O Best Seller de Emily Taylor escrita por God Save The Queen


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Eu juro que estou me esforçando para voltar a escrever, fazia muito tempo que eu não fazia e estou feliz com o resultado. Espero que concordem.



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Katie foi embora depois das 22 hrs. Foi um dia divertido e eu realmente estava com saudade de ter esses momentos com ela, embora fosse um saco aquela história com o Nate. Eu seria uma péssima amiga se deixasse ela se afundar ainda mais nesse caso doentio, ao mesmo tempo em que a escolha no fim era dela.

 A água da banheira estava bem morna e meu corpo estava completamente relaxado, a música ambiente fazia bem para a mente e eu não queria sair tão cedo. E foi nesse momento que meu celular tocou:

— Alô?

— Emily Taylor. — não consegui conter o sorriso

— Logan Blake.

— Como está?

— Perfeitamente bem. E você?

— Melhor impossível.

— Então, senhor Blake, no que posso te ajudar?

— Queria marcar aquele jantar.

— Ah, é claro. Qual o melhor dia pra você?

— Pode ser durante a semana?

— Pode, claro. Quarta?

— Perfeito.

— Então, combinado.

— Se você quiser me mandar o script antes pra eu me preparar. — revirei os olhos.

— Vou pensar no seu caso. Acho que talvez, vou deixar você agir no improviso. – ele deu uma risada.

— Olha, isso abre um precedente perigoso. — engoli em seco.

— Limites, senhor Blake.

— Ah, mas com limites é sem graça.

— Não estamos namorando.

— Para cumprir a minha ideia não precisamos estar namorando. — sem querer prendi a respiração.

— Boa noite, Logan Blake. – mais uma vez ele soltou uma risada.

— Está me dispensando? Por acaso a minha ideia te deixa nervosa?

— Nunca admitiria em voz alta. – quase podia imaginá-lo com um sorriso de canto de boca.

— Por ora.

— Boa noite.

— Boa noite, Emily Taylor.

     Eu queria tanto que eu me mantivesse com a mente sã durante todo o momento de contato com o Logan.  Eu sabia o que queria e sabia o que precisava fazer pra conseguir, mas ao mesmo tempo eu queria que fosse intenso e verdadeiro, de um jeito que eu nunca tinha imaginado. Então, eu me decidi. Enquanto aquele ano fosse durar, eu ia aproveitar, sem neuras e sem estresse. Seria praticamente uma biografia e eu ia fazer valer a pena.

>>o

    Era segunda feira. Sem dúvida o pior dia da semana em escala global. O despertador tocou ás 7 hrs da manhã e tudo que eu queria era voltar a dormir, pensei seriamente em não fazer exercício nenhum e dormir por mais uma hora, porém suspirei umas 5x e levantei.

    Liguei a Tv no jornal e tomei o café da manhã, confesso que em parte eu levantei pra fazer esteira basicamente porque querendo ou não, eu estava saindo com o Logan e ele tinha um corpo aparentemente incrível, então eu não poderia relaxar totalmente e continuar comendo as porcarias que eu como.

     Depois do meu ritual da manhã, eu tomei banho e me arrumei pra ir à faculdade. Katie, sortuda, não tinha aula na segunda de manhã, então eu tinha que ir sozinha, o que não era incentivo nenhum. Pelo menos na aula de hoje íamos discutir um dos livros que eu mais gostava da literatura inglesa: Orgulho e Preconceito, de Jane Austen.

     Peguei um táxi e fui revisando o meu artigo para a revista no carro, o trânsito estava horrível como toda segunda de manhã, ainda mais em um dia com neve. Fazia 1°C e tudo o que eu queria era não ter que sair de casa. Cheguei à universidade e naturalmente todos os espaços comuns estavam aquecidos e cheio de pessoas tentando descongelar.

      Nunca prestei tanta atenção em uma aula quanto nessa. Jane Austen foi a pessoa que melhor personificou o romance pra mim, porque era por meio da conversa, dos gestos e dos olhares que as pessoas se apaixonavam, sem toque, sem beijos, apenas a dança. Como as coisas devem ser. Mas se eu escrevo algo isso hoje, as pessoas podem me condenar e reclamar do excesso de recato. As pessoas de forma geral estão muito superficiais e em parte eu entendo, quando você conhece alguém como Logan Blake deve ser difícil ficar só nos olhares e conversas.

>>o

— Eu não quero perguntar, mas infelizmente preciso... – comecei com relutância. Estava na hora do almoço e Katie veio mais cedo pra almoçar comigo.

— Eu tenho até medo do que pode vir.

— Então, quero saber se você marcou ou não com o Nate. – ela parecia ligeiramente constrangida.

— Emily... – no instante que ela começou, eu já sabia.

— Quando? – ela suspirou.

— Na sexta à noite.

— Sei e ele já está em Nova York?

— Já sim, ele chegou ontem, por isso me ligou.

— E quanto tempo ele pretende ficar? – ela deu de ombros.

— Acredito que até o final do mês. Talvez até uns dias antes do Dia de Ação de Graças.

— Entendo. – sinceramente, o que eu mais queria era discutir. Mas estava muito cedo pra isso e Katie com certeza ia acabar triste e magoada comigo, então resolvi deixar passar e ela entendeu a deixa.

— Bom, você vai pra casa esse ano? No feriado?

— Vou porque minha mãe me ligou me intimando a ir. – ela soltou uma risada.

— Isso é a cara dela, ela sente sua falta.

— Eu também, bastante. E vai ser legal, finalmente vou conhecer meu sobrinho.

— Finalmente mesmo, seu irmão não ficou chateado com você, não? – dei de ombros.

— Provavelmente, mas não foi de propósito, quando eu vi os dias tinham passado e eu não o vi.

— Não deixa de ser uma negligência absurda da sua parte.

— Tá certo, tá certo. E você? Vai pra casa?

— Com certeza. Podemos ir juntos para Seattle.

— Já comprou as passagens?

— Ainda não, mas pretendo comprar logo antes que tudo fique muito caro.

— E o Logan? Ele vai pra casa? – encarei meu prato.

— Não sei, não falei com ele ainda sobre isso.

— Você está mesmo levando isso até o fim, hein, Emily Taylor.

— Claro, eu não ia desistir assim, Katie Evans. Preciso do Logan pra escrever.

— E aonde vocês vão dessa vez?

— Vamos jantar. Só ainda não sei aonde, ele vai escolher.

— Ah, finalmente algo normal.

— Ah, mas jantar, cinema e parque é tão batido não é? Gostei de o nosso primeiro encontro ser em um museu. – Katie deu um sorrisinho

— Então vocês tiverem mesmo um encontro? – senti meu rosto esquentar.

— Claro que sim, como eu poderia escrever sobre ele se não tivesse sido de verdade? – ela levantou uma sobrancelha.

— Ah, sei. Claro.

— Vamos embora que eu tenho aula e você também.

— Boa ideia, fuja.

— Não estou fugindo. Temos mesmo que ir.

— Claro, claro.

     Paguei o almoço e marchei ligeiramente rápido pra fora do restaurante enquanto Katie ria atrás de mim. Detesto quando não consigo esconder meus pensamentos do seu olhar inquisidor.

 

 

>>o Ponto de vista: Logan (acharam mesmo que ele não ia dar as caras?)

     Era o fim da aula de Direito Constitucional, minha mente não absorveu metade das coisas que foram ditas, tenho certeza, mas mesmo assim tentei digitar as coisas com a maior agilidade possível. Em parte a minha desatenção tinha nome: Emily Taylor. Gostaria que ela não tivesse tão presente na minha mente, mas era praticamente impossível tirá-la de lá agora. Como eu pude aceitar algo dessa forma?

— Que cara é essa? – eu percebi que todos já tinham saído da sala e eu provavelmente estava com uma cara engraçada, porque Jeremy me olhava com curiosidade.

— Eu estava pensando em uma coisa.

— Coisa? Ou em alguém? – levantei uma sobrancelha.

— Alguém? – ele sorriu.

— Você não teve aquele encontro no sábado? A garota deve ser bem interessante. – tive que rir.

— Foi bem interessante. – seu olhar de curiosidade aumentou.

— Você pretende fazer alguma coisa hoje?

— Por enquanto, não.

— Ótimo, então vamos pra casa e você me conta essa história aí. – assenti e comecei a juntar as minhas coisas.

>>o

     Jeremy era meu melhor amigo desde sempre. Nossos pais eram amigos e sempre fizemos tudo juntos. E no instante que eu descobri que seu interesse era Columbia, fiz o possível para segui-lo e cá estamos nós. Moramos juntos desde que passamos pra faculdade em um pequeno apartamento bancado na maior parte pelos nossos pais.

— Antes de eu te contar a minha história inteira, me conta como foi seu final de semana. – ele deu de ombros.

— O sábado foi muito bom, já o domingo nem tanto. Anna é uma garota complicada, é provável que a gente não se fale mais. – peguei uma cerveja.

— E um final de semana foi definitivo para que você chegue nessa conclusão? – ele pegou a cerveja da minha mão e bebeu.

— Você não faz ideia. Ela é claramente uma ciumenta doentia e a gente nem namora ainda. Não gosto de ser controlado assim. – sorri.

— Um dia alguém ainda vai te colocar na coleira. – ele fez uma careta.

— Não tenho nada contra relacionamentos, e claro que eu pretendo namorar um dia, mas caramba, eu teria que encontrar a garota perfeita pra isso. Não vou me amarrar à toa.

— Não sabemos se esse dia de fato chegará. – Jeremy me deu um soco no braço e pegou o controle do videogame.

— Então, agora que falamos da minha triste vida amorosa, vamos falar de você. – foi a minha vez de fazer uma careta.

— Você não faz ideia de como ela estar complicada agora. – ele me encarou.

— Ela era maluca também? – dei uma risada.

— Sem dúvida ela é maluca, mas de um jeito interessante.

— Interessante, é? – Jeremy me entregou o outro controle e deu play no jogo.

— A gente saiu no sábado e foi muito bom. A conversa, a risada dela e tudo mais. Eu de fato estava ficando envolvido, no meio do encontro já tinha decidido que queria vê-la de novo, mas as coisas tomaram um rumo que eu não esperava.

— Ela tem namorado? – perguntou curioso.

— Não, ela me fez uma proposta.

— Hum... Estou ouvindo.

— A gente foi tomar um café e ela começou com uma história de que não poderia se envolver com ninguém porque estava focada em escrever seu livro e tudo mais. Até aí, eu entendo, ela não conseguiu dizer não na minha cara e aceitou sair comigo, mas não podia ter nada e tal. Fiquei um pouco decepcionado, porque ela de fato tinha chamado a minha atenção, mas isso não era nada comparado ao que estava por vim.

— Ela era homem? – eu ouvi direito?

— Que?

— Sei lá, você parece meio desesperado.

— E foi nisso que você pensou? – ele deu de ombros.

— Então isso é um não?

— Sim, isso é um não. Continuando com a história, ela me veio com um papo de que não podia ficar longe de mim, porque... – fiz uma pausa dramática e Jeremy revirou os olhos – a história que ela está escrevendo é sobre mim.

     O silêncio que se seguiu expressava exatamente meu sentimento. Jeremy pausou o jogo e virou pra mim, antes que eu falasse alguma coisa ele começou a rir, copiosamente.

— Por que você está rindo? – demorou alguns minutos pra ele se acalmar.

— Você sempre gosta da maluca.

— Do que você está falando?

— Ah, eu tenho que te falar a lista? Pois bem, temos a Meredith, quarta série, que só usava batom roxo e falava em rima. Gabriella, oitava série, gostava de andar de costas, o tempo todo. Ursula, segundo ano do ensino médio, que tem nome de vilã da Disney, isso por si só deveria ser um indicativo pra você, mas não. Ela só andava com uma faca no bolso e gritava com todo mundo que chegasse muito perto dela. Hailey, último ano do ensino médio, tinha mais animais do que poderia caber em uma casa e falava com eles como se todos pudessem responder. E essa é só uma pequena parte de uma imensa lista de garotas doidas que você sempre fica caidinho. – revirei os olhos.

— Você está exagerando.

— Não, não estou. Você já saiu com várias garotas, umas tão incríveis que mostram o porquê Deus te abençoou com essa carinha linda, mas você nunca gosta delas. – fui obrigado a dar um soco no seu braço.

— Eu sei que isso é inveja porque eu sou maravilhosamente lindo e você é só normal.

— Provavelmente, mas, por favor, agora estou muito interessado na sua história.

— Aparentemente eu a inspirei a escrever a partir do dia que a gente se conheceu na cafeteria. Então, Emily começou a escrever a história sobre “mim”. Sobre a nossa conversa, sobre o que ela conheceu de mim e claro, me descreveu em tudo fisicamente para seu personagem. – Jeremy começou a rir mais uma vez.

— Sempre soube que você era um homem incrível a ponto de ser o muso de alguém.

— Deixa de ser idiota.

— Por favor, me conte mais.

— E depois de lançar essa bomba, ela vem e me pede pra ser seu namorado de aluguel. Ela quer que a gente saia e faça tudo o que um casal faz pra escrever em um livro. – essa foi a hora em que Jeremy parecia que ia ter um ataque do coração de tanto rir. Ele caiu do sofá e ficou deitado no chão, por mais tempo do que eu poderia imaginar.

— Nessas horas eu sempre agradeço a Deus por não ser você.

— Ha-ha! Que engraçado! Foi sem dúvida a coisa mais louca que já aconteceu comigo.

— Tenho certeza que sim. Mas e aí?

— E aí que ela quer “viver aventuras” parafraseando sua frase, enquanto escreve em um livro. Até o final do ano que vem.

— Essa parte eu entendi, mas quero saber o que você falou pra ela. – fiquei em silencio por um momento e Jeremy ficou sério. – Você aceitou?

— Sim... – respondi meio relutante.

— Por quê? Isso é loucura, Logan. Você deve saber, nem conhece essa garota. Como vai ser essa história de namorar sem namorar? Fora que eu imagino que você fique exclusivo nesse período, e se você acabar encontrando outra garota por aí?

— Sinceramente minha maior preocupação é que eu acabe me apaixonando por ela. – Jeremy parecia não acreditar.

— Isso não faz sentido. Você realmente acha que ela vale tanto a pena assim? – pensei por um tempo como responder.

— Acho que sim. Eu sei que parece loucura, e de fato é, mas ela é... diferente, entende? Ela é engraçada e divertida, parece saber exatamente o que quer e fala o que vem na cabeça, é corajosa e linda, nossa, como ela é linda.

— Para aí, isso não vai dar certo. Cara, você está encantado pela garota. E em um ano muita coisa pode acontecer.

— Sei disso. Mas não consigo simplesmente não tentar. Falei com ela que se eu me apaixonasse, eu iria cair fora. – ele deu uma risadinha.

— Parece que você entrou em um clichê de filme adolescente que se passa no colegial. – sorri.

— Eu sei, pensei nisso, mas bem, um minuto de loucura insana, não é? – Jeremy me encarou por um momento e depois pegou o controle do videogame de novo.

— Acho que vai ser um ano de loucura insana. Espero que você saiba o que está fazendo. – respirei fundo e peguei o controle

— Sinceramente, eu também.


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