Castelobruxo escrita por Vilela


Capítulo 20
Capítulo dezenove - Porões




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            — Rápido — Sofia exclamou, a bolsa aberta.

            Alex pulou a pequena cerca de ferro e pisou descalço na grama aparada do Jardim da Lua. Esse era o segundo maior jardim interno do castelo, localizado no andar de cima do jardim principal. As paredes ao redor eram enfeitiçadas para deixar entrar a luz natural lá de fora, e naquela hora os raios solares fortes do meio dia esquentavam as costas dele. O mais interessante dali, entretanto, era o padrão do crescimento das flores. Com o formato completamente circular, o jardim exibia flores de acordo com as fases da lua. Naquele momento estavam em lua minguante, e Alex entrou no meio-círculo à direita.

            Os copos-de-leite cresciam bem no meio das flores e Alex teve o cuidado para não pisar nas tulipas, rosas e hortênsias. Com uma tesoura de poda, ele cortou três caules com os copos-de-leite, voltou correndo para onde Sofia estava e os enfiou em sua bolsa larga. Fingiram que nada tinha acontecido e foram se sentar num banco ali perto. Era a terceira vez que eles surrupiavam algumas das flores daquele jardim, e eles temiam que estivesse acabando as plantas.

            Sofia estivera tentando refazer o perfume de copo-de-leite desde aquele dia que ficou sabendo de António Regas, mas nenhuma das tentativas estava boa o bastante. Alex sempre sentia o cheiro da poção e dizia que não era aquele o certo. Pelo o que se lembrava do sonho, o cheiro preenchia uma sala facilmente, de tão forte que era. Eles continuariam tentando, mesmo que isso significasse que tivessem que começar a assaltar os armários de ingredientes dos professores, como o próprio António fizera. Como uma exímia preparadora de poções, Sofia levou aquilo para o lado pessoal.

            Após a colheita daquela tarde, eles foram direto para o dormitório dos veracostas. Sofia estava entrando no quarto dos garotos, mesmo que isso a manchasse com os pajuantes. Ali era o único lugar que eles podiam preparar a poção sem serem interrompidos, usando, claro, o caldeirão secreto de Nicolás. A princípio a garota não ficara nada contente com aquilo, mas por fim concordou. O quarto dos três garotos fedia a muitas essências, principalmente bluteria, que tinha um cheiro que só podia ser descrito como azul de tão maluco.

            Alex abriu as gavetas secretas de Nicolás e expôs o caldeirão. Sofia rapidamente tirou as flores e estava pronta para quebrar os caules e separar as pétalas.

            — Espere! — disse Alex rapidamente. — Vamos tentar do jeito dele dessa vez.

            Alex tirou a varinha e a usou da forma como usava o anel, sem fórmulas mágicas, apenas traduzindo sua vontade pelos pensamentos. As pétalas se soltaram e voaram até a beira do caldeirão, indo pousar lá dentro calmamente. Sofia afastou o que restou das flores e despejou os ingredientes na ordem que Alex tinha dito. O fogo que brilhou lá dentro foi de um vermelho quase rosa, bem parecido com o que ele tinha visto no sonho.

            — Isso! — Alex disse, a fumaça preta subindo para o teto tão escura quanto carvão. O cheiro era inigualável e completamente inebriante. Nesse momento Nicolás e Mateus voltaram do almoço.

            — Mas que... — Mateus não terminou de falar, pois teve de tampar o nariz com a mão.

            Realmente o cheiro era terrível de se aguentar, principalmente se fosse a primeira vez que o sentia. Era um doce que fazia doer as amídalas e lacrimejar os olhos. Nicolás pareceu amar o perfume, entretanto. Respirou fundo e sorriu satisfeito.

            — Vocês conseguiram? — perguntou Mateus, fanho por estar pinçando o nariz. — Ou esse cheiro quer dizer que vocês fizeram errado?

            — Deu certo — disse Alex. — Era esse mesmo o cheiro.

            Desde que Alex provara para os dois amigos que António morrera na escola por um suicídio muito parecido com a tentativa de Amélia, eles pararam de duvidar do garoto. Claro, ainda tinham suas dúvidas a respeito da ligação dos sonhos com el Tunchi, e principalmente do envolvimento de Alex nisso. Mas isso não deixaram de ajudar. Nicolás chegou mais perto para sentir o cheiro da fumaça preta, e ficou ali respirando bem em cima do caldeirão até ela finalmente se dissipar e o líquido transparente se mostrar lá dentro.

            O argentino deu todos os frascos de poções que havia recolhido desde o início do ano para Sofia. Segundo ele, tinha chegado o momento para usá-los da maneira correta. Alex achou muito esperto da parte dele, e então eles usaram vários dos frascos para encher com aquela poção, a primeira que tinha dado certo. Aquilo era o suficiente para borrifar uma vez em todos os alunos, se quisessem. Mas Sofia queria fazer um teste, antes de qualquer outra coisa. Foi por isso que ela convocou uma reunião do grupo no jardim principal naquele dia à noite.

            Os três garotos desceram juntos para o jardim, cada um com um frasco da poção. Sofia, que já estava nas arquibancadas quando eles chegaram, estava com os frascos restantes. Ficaram ali esperando os outros chegarem, mas após meia hora, eles acharam que João, Amadeus e Ronan não apareceriam.

            — Vamos fazer sem eles — disse Mateus.

            — A gente deve esperar mais, não é, Sofia? — indagou Alex. Ele não queria que os amigos mais velhos ficassem desprotegidos.

            — Não. Aconteceu exatamente o que eu achei que fosse acontecer — Sofia tirou os frascos da bolsa. — Eu achei que apenas um deles não viria, então seria fácil supor que quem não viesse era el Tunchi. Mas os três faltaram.

            — Você acha que el Tunchi é um dos três? — Mateus parecia chocado. Alex já tinha pensado nisso, mas a realidade era difícil de aceitar.

            — E você não?

            Ela tirou a tampa de um dos frascos e os garotos fizeram o mesmo com os seus. Eles se entreolharam. Alex já tinha em mente que os quatro já tinha sentindo o cheiro da poção, o que os excluía em partes da suspeita. Mesmo assim, imaginou o que aconteceria caso um dos colegas imediatamente se revelasse um monstro quando o líquido entrasse em contado com a pele. Sofia foi a primeira: pingou uma gota da poção transparente na mão e esfregou no pescoço. Todos eles sentiram o cheiro forte do perfume. Mateus fez em seguida, depois Nicolás, e então finalmente Alex respirou fundo e passou também.

            Por segundos inteiros eles ficaram se encarando, ora para um, ora para outro. Sofia disse que queria ter certeza de que não aconteceria nenhuma reação adversa. Quando enfim puderam suspirar aliviados, os quatro não conseguiram controlar os sorrisos.

            — Eu sabia que não era você, argentino — disse Mateus, empurrando o ombro de Nicolás. Alex sabia que isso não era verdade; Mateus nos últimos dias tinha insistido muito nessa hipótese de que Nicolás era o mais provável entre eles de ser a criatura. Eles riram divertidos.

            — Espera, espera — pediu Sofia quando percebeu que eles estavam se distraindo. — A gente ainda tem trabalho a fazer. Antes de fazer qualquer conclusão, nós temos que ir atrás dos outros. Eles têm que cheirar o perfume, pelo menos. Caso um deles não queira, ou não apareça, é definitivo que seja el Tunchi.

            — No é melhor contar para la diretora? — Nicolás tinha medo, e Alex podia entendê-lo.

            — Eles não vão aceitar ajuda de alunos do primeiro ano. Agora, vão!

            Os quatro voltaram para o dormitório de veracosta, onde esperavam encontrar Amadeus. Para a surpresa de todos, entretanto, ele não estava em lugar nenhum. Olharam em seu quarto, na área comum, nos banheiros, até no pequeno armário de tralhar do dormitório. Além disso, ninguém parecia saber onde ele estava. A mesma coisa Ronan. O garoto tinha faltado em várias das aulas, não era visto pelos colegas fora do dormitório e na noite anterior não tinha dormido em seu quarto. João também não foi fácil de localizar. Ninguém parecia ser amigo dele de verdade, e somente uma aluna de Beauxbatons sabia onde ela estava: na biblioteca. Encontraram o loiro sentado em uma das mesas.

            — Que cheiro é esse? — ele perguntou, tampando o nariz no momento em que eles se aproximaram.

            Alex estendeu o seu frasco.

            — Passa esse perfume — ele pediu.

            João os olhou desconfiadamente. Em cima da sua mesa estava uma série de anotações sobre suas aulas.

            — Para que exatamente?

            — Só passa, cara — disse Mateus.

            O português tirou a tampa do frasco, cheirou-a e a bateu nos pulsos.

            — Menos um — disse Sofia, tomando a tampa da mão dele.

            — O que é que...

            Eles não responderam, pois não ficaram para ouvir o resto da frase. Saíram da biblioteca, mas o que encontraram lá em cima os pegou de surpresa. Havia uma multidão no pátio perto do corredor de entrada, os cochichos eram muitos. Sem pensar duas vezes, os quatro se aproximaram. Parada início do corredor, com as roupas rasgadas e a cabeça baixa, estava Amélia.

            — Não pode ser... — Alex não acreditava no que estava vendo.

            Havia rasgos enormes nas vestes da garota, ela estava descalça e seu cabelo, que outrora fora castanho e liso, agora estava preto de sujeira e volumoso. Ninguém ousou se aproximar de imediato. Ficaram medindo a garota, imóvel feito uma estátua, transparecendo um terror palpável. Alex também ficou sem reação quando uma garota irrompeu o perímetro imaginário de segurança que tinham feito ao redor de Amélia, se aproximando com passos pequenos.

            — Amélia? — chamou a garota. Ela estendeu a mão, ainda caminhando. — Amélia, sou eu... você está bem? Você quer que a gente chame a diretora? Ou a enfermeira Rosita?

            Sem aviso, Amélia levantou a cabeça. Seus olhos não eram amigáveis, entretanto. A garota parou a meio caminho e abaixou o braço. Amélia juntou os lábios da mesma forma que fizeram na biblioteca semanas atrás, soprando fortemente. O assobio encheu a galeria que era o jardim principal, descendo as arquibancadas e ecoou no teto abobadado lá de cima. As plantas tremeluziram, as paredes fizeram com que o som viajasse e aos poucos a maioria dos presentes entrou em transe.

            Alex deu passo para trás com o segundo assobio. Ele não foi o único, Mateus já estava pronto para correr, mas os outros foram mais rápidos. Numa fração de segundos, vários deles sacaram as varinhas e apontaram uns para os outros. Sofia só teve tempo de gritar um “ABAIXEM-SE” antes de feitiços estuporantes voarem em todas as direções, acertando vários dos alunos. Alguns sortudos conseguiram abaixar, desviar, e agora tentavam fugir. Alex era um deles, que tinha se abaixado antes que um lampejo roxo acertasse sua cara; ele foi engatinhando para a arquibancada e começou a descer. Tirou sua varinha e também colocou o anel. Não teve tempo de olhar para trás, desceu o mais rápido que pôde até o jardim lá embaixo.

            Ele suspirou aliviado ao perceber que Sofia, Mateus e Nicolás o tinham seguido. Enquanto alguns gritavam lá em cima, eles começaram a subir o anfiteatro pelo lado contrário da confusão. Outro assobio e um barulho ensurdecedor no segundo andar.

            — Por aqui! — Alex gritou, saindo correndo pelo corredor à esquerda que levava à área dos pajuantes da escola. Os corredores ali eram muito mais bem iluminados, com quadros pendurados e obras de artes. Eles continuaram correndo, ainda ouvindo os ecos dos gritos lá de fora, até chegarem num corredor que tinha amplas salas de música, usadas pelos alunos mais velhos em várias ocasiões. Ao passar, Nicolás fechou a porta com um feitiço.

            — O que a gente vai fazer? — perguntou Mateus, ofegante. Ele tinha a cara terrivelmente assustada, agoniada. Nicolás não parava de repetir “Era ela, era ela esse tempo todo!”

            — A gente precisa ficar aqui — disse Sofia, no mesmo instante em que escutaram uma explosão. As paredes tremeram e um dos instrumentos de corda caiu de uma prateleira alta, fazendo um barulho engraçado. — Peguem os perfumes.

            Os quatro pegaram seus frascos, Mateus passando quase metade dele no corpo. Alex tinha certeza de que aquela poção tinha impedido eles de serem dominados lá fora; ele viu o olhar de dúvida de Amélia ao perceber que eles não foram imediatamente sucumbidos. Ficou feliz por Nicolás ainda estar entre eles, o argentino já passado por aquilo uma vez. Ouviram um barulho na porta.

            Sofia levou o dedo indicador aos lábios e todos eles ficaram imóveis. Alex sentia o suor escorrer pela testa, o cabelo já grudando. Ele apertou o cabo de metal da varinha, contente de ver que seu anel brilhava fortemente. A maçaneta girou mais uma vez, mas a porta não abriu. Ele esperava que o feitiço que Nicolás tinha feito fosse o suficiente para manter el Tunchi lá fora. Não foi esse o caso. Com um barulho de algo fritando, o ferro da fechadura derreteu por completo e a porta se escancarou. Amélia olhou para eles lá de fora, sem expressão alguma, e assobio novamente.

            A sala era acústica, as paredes forradas, e com certeza isso fez com que Alex escutasse claramente cada uma das notas do assobio.

            — Você não vai conseguir pegar a gente assim — disse Alex, num rompante de coragem que ele mesmo não sabia que tinha. Levantou o frasco que segurava com a mão esquerda. Amélia apenas sorriu.

            A garota sacou das vestes um galho de árvore ainda cheio de folhas secas, usando-o como uma varinha. O frasco foi arrancado magicamente da mão de Alex e ele se espatifou no chão da sala. Ela girou a varinha por cima da cabeça várias vezes e focos de incêndio se apareceram por toda a sala, queimando os instrumentos de madeira, as  mesas e paredes instantaneamente. Mateus puxou Alex antes que uma labareda pudesse pegá-lo, e os quatro se espremeram no meio da sala, onde o fogo ainda não tinha chegado.

            Amélia se aproximou devagar, quase como um animal que encurrala a presa. Ela deu dois passos, mas outra coisa chamou a atenção dela: um brilho rosa. O fogo tinha alcançado o líquido da poção derramado no chão e o incendiara rapidamente. O fogo rosa subiu majestoso pela sala, liberando a fumaça preta com o característico cheiro doce da poção. Em segundos a fumaça encheu a sala a ponto deles não conseguirem mais enxergar. O fogo cessou em seguida e, logo após a fumaça desaparecer, Alex viu Amélia caída no chão da sala. Ela parecia morta, mas eles não se aproximaram de imediato.

            Mateus foi o primeiro a agachar ao lado da garota, se certificando de que ela ainda respirava.

            — Não era ela — disse Sofia. — Quando um Tunchi se revela, ele não consegue mais voltar à forma humana. Ele estava usando-a para colocar os outros alunos sob seu domínio.

            — Ele enfim está forte o suficiente — disse Mateus.

            Sofia passou outro frasco da poção para Alex e eles saíram da sala com cautela. Tinham a impressão de que, uma vez caída, o controle que Amélia instigara estaria acabado. Entretanto, ainda se ouvia gritos. Voltaram mesmo assim para o jardim principal, do contrário ficariam encurralados. Antes de virarem a primeira esquina, um garoto do segundo ano apareceu segurando seu braço em chamas.

            Mateus apontou a varinha para ele.

            — Poluka — disse, girando a varinha três vezes no sentindo horário. Uma lufada de ar em forma de bolha atingiu o garoto em cheio, balançando suas vestes e apagado o fogo. Aquele era o feitiço que eles usavam para controlar o vento durante as partidas de Dorteaqua. Se usado da maneira certa, apagava qualquer fogo.

            O garoto parou onde estava. Com o braço queimado, ele levantou a varinha e em agradecimento, gritou: — Pethanee!

            Alex diria mais tarde que essa seria a última palavra que eles ouviriam, a maldição do esgotamento, caso o garoto estivesse com o braço são. Ao invés de executar a magia da morte mais repugnante que existe e sujar todo o corredor de sangue, o garoto acabou fazendo com que metade do teto no final do corredor desabasse. Alex respondeu rapidamente, usando o mesmo feitiço que acertara Mervir em sua última aula, que abriu o chão e engoliu o garoto até a cintura, incluindo sua varinha.

            Antes de continuarem o caminho, Sofia deixou cair duas gotas da poção na cabeça do garoto. Ele, que estava aos berros, calou a boca imediatamente e desmaiou. Eles continuaram o caminho. Quando chegaram ao Jardim principal, ficaram inteiramente assustados. Uma das imensas colunas do topo do anfiteatro tinha desabado e havia alunos caídos em todos os lugares. Dali era possível ouvir a confusão nos andares superiores. Sofia tampou a boca em choque ao terem de passar por cima de uma garota pajuante no chão. Eles pararam na borda do jardim, sem terem para onde ir. Nesse momento ouviram passos rápidos, muitos, e no corredor do outro lado das arquibancadas irromperam alguns professores. Liderados por Raira, eles correram para a abertura na parede leste que dava para os andares subterrâneos do castelo.

            — Diretora! — Mateus apressou-se para gritar. Eles estavam realmente aliviados de ver Margarida, Ruben e Guerda acompanhando Raira.

            Para a surpresa deles, entretanto, os quatro adultos levantaram as varinhas para eles ameaçadoramente. Por um instante Alex achou que tudo estava acabado. Se el Tunchi tinha dado um jeito de controlar até mesmo os melhores bruxos do colégio, não havia jeito deles sobreviverem. Porém, foi somente por precaução. Raira deixou o seu caminho e se aproximou deles.

            — Vocês estão bem? — ela pegou no ombro de Sofia e Nicolás. — Não foram atacados?

            — Raira — chamou Ruben. — Temos que ir!

            De onde eles saíram vários alunos irromperam da passagem, todos segurando varinhas e as brandindo ferozmente. Raios começaram a voar e Raira os defendeu enquanto os puxou para ir com os professores. Entraram na vão que levava à escada, desceram às pressas e quando chegaram em frente à biblioteca, viraram à esquerda contornando a pequena fonte seca, descendo por outra escada que era quase imperceptível àquela luz. Desceram vários vãos e finalmente chegaram num corredor largo, com vários archotes apagados.

            — Eu não acredito — sussurrou Sofia para Alex, apesar de ainda estarem correndo. — Estamos nos porões!

            Alex não sabia, mas os porões eram terminantemente proibidos para os alunos do primeiro e segundo ano. Para os pajuantes, ali estava guardada uma infinidade de elementos vegetais mágicos, e para os veracostas, era a morada dos dragões. Ao chegarem no fim do corredor, entretanto, se depararam com um corredor perpendicular, e bem ao centro uma parede imensa com uma cena entalhada na pedra: bruxos e bruxas cuidando do que parecia ser uma fazenda, com animais alados voando lá em cima, uma serpente aquática saindo do lago à direita e montanhas à esquerda. Os tipos bruxos sul-americanos.

            Guerda levantou sua varinha de madeira marrom, sussurrou palavras que Alex não entendeu, e as pedras ganharam vida. Os bruxos fizeram uma reverência, a serpente os encarou e no meio da parede um buraco se abriu na forma de um portal. Largo o bastante para todos, eles passaram pela passagem e entraram no que parecia ser uma rua pavimentada. A primeira coisa que Alex percebeu foi a altura do teto, tão alto que a luz não chegava nele, o que dava a impressão de que estavam sob um céu aberto sem estrelas. Virou-se para trás e Guerda disse novamente outras palavras, o buraco na parede se fechando. Daquele lado não havia cena alguma esculpida.

            — Estamos trancados — disse Raira. — E por ora seguros.   


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