não seria ninguém sem vocês, por isso merecem um OBRIGADA maiúsculo porque não sei mais de que forma expressar tamanha gratidão por todo carinho que me deram ao decorrer da história ♥

Aliás, como esse é o último capítulo, peço que TODOS que acompanham a história, deixem um último comentário ;-; pensem bem, pode ser que seja a última chance de ter um contato comigo e expressar o quanto gostaram da fic ;-; prometo responder com todo carinho a despedida de vocês *3* quero comentários até dos leitores fantasminhas e.e eu escrevi tudo isso por vocês, façam pelo menos uma coisinha por mim, ok? TuT

Como não sei mais como me despedir ~eu to chorando!~, espero que possamos nos ver futuramente T-T

Adeus da tia Kashi ;-;

Até nossa próxima aventura o/