Presa no Tempo escrita por Menina Improvável


Capítulo 7
Capitulo 7: Procurando por aventura


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem! :D
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"Aquele que não luta pelo futuro que quer, deve aceitar o futuro que vier."
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#MeninaImprovavel



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~ 03:46, sábado, junho, ano: 2140.

 

A semana passou rápido. Era o começo do fim de semana e foi quando eu acordei e percebi que estava no sofá. A televisão continuava ligada passando um programa que nunca nem tinha ouvido falar. Levantei do sofa e murmurei:

— Desligar tv.

A TV desligou e se guardou na parede atrás dela. Bocejei.

— Vamos pra cama... Vem Minx... Já ta tarde... - peguei o bichano no colo.

Fui pelo corredor parecendo um zumbi.

De repente um estrondo super alto veio da porta de entrada do meu apartamento. Eu tomei um susto, o Minx pulou do meu colo arranhando meus braços e correu para o quarto.

Ouvi um ruído de trás da porta e uma voz que chamava meu nome. Quando me aproximei mais da porta percebi que quem estava me chamando era o Rafael.

— Rafael?

— Helena... Abre a porta... Por favor.

— RAFAEL!!

Abri a porta rapidamente e ele caiu no chão.

— RAFA! Rafa!! - ajoelhei ao lado dele - O que aconteceu?

— Primeiro me ajude! Depois...

— Fez besteira de novo, caralho Rafael!!!

 

**

 

Levei ele até o meu quarto em que Minx estava escondido embaixo da cama assustado, ele se deitou na cama. Na verdade ele não se deitou ele praticamente caiu de cara.

— O que você fez de errado...?

Eu ajudei ele a se endireitar na cama com um movimento rápido fiz ele subir mais pra cima até a cabeceira, porém esse movimento fez ele soltar um gemido fraco de dor. Puis uma almofada confortável atrás da cabeça dele.

— Desculpe... - ele disse para mim.

— Pelo que? - sentei ao lado dele e passei a mão em seus cabelos castanhos.

— Por ter vindo aqui a essa hora.

— Você fez certo em vir aqui... - puis a mão em seu rosto e a lavei até o pescoço - Vou buscar algo quente para você. Você está gelado.

— Obrigado...

Fui até a cozinha e depois de uns minutos voltei com uma xícara cheia de leite com chocolate e uns três marshmallows boiando no líquido. Quando entrei no quarto ele estava tentando tirar a camisa. Eu fiquei paralisada com aquela cena por uns segundos mas logo me recuperei.

— Eu te ajudo a tirar a roupa. - disse.

Porra Helena! Você tinha que ter dito isso? Por que não diz logo: "eu te ajudo a ver seu corpo maravilhoso nu" ou "eu te ajudo a se despir por inteiro". Depois de uns segundos percebi o que tinha dito e percebi também que ele ficou perplexo com minha atitude.

— Digo... No bom sentido... Claro... A blusa... Você não ta bem ai eu achei que se eu te ajudasse você não ia precisar fazer tanto esforço é que se você fizer muito esforço você pode ficar mais machucado e...

— Eu aceito a ajuda... - ele disse.

Eu devo ter ficado azul de tanta vergonha.

Coloquei a xícara com leite e chocolate em cima da cômoda ao lado e subi em cima da cama ficando de frente a ele. Peguei na bainha de sua blusa da cor branca com algumas manchas vermelhas e a tirei bagunçando ainda mais seus cabelos castanhos e mostrando seu tronco nu. Dei uma respirada funda, depois de tantos anos e alguns namoros, seu corpo ainda é o único que me deixa assim.

— Me sinto assediado assim... - ele disse dando uma risadinha.

— HÃ? - vi que ele percebeu para onde estava olhando.

Foi quando percebi que ele estava com um corte em seu antebraço e algumas marcas roxas e vermelhas nas costelas.

Ele pegou em minha mão e na hora eu acordei do meu transe e sentei direito na cama.

— Eu vou pegar um kit. - disse soltando a mão dele e deixando ele lá.

 

**

 

— Ai! - ele disse conforme eu passava remédio no ferimento em seu antebraço.

— Fique quietinho para que eu possa acabar mais rápido!

Depois de passar o remédio peguei um pequeno esparadrapo.

— Não sabia que você sabia como fazer curativos. - ele disse sem tirar os olhos de mim, eu não o via me olhando, mas eu sentia.

— Eu aprendi com sua mãe. - sorri para ele.

Ele deu um riso abafado.

— É! Ela era boa nisso. - ele disse com um sorriso no rosto.

A mãe do Rafa se chamava Marília, quando eu cheguei aqui ela cuidou de mim como se eu fosse uma filha dela. Mas, a 6 anos atrás ela foi morta. E até hoje não foi descoberto o motivo.

Os punhos dele fecharam fortemente e ele olhou para baixo. Seu sorriso desapareceu.

— Hey... - disse pegando na mão dele que estava fortemente fechada - Calma... Ela não iria querer que você ficasse assim.

Com meu toque ele relaxou, incrível como tenho efeito sobre ele.

— Me diz, o que aconteceu com você?

Ele inspirou fortemente se sentindo culpado.

— Você vai me bater... - ele disse

— Você já tá todo acabado não tem por que te bater. - peguei uma das pequenas bolsas de água quente e coloquei no roxo em sua costela.

—  Eu fui lá naquela loja que você foi aquele dia... Fui para saber mais sobre aquele robô esquisito.

— O QUE?! - disse empurrando forte a bolsa de água quente contra suas costelas.

— AI! - ele resmungou de dor.

— AI MEU DEUS ME DESCULPE! - tirei rapidamente a mão do machucado - Mas por que você fez isso Rafael?! Eu falei para você deixar eles em paz foi só um mal entendido!

— Eu não acredito que tenha sido isso! Aquele robô poderia ter te atacado da mesma forma que fez comigo! - ele disse subindo mais em direção a cabeceira da cama.

— Esses robôs nunca atacariam um humano... Não foram programados para isso... Você o ameaçou?

— Ameacei? Helena, eu tenho cara de quem ameaça alguém?

— ... - olhei de um jeito zombador para ele - Sim.

Nós dois rimos.

 

**

 

— Obrigado. - ele disse levantando da cama e me deixando sentada sozinha na mesma - Eu vou pra casa agora minha gata.

— Não! Você ainda não ta melhor Rafa!

— Eu tô ótimo porque você cuidou de mim! - ele sorriu.

— Mas... - segurei no braço dele - Você pode se machucar mais... Por favor... fica aqui e me conta o que aconteceu... Detalhadamente...

Ele me olhou de forma carinhosa.

— Ta bom, gatinha.

 

~ FLASH BACK NARRADO POR RAFAEL ~

(são apenas memórias de Rafael, algumas coisas narradas aqui não foram realmente ditas para Helena)

 

— Você acha seguro? É invasão de propriedade, Rafael.

Olhei no meu relógio, era 02:01 e a rua estava vazia.

— Raridade ver essa rua vazia. - disse para Hector que estava estacionado com sua moto preta ao lado da minha.

— Podemos ser presos por isso... Você se quer se importa?

— Não. Aquela porra de máquina ameaçou minha garota. - respondi com raiva.

— Aquela garota que nem namora você? - Hector disse virando o rosto pro outro lado da rua - Não sei o que vocês estão esperando é um fogo que rola entre vocês dois que acho que no primeiro beijo vocês já vão cair transando.

— Pra sua informação a gente já deu um primeiro beijo... Tem alguns anos.

— Transaram?

— NÃO!! - gritei e minha voz ecoou pela rua vazia.

— Fica quieto, imbecil. Vai acordar todo mundo.

— Fica quieto você Hector. Eu quero respeito aqui.

— Tudo bem, tudo bem, desculpa ter te ofendido com sua AMIGA.

Em um movimento rápido agarrei o braço dele.

— Para com isso e vai avisar os outros que está tudo bem se não eles vão ficar reclamando. - soltei com força.

— Eu prefiro ficar aqui pra limpar a merda que você vai fazer.

 

~ CORTE NO FLASH BACK ~

 

— Pode me dizer quem é Hector? - perguntei para ele que estava deitado na cama novamente.

— É um amigo meu nós meio que... "trabalhamos" juntos.

— Nunca o vi na empresa.

— Ele não é da empresa.

— Ah ta... E como ele é?

— Alto, cabelos castanhos, magro, olhos castanhos, usa óculos, tem barba.

— Hmm entendi! Continue a história!

— Ok! - ele deu uma piscadinha para mim.

 

~ FLASH BACK DE RAFAEL ~

 

— Eu vou entrar. Fica aqui e avise se acontecer qualquer coisa.

— Ok. - ele revirou os olhos para mim.

Olhei para a porta da frente. Não poderia entrar por lá ia ser muito óbvio e o sistema de alarme poderia me denunciar.

Olhei na lateral da loja e avistei uma porta, fui em direção a ela. Olhei para o sistema de digital, não é de última geração então pode ser facilmente enganado. Peguei meu canivete vermelho de dentro da minha jaqueta de couro, tem muitas funções e nenhuma delas era a porra de uma chave de fenda ou o que quer que seja... Usei então minha faca.

Coloquei a faca na lateral do sistema de digitais e enfiei dentro de uma pequena fenda lateral, puxei tão forte que o canivete escapou e fez um pequeno corte e minha mão mas que fez cair umas pequenas gotas de sangue no chão.

— Caralho...

Coloquei na fenda de novo e fiquei puxando até que a tampa do sistema saiu e ficou pendurada por 3 fios.

"Preciso me concentrar... Se eu fizer alguma coisa errada todos os alarmes vão disparar", pensei.

Entre os 3 fios peguei o primeiro, o azul e o cortei. Dei uma falha no sistema da loja, desativei os alarmes.

"Agora é só eu cortar o outro fio certo", pensei.

Peguei um dos outros fios, desta vez um branco e o cortei. A luz no visor do sistema desativou.

— Adeus câmeras de segurança. - falei baixo - Agora só preciso entrar.

Fechei a caixa do sistema.

"Eu não consigo abrir a porta por aqui... É ligado a parte de dentro da porta, vou precisar usar métodos quase pré-históricos", peguei em mãos meu canivete e coloquei na fechadura da porta.

Com paciência e habilidade, a porta se destrancou facilmente apenas com alguns movimentos.

 

~ CORTE NO FLASH BACK ~

 

— Onde você aprendeu isso?

— O que?

— Isso tudo! - eu perguntei - Antigamente você não sabia abrir nem um baú direito, agora...!

— Gata, eu sou um baú com muitos segredos a serem descobertos. - sua mão deslizou para meu queixo.

Isso para mim soou de uma maneira tão... Sexy?

 

~ FLASH BACK DE RAFAEL ~

 

Entrei na loja.

Estava tão escuro, não tinha nada para iluminar. Levantei a manga da minha jaqueta de couro e apertei um botão na lateral da pulseira que fez um pequeno feixe de luz surgir, porém a escuridão era tão pesada que essa pequena luz iluminou quase que a sala inteira.

Era um deposito de bugigangas. Não tinha nada de interessante, umas tralhas aqui, tralhas ali.

— Quanto lixo inútil. Quanta tralha. - sussurrei para mim mesmo.

"Droga, eu to falando que nem a Helena", pensei.

Quando pensei no nome dela logo a imagem dela veio em minha mente e um sorriso idiota veio ao meu rosto.

 

~ CORTE NO FLASH BACK ~

 

— Nessa merda toda você pensou em mim? - disse.

— Claro, por que não pensaria?

— Bom, você podia ter pensado em não ser pego.

— ...

Ele abaixou o rosto, envergonhado. Raramente o vejo assim. Peguei seu rosto com minhas duas mãos e o levantei.

— Fico lisonjeada, Sir Rafael.

Ele deu risada.

— Eu penso por que gosto de ti, bela donzela!

Eu dei risada também, deitei na cama e ele deitou ao meu lado.

Virei de lado apoiando meu rosto sobre as mãos e continuei ouvindo a história que ele narrava detalhe por detalhe.

 

~ FLASH BACK DE RAFAEL ~

 

Estava olhando algumas caixas, quando viro de costas sinto frio, iluminando o meu caminho era o robô. Parado na minha frente. Grandes olhos vermelhos maldosos me encaravam fixamente, seu corpo frio continha detalhes vermelhos muito bem feitos.

— Intruso. - ele disse com uma voz metálica.

— Foi você.

— Quem... Você...?

— Está com problema na voz. Nada menos esperado vindo de um robô velho.

Ele colocou suas mãos frias em meus ombros. No princípio não senti o frio, minha jaqueta impediu, mas algo neste robô fez o material dele ficar mais gelado do que já era e foi possível sentir seu frio em minha pele quente.

— Energia.

— O que você quer dizer com isso?

— Energia. Energia. Energia.

Ele me empurrou com toda força que tinha, tentei me segurar nas prateleiras, porém não consegui me segurar direito. Minha mão escapou e cai sobre as caixas provocando um barulho super alto. Senti um incômodo foi que percebi que fiz um corte no meu antebraço. Levantei do chão com dificuldade.

— Filho da p...

O robô avançou rapidamente em minha direção batendo seus braços de aço em minhas costelas me jogando na parede.

— Matar.

Ele segurou meu pescoço fortemente com uma de suas mãos e me levantou do chão. Com um gesto rápido, levantei meu canivete e finquei em um de seus olhos. Faíscas saíram.

— Dor!

Ele afrouxou sua mão do meu pescoço. Colocando os pés em seu peito segurei em sua mão e empurrei com minhas pernas seu peito, sua mão começou a sair.

— VOCÊ NÃO PODE ME FERIR! - gritei.

— Mentira!

Ele deu um golpe em meu lado. Eu cai no chão  com dor, porém escapando de seu enforcamento. A queda me foi útil, peguei uma placa de metal pesado que tinha na minha frente.

— Desculpa.

Levantei com dificuldade e enfiei em seu pescoço arrancando sua cabeça do resto do corpo.

— Passado.

— QUEM ESTÁ AI? - uma voz gritou de dentro da loja.

Peguei meu canivete do olho do robô, puis em meu bolso.

— Futuro.

— Ah cala a boca.

— Fonte... de... Energia.

— ... - fiquei em silêncio esperando mais respostas.

— Via... no te...

— QUEM É?

A porta estava se abrindo rapidamente e muitas luzes entraram na sala. Havia mais do que uma pessoa.

Mancando, fui o mais rápido que pude a minha moto.

— CORRE! - gritei para Hector que

 estava ouvindo música.

— CARALHO! - ele olhou para a loja e viu várias pessoas vindo correndo em nossa direção.

Ele tirou rapidamente o fone.

Com dificuldade, dei partida na moto e fomos embora.

— Vai pra lá! Eu encontro você amanhã. - gritei enquanto acelerávamos.

— Precisa cuidar de você! - ele gritou de volta.

— Eu vou cuidar! Vai embora!

— Se vira então! - Hector gritou indo para o lado oposto.

— Por favor... Acorde quando eu te chamar.

Senti meu corpo pesar em minha moto que acelerava sem parar.

— Só mais um pouco...

Olhei para o corte em meu braço. Ele foi fundo e eu estava perdendo sangue até de mais.

 

~ FIM DO FLASH BACK DE RAFAEL ~

 

— Eu queria aventuras que nem as suas! - dei risada. - Queria conhecer esses seus amigos.

— Eu não acho que você gostaria deles.

— Por que?

Ele, que estava deitado ao meu lado, passou a mão em meus cabelos.

— Você é muito delicada para esse tipo de gente.

— Colega... Você não sabe pelo que eu passei.

— Pelo que você passou? - ele me perguntou intrigado.

— Você não iria acreditar em mim.

— ... Por ...?

— É muita viagem Rafa.

Ele pegou a coberta do pé da cama e colocou sobre nossos pés que estavam gelados.

— Obrigada. - agradeci.

De repente uma bolinha de pelos pulou em cima da cama e se aconchegou entre a gente.

— Fica aqui até amanhã. Por favor. - pedi.

— Claro. Com esse pedido não tem como negar.

Ele pegou devolveu a xícara de leite na cômoda ao lado da cama.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! :D Deixe seu comentário!
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#MeninaImprovável



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