Cokei. escrita por Bakuch


Capítulo 5
Capítulo V


Notas iniciais do capítulo

Olá! Primeiramente, o Alzheimer meio que me impediu de perguntar se a repetição dos fatos porém com uma visão diferente estava confortável pra vocês, apenas quero lembrar que qualquer crítica, correção, sugestão ou algo do gênero, sempre vai ser bem vinda :^))
Agora sim já posso pedir desculpas pela demora pra postar o capítulo novo. Eu sou meio muito preguiçosa, mas tá tranquilo, o importante é que estamos aqui ♡
Enfim, chega de falar, muitos beijos e boa leitura :D
(No. 28 - Methyl Ethel)



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CAPÍTULO V
Café.

Durante uma pequena porção de segundos me perguntei se realmente tinha valido a pena parar o professor Abel e o impedir se me levar até minha casa.
— Completamente compreensível, é claro. Durante o terceiro ano, eu me descobri bissexual, e por muito tempo odiei todos os minutos que passei dentro de casa.
Sim, essa história com certeza valeria a pena.
— Seus pais te rejeitaram?
Ele riu.
— Eles não tinham exatamente o que rejeitar, Natan.
Ele se virou e acabou pegando a bolsa que estava no banco de trás, tirou uma garrafa térmica de lá, cheia de café. Bebeu um pouco.
— O que quer dizer?
Ele me ofereceu um gole, enquanto limpava a boca com as costas da mão.
— Eu nunca contei para eles.
O café desceu pela minha garganta com um gosto de pena, com um gosto amargo, enquanto eu observava o seu rosto.
— Você nunca realmente contou para eles?
Ele negou com a cabeça.
— Não. Nunca.
Eu não conseguia entender. Durante um pouco de tempo eu senti como se ambos estivéssemos fugindo de nós mesmos.
— Essa é uma das piores coisas que eu já fiz.
— O quê?
— Me desculpar por ter a vida que eu tenho, ainda faço isso.
Ele tomou mais alguns goles cheios de café, manteve a garrafa entre as pernas e a cabeça baixa, com o cabelo cobrindo seu rosto.
— Eu nunca me desculpei por ter a vida que eu tenho. Na verdade, eu sempre me desculpei por ser quem eu sou, sabe? - Ele fez uma pausa - Eu não passo de um simples e tolo ser humano tentando lutar contra as consequências das próprias ações, - Ele levantou a cabeça levemente e olhou pro lado, fundo em meus olhos - eu sou insignificante assim como você também é.
Naquele momento a única coisa que eu queria era colocar o professor Abel dentro da minha mochila e guardá-lo lá por um tempo.
— Você tem medo?
Ele levantou a cabeça por completo, encarando a rua pelo vidro do caro, suspirou.
— Eu vivo com medo. Isso é apenas detalhe, sabe?
— Sim, na verdade nós temos isso em comum também.
Ele riu com o canto dos lábios.
— Hah, também? Quer dizer que temos mais em comum?
Ele levou a garrafa até sua boca mais uma vez, depois, me oferecendo outro gole. Peguei a garrafa e bebi.
— Sim.
— Ah, sério? Me diga o quê.
— O Café.
— É claro.
Eu ri, assim como ele também riu.
Durante pouco tempo senti como se aquilo realmente tivesse me feito bem, como se eu não precisasse mais pendurá-lo no ventilador. Eu tinha conhecido Abel, e não meu professor. Me perguntei se eu teria mais conversas assim com ele, e se eu deveria chamá-lo pelo nome quando essas conversas chegarem.
— Ei.
— Hein?
— Se vai ficar me encarando assim eu posso dar uma foto minha pra você, quer?
Perdido em meus pensamentos não percebi ter encarado seus olhos rodeados por pesadas olheiras.
Cogitei mais uma vez a ideia do ventilador.
— Ridículo.
Ele riu.
— Vem, vou te levar para casa.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo ♡
Ah, também quero agradecer as pessoas que acompanham a historia. Então... obrigada :^) ♡
Quero reforçar o que eu disse na nota inicial desse capítulo, sua opinião é importante pra mim.



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