A guardiã do gelo escrita por Kashinabi Chan


Capítulo 37
Prata vs gelo


Notas iniciais do capítulo

Heeeeey Batatinhas Ambulantes o/

Capítulo passado vocês bateram o recorde de pedir os antigos personagens de volta kkkk chega a ser fofinho o amor que vocês têm por eles :3 daqui a pouco tão me pedindo até o Xander de volta, quer ver? kkkk

Ah, eu to querendo escrever uns Contos sobre o Tanay por exemplo (como ele formou a equipe), algo que me pediram kk também houve muita gente me perguntando pra onde a Melina foi... ~esse Conto da Mel já tá pronto, mas vou manter guardadinho comigo porque sou dessas e.e ela foi pra um lugar... inusitado? Talvez~

Ah, só mais uma coisinha, postei nova fanart na página u.u:

https://www.facebook.com/KashinabiFarron/photos/a.1699731870239806.1073741829.1659619447584382/2026092170937106/?type=3&theater

Aliás, pras pessoas que apostaram no aparecimento da Olivia, só tenho a dizer uma coisa: TROLLEEEEEI MUAHAHAHAHAH ~e não estou postando tarde dessa vez... milagres acontecem u.u~

No capítulo de hoje - Tanay versus... Ah, se preparem e.e

Tenham uma boa leitura o/



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/717157/chapter/37

Olha, pra uma pessoa que nunca ficou cega na vida, de repente perder a visão não é fácil. Porque logicamente se estamos acostumados e habituados a enxergar cores por onde quer que vamos, só que ficar cego de uma hora pra outra, não é uma experiência que as pessoas gostariam de passar.

Muito menos eu.

Posso jurar que eu achei que havia ficado cega assim que contemplei a glória da deusa. Eu ouvia dizer que a forma divina de um deus nunca pode ser visto por um mero mortal por ser forte demais para nós aguentarmos. Não sei bem que forma ela tinha quando se revelou a nós, mas todo aquele esplendor não durou muito. Logo bem nas nossas costas estava uma deusa.

A deusa Ártemis.

— Como ousam matar meu filho? — sua voz estava séria.

Então seus olhos cinzentos — e cintilantes como os de Henrietta —, caíram sobre Tanay.

— Você? Ah, eu te conheço. Foi você quem sequestrou minha filha! — exclamou ela, agora parecendo irritada.

— E isso foi algo ruim? Você ia usá-la como sacrifício humano! — gritou ele de volta.

Então quer dizer que Tanay em algum momento da vida dele já foi uma boa pessoa?, me vi questionando mentalmente, surpresa.

Ártemis se aproximou dele e só aí parei pra reparar em como estava vestida. Diferente das outras deusas que eu havia contemplado, ela vestia uma armadura que era uma mistura de marrom e verde. A armadura cobria todo seu corpo. Parecia indestrutível. Nas costas carregava o arco e uma aljava cheia de flechas prateadas. Seus cabelos castanhos estavam soltos e se mexiam livremente com a brisa que nos cercava.

— Existem coisas que mortais como você nunca compreenderiam — disse ela numa voz ameaçadora, cutucando com o indicador o peito da armadura de Tanay.

— Assim como também existem coisas que deuses como você nunca entenderiam — respondeu ele no mesmo tom, tirando num tapa o dedo celestial de Ártemis da sua armadura.

A tensão era tão densa no ar que se eu esticasse a mão com certeza consegiria apanhá-la.

— Como se não bastasse, matou um dos meus. — Agora ela dava passos para trás, mantendo a expressão séria.

— Esse é o obetivo do jogo, certo? — Tanay ousou colocar aquele pequeno sorriso convencido no rosto, como se chamasse a deusa pra um desafio.

O arco foi parar na mão da deusa e num segundo uma flecha estava tensioanda no arco. Num reflexo eu puxei o braço do Tanay. Ele não podia continuar com aquela loucura. Por incrível que pareça o meu puxão salvou a vida dele porque a flecha prateada da deusa atingiu a árvore bem atrás dele — e ia pegar perfeitamente no pescoço.

— Não se intrometa! — rosnou a deusa pra mim.

Quando dei por mim já estava na minha forma animal, correndo na direção dela com os caninos à mostra.

— Os animais são a minha especialidade — ouvi ela sussurrar no meu ouvido, mas sabia que aquilo era só um truque pra me enganar.

Logo eu dei um pulo e no segundo seguinte meus caninos estavam perto do seu rosto celestial. Só que esse sentimento de vitória durou poucos segundos porque ela se teletransportou pra trás de mim.

— Corre, Kary! — ouvi Tanay gritar.

Pelo instinto animal eu realmente corri o mais rápido que me era permitido. Só que isso não foi o suficiente pra não levar uma flechada de prata. Comecei a mancar e a sentir dor poucos segundos depois e tive que me obrigar a não me afastar muito do local onde ela estava. A dor vinha da pata traseira, o que só podia significar que minha perna humana havia sido atingida.

Consegui ver por entre as moitas o que estava acontecendo entre Ártemis e Tanay. A coisa não era bonita. Tanay agora usava minha espada de gelo contra uma adaga de prata de Ártemis. Os dois lutavam com bravura, mas era claro que Tanay não aguentaria lutar eternamente. Entretanto, por incrível que pareça, percebi lícor — o sangue dourado dos deuses — escorrendo pelo braço da adaga.

Embora ferida, Ártemis continuava lutando séria e determinada. Era meio difícil saber quem ganharia aquela batalha. Enquanto isso minha perna ferida doía cada vez mais e a luta começava a parecer demorar séculos. Eu tinha que me manter forte. Se eu voltasse à forma humana, Ártemis me acharia — e provavelmente usaria isso contra Tanay.

Voltei a observar a luta das moitas e fiquei surpresa quando Tanay atravessou minha espada de gelo na barriga celestial da deusa que explodiu num brilho de luz intensa. Ela estava voltando à sua forma divina.

— Um mero mortal jamais pode matar um imortal — a voz de Ártemis ecoava por todo local. Parecia distante, mas ao mesmo tempo perto. — Que a maldição dos deuses esteja com você Tanay, filho de Quione.

Então notei, com os olhos fechados, que a claridão já tinha ido embora. Foi essa deixa que eu aproveitei pra voltar à forma humana, também numa explosão de luz.

— Tanay... — chamei num gemido entre as moitas.

Ele não apareceu de primeira. Tive que chamar mais duas vezes até ele realmente perceber que era eu e que precisava de ajuda. Sua expressão estava fria quando me pegou no colo.

Durante todo caminho ele permaneceu calado e sério, como se pensasse em alguma coisa. Se você acha que é romântico um cara de carregar no colo por você estar ferida, com meu irmão as coisas funcionavam bem diferente. Na verdade eu tinha é vontade de sair do colo dele porque começava a ficar agoniada com seu silêncio.

Chegamos na cabana de noite. Ele me colocou na minha cama e pediu pra Henrietta cuidar de mim mais uma vez. Assim que ela tirou a flecha de prata da minha perna, ela a olhou com atenção.

— Uma flecha... da minha mãe? — Henri parecia confusa.

Quando abri a boca pra responder, ela começou a limpar o ferimento que me fez gritar e gemer até que tivesse terminado. Até aí ela já tinha esquecido do assunto. Henrietta enfaixou com a gaze o ferimento — não consegui evitar soltar mais alguns gemidos pela dor — e prendeu com a própria flecha prateada pra gaze não soltar.

— Parece que você só se mete em confusão. — Ela não sorria.

Eu sabia que ela estava se referindo a todas as coisas que haviam acontecido em pouco mais de vinte e quatro horas — a facada de Melina e a flechada de Ártemis.

— Nunca vi Melina atacar alguém daquele jeito, assim como eu nunca vi minha mãe errar uma mira. — Henrietta parecia pensativa, como se quisesse entender as coisas que aconteciam comigo.

Por fim ela nem sequer me deixou comentar algo. Simplesmente saiu da cabana, me deixando sozinha com meus pesamentos, até Quant aparecer.

— Se machucou de novo? — ele parecia surpreso.

— Longa história — falei, soltando um suspiro.

— Tudo bem. — Ele me mostrou um pequeno sorriso. — Já viu as camas novas? Eu que fiz — disse ele, parecendo orgulhoso de si mesmo.

A partir daí passei a perceber que minha cama realmente parecia mais macia. Olhei pro lado e vi que o design das camas também havia mudado.

— Fiho de Hefesto — adivinhei.

Quant assentiu.

— Bem que você poderia trabalhar com armas também.

— Ah, mas eu fiz algumas! — exclamou ele, orgulhoso de si. — Melhorei os arcos da Daniela e Henrietta. Fiz algumas espadas simples e construí mais flechas.

Fiquei surpresa.

— E... er... Seria pedir demais que você construísse uma muleta pra mim?

Ele sorriu.

— Como negar algo a alguém que me salvou?

Com isso, acabei devolvendo seu sorriso.

No segundo seguinte, Henrietta entrou séria na cabana — até bateu a porta pra entrar! —, indo ao quartinho onde guardávamos as armas. De lá ela pescou seu arco e aljava.

— Vai caçar uma hora dessas? — questionei.

— Vou proteger Tanay da maldição dos deuses. — Sua expressão estava impenetrável. — Quant, fique de olho nela e não deixe ela sair em hipótese alguma — ordenou ela.

— Peraí! O que está acontecendo? — questionei, querendo respostas.

Henrietta já estava na porta quando respondeu:

— As Fúrias vieram pegá-lo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Aposto que já imaginam o que virá no próximo capítulo né? Não? Então vou deixar bem claro:

No próximo capítulo - morte.

Até o próximo capítulo o/