Um ladrão em nossas vidas escrita por Gabriel Lucena, matheus153854


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

E aí galera? Estou trazendo esse capítulo super divertido e engraçado para vocês, esperamos que gostem! Boa leitura!



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Chaveco...

Era quase hora de almoço, eu já tinha chegado na casa da Cassandra, uma moça bonita que eu conheci poucos dias atrás. Ela estava tomando banho pois iríamos almoçar juntos e eu esperava ansiosamente pelo momento em que a comida estivesse pronta, até que eu recebo uma ligação.

— Alô? - falei.

— Chaveco, por favor, vem aqui na escola. É muito importante! - disse Jackson, do outro lado da linha.

— Eita, o que aconteceu pra você estar tão desesperado assim?

— Venha para cá que eu te explico tudo, não quero que meus padrinhos saibam o que aconteceu, então você tem que vir como meu representante. - pediu ele.

— Mas Jackson, eu estou em um compromisso importante agora com uma moça. - expliquei.

— Ah, desculpa se atrapalhei, mas não queria levar esporro nem castigo, não basta os que a diretora falou pra mim? - bufou ele desligando.

Quando ele desligou, suspirei. Realmente passar pela diretoria não é nada bom, eu mesmo já tive essa experiência e se o Mário e a Marcelina souberem disso, poderão dar bronca pesada nele. Por mais que eu não seja parente do garoto, sou muito amigo dele e iria ficar com uma culpa enorme se ele levasse bronca por minha causa. Então, levantei, fui até a porta do banheiro para me certificar que Cassandra ainda tomava banho e saí porta afora rumo ao colégio o mais depressa que pude, pois queria voltar logo pra casa dela e almoçar, depois eu explicaria tudo. Assim que chego na escola o porteiro me olhou com uma cara esquisita, como se eu fosse um ET.

— Seu nome por favor? - pediu ele.

— Pode me chamar de Chaveco, vim aqui pra falar com o Jackson. - respondi.

— Ele está na diretoria, pode entrar.

Assenti agradecendo ele e caminhei até a diretoria. Ao entrar, bati na porta.

— Pois não? - perguntou uma moça magra, de uns quarenta anos e óculos.

— Vim aqui como representante do Jackson por parte dos padrinhos dele que não puderam comparecer. - menti.

— Muito bem, então faça-me o favor de quando chegar em casa, pedir para os padrinhos dele o ensinar a ser menos briguento. - pediu ela.

— Como assim senhora diretora?

— Bom, acontece que ele está aqui porque brigou com um coleguinha de sala, mas brigou não de discutir e trocar farpas, brigaram mesmo. 

— É mesmo Jackson? - o olhei e ele assentiu.

— Dessa vez eu vou ser boazinha e lhe darei apenas uma advertência, mas não quero que cause esse tipo de confusão na minha escola novamente, ouviu Jackson? 

Novamente ele assentiu e a diretora fez a tal advertência que eu tive que assinar, afinal, como representante, tinha que fazer tudo que eles fariam naquele momento. Após isso, fomos liberados e saímos da escola. Jackson estava sério e calado, enquanto eu procurava saber o que teria levado ele à brigar com alguém, ainda mais porque Jackson nunca aparentou ser uma pessoa que briga com alguém, seria algo tão sério assim? Enquanto caminhávamos, decidi perguntar:

— Jackson, agora você pode me contar o que foi que você fez para ir parar na diretoria e interromper o meu encontro? 

— Bom, acontece que um garoto ofendeu a mim e à Ramona. - disse por fim.

— A Ramona? Então você voltou a falar com ela? - perguntei sorrindo de lado.

— Na verdade não, vamos sentar ali naquele banco que irei te explicar tudo.

Assenti e andei até um banco, sentei e ele se sentou ao meu lado.

Flashback on

Estavam todos na sala de aula, como sempre, tudo no maior tédio, até o momento em que a professora deu aquela velha notícia que alegra qualquer aluno.

— Atenção alunos, já que vocês estão tão interessados e entendendo bastante desse assunto, vou passar pra vocês um trabalho para semana que vem, mas eu escolho as duplas. - disse ela e a sala toda resmungou um "Aaaah" mas aceitaram de boa. Várias duplas foram feitas até que ela chamou meu nome.

— Jackson com Gabriel.- disse a Professora e ambos começam a fazer o trabalho

— Você deve ser amigo da Ramona não é?! - disse Gabriel.

— Sim, Porquê a pergunta cara? - disse Jackson desconfiado.

— Não sei como você pode suportar uma garota tão chata assim - disse o menino.

— Chata é? Antes ela do que um burro que nem você! - retrucou Jackson.

— Ah é? Diz isso na minha cara se você tem coragem! - desafiou e logo chama a atenção dos outros que estavam na sala.

— Chega vocês dois! - falou a professora, mas ambos a ignoraram.

E logo os dois começaram a trocar farpas, tapas e socos no meio da sala. Uma multidão se formou em volta deles, alguns torcendo para Jackson e outros torcendo para o outro, mas a professora os separou e levou os dois pra diretoria com a ajuda de um inspetor. 

Flashback off

Assim que ele terminou de contar, fiquei impressionado com a atitude dele e do menino enquanto ele suspirava abaixando a cabeça.

— Já pensou como meus padrinhos ficariam se soubessem que eu briguei por causa de uma garota? Eles ignorariam o fato de ter sido pela Ramona e só levariam para o lado pessoal, dizendo que eu não devia ter brigado. - falou Jackson.

— Calma, eles não vão saber ok? Pode deixar que eu não vou contar para eles, mas tome cuidado, vê se não se envolve em outras brigas como essa porque nem sempre eu vou poder ficar te acobertando e te ajudando. - pedi.

— Ok ok, não vou mais fazer isso, mas agora que eu realmente estou muito mais triste pela Ramona, quando eu saí da sala deu pra ver como ela ficou chateada pela briga. Com certeza foi com o garoto que ela gosta. 

— Eu sinceramente não acredito que vocês vão ficar de mal por muito tempo, uma hora vocês farão as pazes. - encorajei.

— Tem certeza? 

— Claro que... que droga! - disse Chaveco colocando uma mão na cabeça.

— O que foi? - perguntei se assustando com a mudança de resposta.

— Eu deixei a moça plantada e provavelmente ela quer me matar. - disse Chaveco preocupado.

— Nossa Chaveco, com medo de uma moça? 

— Não é exatamente por ela e sim por um irmão que ela tem, pois ouvi falar que ele é bem protetor com ela e quando souber disso... - disse Chaveco até ser interrompido por ver um gordão musculoso entrando no parque com um taco de Baseball na mão.

— O que foi agora? 

— Aquele é o irmão dela, certeza que quer acabar comigo 

— Chaveco, tira a sua boina rápido, pois ele pode não te reconhecer se vc estar sem ela. - disse Jackson e Chaveco rapidamente esconde a boina na mochila de Jackson, logo em seguida o grandalhão se aproxima.

— Com licença, você é o Chaveco? - disse o gordão.

— N-N-Não, o meu nome é Aquiles. - disse Chaveco tentando disfarçar e o grandalhão não fica muito convencido.

— Como posso ter tanta certeza disso hein? - disse o cara desconfiado.

— E como você pode ter tanto certeza que sou o Chaveco? - disse Chaveco retrucando.

— Pois esse cara largou a pobre da minha irmã plantada e ela disse que ele é um cara barbudo e com boina.

— Em primeiro lugar tem muito cara barbudo por aí e em segundo lugar, eu não estou usando boina... - disse Chaveco até ter uma ideia pra se salvar - Bom, o tal Chaveco é gordinho, que tem boina azul e barba e eu não sou nenhum gordo tá?!. - disse Chaveco dando as descrições do Botijão na esperança de convencer o grandalhão, pois isso seria um modo de escapar dele e também se vingar de algumas dos tapas que o Botijão já deu nele.

—  E onde está ele... - disse o cara e logo vê um gordinho de boina azul se aproximando. - deve ser ele, desculpa aí pelo incômodo. - disse o cara correndo em direção ao Botijão.

— Rápido, vamos vazar daqui. - disse Chaveco aproveitando pra escapar com Jackson enquanto a pancadaria começa ali.

E saíram em disparada sem olhar para trás, evitando que o cara os encontrasse ali novamente.

                                           ***

Ao chegarem em casa, Chaveco e Jackson sentaram no sofá, exaustos e ofegantes, Chaveco tirou os sapatos e Jackson tirou a mochila das costas recuperando o fôlego.

— Chaveco? Jackson? O que fazem aqui tão cedo? - perguntou Marcelina, entrando na sala.

— Ah oi Marcelina... é tão cedo assim? - perguntou Chaveco meio confuso.

— Sim, ainda nem tá na hora do almoço. - ela franziu a testa.

— Ah madrinha, é que eu estou com um pouco de dor de cabeça e pedi pra diretora ligar pra alguém ir me buscar na escola. - mentiu Jackson.

—  Não ouvi o telefone tocar meu bem. - disse Marcelina e Chaveco engoliu em seco.

— É porque eu pedi pra ligarem pro Chaveco, pois na hora o único número que eu lembrei foi o dele. 

— E por quê vocês estão assim, ofegantes como se tivessem corrido de uma maratona? 

— É que vimos dois caras brigando no meio da rua, então muita gente foi lá para apartar, nós acabamos nos metendo na briga e nós dois fugimos, já que não tivemos coragem de enfrentar aqueles caras. - mentiu Chaveco.

— Têm razão, não se pode se meter mesmo. Então Jackson, vem aqui que vou te dar um remédio pra dor de cabeça. - pediu Marcelina.

Mesmo Jackson não gostando da ideia de tomar um remédio, ele preferiu ir para o quarto e se levantou para ir à cozinha, não sem antes se virar para Chaveco e dar aquela piscadela de excelente trabalho, apesar que realmente o remédio para dor de cabeça serviria, já que por causa dessa confusão toda, a Ramona estava chateada com ele.

Enquanto isso, Chaveco decide dar uma passada na casa do Botijão, ao chegar lá, Chimoltrúfia estava colocando uns curativos em Botijão.

— E aí Chimoltrúfia, o que aconteceu com o Botijão? - disse ele sendo direto e fingindo não saber o que aconteceu.

— Nada de mais, ele só levou uma surra - disse ela tranquilamente.

— Como nada de mais, você não fica preocupada com o estado de seu marido? - disse Botijão indignado.

— Para mim não é novidade isso, pois eu já te dei surras piores que essa. - disse ela e ele acaba concordando.

— Tem razão e você o que veio fazer aqui? - disse Botijão num tom arrogante.

— Eu vim saber se poderiamos fazer algo. - disse Chaveco.

— Sim, olha Chimoltrúfia eu deixei alguns curativos lá no quarto, pode ir lá pegar? - disse Botijão, ela assente e se retira. - Agora que ela saiu, você precisa fazer ir num lugar fazer um favorzinho. - disse Botijão num tom que o Chaveco reconhece de cara.

— Peraí, que lugar é esse? - disse Chaveco com receio.

— Ouvi falar que tem uma casa de gente rica que tem uma segurança muito desprotegida, então já sabe o que fazer né? - disse Botijão.

— E porquê você mesmo não vai lá e faz isso? - disse Chaveco.

— Com eu estando no estado que estou e você ainda me pergunta? - disse Botijão com um tom de sarcasmo.

— Eu não posso. - disse Chaveco se negando.

— Não pode o quê? - disse Botijão mostrando o pente.

— Não posso me negar a deixar de ajudar meu amigo. - disse Chaveco com medo e se retira.

— Mas que droga, se eu soubesse que teria que fazer isso sozinho, não teria nem dado as descrições do Botijão pro grandalhão - murmura Chaveco.

E logo depois que Chimoltrufia voltou com os curativos do Botijão, Chaveco pediu licença e se retirou, indo em direção ao local que Botijão indicou. Ele se escondeu em um poste na esquina da mesma e respirou fundo três vezes.

— Poxa vida, faz tanto tempo que eu não faço isso que nem sei se vou conseguir. - pensou ele enquanto tentava se acalmar.

Quando se sentiu mais relaxado, Chaveco começou a caminhar na direção da casa, viu que havia ali uma janela aberta e pulou sem se preocupar com nada, pois não havia ninguém na rua para olhar aquele momento. Olhou em volta e percebeu que pela cor do quarto e os objetos que enfeitavam o mesmo, aquele era o quarto de um menino. Ele precisava ser rápido, pois alguém poderia chegar a qualquer momento, então percebeu algumas coisas como a televisão de tela plasma, DVD, videogame, uns tênis de marca espalhados pelo quarto e um abajur que parecia ser caro. Então pego o saco que sempre usava nos roubos e furtos, mas quando ia pegar o DVD a porta se abriu. Como a distância do DVD até a janela era grande e a da porta até onde ele estava era pequena, com certeza se ele corresse, a pessoa veria ele fugindo pela janela, isso seria muito arriscado já que poderiam chamar a polícia e ele seria pego mais uma vez sem dúvidas. Por isso, a primeira coisa que lhe veio à cabeça é se esconder debaixo da cama, que por sorte não havia nada embaixo. Dito e feito, correu pra baixo da cama e viu que ela era maior que ele, por isso, ele não deixou nada de fora.

— Quantas vezes eu te falei pra não deixar a janela aberta? - disse uma voz feminina.

— Desculpa mãe, é que tava o maior calor. - disse uma voz jovem.

— Tá bom, mas trate de fechar na próxima vez hein? 

— Pode deixar.

— Aproveitem, estou na cozinha se precisarem.

Logo a moça se retirou e Chaveco percebeu que quem entrou no quarto foram dois garotos, que logo ligaram o videogame e começaram a jogar FIFA 18, o que de certa forma, irritou Chaveco, pois não sabia quanto tempo aquela partida iria durar e ele não poderia sair dali enquanto os dois amigos não saíssem do quarto, nem que fossem por apenas uns minutos. E quando Botijão perguntasse da demora, o que ele iria dizer? 


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Notas finais do capítulo

É isso, até o próximo!



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