Um ladrão em nossas vidas escrita por Gabriel Lucena, matheus153854


Capítulo 9
Capítulo 9




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Chaveco...

Havia acabado de chegar no apartamento depois de um encontro com mais uma gatinha, quando levei um susto ao ouvir o grito de Nachita.

— Chaveco, me ajuda! Por favor! - implorou ela, gritando.

— O que houve Nachita? - perguntei, preocupado.

— Tem ratos aqui! Me ajuda! 

— Calma, vou pedir ajuda rapidinho.

Corri para fora da portaria outra vez, precisava encontrar algo para acabar com aqueles bichos nojentos. No caminho, trombei com alguém.

— Ai Chaveco, o que foi dessa vez? - bufou Botijão.

— Ah Botijão, acredita se eu disser que a Dona Nachita viu um rato lá na portaria? - falei ofegante pois estava quase correndo.

— Acredito sim, a Chimoltrufia também estava reclamando disso, jurou ter visto um rato lá em casa hoje de manhã!

— Então o que o vizinho disse hoje era verdade, o prédio está infestado de ratos.

— Melhor para nós, podemos ajudar nisso...

— Como?

Então ele me puxou até uma loja de ferramentas, eu já havia entrado naquela loja algumas vezes, mas a balconista era outra àquele dia, uma diferente que eu nunca tinha visto.

— Boa noite! - ela disse, sorridente.

— Boa noite, você tem veneno pra rato? - perguntei.

— Tenho sim, vocês vão levar?

— Não, vamos trazer os ratos pra comerem aqui! - ironizou BOtijão, bufando.

— Tá bom, desculpe, foi uma pergunta retórica mesmo! - disse a moça.

Mesmo com tudo isso, a moça embrulho e nos entregou o veneno. Paguei e voltamos para casa, mas antes de entrar na portaria, li na embalagem o modo de usar o rato e decidi então espalhar por toda a portaria, desde a bancada, as portas e os bancos.

Quando voltamos pro apartamento, encontrei Marcelina na sala.

— Marcelina, comprei várias ratoeiras para colocarmos aqui no apartamento e acabar com esses ratos malditos.  

— Ai, que bom Chaveco, muito obrigada. Pode colocar elas em todos os lugares! - pediu ela e eu assenti.

E logo fui pra cozinha, onde começaria a espalhar as ratoeiras.

Mário...

Depois de voltar pra casa após o trabalho, entrei em casa e vi que a sala estava vazia.

— Amor, cheguei! - falei tirando o paletó, foi quando vi Marcelina entrar na sala com a mão enfaixada.

— O que houve amor? - perguntei preocupado.

— É que o prédio está infestado de ratos! - disse ela, assustada.

— Ratos?

— Sim, hoje eu encontrei um bem aqui na portaria e ele quase que tocou no meu pé! 

— Pode deixar que vou resolver isso! - falei me virando.

— Não precisa, já pedi pro Chaveco e pro Botijão colocarem ratoeiras na casa. - explicou ela.

— Ah, então por isso você está com a mão machucada. - bufei.

— Exatamente...

Então, subi para o quarto e tirei meu paletó e meus sapatos. Levantei e fui até meu guarda roupa procurar uma roupa para vestir.

Isso até sentir AQUILO!

Senti uma dor muito grande na minha mão, abafei o grito de dor com a outra mão para evitar doer mais ainda. No começo, achei que fosse um rato que tinha me mordido, mas não, era uma ratoeira. Isso mesmo, uma ratoeira. Quem diabos colocaria uma ratoeira no guarda roupa do quarto? Só o Chaveco mesmo para ser tão burro à esse ponto. Ainda com dor, saí do quarto indo pra cozinha para ver se Marcelina conseguia tirar a ratoeira da minha mão.

— Amor, pode me ajudar aqui? - agonizei.

— Claro amor, fica calmo. - pediu ela.

Lentamente e com muita dificuldade por causa da mão enfaixada, ela tirou a ratoeira da minha mão e enfaixou. Bufei e sentei no sofá para esperar Chaveco chegar, ele ia se ver comigo.

Jackson...

Finalmente o grande dia havia chegado, aproveitei que não haveria aula pra mim e combinei de sair com Ramona, nós iríamos sair juntos e eu estava bem animado, pois já tinha certeza que gostava dela, mas não era o momento certo pra confessar. Depois de me arrumar vestindo uma camisa azul e uma bermuda, porque tava calor nesse dia, vou até a cozinha pegar algumas coisas pra gente comer ou beber, pois iríamos fazer um piquenique na praça então tinha que levar um lanche. Sento-me na mesa da cozinha pra preparar tudo quando sinto algo em meus pés. Soltei um grito de dor, mas por não ter ninguém em casa, não pude ser socorrido por ninguém. Olhei meu pé e uma ratoeira havia prendido meus dedos e a dor era enorme. Com muito esforço, consegui tirar meus dedos dela e vi meu pé sangrar.

— Meu deus, e agora? Vou perder minha grande chance de me encontrar com a Ramona pela primeira vez sem o Chaveco por causa de uma porcaria de uma ratoeira! - reclamei baixinho, me levantando e indo até o meu quarto.

Sentei na cama, comecei a limpar o sangue com algodão, mas a dor continuou mesmo com o pé limpo. Quando peguei meu celular pra mandar mensagem para Ramona cancelando nosso encontro, do nada meus olhos se encontraram com aquilo que poderia ser a solução: meus tênis. Sim, isso mesmo, talvez meus tênis pudessem disfarçar o pé machucado. Dito e feito, enfaixei o pé da melhor maneira que pude e calcei minhas meias e tênis com dificuldade e levantei, mas a dor em meu pé ainda era enorme.

— Droga, não posso desistir agora. - sussurrei mancando até a porta. 

Quando consegui pegar a cesta com nosso lanche, manquei até a porta do elevador, assim que ele chegou na portaria, respirei aliviado por ver que Dona Nachita não estava na portaria, senão iria me encher de perguntas sobre eu mancar. Caminhei com dificuldade até a praça com a sorte que não tinha muita gente na rua, então quase não era notado. Após uns dez minutos, finalmente cheguei e a vi, sorrindo, me esperando.

— Oi. - sorri beijando a bochecha dela.

— Oi, você veio de tênis nesse calor? - perguntou ela, estranhando.

— Ah, eu achei que de chinelo ia ficar meio sem graça, com tênis é mais arrumado. Além de que a gente andando nem vou sentir calor. - respondi a primeira coisa que me veio à cabeça.

— Tudo bem, tem até uns garotos de bermuda e tênis andando por aí. Vamos?

Sorri assentindo e logo caminhamos para a praça onde faríamos nosso piquenique enquanto eu me esforçava para não fazer careta pela dor no pé.

— O que foi Jackson? Por quê está mancando? - perguntou ela, me olhando.

— É que na esquina eu acabei dando aquela leve torcida no pé, mas já vai passar. - menti.

— Tem certeza que consegue andar?

— Tenho sim, ainda mais porque quando a gente sentar e parar de andar, ele vai melhorar.

— Ok então.

E assim, caminhamos para o local marcado do piquenique enquanto eu me esforçava para não fazer careta pela dor no pé.

— O que foi Jackson? Por quê está mancando? - perguntou ela, me olhando.

— É que na esquina eu acabei dando aquela leve torcida no pé, mas já vai passar. - menti.

— Tem certeza que consegue andar?

— Tenho sim, ainda mais porque quando a gente sentar e parar de andar, ele vai melhorar.

— Ok então.

E assim, caminhamos para o local marcado do piquenique e ficamos falando sobre várias coisas aleatórias

Ei Jackson, você sabia que o prédio inteira tá infestado de ratos. - disse ela e isso faz eu engolir em seco.

—N-N-Não, não sabia. - falo tentando não gaguejar para que ela não suspeitei que foi logo uma ratoeira que machucou meu pé.

— Olha Jackson, posso te pedir uma coisa. - disse ela olhando pra mim e eu tento não corar.

— Pode dizer.

— Sabe aquele menino que senta ao seu lado na sala? - disse ela e eu me desanimo um pouco.

— Sim, porquê? - digo tentando não demonstrar tristeza.

— É que eu gostaria que você me desse uma ajuda com ele.

— Eu até gostaria de te ajudar, sério mesmo, mas eu não sou amigo dele e não sei como posso ajudar - digo inventando uma desculpa - Além disso tá ficando tarde, eu tenho que sair mais tarde com o meu padrinho. - digo cortando ela e vou embora, mas que triste, mal me apaixonei por ela e ela já gosta de outra pessoa. Chego em casa e vou direto pro meu quarto deitando na cama, não iria chorar, mas estava inconformado com tudo isso. O que eu faço agora? Será que o Chaveco, que é especialista nesse assunto, pode me ajudar? Quando ele chegar pergunto isso.

Algumas horas depois...

Chaveco...

— Que confusão hein cara, isso das ratoeiras - disse o Mário olhando pra mão enfaixada.

— Desculpa aí Mário, eu não queria que isso tivesse acontecido - digo tentando me desculpar.

— Tudo bem cara, você só estava querendo ajudar - disse ele mais tranquilo.

— Obrigado e mudando de assunto, onde a Marcelina foi? - digo estranhando o fato de que ela saiu derrepente.

— Ela foi junto com outros vizinhos reclamar com o proprietário... - enquanto ele disse ela chega - falando nela... Como foi lá meu amor?

— Bom, o proprietário falou que vai mandar fazer dedetização em todo o prédio, aí vamos ter que ficar fora três dias - disse ela.

— Três dias?, e pra onde vamos - disse o Mário um pouco indignado.

— Pra onde mais seria Mário, pra um hotel - disse Marcelina falando o óbvio, bom eles vão começar a dedetização amanhã cedo, então é melhor irmos o quanto antes.

Nós começamos a preparar umas malas pra podermos ir, enquanto eu passo pelo quarto do Jackson, eu noto ele um pouco abatido.

— O que foi Jackson, algum problema? - pergunto e conhecendo esse garoto, tenho certeza que esse problema tem algo haver com a Ramona.

— Nada não, é impressão sua cara... - disse ele tentando esconder o problema dele.

— Me engana que eu gosto - digo ironizando.

— Vamos logos vocês dois, lá vocês conversam - disse Mário nos apressando.

Mais tarde... nós já estávamos acomodados no hotel, ficamos combinados de fazer a seguinte divisão de quartos: Mário e Marcelina e Jackson e eu, o que vai ser bom porquê aí vou conseguir saber o que está acontecendo.

— Vamos lá Jackson, desembucha - digo olhando pra ele.

— O quê? - disse ele se fazendo de desentendido.

— Não se faça de bobo, eu sei que você está com um problema e devo supor que isso é algo haver com a Ramona não é? - digo olhando e ele se rende.

— Tá bom, você venceu, eu estou sim com um problema - disse ele bufando com uma cara triste.

— Fala aí cara, quem sabe eu não possa te ajudar - disse e ele começa a me explicar.

—... Aí eu não sei o que eu faço Chaveco, mal me apaixono pela garota e já me acontece isso - disse ele.

— Bom cara, eu acho que você não deve desistir assim tão fácil - digo pra ele o incentivando.

— Tá, mas o que eu posso fazer - disse ele me olhando um olhar de interrogação

— Bom, você pode mandar uma carta a ela - digo e o Jackson dá risada.

— Carta?, em que século você vive Chaveco, estamos no século 21 cara.

— Jackson, é a coisa mais simples, porquê como moramos no mesmo prédio, você pode passar a carta por baixo da porta dela e também eu acho que pode dar certo.

— Tá mais como eu faço, me dá uma ajuda.

— Olha vou te ajudar, vou escrever aqui uma carta e aí você pode ler e se inspirar nela - falo e escrevo uma carta e logo depois entrego ao Jackson e ele lê.

— Ficou maluco Chaveco? Ela não é maior de 18 anos pra receber uma carta dessas não - disse ele perplexo com o que eu escrevi.

— Tá bom, dei uma exagerada - digo pedindo perdão.

— Mas eu entendi mais ou menos como se faz, vou tentar fazer uma aqui - disse ele fazendo uma carta e logo depois me entrega pra eu ler.

— A carta tá boa cara, mas você já cometeu um erro sabe? - digo e ele estranha.

— Qual? - disse ele.

— Bom primeiramente cara, você não quer que ela saiba de ínicio que foi você que escreveu essa carta não é mesmo?

— Sim, até porquê eu não tenho ideia de como ela pode reagir com isso - disse ele.

— Então cara, você não pode assinar a carta com seu nome, ela vai perceber, você precisa assinar de forma anônima.

— Puxa que vacilo meu cara - disse ele envergonhado.

— Tudo bem, você está nervoso com isso - digo tranquilizando ele.

— Bom aqui está a carta Chaveco - disse ele me entregando.

— Osh cara, a carta não era pra Ramona? - digo um pouco indignado.

— Não seja burro Chaveco, eu estou te entregando porquê quando voltarmos eu quero você deixe a carta na porta dela - disse ele.

— E porquê eu? - digo cruzando os braços.

— Primeiro: foi você quem me deu essa ideia e segundo: Eu tenho medo de eu tentar fazer isso e ela me pegar no flagra.

— Tá bom então, mas pelo que você me explicou, você quer mesmo se afastar um pouco dela? - digo e ele assente.

— Sim Chaveco, porquê eu acho que por enquanto com isso dela com o outro garoto, eu não consigo ficar muito próximo dela, entende? - disse ele explicando.

— Ah sim, é doloroso ver a mulher que a gente ama com outro. 

— Pois é, prefiro me afastar pelo menos enquanto ela não ver a carta e sentir algo por mim.

— Eu entendo Jackson, não tiro sua razão, vou te ajudar a superar isso facilmente. 

— Valeu.

Sorrimos e logo guardei a carta em um envelope e saí do quarto indo até a porta do quarto onde Ramona estava com os pais e coloquei por baixo da mesma, só espero que os pais dela não vejam.


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