No Ritmo escrita por Mel


Capítulo 28
Cafeteria


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora.



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Marinette abriu os olhos assim que ouviu batidas descontroladas em sua porte,já era de manha e o sol despertava cada uma das pessoas de Paris.As poças de água em meio as ruas eram indícios da noite de chuva que passará dando lugar a um novo dia.
  Levantou-se do chão onde dormira sentada,espreguiçando-se sentiu as costas estralarem e as pernas doeram juntamente aos braços,ainda com a batidas cada vez mais intensas foi até o espelho e se olhou.O rosto extremamente vermelho e olheiras sobre seus olhos azuis,a roupa do dia anterior era desconfortável e os cabelos desgrenhados.Sorriu para si mesma sem motivo aparente,a barriga roncou,teria que ir a cozinha comer algo,mas não iria sair no estado em que estava,não queria sentir o turbilhão de palavras e frases de consolação entrarem por seus ouvidos naquela fatídica manha.

—Eu irei tomar café,mas antes preciso de um banho.-Falou em um tom audível para as amigas que responderam com os passos distantes.
Pegou uma muda de roupas e foi em direção ao banheiro,se despiu e ligou o chuveiro na temperatura morna,vários pensamentos passaram por sua mente,desde que chegou a Paris até o dia anterior,e então lembrou-se do trabalho em que havia arrumado,mas pedira para começar depois da competição,a dona concordou.

Com o intuito de se distrair,iria finalmente aparecer na cafeteria.Desliguei o chuveiro e me vesti calmamente em frente ao espelho,mirei no reflexo do meu rosto,poucos indícios de choro,apenas um rubor nas bochechas que passaria despercebido.Destranquei a porta e fui até a cozinha onde escutei murmúrios que se cessaram assim que parei observando a mesa posta com uma quantidade farta de comida,me aproximei sorrindo ao ver as coisas que eu mais gosto para começar o dia ao lado das minhas duas melhores amigas.
Passamos cerca de meia hora conversando sobre coisas banais do dia-a-dia,fiquei feliz de não perguntarem nada sobre a noite anterior,elas entendiam a mim mais que eu mesma.Me levantei tirando o que eu havia usado da mesa e me dirigi a saída com olhares curiosos sobre minhas costas.

—Vou ir trabalhar,antes que perguntem,não,eu não irei ensaiar hoje e nem amanha,retornarei quando a poeira tiver baixado.-Minha voz saiu como suplica na última frase.-Não contem a ninguém nem mesmo a ele que irei trabalhar em uma cafeteria.-Dei o endereço a elas e saiu o mais rápido possível,antes que perguntas fossem feitas.

As ruas mal movimentadas devido ao horário um tanto cedo,meus cabelos balançavam a medida que a brisa fria soprava nos mesmos,o inverno chegaria mais cedo este ano e seria rigoroso.Longe do prédio pude diminuir o passo e apreciar a cidade calma.

[...]

O aroma de café e chocolate adentrava minhas narinas com a aproximação do estabelecimento,virará mais uma curva e pode finalmente ver a cafeteria,dando alguns passos olhou pelo vidro o movimento dos clientes,pessoas normais,crianças e alguns atrasados para suas respectivas empresas.Pois a mão na maçaneta para abrir a porta transparente mas foi impedida por outra mão,masculina.Levantou o olhar e se deparou com uma rapaz de cabelos loiros e os olhos castanhos em um tom esverdeado,um funcionário que entraria em seu turno.Sorri.Abriu gentilmente a porta para Marinette dando espaço para a mesma entrar primeiro sendo seguida pelo moreno.

—O que uma garota como você faz aqui?-Começou a falar em um tom brincalhão.-Lhe indico o cappucino acompanhado de biscoitos.-Sorriu.
—Na verdade hoje é meu primeiro dia de trabalho aqui.-Coçou a nuca nervosa.-Mas agradeço a indicação.
—Venha comigo então,vamos até a chefe,ela ira te dar o uniforme e alguém para ensina-la seus afazeres.-Aproposito meu nome é Felix.-Estendeu a mão.
—Marinette.-Retribui o gesto.-Vamos?
Como resposta ele poise a andar em sua frente,olhando por cima do ombro viu as bochechas com um leve tom avermelhado na face da asiática.Seguiram em silêncio até os fundos,dois toques na porta foi o suficiente para escutarem um "entre"
—Bom dia,eu vim para o meu primeiro dia.
—Claro,Bom dia Marinette,Felix.Resolveu finalmente começar?-Sua voz havia um tom zombeteiro.
—Desculpe a demora,só ontem aconteceu a competição,minha escola venceu.
—Escola?-Se intrometeu.
—De dança,sou bailarina.-Sorriu envergonhada.
—Tenho irmão que também dança,não sei que tipo mas dança.-Deu uma risada fraca.-Parabéns,deve ser ótima no que faz.
—Obrigada.
—Vejo que se entendem,Felix poderia ajudar Marinette a se adaptar no ambiente.
—Com muito prazer.-Pegou a mão da nova amiga e a beijou.-Adorarei conhece-la melhor.-Mais um sorriso,desta vez galanteador.
—Aqui esta seu uniforme,trabalhará das 9:00 horas da manha ate 12:00,e voltará as 15:00 horas e poderá ir embora depois das 18:00 horas que o movimento será pouco.Algum problema ou pergunta?
—O que irei fazer?
—Desculpe,como estamos com poucos funcionários pode trabalhar no balcão fazendo os cappucinos e atender as mesas?
—Claro.
—Otimo,pode começar agora mesmo.
Marinette acenou com a cabeça em aprovação seguindo rumo a saída da sala com o loiro atrás de si.
—Pode se trocar ali na sala dos funcionários,tem um banheiro la dentro também.

Não muito longe dali uma pequena discussão era ouvida desde o primeiro andar do prédio onde Alya e Marinette dividiam,batidas bruscas na porta eram resultados de alguém ansioso.
—Abre isso logo Alya.-Grito o loiro enquanto voltava as pancadas na madeira.
—Não Adrian a Marinette não quer te ver,deixe-a sozinha no quarto por enquanto.-Mentiu a localização.
—Eu vou arrombar essa bendita porta se você não abrir.-Se afastou.-Três...dois...Um...
—Calma eu abro!
—Otimo.-Sorriu vitorioso.
A porta se abriu e a figura ainda te pijama foi vista,o rosto não possuía mais marcas do travesseiro mas ainda assim Alya vestia um pijama,enquanto Tikki continuava com as roupas da noite passada exceto pelos sapatos que foram substituídos por uma par de meias cor de rosa.

—O que quer aqui Adrian?Marinette não quer olhar na sua cara.-Falou Tikki calmamente.sendo ignorada pelo loiro.-Adrian!
Nada ele respondeu,apenas correu pelos corredores já decorados mentalmente dando de cara com uma porta fechada em sua frente.Bateu e nada,repetiu a ação.Nada.Sem delongas pois uma das mãos na maçaneta empurrando a superficie em sua frente.
—Mari?-Sua voz era embargada pela tristeza.-Marinette esta aqui?-Olhou ao redor e não a viu.-Onde esta a Marinette,Alya?
—Saiu.
—Pra onde?
—Foi trabalhar.
—Lugar.
—Não podemos contar,ela nos pediu,mesmo que eu acredite que você realmente a ame não irei contar.
—Eu entendo Alya,fui um real idiota com a unica pessoa que fui capaz de me apaixonar na vida.-Seu tom era triste e depressivo.
—Adrian a Marinette arrumou esse emprego já faz um tempo,ela nos pediu para ficarmos quietas,mas você deve saber de algo,ela mesma deve ter comentado algo em algum momento.
—Alya ela não...
O mesmo então se calou e pensou no dia em que andou com sua amada no centro de Paris a procura de um emprego meio período,haviam andando quase a tarde inteira em busca do local perfeito.

[POV ADRIAN]

Céus como pude ser tão idiota em não pensar na cafeteria,de como saiu feliz contando que poderia começar após a competição de dança,feliz por poder ajudar os pais e se sustentar.
Mas o pior me acertou em cheio,dois dia após o ocorrido,meu irmão veio com uma noticia.

Flashback

[Ligação on]
—Alô,Mano?
—Felix,você me ligando,aconteceu algo?-Falei secando o suor após uma longa maratona de exercicíos.
—Podemos nos encontrar,faz tempo que não nos vemos.
—Claro,daqui 1 hora no café de sempre.
[Ligação off]

Felix é meu irmão mais velho,somos bem parecidos exceto pelo fato que meus olhos são mais verdes,e os de Felix puxam para um castanho e sua expressão e atitudes mais frias.
Desde que nossa mãe faleceu nosso pai não nos dava atenção e focava exclusivamente em seu trabalho.Por isso sempre que sempre nos demos bem.
Quando fiz 7 anos Felix já estava completando 14 anos e não tinha tempo para mim por culpa de Gabriel Agreste que começou a o fazer ir a empresa,o transformando em um rapaz certinho e com futuro como advogado,e para mim a carreira de modelo que recusei no momento que sai de casa os deixando para trás.

Desliguei o chuveiro e me sequei vestindo uma roupa qualquer,avisei Nino de minha saída e fui em direção ao café,o caminho foi curto o bastante para não conseguir pensar em o que poderia ser essa conversa.
Extacionei minha moto e avistei uma cabeleira loira levemente arrumada.
—Felix.
—Adrian.-O sorriso brotou em seus labios assim que me viu.
—Vamos entrar,estou com fome.-Falei e ele riu.
—Claro.
Andamos até o fundo do estabelecimento,mesmo não nos envolvendo na empresa Agreste,alguns ainda nos importunavam.Assim que nos sentamos fizemos nossos pedidos,o silêncio agoniante foi cortado por mim mesmo.
—Por que me chamou aqui?
—Sai da faculdade e vou começar a trabalhar aqui mesmo.-Disse rápido demais,mas captei suas palavras.
—O que?-Perguntei assustado.-Você esta quase se formando,por que parou agora,nosso pai ira matar você.
—Adrian da para se acalmar,papai ainda não sabe de nada,irei começar aqui na cafeteria pelo fato de ser o horário que fico fora de casa.
—Achei que queria ser advogado.-Debochei.
—Sabe que não quero isso para minha vida.Sempre quis seguir a carreira de policial,mas claro o senhor Agreste acha perigoso demais.
—Eu sei,fomos proibidos de treinar juntos quando ele descobriu isso de você,mas o que pretende fazer?
—Por enquanto vou ficar por aqui até criar coragem e falar para o papai.
—Quem diria,Felix Agreste esta mentindo,eu que sou a ovelha negra da família.
—Uhum dançarino.-Rimos.-Soube que anda com uma garota,como ela é?
—Incrível,nos conhecemos na Miraculous,e sinceramente,acho que me apaixonei.
—Boa,quero encontrar alguém assim para mim.
—Quem sabe aqui no café você não acha sua alma gemea.
—Espero maninho.

Flashback off


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