2

POV Katniss

Acordei cedo para ir caçar com Gale, meu mais antigo companheiro de caça. Como de habitual nos encontramos na 'nossa' pedra, para esclarecer a pedra não é nossa, mais a adotamos como nosso ponto de encontro.

— Catinip! Já estava achando que você não vinha- Gale exclama com um sorriso no rosto assim que me vê. Ele já está sentado, em uma posição desleixada, ele parece confortável.

— Sabe que não teria como não vir! Não teria como alimentar Prim!- digo me sentando ao seu lado, pousando meu arco ao meu lado, perto do meu alcance  caso algo tente nos atacar.

— Ela ainda está com medo?- ele pergunta preocupado, ele sabe como é estar inscrito na colheita diversas vezes e conviver com o constante medo de ser escolhido.

— Sim, ela está. Mas eu já disse pra ela que as chances de ela ser escolhida são equivalentes ao Haymitch parar de beber- nos rimos

Haymitch é um Vitorioso que venceu a alguns anos atras. Ele venceu um massacre quaternário. Uma edição em que o dobro de tributos foram escolhidos. E que acabou na bebedeira para esquecer a intensa crueldade que presenciou nos jogos.

— Nunca vou ter filhos! - digo quebrando o silencio que eu nem havia percebido ter se instalado sobre nós

— Eu teria se não morássemos aqui! - Gale me encara querendo saber minha reação

— Mais você mora!– respondo ríspida, ele sabe que esse assunto é delicado para mim, maternidade de longe não é algo que eu anseio 

— Eu disse se não morasse!- ele diz grossamento, por mais que tentamos ao máximo evitar esse assunto, é comum ele sempre vir a tona em nossas conversas.

Desvio meu olhar de seu rosto e foco em outro lugar, mais especificamente em outro alguém.

É um garoto, não aparenta ter mais de 16 anos. Cabelos escuros e misteriosos olhos verdes. Eu já os tinha visto antes. Em um sonho, em que uma mulher chamada Juno, me apresentava um garoto, no sonho ela me dizia seu nome, mas já não me lembro.

— Gale? 

— Não quero mais discutir Catnip!

— Gale- insisto tentando chamar a atenção de meu amigo, sem tirar os olhos do até então, desconhecido.

— O que é? - ele pergunta sem paciência dirigindo sua atenção a mim, que em resposta apenas levanto a mão e aponto na direção do garoto.

— Quem é você?- pergunto me levantando, já com meu arco em mão mirando uma flecha em sua direção, qualquer indício de agressividade eu atiraria, sem hesitação. Mas queria ao máximo evitar isso. Gale se poem em pé ao meu lado.

— Calminha morena, eu vim em paz. Por favor abaixa o arco, não vou machucar vocês. –  Não me mexo – tudo bem... Me chamo Percy. – Ele me analisa, talvez a procura de algum sinal de hesitação, mas me mantenho firme encarando o garoto já não tão desconhecido

— De onde você surgiu? – Gale pergunta em uma mistura de surpresa e desconfiança 

— Olha, para ser sincero com você, acabo de acordar aqui nessa  floresta desconhecida e sem nenhuma lembrança de como posso ter vindo para aqui! Então quero fazer algumas perguntas!- Percy fala, claramente frustado 

— Nenhuma memória? Acha que a Capital as apagou? - pergunto receosa, a única coisa que não preciso é ser perseguida pela Capital.

— Capital? Olha eu não sei sobre o que vocês estão falando. Não sei onde estou, e muito menos o que fazer - O garoto desabafa se sentando no chão 

Sua declaração me deixa mais tranquila, abaixo a guarda, não o suficiente para ser pega de surpresa. Guardo a flecha de volta no alvejar e coloco o arco nas costas. 

— Faça sua pergunta - falo suspirando 

— Primeiro de tudo, onde estamos Catnip?- pergunta, analisando a floresta ao seu redor 

—Esse não é meu nome! - O corto, sinto minhas bochechas esquentarem - Me chamo Katniss, Katniss Everdeen! E esse é o Gale!- lanço meu melhor olhar ameaçados a ele, ele capta a mensagem e se dirige ao garoto misterioso ele o analisa e então se da por vencido 

— Bom Catnip odiaria te deixar com esse desconhecido, mais eu realmente tenho que ir, ainda tenho que passar no Prego-diz indo em direção as árvores, então para e vira- E quase ia me esquecendo, manda um beijo para Prim, sei que ela esta com medo, afinal é seu primeiro ano na colheira- então ele vai andando em um direção e some de minha vista 

— Colheita?- Percy pergunta 

— É, a sobre o tratado de traição...– ele faz uma cara de confusão e eu suspiro - Não? Nesse caso... tenho muito que te contar- Digo me sentando ao seu lado–  Primeiro de tudo, esse é o Distrito 12! Na verdade essa é a floresta que circunda o distrito

— Parece legal! Aqui é silencioso... Mais quero que me explica melhor essa tal colheita

— Por onde começar? Bom, á anos atrás teve uma guerra, e nessa guerra 13 distritos se rebelaram conta a Capital. Mas no final 12 Distritos foras derotados e 1 que nesse caso foi o 13, aniquilado.– 

Digo calmamente para que ele possa entender tudo na mais perfeita ordem- Quando a guerra acabou, surgiu um tratado, chamado de Tratado de Traição. Que consiste em cada Distrito fornecer um rapaz e uma garota entre 12 e 18 anos que serão jogados em uma Arena onde devem lutar ate que só reste 1 vencedor.

— Que horror!- Diz tentando procesar tudo

Apenas concordo com a cabeça e volto minha atenção para o céu 

— Percy acho melhor nos irmos indo porque tambem tenho que passar no Prego- Digo enquanto lhe mostro 2 coelhos e um peru selvagem- Vamos?

— Só mais uma pegunta!- implora

— Tudo bem, pergunte

— Por acaso você ja me viu antes ou algo do genero? Porque seus olhos me não me são estranhos

Franzo o cenho fico nervosa 

— Olha que eu saiba eu não te conheço, porque eu me lembraria desses olhos verdes. E olhos cinzentos são bastante comuns na Costura! – Não sei de seria uma boa idéia contar que o conhecerá em um sonho

— Costura?

— Ai meu Deus! - Exclamo erguendo os braços - Vamos, eu te explico no caminho!

— Estou logo atrás de você. 

O guio por dentro da floresta. No caminho abato 1 coelho e 2 esquilos. Em uma arvore oca, escondo meu arco e flechas de modo que ninguém acharia. Então vamos para a cerca de alta voltagem, continua desligada, vejo Percy hesitar 

— Isso é seguro?- Pergunta

— Claro- Digo atraveçando por uma fresta da cerca. Com dificuldade ele atravessa e se depara com a campina.

— Katniss , em que ano estamos- pergunto ao reparar uma enorme vila pobre onde moro 

— 3874! Porque?

Meu mundo gira, mesmo sem memórias eu sabia que não era daquele ano, muito menos daquele século 

— Percy você esta bem? Parece pálido!- ela fala preocupada analisando minha expressão

— Katniss se eu te contar um negócio você promete não me chamar de louco?

— Posso tentar 

— Acho que vim do passado