Um presente para Oliver escrita por Miss Smoak, MissDream


Capítulo 4
Missão Impossível.


Notas iniciais do capítulo

Olá genteeee!
Voltamos hoje com mais uma atualização e esperamos que vocês gostem. Antes do cap eu queria agradecer pelo carinho recebido aqui, confesso que não esperávamos essa rapidez e saber que vocês continuam aqui só dá um gás maior.
Vamos para mais uma confusão dessa babá fora de série? Simbora!



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Oliver Queen.

Encarei a loira minimamente, ela mantinha os braços cruzados e uma feição furiosa sentada sob o balcão de mármore. Eu tinha a colocado sentada ali quado ela reclamou do ardor no joelho que acomodava alguns arranhões leves. Olhei as crianças atrás de mim que pareciam querer rir da situação, eu mesmo estava contendo a gargalhada, afinal a Srt. Smoak parecia mais uma criança emburrada.

— Aqui a pomada e o todo o material para fazer um curativo. - Emily me entregou uma pequena caixa de primeiros socorros.

— Sr. Jonas, posso saber como o senhor sendo uma babá... Digo, um babá - fez careta com sua própria sentença. — Me explique como um profissional tão aplicado e experiente como o senhor foi capaz de alimentar três crianças com pizza em pleno horário de almoço?

— Eu...

— E esta casa? Olhe o estado desse lugar, parece um chiqueiro. - abriu os braços num gesto que tentava englobar o espaço a sua volta.

— Me desculpe Srt. Smoak, mas eu não tenho culpa de sua bagunça e da bagunça das crianças. - rebati sentindo uma pontada de irritação. — Eu fui contratado para o cargo de babá e não faxineiro.

— Isso aqui não é uma empresa Sr. Jonas, não existem cargos, quando o contratei achei que tinha deixado claro que cuidaria da casa e das crianças. - ela estava alterada.

— Como se nem ao menos me deu algum contrato para ler? Você saiu daqui e abandonou uma criança de cinco anos com um até então desconhecido porquê você não tem maturidade suficiente para entrevistar um candidato para o emprego de babá. - soltei toda a frustração do dia em cima dela, me arrependendo no momento seguinte. O olhar de Felicity era magoado, mas tinha algo mais ali, um sentimento que eu não conseguia descrever.

— Pelo visto não precisarei mais. - ela desceu do balcão encarando o chão. — Não preciso mais dos seus serviços Sr. Jonas, considere-se demitido. 

— Ótimo. - suspirei irritado indo em direção a porta, ainda por alto consegui ouvir os cochichos das três crianças que até o momento se mantinham caladas, no caminho até a porta eu me lembrei da conversa que tive com meu pai, do que estava em jogo e suas ameaças. Respirei fundo recolhendo a sobra da minha dignidade antes de me virar em direção a loira parada na sala.

— Me desculpe Srt. Smoak, mas eu preciso desse emprego. - eu gostaria de ter uma câmera para registrar o rosto chocado da loirinha petulante a minha frente. — Me desculpe se eu a insultei, estou tendo uma semana difícil e acabei descontando minhas frustrações pessoais em cima da senhorita. 

— Sr. Jonas, eu... 

— Por favor tia, ele pediu desculpas e a você mesmo disse que se desculpar é um ato de humildade e honra. - não pude evitar a surpresa quando a coisinha se atirou nas minhas pernas a agarrando com firmeza. — Ollie sabe cozinhar, ele promete fazer direitinho né Ollie? - ela me olhou cumplicie.

— Claro. - abri meu melhor sorriso amarelo.

— É tia, não precisa demitir o Oliver, ele até fez a Angie comer. - fiquei surpreso com a revelação do Ben, e pelo visto Felicity também. — Foram duas fatias com bordas grossas. 

— Se você demitir o projeto de travesti vai demorar para achar outra babá. - torci o lábio com o argumento de Emily e só agora Felicity realmente me encarou notando a obra de arte que a coisinha fizera mais cedo.

— Tudo bem. - o que era aquilo? Ela estava tentando segurar o sorriso? — O Sr. Jonas fica, mas com a condição de que ele vai limpar a casa e fazer a comida, tudo bem para você? - se virou me encarando.

— Mamão com açúcar. - sorri ainda mais por ter salvo o meu emprego.

— Por hoje o Sr. está dispensado, pode chegar aqui amanhã as sete? 

— As sete então. - apertei a mão pequena antes de sair de lá. Talvez não fosse tão ruim assim cuidar dos filhos de Laurel.

[...]

Embolei na cama sentindo meu corpo se aconchegar mais ao colchão macio, era bom estar em casa no fim das contas, eu tinha meu quarto de volta, minha cama, minhas coisas. Minha cama em especial era o que eu sentia mais falta, e agora poderia dormir tranquilo e relaxar sem preocupações ter que me acordar cedo para delicadamente espantar garotas do meu quarto. Apenas dormir até tarde.

— Merda. - pulei da cama quando lembrei que agora eu precisava criar responsabilidades. — Mas que droga, eu vou me atrasar. 

Corri para uma ducha rápida, escovei os dentes, vesti uma calça de lavagem escura, uma camisa de algodão azul e minha jaqueta de couro caramelo, passei perfume e calcei os sapatos. Desci os degraus da escada de dois em dois tropeçando no tapete que ficava a seus pés, eu estava muito atrasado.

— Bom dia, querido. - Maria cumprimentou, eu apenas beijei sua testa para em seguida fazer o mesmo com Thea e mamãe que já estavam devidamente posicionadas a mesa. Bebi um copo de suco num gole só e pesquei uma maçã na fruteira.

— Sente-se para tomar seu café direito, Oliver. - mamãe ordenou.

— Não posso, estou atrasado. - respondi antes de sair da cozinha.

— E para que está atrasado? - papai abaixara o jornal para prestar atenção em mim.

— Para criar responsabilidades. - pisquei para ele antes de finalmente sair ainda tive o poder de o observar todos me lançarem surpresos. — Tenham um bom dia, família. - gritei no caminho até a porta.

Felicity Smoak.

Maldita hora em que me deixei levar por aqueles olhos azuis. Hoje seria meu primeiro dia de trabalho e eu precisava que ele chegasse cedo para cuidar do café das crianças e deixá-los na escola, mas o que o infeliz fez? Resolveu abandonar o trabalho, o que resultou em três crianças perdendo o primeiro horário e uma Felicity Smoak totalmente brava e atrasada.

— Felicity? - ouvi uma voz chamar meu nome. — É Felicity não é? - um homem alto, negro e portando um black perfeitamente arrumado sorria para mim, enquanto segurava um tablete. — Eu sou Curtis... Curtis Holt, e sou seu novo assistente.

— Prazer, Felicity Smoak, mas isso você já sabe. - sorri apertando sua mão.

— Eu deixei um relatório completo sobre o funcionamento da empresa e do nosso setor arquivado em seu computador, lá tem tudo explicado da forma mais organizada para você se inteirar de tudo por aqui.

— Oh obrigada. - sorri realmente grata pela sua iniciativa. — Acho que vamos nos dar bem. - ele sorriu saindo em direção a sua mesa. 

A manhã se seguiu extremamente agitada, Curtis me colocou a par de tudo no setor, e eu acabei encontrando falhas absurdas no sistema de segurança dos computadores da empresa, para ser mais exata, vulnerabilidade ao acesso confidencial. Atualizei e melhorei todo o sistema, anotando cada coisa para o relatório, enquanto Curtis me assessorava em tudo.

— Estou com fome. - ouvi ele falar enquanto mexia no seu tablete. 

— Meu Deus, as horas se passaram rápido demais. - exasperei olhando no relógio. — Vá almoçar, Curtis.

— Você não vem? Eu sei que está tentando se atualizar no cargo, mas você precisa comer.

— Não se preocupe, eu não vou ficar aqui, só estou indo comer em casa com as crianças. - expliquei.

— Você tem filhos? - sua expressão era de espanto e eu não pude deixar de rir com isso. — Mas você parece tão nova.

— Eu não tenho filhos, apesar de que se eles estão legalmente comigo, moram comigo e são educados por mim, é como se eu fosse mãe deles. - ele me olhava parecendo não entender nada. — São meus sobrinhos. - expliquei após um suspiro. — Eles são meus desde que os pais se foram.

— Não precisa contar. - ele sorriu parecendo compreender e eu me senti agradecida por não precisar voltar naquele assunto. — Estou indo então, te vejo a tarde.

— Curtis... - ele se virou para mim. — Obrigada. - sorri e ele piscou antes de sair.

O caminho até em casa foi tranquilo, mas ainda assim longo, minha cabeça parecia explodir depois de horas atualizando softwares. Eu apenas queria descanso, mas não me surpreenderia se me deparasse terceira guerra mundial diária assim que cruzasse a porta.

Tal foi minha surpresa assim que girei a maçaneta, encarando o espaço a minha frente. O lugar estava limpo, o cheiro de lavanda invadindo meu olfato, sem pó, sem caixas de mudança, sem roupas espalhadas. O lugar estava mais limpo possível.

— Eu só devo ter entrado na casa errada, não é possível. - pisquei encarando mais uma vez o lugar para me certificar que estava em casa.

— Não Srt. Smoak, você não está na casa errada. - pulei assustada com a voz grave nas minhas costas. Girei para encarar um Oliver vestido de jeans e camiseta escorado no balcão da cozinha com os braços cruzados e um pano de prato jogando no ombro. Ele estava extremamente sexy, e eu precisei reprimir meu consciente para não suspirar com aquele meio sorriso.

— O que está fazendo aqui? 

— Trabalhando. - rebateu parecendo óbvio.

— Sr. Jonas, eu...

— Eu sei que me atrasei hoje, e isso foi irresponsável da minha parte, mas prometo que não volta a acontecer, eu só preciso estabelecer meus horários.

— Tia, eu estou com fome. - vi atravessar pelo arco da porta um Ben todo sujo e suado que parou assim que percebeu a mudança no local. — Uau.

— Que milagre aconteceu aqui? - Emily estacionou ao lado do irmão com a mesma surpresa.

— Ollie! - oh sim, essa foi a maior surpresa de todas. Angeline correndo em direção ao homem, se agarrando a suas pernas enquanto ele erguia as mãos tão ou mais surpreso que eu. — Pensei que você não fosse voltar.

— Olá coisinha. - sua voz saiu afetada pela surpresa e Angie enlanguesceu o sorriso reconhecendo o apelido novo. Bizarro. 

— Ok, já tivemos bizarrices demais por hoje. - as crianças balançaram a cabeça em concordância. — Vou pedir a comida.

— Não precisa. - Oliver tocou meu braço quando fiz menção de discar o número. — Eu cozinhei.

— Você o que? - o coro saiu exasperado. Ninguém parecia acreditar.

— Cozinhei oras, e devo dizer que está uma delícia. - se gabou. — Que foi? 

— Você não parece o tipo que cozinha. - o analisei rapidamente dando de ombros.

— Eu não sei do sabor, mas o cheiro está maravilhoso. - Emily saiu em direção a cozinha.

— Então vamos logo comer. - ele chamou.

— Nossa conversa ainda não acabou. - passei por ele com o celular na mão.

A comida estava realmente boa, era saborosa e bem temperada, Oliver havia cozinhado um risoto de frango com batatas gratinadas. Mas minha concentração estava totalmente em Angeline que tinha acabado de enfiar uma garfada generosa na boca, e Deus sabe o quanto era difícil fazer essa criança comer.

— Está muito gostoso, Ollie. - as caras de todos caíram, menos Oliver. Só quando me olhou ele pareceu realmente entender.

— Então acho bom comer tudo coisinha, ou não terá sobremesa para você.

— Tem sobremesa? - os olhinhos das pestes brilharam.

— Mouse de chocolate. - Angie sorriu e enfiou mais uma garfada na boca, fazendo todos gargalharem.

— Obrigada. - sussurrei para ele que me deu o sorriso mais genuíno. Não pude admirar por muito tempo aquele Apolo, pois meu telefone tocava insistente.

— É a Sara. - falei antes de atender. — Oi fofa.

— "Se me chamar de fofa de novo eu vou arrancar essa peruca loira oxigenada que você chama de cabelo." - gargalhei com vontade.

— Qual a emergência?

— "Tommy anda muito nervoso com alguns problemas da empresa, e eu estou de molho sem poder lutar, isso está nos estressando. Pensei que poderíamos todos sair para jantar." - seu tom apelativo me fez soltar um risinho.

— Por mim tudo bem, as crianças vão adorar ver vocês. - olhei de relance os três pestes que sorriam animados. — Aliás, tive uma ideia melhor.

— "Fala gênio."

— Que tal um jantar aqui em casa? O Tommy podia trazer alguns jogos e vinho, o resto é por minha conta.

— "Lis eu te amo, mas você cozinha super mal." - revirei os olhos com a ofensa.

— Só confie em mim, eu tenho uma ótima surpresa. - sorri encarando Oliver que conversava com Ben sobre algum esporte.

— "Tudo bem, nos vemos a noite." - seu tom era desconfiado, mas ela aceitou antes de desligar.

— Sr. Jonas? - ele me encarou em expectativa. — Você acaba de conseguir sua segunda chance. 

Ele me olhou com um sorriso tenso como se pressentisse o desafio. Chegou a hora de testar o meu babá.

[...]

Oliver Queen.

Ok, eu não estava pronto para enfrentar Sara e toda sua fúria de gestante. Felicity me pedira para preparar o jantar que ela teria convidados, explicou que apesar de não ser minha função, seria uma forma de eu provar minha competência na cozinha e assim ter minha segunda chance. Eu sabia que aquilo estava mais para uma especie de vingança pelo atraso de mais cedo, e Deus sabe que minha vontade era mandar tudo pro espaço e voltar para a minha boa e velha vida, mas nesse jogo era Robert Queen quem fazia as regras, então catei toda minha força de vontade e fui preparar uma receita que Maria tinha me ensinado: frango ao molho madeira e legumes refogados.

Minha surpresa foi ouvir a voz de Sara Lance, gelei no lugar sentindo o cheiro de morte se aproximar. Eu vou matar Thomas Merlyn.

— Felicity, que cheiro delicioso. - a voz conhecida falava da sala. O fato dos cômodos serem em plano aberto facilitava para minha audição. 

— É minha nova babá, meio destrambelhada, mas cozinha como um chefe.

— Estou morrendo de sede, vou buscar um copo de água Lis.

— Fique a vontade, Tommy. - ótimo, era hoje que eu serviria Tommy no molho madeira.

— Cara, nós estamos tão ferrados. - o idiota falou assim que me viu no canto, escondido das vistas de sua esposa.

— Jura? Nem percebi. - ironizei enrolando o pano de prato e batendo nele que revirou os olhos. — Por que você não me avisou, idiota?

— Não deu tempo, cheguei do escritório e meu celular tinha descarregado, Sara saiu me arrastando dizendo que viríamos jantar com as crianças. Aliás, ela vai te matar.

— Vai zombando, quero só ver quando eu contar que a ideia foi do gênio aqui. - dei um tapa em sua nuca.

— Isso doeu, panaca. - murmurei um acho é pouco e ele revirou os olhos. — Onde estão as crias de satã? 

— Você não gosta deles? - segurei o riso com sua pergunta.

— Eu amo aquelas crianças, mas elas parecem saídas da tasmânia. - fez cara de medo.

— Tommy querido, você foi buscar água na calha? - a voz de Sara se aproximando fez com que nos olhássemos espantados. Era agora que morreríamos. 

— Você tá engraçada hoje amor. - o Merlyn riu forçado, ficando a minha frente.

— Você já conheceu minha nova babá. - Felicity observou animada. — Sara, esse é o Sr. Jonas.

— Sai da frente Thomas, como irei cumprimentar o homem? - ele obedeceu temeroso e eu encarei a loira a minha frente, seu olhar surpreso recaiu sobre mim, mas logo ela pareceu compreender. — Uow.

— É um prazer Sra. Merlyn. - sorri amarelo sentindo meus lábios tremerem de nervoso. Os olhos irados vagavam entre Tommy e eu, num aviso mudo de que estávamos ferrados.

— O prazer é todo meu, Sr. Jonas. - o sobrenome saiu num tom irônico, mas Felicity pareceu não perceber.

— Apenas Oliver. - sorri mais forçado que a Monalisa.

— Titia. - a voz da coisinha soou pelo ambiente, fazendo o olhar assassino se encher de amor. Essa mulher me assusta.

— Meu amorzinho. - ela se abaixou para beijar Angeline. — Como você está?

— Bem. A senhora conheceu o Ollie? - sorriu vindo em minha direção e ficando ao meu lado.

— Conheci sim. - me olhou rapidamente. — Onde estão seus irmãos, Angie? - a coisinha apenas deu de ombros.

— Tio Tommy, me bota no braço? - ele obedeceu prontamente e minha boca quase se abriu com a cena seguinte. Tommy e Angeline dando beijinho de esquimó enquanto a pequena gargalhava, eu nasci pra ver Thomas dar beijinho de esquimó em uma mulher, mesmo que ela não fosse totalmente uma.

— Senti saudades, pequena. - ele cheirou seus cabelos e ela parecia familiarizada com aquilo.

— Eu também. - olhei as duas mulheres a minha frente que pareciam encantadas com a cena.

— Vocês chegaram. - todos nos viramos para ver Emily e Ben que desciam as escadas, animados. — Oi tia, oi tio.

— Emily, venha aqui e me de um beijo. - Sara pediu sendo acatada rapidamente. Todos pareciam temer aquela mulher grávida. — E como está meu campeão?

— Com fome. - Ben sorriu beijando a barriga da loira que lagrimejou com o gesto. Eles estavam todos numa bolha e essa era a minha deixa.

— O jantar está pronto, eu estou indo. - falei abandonando o pano de prato na mesa.

— Não Sr. Jonas, fique e jante conosco. - olhei para Sara e percebi que isso não era um pedido. Fodeu. — Eu insisto, já que preparou a comida com tanto carinho.

— Não vou incomodar? - ela abriu um sorriso maquiavélico que eu não via desde nossa infância e negou minha pergunta. — Sendo assim, eu fico.

O jantar parecia tranquilo, todos conversavam alegremente a mesa contando seu dia e brincando uns com os outros, a muito eu não tinha um momento simplório assim e eu apenas observava a interação de todos, mas a tensão ainda estava lá a espreita e ela se intensificou quando Sara me encarou efusiva. Era agora.

— Então Sr. Jonas, fale mais sobre sua vida. - me encarou desafiadora. — Está muito calado.

— Minha vida não é muito agitada, quase sem emoção.

— Não é o que parece. - todos me encararam prestando mais atenção. — Nenhuma aventura? 

— Não, eu sou muito tranquilo. - menti descarado.

—Nenhuma mentira? Nada? - o que diabos ela estava fazendo? Felicity olhou de mim para ela parecendo se fazer a mesma pergunta. — Nenhum crime? Qual é, todos temos segredos. - sem pensar muito chutei sua perna numa tentativa de que ela de que ela se se calasse. 

— Ai! Você me chutou? - Felicity me olhou confusa. Merda.

— Eu? Não, não chutei. - nessa mesma hora Tommy gemeu de dor.

— Desculpa querido, desculpa Lis, é que as vezes eu sinto uns espasmos na perna. - Sara soltou seu melhor sorriso inocente

— Deve ser por causa da gravidez, dizem que os hormônios ficam maluquinhos nessa fase e que as mulheres parecem loucas. - ela me chutou na canela. — Ai.

— Desculpa Oliver, é que estou mesmo com hormônios de uma louca. - Felicity encarava tudo com espanto.

— Vocês adultos são bizarros. - Emily comentou antes de levar uma garfada a boca. — Essa comida está realmente boa.

— Preciso concordar Oliver, você mandou bem brother. - Tommy comentou parecendo não se tocar.

— Brother? Vocês se conhecem? - Felicity indagou curiosa, e as crianças nos olharam esperando resposta.

— Hum, eu disse brother? Ah, é costume nós homens nos chamarmos assim. - explicou e eu assenti vendo Sara sorrir divertida pela primeira vez na noite.

— Querem sobremesa? - as crianças gritaram animadas enquanto eu me levantava para buscar.

Comemos o doce enquanto Sara me fulminava com os olhos acho que esperando que eu explodisse, felizmente ninguém pareceu notar. Assim que o jantar terminou, fomos todos para a sala.

— Eu vou lavar a louça. - ofereci e antes que pudesse sair Sara se manifestou. 

— Eu ajudo. 

— Você deveria sentar essa sua bunda aqui e descansar. - Felicity contrapôs. 

— Eu estou gravida e não doente, além do que é uma forma de conhecer melhor nossa babá. - explicou parecendo delicada. — Tommy, venha conosco e enquanto isso vocês podem organizar as brincadeiras.

— Tudo bem. - Felicity deu de ombros. Segui para a cozinha com os dois em meu encalço, o clima era tenso e eu já podia sentir meus ombros tensos pela conversa que se seguiria.

— Então, qual dos dois palhaços vai me explicar esse circo? - a loira cruzou os braços de forma autoritária assim que ficamos longe dos outros.

— A ideia foi toda de Tommy. - acusei antes que ela resolvesse me assassinar.

— Belo amigo você, Ollie. - ele me fuzilou.

— Eu não acredito que você fez isso Thomas Merlyn, qual o motivo para tudo isso? Você montou um show completo aqui seu idiota.

— Eeeei, não desconte em mim, é Oliver quem está mentindo.

— Sara, eu sei que você não acredita, mas eu realmente preciso do emprego.

— Sua família faliu? Te deserdaram? Foram roubados? Deu queda na bolsa? - neguei todas as suas perguntas. — Então não vejo como você precisa desse emprego.

— Eu posso explicar.

— Então comece. - suspirei passando a mão pelos cabelos antes de começar a contar-lhe a história toda. Expliquei tudo a Sara, desde a exigência do meu pai para que eu amadurecesse até a ideia sórdida de Tommy para que eu virasse babá de seus sobrinhos. Contei que eu precisava mostrar ao meu pai que estava criando juízo ou seria obrigado a casar com Helena, nessa hora ela fez uma pequena careta. — Eu não acredito que vocês roubaram um currículo na QC. - ralhou exasperada. 

— Sério? De tudo que eu contei isso foi tudo que você ouviu? 

— E você Thomas, como pode oferecer meus sobrinhos para essa loucura do Oliver? - ela ignorou minha pergunta.

— Foi para ajudar um amigo, ele parecia desesperado. - ela repetiu sua frase numa voz sarcasticamente afetada nos dando um tapa na nuca. — Ai Sara, doeu.

— E é pra doer mesmo, vocês parecem adolescentes que não medem a consequência dos atos. - respirou fundo. — Essas crianças já perderam demais, elas não podem se apegar a uma pessoa que em meses vai sumir de suas vidas, você já pensou nisso Oliver? - engoli em seco. — Claro que não, você só está preocupado com a droga do seu dinheiro e com o fato de ter que casar com Helena Bertinelli para não perdê-lo.

— Não Sara, e mais que isso. - rebati. — Eu estou empenhado em fazer o meu melhor.

— Não minta pra mim, não pra mim que te conheço desde criança. - apontou o dedo em minha direção. — Já pensou quando Felicity descobrir? Ela vai ficar furiosa com você, e as crianças? Elas vão sofrer de novo, vitimas da mídia sensacionalista dessa cidade.

— Foi por isso que resolvi esconder minha identidade. Eu não quero envolvê-los em meus problemas, e prometo que tentarei sair de suas vidas sem causar danos.

— Acho bom Oliver, porque se eu ver uma dessas crianças ou Felicity derramando lagrimas por sua culpa, eu juro que te mato com a faca de cortar carne e fatio seu pinto para os pombos.

— Eu prometo. - assegurei amedrontado. 

— Ótimo. - ela sorriu, mas ainda não estava convencida. 

— Que bom que tudo acabou bem. - Tommy correu para o seu lado, mas antes que ele a abraçasse, Sara socou suas partes baixas o fazendo gemer. Essa doeu.

— Não pense assim tão depressa, querido. - sorriu parecendo saborear aquele gesto. Aquela mulher era louca.


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Notas finais do capítulo

E então? Parece que o clima fechou entre Oliver e Felicity, né? A Sara ficou uma fera, sobrou até pro Tommy kkkkkkkk
O que acharam? A confusão já começou e nós esperamos que vocês continuem nessa com a gente.
Beijo!