– Preciso contar uma coisa a todos vocês! – Riker falou.
Pov Laura
– Han... Ok! – Eu disse. Peguei a mão do loiro e nos sentamos no sofá. Todos já estavam sentados.
– Bom, preciso que prestem atenção no que eu irei falar ok? – Perguntou vindo ao nosso encontro. Todos assentimos.
– É algo muito sério Riker? – Rydel perguntou olhando o irmão. Ele assentiu.
– Delly peço desculpas por não ter te contado antes, mas não posso mais esconder isso de vocês! – Ele falou. A cada palavra eu ficava ainda mais curiosa.
– Ainda não me respondeu! – Ela disse, dava pra ver que ela estava assustada.
– Tem alguma coisa haver com a Selena estar ameaçando o Ross e a Vane? – Perguntou Callum. O olhei confusa.
– Contou a eles? – Minha irmã foi mais rápida e o perguntou.
– Estão desviando do assunto! – Ele reclamou.
– Mas sim eu contei, agora por favor, prestem atenção! – Suplicou. Nos calamos.
– Bom, eu nem sei por onde começar, mas vamos lá! A um tempo atrás quando eu tinha 13 anos e a Delly 9 aconteceu uma coisa... – Rydel o interrompeu.
– Pra que você vai contar sobre aquilo? – Ela perguntou com os olhos marejados.
– Delly... – Ele foi novamente interrompido.
– Pra que? – Perguntou deixando algumas lágrimas caírem. O QUE ESTÁ ACONTECENDO?
– Já vai saber! Voltando, nossos pais haviam saído, eles iam a um encontro, acabaram nos deixando com uma babá... estava tudo indo bem, estava tudo tranquilo, quando deu mais ou menos umas dez horas da noite uma barulho bem alto soou por toda a casa. Nessa hora eu estava no meu quarto, quase dormindo, meus irmãos já estavam dormindo... – Seus olhos estavam marejados. Mas espera, ele disse irmãos?
– Eu levantei e desci para o andar de baixo, lá encontrei a nossa babá desacordada, amarrada e jogada no chão. Eu fiquei bem assustado, ainda era uma criança, eu já ia subir correndo novamente quando um dos caras me viu e correu atrás de mim. Subi as escadas correndo, mas ele acabou me pegando. Ele me amarrou e me prendeu em uma cadeira. Fiquei sentado chorando esperando pelo que eles iriam fazer... depois de alguns minutos eles desceram com a minha irmã, também amarrada. Senti meu coração acelerar ao ve-la chorando, com aquela cara de assustada. Logo atrás dela, trouxeram meu... – Ele parou por causa do choro, que a pouco havia começado. Rydel estava abraçada a Grace, as duas já chorando. Na verdade até eu já estava chorando. Senti alguém apertar minha mão. Olhei para o lado e vi o loiro. Dei um sorriso triste. Ele passou a mão em meu rosto enxugando as lágrimas. Me aproximei dele, o fazendo passar o braço pelos meus ombros.
– Pode continuar? – Maia perguntou ao Riker, que enxugou o rosto e assentiu.
– Eles trouxeram meu... irmão! – Surpresa. Era a palavra que me descrevia naquele momento. Como assim ele tem um irmão, ou tinha? Por que eles, Riker e Rydel, nunca havia nos contado sobre ele? – Ele tinha apenas 6 anos... Não lembro de muita coisa após isso, só lembro de ver um homem acertando alguns socos nele, lembro sentir um impacto contra meu corpo me fazendo cair no chão, mas mesmo assim fiquei olhando meus irmãos... Minha última lembrança daquela noite foi ver os olhos do meu irmão se fechando... – Eu já não conseguia conter as lágrimas. Meu coração estava apertado, eu respirava com dificuldade. Não sei como eles conseguiram guardar isso por tanto tempo. Não é uma coisa fácil de se lidar. Senti algo molhando meu braço. Desviei a atenção do Riker e olhei pra baixo, vendo água. Olhei pra cima vendo o meu loiro com os olhos e o nariz vermelhos. Consegui sentir seu coração acelerado. O apertei em meus braços, o fazendo me olhar. O loiro pareceu se acalmar. Respirei fundo e beijei sua bochecha, aos poucos seu coração foi desacelerando.
– No outro dia, quando acordei, estava em um quartinho, ele era bem escuro, não tinha janelas nem nada, só havia uma porta. Eu me levantei e caminhei até ela. Por ela consegui ver um corredor, que também estava escuro, a minha frente havia outra porta, pelas grades consegui ver uma pessoa lá dentro, nisso acabei vendo que era a Rydel, consegui chamar sua atenção. Conversamos um pouco, a perguntei se estava bem e se ela tinha visto nosso irmão. Depois de algum tempo um homem abriu a minha porta, trazendo comida, não sei como, mas lembro de ter pego uma pedra que tinha lá no quarto e joguei na cabeça dele. O cara na mesma hora apagou, ai eu peguei a chave com ele e abri a porta da minha irmã. Nós corremos muito procurando nosso irmão mais novo, mas não havíamos o encontrado, por sorte conseguimos sair daquele local. – Ele continuou. Eu não fazia ideia de que eles haviam passado por tudo isso.
– O que aconteceu depois? – Perguntei com a voz embargada.
– Depois... – Rydel começou. – Uma mulher nos ajudou, no outro dia nos levou as autoridades, contamos a ele tudo o que havia acontecido, eles foram atrás do nosso irmão, mas não o encontram. O local estava vazio! Fomos criados em um orfanato, quando Riker fez 18 anos nos mudamos. Ele ficou com minha guarda, nisso ele começou a estudar medicina, conhecemos vocês e... é isso! – Ela terminou. A olhei confusa.
– E os seus pais? – Perguntei.
– Nunca os encontramos, digamos que eles sumiram do mapa! – Riker falou com um sorriso amargo.
– Mas... Ele fugiram ou algo assim? – Grace perguntou.
– Não sabemos! Eles simplesmente nunca mais voltaram daquele encontro! – Rydel respondeu.
– E o irmão de vocês? Nunca o encontraram? – Raini perguntou. Espera...
– Não/Sim! – Rydel e Riker responderam ao mesmo tempo.
– Sim? – Ela perguntou. Ele assentiu.
– Riker o que quer dizer com isso? – Ela perguntou. E mais uma vez senti meu coração acelerado. Não é possível? É?
– Quero dizer que o encontramos! – Disse. Todos estavam bem assustados.
– Riker para de brincar com isso! – Rydel pediu chorando.
– Não estou brincando! – Respondeu. Senti o loiro me apertar. Percebi o olhar da minha irmã em nós.
– Então, quem é o irmão de vocês? – Cassidy perguntou. Riker respirou fundo.

– Nosso irmão... é o Ross!