The Mega Walking Dead escrita por Kauê


Capítulo 5
Capítulo 1.5 - Travis


Notas iniciais do capítulo

Narrador personagem - Travis



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/716917/chapter/5

15 dias atrás 

Quando criança nosso maior medo é de perder os pais, quando cresce o maior medo passa a ser perder os filhos. Essa frase nunca fez tanto sentido em minha vida como agora. Meu pai foi um verdadeiro herói se jogando na frente dos zumbis e dando espaço para eu e minha mãe fugirmos. Ela, entretanto, não foi rápida o bastante e tornou o sacrifício do meu pai metade em vão. Ao ver as duas pessoas que mais amava serem mortos na minha frente, não tive outra escolha a não ser correr para o primeiro lugar que avistei, um beco.

Junto comigo, porém, veio a horda inteira de andarilhos e se o beco fosse sem saída eu com toda certeza teria sido devorado. Mas o beco não é e eu não fui devorado, aqui estou, sozinho caminhando pelas ruas de Atlanta. Após despistar a horda tentei voltar ao colégio da Charlote, minha irmã. Mas eram tantos zumbis que fiquei com medo de enfrentá-los. 

Mais tarde, já a noite me escondi em um terreno abandonado. As ruas da cidade estavam cheias de gente roubando as lojas e tacando fogo em monumentos públicos, a polícia estava ausente e a sociedade estava caindo. Lá fora era muito perigoso e eu não tinha condições de voltar para casa. No caminho até esse terreno escutei no rádio do meu telefone que o exército estava a caminho da cidade para poder conter o vírus, porém, até agora não vi nenhum militar nas ruas. É como se estivéssemos completamente sozinhos agora. Preciso dormir, pois, amanha bem cedo vou tentar  chegar no terraço onde a Charlote está. Ela é a única família que tenho agora.

Dormi vendo as estrelas e quando dei por mim já estava de manhã. O relógio do meu celular marcava 9 horas, as ruas estavam mais silenciosas e o número de zumbis era absurdamente maior, era como se todos aqueles baderneiros de ontem tivessem se transformado e hoje estão andando por aí, sem rumo.

Estava com fome pois não comia a algumas horas, comecei a andar pelas ruas mas logo fiquei cercado por cerca de 20 zumbis. Eles apareceram muito rápido e eu não sabia se devia matá-los ou apenas fugir, afinal eles ainda são humanos. De qualquer forma, eu não tinha condições físicas para me defender e acabei tropeçando e caindo, nesse momento a única coisa que imaginei era a minha morte e que eu iria em breve me encontrar com meus pais. Todavia, fui salvo por um grupo de pessoas fortemente armados.

— Hey garoto, é perigoso andar pelas ruas da cidade. Onde estão seus pais?

— Meus pais estão mortos. 

— Quer dizer então que você está sozinho?

— Sim.

— Entra aí no carro, nós podemos te ajudar.

— Meus pais sempre disseram para eu não aceitar carona de estranhos mas, caso eu não aceite acabarei morrendo aqui.

— Então entre logo, precisamos sair daqui. 

— Obrigado por me salvarem. A propósito me chamo Travis.

Nesse momento entrei dentro do carro e conheci o grupo que me salvara da horda de zumbis. O líder era o Buck, ele estava dirigindo o carro e possuía muita munição em volta do corpo, aparentava ter uns 30 anos. A Michele e a Helga deviam ter uns 26 anos, são irmãs, loiras e muito bonitas. Joe é o namorado da Michele e possuía algumas armas também.

Buck - Travis, você não tem nenhum parente que a gente possa te levar?

Eu - Na verdade tem sim. Minha irmã Charlote está viva no terraço da escola dela.

Michele - Terraço?

Eu - Sim, ela ficou presa ontem lá.

Joe - Buck, leva esse pirralho para lá e vamos deixá-lo logo com a irmã. Não somos babá de criança chorona. Ele vai ser um atraso para a gente.

Eu - Não sou criança chorona. 

Joe - Não? Então me diz, quantos zumbis já matou?

Eu - Nenhum. Eu não sabia que podia matar eles.

Joe - Você não só pode como deve Travis. Agora é questão de sobrevivência. 

Eu - Mas eles são pessoas. 

Joe - Não mais. Eu sinto muito estragar seu pensamento sobre os caminhantes, mas, a função deles no momento é devorar você. Você precisa acabar com eles.

O choque de realidade que Joe me deu serviu para eu acordar. Preciso ser ágil e derrotar todos os zumbis se eu realmente quero salvar as pessoas que eu amo como a minha irmã Charlote.

Enfim chegamos ao colégio e havia alguns zumbis mortos pelo chão. Charlote não estava mais no terraço e eu havia perdido ela de vista, provavelmente para sempre.

Buck - E agora Travis. Não tem ninguém aqui.

Eu - Eu tenho certeza de que ela fugiu. Eu não tenho para onde ir, vocês parecem ser pessoas legais, por favor me levem com vocês.

Joe - Mas nem pensar.

Helga - Joe, vamos deixar o garoto na rua sozinho? Ele vai acabar morrendo.

Eu - Joe eu prometo que não serei um peso morto, você inclusive pode me ensinar a atirar. Não quero ser um estorvo.

Joe - Eu duvido que você possa ser útil mas de qualquer forma não sou eu quem toma as decisões aqui. Buck é com você.

Buck - Eu não vejo problema em o garoto ficar conosco. Podemos dar um jeito de procurar a irmã dele. Temos um acampamento aqui perto, vamos para lá.

Eu - Muito obrigado gente, de verdade.

Michele - Seja bem vindo ao grupo.

No caminho para o acampamento íamos ficando cada vez mais distante da cidade. Será que um dia irei rever minha irmã?

Quando chegamos vimos as barracas destruídas e as comidas roubadas. A Brenda que tinha ficado para tomar conta das coisas estava ferida. 

Buck - Brenda, o que houve aqui?

Brenda - Foi horrível gente, era um grupo de 5 homens, vieram aqui levaram toda comida, destruíram tudo e ainda me bateram. Eles fugiram quando ouviram o carro de vocês chegando mas ainda estão aqui por perto. Tomem cuidado.

Nesse momento um intenso tiroteio se iniciou. Os tiros viam da floresta que estava atrás das barracas. Brenda que já estava ferida foi atingida no braço e caiu no chão. Joe e Buck foram para a floresta atrás dos atiradores e como eu não queria ficar para trás fui também.

Joe - Volta Travis. Tem 5 homens armados ali na frente atirando em nós não vai dar para eu tomar conta de você.

Buck - Joe tem razão Travis, volta. Fica com a Helga e a Michele. 

Eu - Vocês são apenas dois e eles 5. Não terão nenhuma chance. Me dá uma arma, me deixe lutar com vocês .

Joe - Sem chance. É capaz de você atirar na gente com sua mira ruim.

Eu - Eu já vi meu pai atirando, confiem em mim, vocês precisam de ajuda.

Buck - Então toma essa aqui. Por favor, não faça besteira.

Era a primeira vez que eu botava a mão em uma arma e não fazia a mínima ideia de como atirar. Os barulhos dos tiros atraíram alguns zumbis para nós. Tínhamos, portanto, duas preocupações agora.

Um dos homens conseguiu chegar por trás de Joe e se preparou para atirar nele e eu, mesmo que por acidente, consegui puxar o gatilho e acertei bem no meio do estômago do rapaz. 

Joe - Travis? Você me salvou.

Eu - Joe, atrás de você tem zumbis.

Os zumbis devoraram o homem e o Buck conseguiu pegar outro da gangue. Os outros 3 rapazes fugiram. 

Buck - Quem são vocês? Por que nos atacaram?

Homem misterioso - Porque nós somos os desertores. É o que fazemos agora.

O Homem misterioso morre devido aos ferimentos de bala e o Buck atira na cabeça dele e me explica que quando uma pessoa morre ela vira zumbi. 

Joe - Travis obrigado por ter me salvo lá atrás. Eu subestimei você.

Eu - Eu confesso que estava muito nervoso e nem sei como consegui atirar. 

Buck - Nossa sorte foi a horda de zumbis que se aproximou e fez com que os outros 3 fugissem. 

Helga - A Brenda está mal gente. Precisamos ir buscar remédios para ela no centro.

Michele - Precisamos também mudar de local, pois, seremos alvos fáceis aqui caso eles voltem.

Buck - Vocês tem razão. Vamos levantar acampamento galera.

Arrumamos as coisas e nos mudamos dali. Ficamos 15 dias na estrada ao redor de Atlanta, indo ao centro 3 vezes na semana buscar medicamentos para a Brenda. Desde então Joe tem me ensinado a atirar e minhas habilidades tem melhorado um pouco. Nesse meio tempo fiz 10 anos de idade, agora estou entrando na adolescência e pretendo cada vez mais deixar de ser um estorvo. Preciso encontrar a Charlote.

Num determinado dia quando estávamos indo para uma farmácia em Atlanta, encontramos um grupo de três meninos. 

Buck - Quem são vocês?

Noah - Eu me chamo Noah e esses são meus amigos Liam e Damião. Vocês não precisam nos apontar essas armas. Somos amigos. Não vamos fazer mal.

Buck - Como vamos ter certeza disso? Já topamos com caras maus antes.

Noah - Nós também, e nem por isso saímos apontando armas para todo mundo que encontramos. 

Joe - Pois deveriam. O mundo não é mais o mesmo.

Noah - Sei disso mais do que imagina. 

Buck - Vocês tem algum acampamento?

Damião - Sim, nós temos. Podemos levar vocês até lá. O que acham?

Joe - Muito arriscado. Não sei não.

Noah - Confia na gente. Nós temos comida vocês tem armas podemos formar uma equipe e tanto. 

Joe - O que acha Buck?

Buck - Vamos ver no que isso vai dar. Todos vocês entrem no carro. Vamos para o seu acampamento Noah.

É lógico que nenhum dos dois grupos confiava em ninguém naquele momento. Todos foram para o acampamento dos meninos com o pé atrás e chegando lá quando sai do carro tive a maior surpresa da minha vida. Minha irmã Charlote estava lá viva e bem. 

 

Enquanto isso...

— Eles mataram dois dos nossos homens e isso não tem perdão.

— Fala baixo ou eles vão nos ouvir. Estamos vigiando eles há dias não estrague tudo agora.

— Os dois grupos se encontraram, olha lá que cena mais linda. Muito comovente o reencontro dos irmãos. Eles vão nos pagar ou não nos chamamos DESERTORES.  


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Incentivem o trabalho cliquem em acompanhar.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Mega Walking Dead" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.