Herança Real escrita por TessaH


Capítulo 23
Hora De Ir Para Casa




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Breathing - Lifehouse (podem dar play)

 

Porque eu dependo toda palavra que você diz

Mesmo que você não queira falar esta noite

Está certo, está tudo bem comigo

Porque não quero nada mais que

Sentar ao lado da porta dos Céus e ouvir você respirando

É onde eu quero estar.

 

Capítulo 21

 

Sim.

A vida real era melhor que sonho.

E eu tinha como provar, porque ao comparar os lábios de Conrad na vida real aos dos meus sonhos ficava evidente o que era melhor.

Ele me apertava em seus braços, como se tivesse medo de que eu fugisse, e, ao mesmo tempo, acariciava desde minha bochecha até o pescoço, com a palma da mão.

E constatei o quão... Familiar era estar nos braços dele, protegida, com os olhos tão apertados só pedindo para que o momento estagnasse.

Em meio ao beijo, não contive um suspiro, quase me derretendo. Conrad separou minimamente nossos lábios e deu um sorrisinho.
— Você vai cair?
Demorei a entender suas palavras porque sua voz rouca era uma novidade convidativa para mim. Então notei que meus joelhos quase cederam.
— Oh, não diga isso.
Tratei de segurar o bolinho com uma mão só e com a outra me apoiar na sacada.
— Quer ajuda, Serena? - ele voltou a dar um riso malicioso e arqueou somente aquela única sobrancelha, do jeitinho que eu já tinha decorado.
— Não precisa.
— Eu insisto.
Eu nem sabia do que ele estava falando porque eu já estava apoiada e não iria cair, mas Conrad tirou o bolinho da minha mão e o colocou no mármore ao lado, deixando minhas mãos livres para tocá-lo.
— Gostou do seu presente de aniversário?
— Hmm... - fingi pensar, sem querer deixar o clima constrangedor para nós dois. - Gostei mais da última parte.
O garoto gargalhou de mim, me deixando rubra. Dei um tapa em seu ombro, de leve, a fim de pará-lo.
— Não me constranja, Conrad.
— Não seja por isso. Hoje é o seu aniversário e temos que realizar seus desejos.

Você podia voltar a me beijar.

— Gosto de deixá-la sem palavras. - o dono dos olhos verdes mais bonitos me disse e voltou a aproximar nossos corpos, passando suas mãos por meus braços levemente, observando vividamente minha pele se arrepiar.
Conrad subiu suas mãos para meu pescoço, traçando linhas com as pontas dos dedos e suspirei. Segurei seus ombros para não dar a impressão de que não gostava, porque eu estava bem envolvida.

— Você é tão linda...
Seus dedos passaram por meus malares, testa, sobrancelhas.
— Não entendo como tudo flui de mim feito comportas vazadas, um furacão...
Fechei os olhos e senti a carícia pelos olhos, nariz, boca.
— Mar, Serena. Você me lembra do mar e isso só me faz querê-la ainda mais.
Ele me beijou, cuidadosa e lentamente. De novo. E de novo.

O que era aquele frenesi em mim? Onde estavam minha cabeça, meus pensamentos, meu bom senso? Por que meus olhos só enxergavam ao rapaz que tirava brincadeira comigo, me apelidava e fazia dançar?
Por que eu não ligava de receber seu carinho e suas palavras sussurradas naquela pequena lacuna de tempo e lugar?
Os olhos verdes só me eram visíveis porque as luzes de fora os refletiam, me fazendo querer apertá-lo para todo sempre e admirar sua cor.
Quem era o futuro duque de Hanover com a mãe antipática? Quem era a celebridade ou o anfitrião polido que nomeavam como Conrad?
Para mim, ali, ele era só aquele de quem eu tinha fugido os últimos dias, desviado dos pensamentos fortemente porque não conseguia mais parar de desejá-lo.

Ele era só o Conrad. Um desconhecido, que virou amigo, que me confessou venerar o mar e me concedeu um espaço em sua paixão marítima para me chamar de sereia.
Concedeu-me a honra de ser a pessoa por quem chamava um ser mitológico que admirava tanto quanto a morada dele.
Nosso momento se estendeu até eu não me dar conta, mas quando ele se afastou pela última vez, senti frio, diferindo do calor que me envolvia outrora.
Eu queria mais. Queria me sentir pertencente a um lugar como eu me senti com ele. Mas não diria nada daquilo, porque estava assombrada com todo aquele furor.
— Você não quer entrar, Sereia? Está sentindo frio?
Ele me perguntou quando me viu tremer involuntariamente. Sua boca estava vermelha e o cabelo levemente despenteado.
Eu ri.
— Olha só o seu cabelo!
Ele passou as mãos para arrumá-lo e apontou para mim.
— O seu não está muito melhor, querida.
Tentei me recompor diante do riso dele, dessa vez.
— Serena, eu..
Fitei-o, esperando.
— Eu... Droga, eu não consigo dizer como me sinto, porém é mais que bom. É uma confusão e não me arrependo.
Encabulada, concordei.
— Eu sei como é. Também estou assim.
E eu tinha medo de falar algo errado, que não transmitisse o que de fato eu sentia. Era forte, por isso pensei em ter um tempo para analisar antes de falar algo.
— O que faremos agora?
— Não sei... - a realidade voltava à minha mente entorpecida aos poucos. Ele precisava voltar, afinal iam sentir falta de sua presença. Já eu... Poderia ficar ali o tempo que quisesse.

— Você tem que voltar, vão sentir sua falta.

Pior! Sua mãe pode vir procurá-lo e Deus me livre encará-la agora. Não estou dando conta nem de meu coração ensandecido.

— É verdade. - ele parecia pesaroso. Botou as mãos no bolso para parar de deixá-las inquietas. - Quer ir na frente?
Entendi que ele estava dizendo que tínhamos que sair separados. De alguma forma, doeu. Tudo bem, eu até entendia que agora tínhamos mesmo feito algo além do planejado, mas não tínhamos saído do salão juntos de todo jeito?

Mas entendi a ideia. Ele devia estar tão confuso quanto eu.
— Não, vá na frente. Eu quero... Quero aproveitar mais do ar.
Ele ponderou.
— Tem certeza? Não quero deixá-la sozinha.
— Ora, não sou indefesa! - Rebati, lançando um sorriso para tranquilizá-lo.
Queria mesmo ficar sozinha.
— Vá, Conrad. Não se preocupe, por favor.
— Mas, Serena...
— Por favor. Eu também queria comer o resto do bolinho.
Ele cedeu, baixando os ombros em forma de derrota.
— Já que insiste... Tome cuidado.
— Certo.
Ele ficou segundos parados, mas depositou um último beijo molhado em meus lábios.
— Qualquer coisa estou aqui.
Então acompanhei sua figura alta se distanciar cada vez mais de mim e um buraco parecia cavado em mim. Sentia como se um vento pudesse passar por mim, remexendo e bagunçando tudo ali dentro.

Era o aniversário mais louco da minha vida.

Tomei fôlego várias vezes até desanuviar a mente e decidi que remoer o que tinha acontecido – por mais que tivesse sido maravilhoso – não ia me levar a nada. Eu não me acalmaria e não conseguiria voltar para festa, então deixei a mente em branco.

Até fixar o olhar em uma figura nos jardins lá embaixo. Era uma pessoa e também me retribuía o olhar.

— Serena!

E sabia o meu nome! Assustei-me.

Calculei que estava perto da saída lateral e corri para as escadas a fim de descer e descobrir quem era a pessoa. Rapidamente, já me via cercada pela escuridão e o verde do jardim. A alguns passos de mim, eu via um homem.

Ele estava arqueado, magro, parecia difícil estar em pé. Sua cara aparentava dor, os ossos sobressalientes, mas seus olhos... Ah, seus olhos.

Era meu pai, John.

— Minha filha... – ele suspirou.

Como ele estava tão mudado? O que tinha acontecido com meu pai?

— Hora de ir para casa, filha.

.

.

.

NÃO ME MATEM! Podem lançar suas perguntas e discursos aqui!

Seguinteee, lindas e lindos, precisei voltar com esse cap e espero que aproveitem! Eu irei editá-lo depois, porque eu perdi muito tempo já tentando mudar a formatação só que tá uma loucura! Fica muito junto quando escrevo pelo celular e não consigo consertar, mas irei! Então arrumo depois.

Um BEJO! E digam aí!


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