Citron era longe do tipo de garoto que Serena poderia se interessar romanticamente. Era um garoto com ideias bizarras, que colocava a si mesmo e a todos ao seu redor em perigo constante por conta de suas invenções, bem como poderia ser lento em muitos aspectos e inseguro. Contudo, apesar de muitos contras, Citron havia se tornado alguém importante em sua vida. Para falar a verdade, um de seus melhores amigos.

Se fosse preciso, Serena colocaria sua vida em risco para salvá-lo, assim como ele faria o mesmo se as posições estivessem trocadas. Afinal, amigos eram para esses assuntos e muitos mais. Serena não suportaria manchar essa relação por qualquer coisa. Por isso, quando ele veio, Serena acabou por tentar rasgar seu amor em pequenos pedaços para que não pudesse mais senti-lo. Com isso, ela apenas sentiu um vazio que a machucava.

Não se arrependeria. Pelo menos, até ouvir dos lábios de Citron que sentia o mesmo também. Desse modo, mais do que qualquer outra coisa, Serena riu de forma nervosa. Os sentimentos dela ficaram mais bagunçados do que antes, estava sem jeito, desesperada até com aquela revelação. Tinha tentado tanto quebrar o que havia dentro dela que era bem provável não poder mais retornar ao amor inocente a sua forma original.

Serena acabou por abraçar Citron, e ele não demorou em devolver aquele abraço, ainda que surpreso pela súbita atitude da garota. Serena riu um pouco, então, respirou fundo para dizer:

—... desculpe.

— Pelo quê? — Citron disse confuso.

— Em demorar.

Dessa forma, Serena desfez parte de seu abraço para retirar os óculos de Citron e beijá-lo. Uma amizade era perdida para nascer aquele algo novo que os dois estavam ávidos em descobrir.