O Livro dos Sonhos escrita por IsabellaMaria02


Capítulo 22
Capítulo 22 - Não é um simples hospital, é o hospital do Livro dos Sonhos!


Notas iniciais do capítulo

Oii, gentee! COMO VOCÊS ESTÃO? Infelizmente, a maratona já está chegando ao fim :v huehue. É, como vocês podem ver esses capítulos não estão TÃO engraçados, porque as coisas estão ficando um pouco mais sérias agora :') Maaas espero que estejam gostando, de verdade! Boa leitura!

~ Isabella M.



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Pepe nunca se sentiu tão importante. O jeito com que o estavam tratando era bem parecido com o de algum príncipe da realeza. (Bem que ele podia fraturar as costelas mais vezes.) Dessa vez, Martina não pôde usar os poderes de Mercedes para curá-lo. O Duende de Asas estava fraco demais para "emprestar" os poderes dele. Pepe teve que ir para o hospital. E ele ficou lá por um bom tempo. A sorte era que não era um simples hospital. Era o hospital do Livro dos Sonhos, Casa 3, Biblioteca dos Enfermeiros. Mesmo que parecesse só um hospital normal, não era. Tudo lá era mágico. Pelo menos na área em que ele havia ficado. Na área de "Restauração de Poderes e Auxílio de Heróis Maiores", ele era tratado como um verdadeiro rei. Tudo lá era especialmente para heróis que estavam com feridas extremamente graves, à beira da morte. Os equipamentos eram todos preparados para tais situações, ou seja: mágicos. Barroso foi abrigado na sala 02. Uma das enfermeiras o atendeu. Tudo o que ela pediu para ele fizesse era se deitar e esperar. E assim o fez. Pepe encostou as costas nos travesseiros, incrivelmente macios e confortáveis, e observou a enfermeira olhando para ele e anotando coisas em uma prancheta. 

Ela era nova, seus cabelos eram ruivos e ondulados. Era muito linda mesmo. E ele tinha a total certeza de que já tinha visto aquela garota. Pepe respirou fundo e começou a batucar os dedos no colchão. Pepe nunca gostou de ficar em silêncio quando se tinha outro alguém para conversar, então tentou puxar assunto com a garota.

— Então... -Pigarreou. - Você... Não trabalha só aqui, certo? Quer dizer, eu já vi você antes. 

Ela parecia bem concentrada na prancheta, mas olhou para ele e se aproximou. Porém não respondeu nada, a garota começou a examinar os machucados dele e anotar mais coisas na prancheta. Passaram-se alguns minutos assim, e ela colocou a prancheta em uma mesinha ao lado da cama. 

— Sim, você já me viu. E eu já vi você. Estava só de cueca. 

As bochechas de Pepe ficaram vermelhas, foi só nessa hora que ele se tocou que muitas pessoas o tinham visto com a cueca dos Ursinhos Carinhosos. Ele preferiu pensar que isso já havia acontecido com outros Heróis da Geração. Com a cabeça baixa ele riu.

— Ainda bem que sou a versão magrela do Superman. Se não fosse, isso seria até constrangedor. 

A garota riu, ainda examinando os machucados dele, agora no rosto. 

— Eu vou ter que ficar nesse hospital por quanto tempo? -Ele perguntou. - É que as coisas estão bem ruins agora, eu tenho que treinar meu poderes e...
— Suponho que você nunca tenha vindo nessa área do hospital, certo? 
— Ahn, não, mas... 

Ela deu um breve sorriso. Logo mostrou seus poderes: tocou no braço de Pepe e um brilho dourado foi passado por todo o seu corpo, e quando ela o tirou, ele estava curado. Pepe ficou boquiaberto. 

— Ei, você... É uma...
— Fada? É, talvez eu seja. 

Ela deu de ombros, Barroso ficou olhando para o braço, agora curado e sem nenhum rastro de hematomas. Ele estava sorrindo, sem perceber. É ótimo sentir que você está, sabe, inteiro. Não há sensação melhor do que saber que seus órgãos não estão derretidos. Olhou para ela novamente, curioso, e percebeu que ela era um pouco diferente de outras fadas. 

— Você não tem asas. -Concluiu. A garota ruiva desmanchou um pouco o sorriso. 

Ela abriu a boca para responder, porém foi interrompida por Ruggero entrando na sala.

— Pepe, você precisa se curar logo. Nós precisamos de uma estratégia para... -Ele estava concentrado demais em observar todo o local, procurando prováveis vilões, para reparar que uma conhecida estava ali. - Candelária? 

Ele parecia surpreso ao vê-la. Pepe, como um bom observador, percebeu que o Mago Implacável também tinha sentimentos, por incrível que pareça. Sentimentos por ela. A expressão dele mudou curiosamente. De repente, por alguns segundos, ele não parecia o mesmo herói convencido que sempre se achava o máximo. Ele parecia... Apenas mais um de todos os heróis do Livro dos Sonhos. - O sorriso da garota se desmanchou totalmente. Desviando o olhar para o chão, e cruzando os braços, ela murmurou alguma coisa.

— Pasquarelli. -O cumprimentou. Antes de começarem uma conversa, ela se retirou da sala. Ruggero baixou a cabeça e foi até Pepe. 
— Você precisa se curar logo, Pepe...
— Quem é aquela? - Perguntou rindo. 

Ruggero o estraçalhou com o olhar. A pergunta obviamente o irritou. Pepe teve a quase certeza de que ele o odiaria ainda mais se fizesse alguma piadinha ou referência sem graça. 

— Não é da sua conta. -Ele esclareceu, sendo frio como sempre.

Infelizmente, Pepe era muito teimoso. E não ficava feliz com um simples "Não é da sua conta". Como um quase detetive, o garoto começou a fazer uma sessão de perguntas ao Herói Fixo. 

— Ela é sua namorada? Porque, MINHA NOSSA, se alguém gostar de você, eu juro que paro de...

O Mago Implacável revirou os olhos e bufou. 

— Olhe, você não vai conseguir ganhar minha confiança desse jeito, Barroso. Estamos na presença de um vilão em nossa "equipe de heróis" e tenho quase certeza de que é você. Não confio em você e nem nunca...
— Quem disse que eu quero sua confiança, Mago Implacável? -Perguntou. - Eu só nunca perco uma chance de zoar. Você pode não confiar em mim, mas saiba que eu também não gosto nem um pouco de você. 

Pepe deu um sorriso irônico e olhou para a sala de espera, que ficava bem em frente ao quarto em que ele se encontrava. Lá estavam Jorge e Lodovica conversando. Sentada em uma das cadeiras, estava Martina tentando entrar em contato com Mercedes de alguma forma. (As coisas não estavam bem para ninguém naquele momento. E se algo acontecesse com Mercedes, Pepe se sentiria muito culpado. Afinal, ela só fora pega porque estava fraca. E só estava fraca, porque Pepe a havia insultado no começo de toda a história do "Ei, você é um herói de um livro mágico!"). Ruggero não respondeu o comentário, apenas mandou para que ele se recuperasse logo, como se isso fosse algo fácil de se fazer, porque depois disso ele iria treinar até cansar. Em seguida outra enfermeira entrou na sala para ajudar Pepe a se recuperar mais rapidamente. 

— Tudo bem. -Jorge levou as mãos até os cabelos, impaciente. - Lodovica, você não pode fazer esse tipo de coisa sem a permissão de...

Ela olhou para o teto do hospital. Jorge era definitivamente irritante com toda aquela proteção de irmão mais velho. Tudo o que ela estava fazendo era seu papel de heroína dentro do Livro dos Sonhos. E Jorge não deixava ela cumpri-lo totalmente por causa de "seu destino". Se ele continuasse irritando-a mais ainda, ela provavelmente ficaria em sua forma de patera e atacaria as pessoas sem querer. 

— Jorge, quantas vezes vou ter que dizer que eu não dependo de você para nada? Tudo o que eu vou fazer aqui, e tudo o que faço, são pelos personagens. E por Diego. Eu só deixei que a capturassem porque eu ainda não sabia que eu tinha poderes, e nem que fazia parte do livro. Qual é, quando você descobriu que era um herói nunca cometeu erros? 

— É claro que eu já cometi erros! Muitos deles. Mas acontece que eu não tenho meu destino feito! Você tem. E qualquer coisa que...
— Olha só, para deixar bem claro, se eu pudesse escolher o momento exato em que gostaria de estar morta, seria esse momento, nesta conversa. -Ela grunhiu e se sentou ao lado de Martina. 

Jorge sentou-se ao lado dela, e a observou com muita atenção. A pior coisa de ser, ou ter sido, um vilão é não ter a confiança de ninguém. Mas isso ficava ainda pior quando era sobre Lodovica. Quando ele percebia que nem a própria irmã confiava nele para nada. Jorge nem ao menos a conhecia direito. Não sabia seus gostos, suas fraquezas, não sabia absolutamente nada sobre ela na realidade. Ele não sabia o motivo para ela ser tão brava e fechada. Ela era a coisa mais importante que ele tinha, a única família que ele tinha. E, para ela, Jorge não era nada. 

Alguns minutos depois, Ruggero e Pepe saíram da sala. Nenhum dos dois pareciam calmos. Todos ali poderiam ser uma equipe. Mas não agiam como uma. A não ser quando a questão era sobre batalhas ou resgates, e coisas parecidas. Nessas ocasiões, eles deveriam agir como uma equipe por necessidade. Mas fora isso, todos ali estavam em conflito uns com os outros. - Pepe conseguiu ser liberado, ele fora curado em poucas horas e já estava livre para ir treinar. Agora, o Herói da Geração precisava mais do que nunca saber controlar seus poderes e conseguir usá-los em qualquer momento. Ruggero parecia avoado e pensativo com algo, mas com raiva também. Os dois se aproximaram do grupo, um bem longe do outro. Pepe não disse nada, apenas esperou que Martina conseguisse entrar em contato com Mercedes, para que todos se preparassem para treinar, e em seguida lutar com a Pantera Negra Louca do Mal. 

Martina tentou de todos os jeitos falar com ela. Vasculhou todas as áreas em que outras fadas a conheciam. Falou com Fadas do Norte, líderes maiores de todas as fadas, para ver se sabiam algo. Nada. Mercedes simplesmente tinha feito Puff, e sido pega por Mihcelle. Era impossível encontrar Michelle, a caverna dela tinha uma ilusão tão poderosa que todos a confundiam com qualquer outro local do Livro dos Sonhos. Michelle era esperta, e sabia exatamente o que fazer para evitar contato direto entre heróis capturados e heróis em missão. 

— Não dá. -A Auxiliar suspirou. - É impossível achá-la. O que vamos fazer? Michelle já evoluiu, os monstros foram todos soltos da prisão, ela está se unindo a todo e qualquer vilão que encontre, está roubando o poder de todos os heróis que tentam detê-la, vai começar a guerra em que estivemos nos preparando durante todo esse tempo. Temos que estar prontos. Talvez nós sejamos os últimos heróis que ela ainda não tenha exercido seus poderes para poder manipular. 

— Acho que Mercedes consegue aguentar até que nós... Encontremos alguma forma de resgatá-la. -Ruggero disse. Ele podia até ser convencido, mas tinha muita experiência com vilões maiores. - Enquanto isso, nós temos que saber o limite de nossos poderes. Precisamos saber até onde conseguimos aguentar toda a situação. 
— Em outras palavras -Lodovica explicou -, treinar? 

O Mago Implacável assentiu. Todos se levantaram, e se prepararam para o treinamento. Agora, não era hora para brincar. Eles precisavam se dedicar ao máximo, precisavam ser os melhores heróis que poderiam ser. Os problemas que tinham dentro do grupo deveriam ser esquecidos. Agora, todos tinham que provar seus valores para conseguirem deter Michelle e seus aliados. 

Pepe estava bem atrás de Jorge, olhando em volta. Sua cabeça ainda o estava enganando com todas as ilusões. Aquilo não estava acontecendo apenas na caverna em que estava preso. Mas em todo lugar. Pepe via a realidade e a ilusão ao mesmo tempo, e aquilo o estava deixando louco. - De repente, Jorge parou de andar, levando uma das mãos à cabeça. 

" Está falando de Jorge Blanco? Não me subestime! O queridinho da pantera também está na minha lista negra. Ele quase me matou, mas agora, estou matando ele, por dentro."— Damien Lauretta dissera aos monstros. 

— Ei, cara. -Pepe disse, tocando em seu ombro. - Voc...

Ele finalmente percebeu que Jorge estava tendo uma lembrança. Porque assim que tocou no Harry Potter falso, a lembrança que veio à mente de Jorge, também foi para a mente de Pepe. Barroso não entendeu muito bem a lembrança, só viu Jorge e Lodovica em uma briga muito feia. Em seguida, uma voz ecoou na mente dos dois, ao mesmo tempo:

"Não se preocupe com ela, Precioso. Em breve, você não precisará se preocupar com ela, sua irmãzinha querida já tem o destino feito e nada nele poderá ser mudado. Ela não é como você, e vai escolher não me ajudar. É por isso que... Lodovica não viverá por muito mais tempo."

Por alguma razão, Pepe sabia de quem era a voz. Já a escutara. Era Michelle. Olhando para Jorge, Pepe estreitou os olhos. As íris de Jorge estavam começando a ficar um pouco vermelhas. Logo, o Herói da Geração o empurrou.

— Traidor! -Gritou, chamando a atenção de todos. Martina o segurou, para que ele não atacasse Jorge. 
— Pepe, o que você está fazendo? -Perguntou ela, calma.
— Pergunte a ele, Martina! Você é um traidor, Jorge Blanco! 

Lodovica começou a escutar a conversa, ou quase briga, curiosa. Quase concluindo o que já tinha quase certeza. 

— Traidor? - Ruggero perguntou. - Por que vo...
— Conte a eles o que você viu, Jorge Blanco! - Pepe mandou. - Por que não conta de suas memórias? Por que não conta... de Michelle?
— O quê? -Lodovica perguntou. - O que tem ela?

Jorge ficou pálido. Não havia outra saída, ele tinha que dizer a verdade. 

— Conte, Jorge! -Pepe mandou. Ele não estava nem um pouco calmo. 
— E-eu... -Ele tentou dizer, mas as palavras não saíam. Ficavam presas em sua garganta. Pepe cruzou os braços, e disse por ele. 
— O vilão que estava nos seguindo é Jorge. Ele está sendo manipulando por Michelle. Ela está falando com ele, na mente. Ele é um traidor. 

Suspirando, o Harry Potter Falso olhou para o chão.

— E-eu sinto muito.


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Notas finais do capítulo

Só quero deixar claro que EU NÃO GOSTO NEM UM POUCO DO PEPE SÉRIO hahaha :V Ele não tem a menor graça sendo sério :') Mas acreditem, tem uma explicação perfeitamente lógica para isso :v Que vocês vão descobrir nos próximos capítulos da maratona. O que estão achando dele sério? Deixem a opinião de vocês nos comentários ♥

~ Isabella M.



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