Um presente para Oliver escrita por Miss Smoak, MissDream


Capítulo 3
Operação Babá.


Notas iniciais do capítulo

Olha elas, organizadinhas que nem parece a gente né? UAHSUHAUS Enfim, voltamos com mais um capítulo da nossa mais nova bebê, e como veem pelo titulo Oliver Queen em ação como um babá maravilhoso que é, só que nunca. Antes de tudo, muuuito obrigada as meninas que comentaram no ultimo capitulo, é um impulso e tanto!
Mas não vou prolongar muito não porque sei que querem é leeer! Nós vemos nos comentários meninas.



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Oliver Queen.

— Por que eu ainda te escuto, Tommy? - gritei do closet para o meu amigo que se encontrava esparramado na minha cama.

— Foi você mesmo que disse que precisava de um trabalho para criar responsabilidades, o que melhor que ser babá?

— Eu não disse isso, meu pai sim. - contrapus frustrado.

— O ponto é que você só precisa de cinco meses nesse emprego e mostrar mudança de comportamento que logo seu pai te libera, você vai ver fácil como tirar doce de criança. - falou enquanto eu voltava para o cômodo.

— Até ai tudo bem, mas eu não me dou bem com crianças, lembra? – pontuei encarando as diversas roupas. — Lembra quando Thea era pequena e eu tentava entretê-la? Ela sempre chorava Tommy. Ou lembra-se daquela vez no shopping que uma criança quase fez xixi em mim depois de eu ter derrubado sem querer seu refrigerante? Ou quando tentei devolver uma careta no parque e fiz um garotinho chorar?

— Eu já entendi, você e crianças são polos opostos. - sentou-se na ponta do colchão. — Mas são as crias de Laurel, lembra como ela era adorável no colégio? Eles não são diferentes, e também nem são tão pequenos. 

— O que Sara está achando disso tudo? Afinal, são os sobrinhos dela.

— É nesse ponto que eu queria chegar: ela não sabe. - falou coçando a cabeça com a maior cara de quem fez merda.

— Como é que é? Eu não acredito que você não contou pra sua esposa gravida e cheia de hormônios que eu serei babá dos sobrinhos dela, você é inacreditável Tommy.

— Qual é, pelos menos por agora ela não precisa saber. Vai lá e faz a entrevista, quando estiver tudo nos conformes eu conto a ela.

— Está bem, mas não espere ela me atacar para isso. - ralhei rabugento.

— Oliver, tente não se vestir casual demais, nem social demais amanhã, Felicity precisa acreditar que você é babá. - falou antes de sair. — Preciso ir agora, Sara tem uma consulta medica e eu prometi acompanhar.

Ele se foi me deixando com a sensação de que essa era uma péssima ideia, mas éramos Ollie e Tommy, nós sempre tínhamos péssimas ideias. 

Felicity Smoak.

A segunda feira chegou agitada como um tufão, a casa estava uma bagunça devido a recente mudança, as crianças pareciam ensandecidas após acordarmos atrasados para a rotina, enquanto eu fazia do café da manhã um malabarismo sem fim.

— Angie, você comeu seus biscoitos? - ela negou correndo atrás de Ben que fugia com o controle da televisão. — Ben, solta isso e vem comer, estamos atrasados.

— Bom dia, família. - Emily apareceu na cozinha, e eu comemorei por aparentemente seu humor estar melhor.

— Sente-se, seus ovos estão quase prontos. - avisei me voltando para os ovos mexidos no fogão.

— Tia, eu quero refrigerante. - Angeline apareceu ao meu lado exibindo seus dentes.

— Leite serve? - ela negou prontamente.

— Refrigerante, refrigerante, refrigerante. - saiu correndo pela casa, enquanto suas gargalhadas a acompanhavam.

— Benjamin, quer fazer o favor de comer essas panquecas? - pedi enquanto depositava os ovos mexidos no prato de Emily.

— Estão queimadas. - levantou uma que mais parecia uma fatia de carvão.

— E os ovos também. - Emy fez uma careta juntamente com o irmão.

— Eu não faço ideia do que estou fazendo. - suspirei passando a mão pela testa.

— Ótimo, agora nós vamos morrer de fome.

— Aqui, passem na cantina do colégio e comam algo decente. - entreguei o dinheiro a eles. — Prometo que amanhã será diferente, agora vão ou perderão o ônibus.

— Tudo bem. - pegaram as mochilas saindo em seguida. — Tchau.

— Tchau. - fechei a porta, voltando para me sentar no sofá. A casa estava uma loucura, a cozinha parecia vitima de um terremoto e eu parecia um espantalho atropelado que acabara de ser achado na estrada. Sorte do dia? Eu só começaria a tarde no trabalho.

Não tive tempo de relaxar, logo o barulho da campainha soou por toda a casa, me fazendo levantar num salto. Quem podia ser a essa hora? Corri para abrir a porta e me arrependi por não ter me olhado no espelho antes, eu devia estar uma bagunça comparada a reencarnação de Apolo parada bem ali no meu assoalho. O homem era realmente bonito, os olhos azuis cristalinos, cabelos claros e baixos, um corpo que mesmo coberto por uma calça escura e uma camisa azul de botões não escondia os músculos. No rosto carregava um sorriso branco e perfeito que me fez suspirar.

— Hum... Olá? - sugeriu me tirando do transe em que eu me encontrava, deveria estar com a maior cara de louca.

— Olá, em que posso ajudar? - achei por fim minha fala.

— Eu vim pelo emprego de babá. - ok, agora eu estava embasbacada. Quando que eu poderia imaginar um homem bonito daquele como babá das pestes?

— Ah sim, pode entrar. - abri espaço tentando passar a maior normalidade possível, afinal o mundo estava moderno e eu sempre acreditei que trabalhos não deveriam ter gênero.

— Sou Oliver Jonas. - estendeu a mão em cumprimento.

— Felicity Smoak. - tentei não parecer uma colegial hiperventilada. — Então, trouxe seu currículo? 

— Aqui Srt. Smoak. - me entregou o envelope pardo. Ignorei a formalidade em sua voz e passei a prestar atenção no papel, me surpreendendo com o que vi ali.

— Uau, você realmente se preparou para ser babá. Estudou pedagogia com especialização em educação doméstica, fala cinco idiomas fluentes e desenvolve um método eficaz para disciplinar crianças. - listei alguns pontos de seu currículo.

— Como pode ver, eu sou apto para o trabalho. - sorriu orgulhoso me fazendo desiquilibrar com sua beleza.

— É sim, mas minha prioridade na contratação é saber cozinhar e se responsabilizar pelas crianças em todo o horário que eu estiver fora. Você cozinha?

— Muito bem modesta a parte. - certo, eu começava a achar que eu usaria mais dessa babá do que as crianças. Mas que merda você está pensando Felicity?

— Contratado. - eu não tinha tempo de ficar entrevistando babás, e Oliver sabia cozinhar. — Olha, eu sei que normalmente você só deveria começar amanhã, mas eu preciso que fique com a Angeline, ela amanheceu febril hoje e não foi para a escola, então se não se incomoda. - falei rapidamente.

— Não, eu...

— Ótimo, estou atrasada.  - saí calçando as sapatilhas pelo caminho. A verdade é que eu precisava ir na corretora para ver como anda o processo de venda da antiga casa do meu irmão.

Oliver Queen.

Que mulher louca, como Laurel teve coragem de deixar a guarda dos filhos com ela? Quem em sã consciência deixa um estranho cuidando de uma criança? Tudo bem que eu era a babá, mas ainda assim era loucura.

— Maluca. 

— Papai dizia a mesma coisa toda vez que ela ia nos visitar. - me virei assustado com a vizinha atrás de mim.

— Santo Deus, quem é você? - encarei o pequeno ser que me analisava como se eu fosse o último robô lançado pela NASA. 

— Eu sou Angeline Lance Palmer, mas pode me chamar de Angie. - estendeu a mãozinha como se fosse fechar um negócio. 

— Oliver Jonas, a babá. - apertei sua mão de leve. Ela deu um risinho baixo pondo a mão desocupada na boca. — O que foi? - ergui uma sobrancelha, inquisidor. 

— Você vai usar saia e avental como a Sra. Fernandes? - ri entendendo o divertimento da baixinha.

— Não, eu não vou usar saia e avental. - ela deu de ombros como se isso fosse chato. — Que cheiro é esse?

— É o café da manhã da tia Lis. - respondeu com uma careta, enquanto eu ia até cozinha ver o estrago.

— Do que vocês se alimentam? - observei o lugar que mais parecia um campo de guerra alimentício. Ovos queimados, bacons cru, panquecas torradas e torradas carbonizadas.

— A tia sempre pede comida ou a gente vai comer na casa da minha tia, Sara.

— E você já comeu hoje? - ela negou prontamente. — Vou preparar algumas panquecas com frutinhas.

Peguei toda aquela louça e joguei no armário em baixo da pia. Abri a geladeira e retirei os ingredientes necessários, junto com uma manga que estava por ali.

Preparei as panquecas enquanto a pequena humana se mantinha sentada no balcão me fazendo enumeras perguntas.

— Você tem irmãos? - acenei com a cabeça em sinal positivo. — Quantos?

— Uma irmã. 

— Eu tenho dois, sou a mais nova. Você é o mais novo? - neguei tentando cortar assunto. — Você tem quantos anos? 

— Você sempre faz tantas perguntas? - ela deu de ombros. — Toma, acho que tá melhor que aquela gororoba de antes.

— Está uma delícia. - ela falou com a boca cheia de uma boa mordida.

— Obrigado, pequena estranha. - sorri convencido.

— Você é bonito, tem namorada? - e lá estavam as perguntas outra vez. — A Emy tinha um namoradinho na escola, mas a tia Lis não pode saber. - falou baixinho com o dedo em sinal de silêncio na frente da boca. 

— Certo, agora coma. - apontei o prato enquanto saia de trás do balcão. 

Andei pela sala observando a bagunça que estava ali, algumas caixas ainda no canto do cômodo. A cozinha parecia que tinha passado um furacão, enquanto que o resto dos cômodos aparentavam mais arrumados. Parei no corredor observando os retratos na mesinha, um deles me chamando a atenção por reconhecer a morena sorridente segurando um pequeno embrulho, enquanto duas crianças estavam ao seu lado também sorrindo. Laurel parecia iluminada, leve e feliz.

— Senhor babá? - saltei dos meus pensamentos com a voz da garota.

— Você precisa parar de assustar as pessoas desse jeito, coisinha.

— Eu não sou coisinha. - cruzou os braços, revoltada.

— E eu não sou o senhor babá. - imitei sua pose a fazendo rir. Isso era bom, certo?

— Você é engraçado. - o sorriso dela enlanguesceu ainda mais e um brilho passou por seus olhos. Oh não, eu conhecia aquele sorriso, Thea tinha o mesmo quando era criança e queria me forçar a algo. — Vamos brincar de salão. - bateu palmas como se tivesse acabado de ter a maior ideia do mundo.

— Não, de jeito nenhum. - vi seu sorriso murchar formando um bico.

— Por favor, senhor babá. - ela juntou as mãos em sinal de prece. — Por favor.

— Sem chances coisinha, eu não vou ser sua boneca. De jeito nenhum. Nem morto.

Eu odeio Tommy Merlyn, e se não fosse por sua esposa estar prestes a parir, eu o consideraria um homem morto. Maldita hora em que eu segui os conselhos dele para me tornar babá, isso não era um trabalho, eu não estava criando responsabilidades, apenas servindo de boneca para uma criança com nome de anjo e mente maligna. Engoli a vontade de gritar assim que me olhei no espelho, eu parecia um projeto de travesti atropelada por um carro purpurinado, tinha uma coisa melequenta cobrindo minhas pálpebras e gliter verde por cima. Minhas bochechas pareciam vitimas de bofetadas de tão rosadas que estavam, e meus lábios cobertos por gliter rosa, o qual suspeito ter engolido um pouco.

— Coisinha, o que você fez comigo? - virei lentamente o rosto para encarar a garotinha a minha frente, ela tinha um sorriso satisfeito nos lábios.

— Você está linda Olivia, agora podemos ir as compras. - gesticulou os bracinhos exageradamente como se estivesse falando com sua melhor amiga. — Se apresse ou não veremos o seu crush. - eu definitivamente iria matar Thomas Merlyn.

— Coisinha, de onde você tirou isso? - questionei curioso, ela apenas deu de ombros antes de responder.

— Eu ouvi Emily falando no telefone com a Maya que tinha um crush no Natan Collins.

— Você não pode sair por aí ouvindo conversas alheias.

— Foi sem querer senhor babá, desculpa. - não sei ao certo, mas dar bronca em crianças não era pra mim, a carinha que a pequena fez me deixou desarmado.

— Tudo bem, só não faça de novo. - ela assentiu. — E pare de me chamar de senhor babá.

— E como eu vou te chamar, senhor babá?

— Você pode me chamar de Ollie. - sugeri.

— Ollie... - ela repetiu como se estivesse experimentando a pronuncia. — Eu gosto.

Ouvi o barulho da porta e me virei encarando duas crianças, eles eram maiores que Angeline, mas me lembravam muito alguém. A menina tinha um rosto bem marcado, um nariz arrebitado, maxilar quadrado e covinhas, seus cabelos eram de um tom escuro de loiro e os olhos castanhos, ela devia ser a Emily. O menino por sua vez, tinha cabelos negros caindo sobre a testa e olhos verdes, ele me lembrava muito Laurel, deduzi que fosse o Ben. Acho que passei tempo demais os encarando, pois eles devolviam o olhar de uma forma estranha.

— Quem é você, e porque está fantasiado de Miley Cyrus depois de se rebelar? - a garota perguntou.

— Em, esse é o senhor bab... Ollie. - coisinha me olhou antes de se corrigir. — Ele é a nossa babá.

— Você? - Ben apontou debochado.

— Algum problema? - cruzei os braços arqueando uma sobrancelha em desafio.

— Você não parece uma babá. - pensei em responder, mas minha barriga protestou em sinal de fome.

— Vocês já almoçaram? - eles negaram rapidamente. — Quem quer pizza? - ouvi vários berros comemorativos antes de sacar o celular para fazer o pedido. 

Não demorou muito para que o entregador tocasse a campainha com duas caixas em mãos. Assim que me viu o homem não conteve a risada, e só então percebi que ainda não tinha tirado toda aquela meleca do rosto, sem paciência, lhe lancei o meu melhor olhar "vou comer seu fígado se não parar de rir", e logo eu tinha um entregador montado em sua moto cantando pneu. 

— Você ainda não respondeu porque está assustadoramente pintado. - Emily falou pegando uma fatia de pizza enquanto eu despejava refrigerante nos copos.

— A coisinha aqui resolveu me fazer de Barbie e pintar minha cara. - apontei Angeline que parecia concentrada em sua comida.

— Ela está mesmo comendo? - Ben sussurrou para Emily, mas não pude deixar de ouvir. Pensei em perguntar o que ele quis dizer com isso, mas antes mesmo que eu formulasse uma palavra em minha mente, a porta foi bruscamente aberta, passando por ela uma Felicity que equilibrava duas sacolas de compras nos braços.

— Olá crianças, já conheceram o Sr. Oliver? - ela vinha caminhando sem prestar muita atenção no espaço, devido as sacolas em sua frente. — Vocês estão comendo pizza na hora do almoço? - seu semblante parecia sério enquanto as três pestes a minha frente mantinham o olhar culpado e automaticamente pararam de comer. Ela voltou a caminhar dessa vez pronta para lhes lançar um sermão, mas antes mesmo que alcançasse o balcão, tropeçou no patinho que a coisinha estava agarrada mais cedo, virando o pé e caindo junto com as sacolas. Ainda pude ouvir um coral de "cuidado tia Felicity" antes de encarar as embalagens todas espalhadas pelo chão.


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Notas finais do capítulo

Eaaaaae? Gostaraaaam da primeira aparição do nosso Queen em ação? Digaaam exatamente tudo, saber o que estão pensando/achando da fic é importantíssimo!
Beeeijos