Castelobruxo escrita por Vilela


Capítulo 17
Capítulo dezesseis - Sob ordens




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            Os seis estavam sentados do lado de fora de uma sala de aula no terceiro andar de Castelobruxo. Era a antiga sala de feitiços que agora estava completamente desocupada por causa de uma infiltração. Os aurores estavam usando aquela sala como escritório desde que chegaram ao castelo; e a julgar pelas cobertas e um colchão no chão, Wellington estava dormindo ali desde que fora expulso do dormitório de veracosta. Ingrid estava com eles lá fora, a varinha na mão.

            Ronan foi o primeiro a ser interrogado. No corredor, eles não ousaram conversar. Alex, no entanto, queria saber o que eles deveriam dizer, para que ninguém fosse pego mentindo. Ronan saiu cinco minutos depois, a cara ainda abatida. Ele não olhou para ninguém, andou pelo corredor e foi embora. João foi o próximo a entrar. Dois minutos depois e ele já tinha sido liberado. Amadeus entrou em seguida, e assim que ele saiu, Wellington chamou Alex.     

            — Seus amigos me disseram que vocês estão investigando os “ataques” — ele disse, fazendo aspas com os dedos indicadores e médios ao dizer a palavra.

            — É verdade.

            — Não tem necessidade — Wellington ajeitou seus oculozinhos miúdos. — Isso é um trabalho para um auror, profissão essa que a escola não está muito preocupada em formar.

            Alex não respondeu. Wellington encarou ele por segundos inteiros, tentando ser intimidador ou chato.

            — Eu quero saber a verdade. Se um dos seus colegas mais velhos está por trás dessas brincadeiras, é melhor que você me conte agora. Aquele garoto lá, Amadeus, não é? Ele parece encrenca.

            — Isso não é uma brincadeira — respondeu Alex.

            — Então um de vocês está por trás disso?

            — Não.

            — Nem sabem quem está por trás disso?

            — Não. É por isso que estamos investigando.

            — Não gosto do seu tom — Wellington apontou o dedo para Alex. — Você tem muita petulância para alguém que acaba de ser pego machucando o próprio colega de sala.

            — A gente salvou ele! — Alex quase gritou. Depois lembrou-se de que não importava o que dissesse, aquele homem não acreditaria nele.

            — Salvou? Bom, o que eu vi foi um aluno do primeiro ano sendo estuporado por um do sétimo. É a última vez que vou perguntar: qual é o envolvimento de vocês nessa história toda?

            Momento depois de dizer a mesma coisa que os outros garotos, Alex saiu da sala de aula e parou na frente dos amigos sentados no corredor. Olhou para Ingrid escorada na parede ainda segurando sua varinha, depois para os amigos, e disse:

            — Eu vou chamar o professor Ruben.

            Já deviam ter feito isso, ele pensou. Ingrid começou a dizer que não era necessário, mas Alex deu as costas a ela e foi direto para os andares inferiores. Achou o professor no refeitório, jantando. Pediu licença, disse o que tinha acontecido e o homem prontamente se colocou de pé. Olhou mal-encarado para Alex depois saiu do refeitório. Mais tarde Alex ficaria sabendo por Mateus que Ruben chegara arrombando a porta e interrompendo o interrogatório de Sofia. Eles nunca tinham visto um professor ficar com tanta raiva. Diziam que era possível escutar os gritos de Ruben e Wellington mesmo quando já estavam distantes nos corredores.

            Eles tinham que lidar com outro problema agora. O quarto de Alex se tornou extremamente vazio sem a presença de Nicolás. Desde que desmaiara no jardim, ele fora levado para a enfermaria e posto numa maca improvisada, onde estava desacordado até agora. Eles iam visitar o amigo sempre que possível, mas vê-lo deitado cada vez mais pálido não estava resolvendo nada. Mateus estava muito assustado, mas Sofia com certeza parecia a mais abalada com aquilo tudo. Alex a viu chorando um dia e ele se perguntou o quanto ela gostava de Nicolás. As reuniões foram suspensas, pelo menos até eles pensarem em uma nova maneira de resolverem aquele caso.

            A discussão entre Ruben e os aurores acarretara num imenso dilema. Os aurores tiveram seus acessos restritos, o que significava que eles não tinham mais livre liberdade para andar no castelo ou transitar pelos dormitórios. Wellington dissera em alto e bom som que a culpa do que estava acontecendo no castelo era dos próprios professores que não aceitavam a ajuda do Parlamento. Ruben pedira para os professores avisarem aos alunos em aula que, em qualquer momento que eles se sentissem pressionados pelos aurores, eles deveriam ir contar para ele no mesmo instante.

            Pouco a pouco o serviço dos aurores se tornou dispensável, e o que aconteceu dias depois daquilo os fez achar que não eram necessários de forma alguma. O fato é que repentinamente, durante a noite, todos da enfermaria acordaram. Enfermeira Rosita estava adormecida àquela hora, mas Emanuela, sua ajudante, estava cuidando de uma das vítimas quando percebeu algo estranho. A pele da garota deitada enrubesceu rapidamente e ela abriu os olhos como se tivesse acabo de fechá-los. Emanuela deu um grito que acordou Rosita.

            Um a um eles acordaram todos, desceram das macas sentindo-se perfeitamente bem. Mesmo que dissessem que estavam ótimos, Rosita insistiu que eles ficassem pelo menos até ela poder examiná-los com a varinha. Nunca em toda a sua carreira de medicina bruxa ela presenciou uma coisa tão estranha quanto aquela, uma recuperação tão rápida. Assim que ela se certificou de que eles estavam bem, a enfermeira os liberou. Todos voltaram contentes para os seus próprios dormitórios.

            Alex e Mateus estavam dormindo quando ouviram o barulho na pesada porta de madeira. Nicolás entrou no quarto e foi direto para seu criado mudo, abrindo as gavetas que revelavam seu caldeirão e tirando de lá de dentro um chiclete. Passou a mascá-lo enquanto os amigos o observavam boquiabertos. Ele olhou para eles.

            — O que foi? — perguntou.

            — Você está bem? — perguntou Mateus. — Está se sentindo bem?

            — Sí. Un poco faminto, eu acho.

            Os três desceram para o refeitório, apesar da hora, e descobriram que outros que tinham acordado também quiseram comer alguma coisa. Não demorou muito para todo o castelo acordar, até mesmo os professores, que viam ver se os garotos estavam mesmo bem. Mervir estava à beira das lágrimas, Margarida ríspida como sempre, e Leonino piscava pesadamente enquanto conversava com uma aluna que acordou, mas estava sorrindo. Era um clima de festa, as pessoas tinham medo de dizer aquilo, mas a sensação era de que enfim tudo tinha acabado. Eles podiam suspirar aliviados então.

            Wellington e Ingrid pensaram a mesma coisa. Com apenas um comunicado, eles disseram adeus à Castelobruxo na manhã seguinte. Os alunos assistiram das janelas superiores eles entrarem no caminho que levava à Coromândia. Mais tarde os maiores jornais bruxos da América do Sul noticiariam que Wellington, após pressionar o diretor interino, pusera fim nos ataques.

            Sofia, como a bruxa esperta que era, foi a primeira a perceber que tinha alguma coisa muito errada naquela história toda. De alguma forma ela não estava convencida com o estado dos colegas, principalmente com a de Nicolás. Convocou uma reunião na mesma mesa da biblioteca.

            — Não acabou — ela disse.

            — E por que não? — perguntou Mateus.

            Nem Amadeus nem Ronan tinham aparecido. Com sua namorada acordada, o último não tinha motivos para estar ali. Apesar de ter confirmado que iria, João também não aparecera.

            — Por que está fácil demais.

            — Eu concordo — disse Alex. — Mas isso não quer dizer que não tenha acabado.

            — É como se... — Sofia franziu o cenho. — É como se ele tivesse total controle sobre as vítimas. Nós precisamos de uma forma concreta de que as vítimas não estão mais sob controle.

            Nicolás estremeceu.

            — Estoy feliz por acordar — ele disse.

            — A gente sabe — disse Mateus, piscando para o amigo. — O que eu acho que Sofia quer dizer é que você acordou bem demais. Quando o couro de dragão é barato, o mago desconfia.  

            — O que você sugere então, Sofia? — perguntou Alex. — Já pensou em algum plano?

            — Sí. Mas preciso de mais tempo para decidir como vou fazer isso.

            Quando estavam saindo da biblioteca, Sofia disse para Alex que depois conversaria direito com ele a respeito do plano.

            Castelobruxo não tinha férias no meio do ano. Quando chegava o inverno, que não era muito diferente das outras estações em relação ao clima, os garotos tinham folga das aulas para terem outros tipos de tarefas. Eles eram responsáveis, já havia muitos séculos, por manter o castelo em bom funcionamento. Os mais velhos cuidavam da manutenção dos feitiços, e os mais novos cuidavam basicamente da limpeza. Era comum ver os alunos do primeiro ano com esfregões e baldes nas mãos limpando as salas de aula, os vidros do refeitório e principalmente o jardim principal. Todas as plantas recebiam trato nessa época do ano, trabalho dos pajuantes, e os veracostas passavam horas e horas nos porões lá embaixo com as criaturas mais perigosas.

            Alex fora escalado no segundo dia daquele recesso para ajudar na limpeza de uma sala de aula ampla. Lá os alunos tinham aula de feitiços de combate, por isso as paredes eram acolchoadas. Eles usavam longos bastões de madeiras com maciças bolas na ponta para bater nas almofadas e retirar a poeira, que era sugada com a varinha. Sofia também estava ali e ela se aproximou do garoto assim que percebeu sua presença. Ela passou a bater o bastão na parede embaixo da janela oval, bem ao lado de Alex.

            — Vamos reproduzir o assobio — ela disse.

            — Como? — Alex lembrava-se dela dizendo que não sabia assobiar.

            — Temos que tentar. Eu penso que as vítimas entram em transe quando escutam o assobio, então podemos copiar o som e testar se eles ainda estão sendo controlados.

            — Pode funcionar — admitiu Alex. — Mas a gente vai fazer isso com Nicolás?

            — Sí. Ou com qualquer outro. Acha que ele não vai aceitar?

            — Não sei. A gente pode testar — eles voltaram a limpar em silêncio.

            Nicolás estava bastante bem, por sinal. Ele não se lembrava de ter atacado os amigos no jardim, ou mesmo de ter estado com medo disso anteriormente. Sua última lembrança daqueles últimos dias era da festa de encerramento do período. Ele não aceitou bem a ideia de Sofia. Na verdade, ele não queria mesmo ser submetido a isso. Esse plano foi esquecido naquela semana, pois algo maior aconteceu.

            Mais uma vez sem aviso, o sinal do castelo tocou. Não precisaram se reunir para ver o que aquilo anunciava, entretanto. As caiporas estavam batendo em retirada do castelo. A que estava morando na mochila de Mateus soltou um grunhido e saiu de lá correndo, todas indo passar pelo portão norte do castelo. Alguns aplaudiram, comemorando, mas o clima predominante era de desamparo. Com a ausência de Raira, as caiporas davam uma leve sensação de segurança.

            Sofia tinha um mal pressentimento. Segundo ela, as caiporas não abandonaram o castelo imediatamente após o despertar das vítimas, o que significava que elas não tinham ido embora porque estava tudo bem. A forma como elas partiram correndo, na verdade, sugeria uma fuga.

            — Fugindo do quê? — Mateus perguntou.

            Sofia não precisou responder. Depois de terminaram de assistir as caiporas indo embora, Alex, Mateus e Sofia voltavam para seus afazeres. Nicolás estava em outra parte do castelo, o que veio a calhar, pois assim que os três viraram em um corredor, eles encontraram Ronan e sua namorada Amélia. Era a primeira vez que eles se viam cara a cara desde a reunião do jardim que culminara no ataque a Nicolás. Ele arregalou os olhos, ia passar pelos alunos do primeiro ano sem cumprimentá-los, mas Sofia não permitiu.

            — Precisamos hablar — ela disse.

            — Sobre? — Ronan segurou a alça da mochila. Fez uma expressão séria, provavelmente nada ciente de que aqueles três não eram ameaça alguma se comparassem seus poderes. Amélia estava com uma expressão confusa, olhando do namorado para os três bloqueando a passagem.

            Então Sofia contou sobre o plano. O garoto escutou, balançando a cabeça, entendendo tudo. Amélia ficou levemente incomodada, mas não fez nenhum comentário. Quando Sofia terminou, Ronan perguntou:

            — E Nicolás já aceitou?

            — Não — Mateus respondeu.

            — E é por isso que precisamos conversar com você — disse Alex. Depois para Amélia: — E com você também.

            A garota abriu a boca em choque. Demorou algum tempo para Ronan perceber o que Alex queria dizer. Quando o fez, largou o braço de Amélia e assumiu uma postura ameaçadora.

            — Você tá me dizendo que quer testar isso nela?!   

            — É só uma ideia — Mateus levantou as mãos.

            — E eu digo não a ela — Ronan quase gritou. — Por que vocês não pedem para aquele garoto do primeiro ano, ou alguma outra pessoa? Por que ela?

            — Porque você estava nos ajudando...

            — Pois não estou mais. E não quero ouvir falar nesse assunto de novo. Acabou, vocês estão me ouvindo. Acabou!

            — Não — Amélia falou pela primeira vez. Apesar da sua voz ser apenas um sussurro quase inaudível, eles pararam a discussão para olhá-la. Ela estava fitando o chão, meio depressiva. — Não acabou. Eu... eu posso sentir que não...

            — Amélia...

            — Eu não te disse nada, Ronan. Mas eu não estou confiante. Eu sei que vai acontecer de novo, a qualquer momento.

            Ronan encarava sua namorada, boquiaberto. Ele não podia acreditar que ela tinha escondido uma coisa tão importante. Alex viu o garoto estender a mão para Amélia, mas ela recusou o toque.

            — Eu quero ajudar — ela disse, levantando o olhar. — Se isso vai ajudar vocês a resolverem o que quer que seja, eu vou ajudar.

            — Amélia, espera...

            — Não, Ronan. Está decidido. Podem assobiar, ou fazer um feitiço, ou qualquer outra coisa. Eu não quero viver com essa sensação de ser observada para sempre.

            Ela olhou por cima do ombro para o final do corredor lá atrás. Os outros fizeram o mesmo, mas não havia nada lá.

            — Ótimo — disse Sofia, apesar do arrepio.

            Ela marcou uma nova reunião para a noite do domingo. Para isso requisitaram a presença de Amadeus para poder abrir a biblioteca com seus inúmeros papeis enfeitiçados. Ele não queria ir de forma alguma, disse que já tinha acabado, que não tinha necessidade de testes, mas por fim concordou. João também fora chamado. Ele parecia completamente desanimado com aquilo. O período de intercâmbio estava terminando e os alunos de Beauxbatons estavam completamente aterrorizados de ter de voltar para a Europa, com todos as notícias que estavam tendo. Além disso, ele dizia que estava muito ocupado com seu trabalho do fim do curso. Entretanto, quando deu a hora, ele desceu para a parte subterrânea no castelo.

            Nicolás foi o único a não ser chamado. Mateus queria que ele e Alex saíssem do dormitório escondidos para o amigo não ter de passar por isso; mas Alex contou a verdade, alertando o argentino de que aquilo poderia interferir na recuperação dele. Nicolás concordou em permanecer no dormitório naquela noite. Dessa vez não se reuniram na mesa de costume; ao invés, entraram para as sessões mais profundas da biblioteca, onde as paredes deixavam de ser retas para exibirem prateleiras fixadas na pedra crua, como uma mina. Era possível se perder naquele labirinto de túneis repletos de livros, por isso eles pararam na primeira galeria alta que acharam. As únicas luzes do local eram as das varinhas.

            Ronan e Amélia foram os últimos a chegarem, o namorado ainda contrariado. João conjurou cadeiras de armar para todos e eles se sentaram desconfortáveis em círculo. Amadeus não estava com o sorriso zombeteiro de costume, nem fazendo brincadeiras. Ele exibia claramente uma vontade imensa de sair correndo dali. Alex não estava muito diferente. Tinha a impressão de que estavam prestes a mexer com algo que não entendiam, como sempre. Eles se encaravam.

            — Quem começa? — perguntou Sofia.

            Alex não conseguia acreditar na forma como a garota estava tão tranquila com aquilo tudo. O pensamento de que ela era el Tunchi voltou a povoar seus pensamentos. Àquela luz, era bastante provável perceber alguma coisa de malévola em sua expressão. Ninguém respondeu, então ela assobiou. O som ecoou nas paredes cavernosas, fazendo eles se sobressaltarem. Amélia arregalou os olhos, segurou no assento da cadeira, esperando que algo acontecesse. Mas isso foi tudo.

            Quando foi que ela aprendeu a assobiar? Pensou Alex, sentindo-se fortemente inclinado a sair correndo dali. Apesar de ter soado extremamente amedrontador, Alex também percebeu que aquele não era o assobio correto. Tinha ouvido as notas o suficiente para reconhecê-las, sempre tivera facilidade para música. Mesmo assim, ninguém ousou responder, não podiam arriscar. Sofia apontou para Mateus, que estava do lado esquerdo dele. Mateus respondeu apontando o queixo, não tinha entendido.

            — Sua vez — sussurrou Sofia, nervosa.

            Mateus tentou copiar o assobio que ele tinha ouvido na floresta aquele dia. Alex percebeu que aquele era idêntico. As notas também ecoaram nas paredes, mas não surtiu efeito da mesma forma. Alex seguiu o ritmo e assobiou também. Ele não sabia ao certo como fazer, seu assobio não tinha tanta propriedade, era mais próximo de um sopro. Nenhum deles respondeu. Então foi a vez de Amadeus, depois João, depois Ronan. O último deu um assobio rápido, estressado, ainda sem obterem respostas.

            — Parece que não é qualquer um que pode instigar as vítimas — disse Mateus. — Deve ser só com a magia dele mesmo.

            — Será que podemos ir embora agora? — perguntou Amadeus, os braços cruzados na frente do peito.

            — Esperem — disse Amélia. — É a minha vez.

            Eles apontaram a varinha para ela, seis luzes iluminando o rosto da garota. Ela juntou os lábios e o assobio que soltou não foi nada parecido com o que eles tinham tentado reproduzir até o momento. As paredes tremeram, livros caíram no chão e poeira desceu do teto. Ela exibiu dentes de madeira, a expressão completamente distorcida num sorriso macabro. Instantaneamente as varinhas se apagaram.

            Alex sentiu sua cadeira ser puxada debaixo dele, o que o fez cair no chão. Tateou pela sua varinha, mas não a encontrou. Ouviu um barulho como asas de pássaros e estalar de madeira. Ninguém soltou um pio, eles sabiam que não podiam responder ao assobio. Alguém segurou em sua perna e ele tentou chutar quem quer que fosse para longe. Foi quando ouviu a voz.

            — Na floresta...

            Ela não era nem um pouco parecida com o que ele já tinha ouvido em vida. Era asmática, doída, e tão assustadora quanto se podia imaginar.

            — Espere-me na floresta.

            — Sim! — respondeu Amélia.

            Alex enfiou sua mão no bolso, ainda tentando chutar a pessoa que segurava seu pé, e colocou seu anel no dedo. Tirou a mão do bolso e o ao estalar o dedo iluminou toda a cena: estavam todos no chão, as varinhas afastadas e as cadeiras quebradas. Mateus segurava a barra da calça de Alex, Sofia escorada num canto. Amadeus estava colado à parede, com João encolhido ao seu lado. Ronan foi o primeiro a se levantar, gritando:

            — Amélia?! Amélia!!!

            Não houve resposta. A garota tinha desaparecido sem deixar rastros.


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