Um ladrão em nossas vidas escrita por Gabriel Lucena, matheus153854


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Fala gente, mais uma história pra vocês aqui com meu amigo Matheus, pra vocês apreciarem. Espero que gostem.

Boa leitura!



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Mário...

Hoje é o dia mais feliz da minha vida, o dia em que casei com a mulher da minha vida: Marcelina Guerra. Quer dizer, hoje é o dia em que estamos comemorando um ano de casamento. Como foi a comemoração? Jantamos fora num restaurante chiquérrimo e caríssimo. Estávamos felizes, pois nos amávamos desde pequenos, agora, tínhamos a chance de realizar esse sonho e já moramos juntos exatamente há um ano e meio, já que noivamos depois de morarmos na nossa casa. após algum tempo escolhendo, negociando, finalmente pudemos comprar nossa casa e agora estamos voltando após o jantar. Paramos em frente à porta de casa e caminho de mãos dadas com ela em direção à porta da frente.

— Foi maravilhoso esse jantar né? - perguntou ela sorrindo.

— Claro, eu estava com você. - falei rindo.

— Ownt. - e me deu um selinho.

Porém, ao chegarmos mais próximos da porta, logo pudemos notar que algo estava errado. Uma sombra perto da porta mostrava o vão que ela tinha entre a parede, ou seja, estava destrancada e encostada.

— Epa, acho que fomos assaltados. - falei preocupado.

— Essa não, tomara que não tenha levado nada pessoal meu, só bugigangas.- disse ela igualmente preocupada.

— Tomara.

Entrei na porta e olhei em volta. Realmente haviam assaltado a casa, estava sem a televisão de 820 polegadas da sala, sem o lustres, a mesa de vidro de centro, coisas de valor, mas não importantes pra nós.

— Bom, aqui não roubaram nada, mas será que lá pra cima roubaram alguma coisa? - perguntou ela.

— Não sei, tô ouvindo um barulho estranho. - falei.

— Eu também estou ouvindo.

—Vou lá ver.

— Não, eu vou com você, o cara pode estar armado.

— Exatamente, se ele estiver armado, pode atirar em você.

— Mas também pode atirar em você.

— Bom, então acho que precisamos de algo pra nos defender.

Então fui até a cozinha e peguei uma cadeira, caso ele tentasse atirar em nós, jogar a cadeira nele nos daria tempo pra fugir pelo menos. Subimos as escadas e vimos um vulto de costas pra nós.

— Parado aí seu ladrão.  - falei.

O vulto então, saiu correndo em nossa direção com o saco onde guardou nossas costas protegendo seu corpo, pus a cadeira em nossa frente e acabamos trombando juntos, o que me fez cair pra trás junto com Marcelina e caímos escada abaixo. Chegando lá no fim, ainda com muita dor, pude ver o bandido. Era um cara baixinho, de barba mal-feita, boina preta e tinha uma aparência de velho.

— Parado aí. - ordenei me levantando e puxando Marcelina, mas o bandido levantou as mãos e ficou nos olhando.

— Não me matem por favor. - disse ele.

— Chama a polícia amor! - mandei nervoso e Marcelina logo pegou o telefone. Eu logo tratei de imobilizar o ladrão com fita adesiva e esperamos a polícia chegar.

— Desculpem, por favor, eu não quis fazer mal à vocês, nem arma eu tenho! - suplicou o ladrão.

Tive que dar risada.

— Tanto ladrão por aí que rouba seu arma. - disse rindo irônico.

— É sério, eu não vou machucar vocês, nunca quis, eu só precisava de dinheiro e eu vou explicar tudo desde o ínicio. - agora o ladrão chorava de verdade.

Chaveco...

FLASHBACK

Após eu finalmente conseguir arrombar a porta daquela casa enorme, eu esperava que tudo desse certo, porque qualquer erro, poderia significar cadeia. E a única coisa que eu não queria era voltar pra lá. Quando eu já havia conseguido pegar a televisão de 820 polegadas da sala, os lustres, a mesa de vidro de centro, estava prestes a subir no segundo andar para poder furtar mais coisas lá, mas acabei ouvindo o barulho da porta da frente sendo empurrada. Com o susto, deixei um objeto cair no chão sem querer. Quando vi o objeto no chão, ouvi passos vindo em minha direção e tentei me esconder, mas não deu.

— Parado aí seu ladrão.  - falou um homem.

No desespero, joguei na direção deles o saco onde guardei tudo protegendo meu corpo, como ele pôs a cadeira na frente, acabaram trombando juntos e caíram os escada abaixo. Chegando lá no fim, desci rapidamente as escadas, mas fui capturado e amarrado por ele. Quando a polícia me pegou, lá no carro mesmo, comecei a me lembrar de como tudo começou:

— Mas Botijão, você mesmo acabou de dizer que é uma casa comprada por pessoas recém-casadas, não posso roubar eles.  - insistiu Chaveco pela milésima vez.

— Você pode e você vai fazer, pois eles mesmos não sentem pena da gente!. - insistiu Botijão

— Não, eu não vou, escolhe outra casa.

Então Botijão pegou o velho amigo pente de cabelo e penteou o cabelo de Chaveco, lhe dando uma cacetada na cara logo em seguida.

— E da próxima vez, faço você comer peixe, mas com espinhas e tudo! - ameaçou Botijão e Chaveco se encolheu.

Diante disso, Chaveco decidiu aceitar a proposta de Botijão e invadiu a casa de Mário e Marcelina. Ele sabia que se algo desse errado, ele voltaria para a prisão, mas como praticamente estava sendo ameaçado, acabou aceitando correr o risco.
 
Mário...

— Espero que me entendam que agora - disse o ladrão achando que pode nos enganar.

— Você acha mesmo que nós vamos acreditar nessa sua história pra boi dormir, pois terá que explica pro juiz seu canalha! - resmunguei.

— É sério, eu estava passando fome, precisava pegar essas coisas pra vender e ter dinheiro, eu não queria fazer mal a ninguém, por favor, não me prendam.

Depois de uns vinte minutos chorando e fazendo aquela ceninha, a polícia chegou e o levou.

— Eu aconselho vocês a virem conosco, preciso do depoimento de vocês. - disse um policial.

— Claro que nós vamos. Vamos agora. - ditei firme levando Marcelina comigo

Marcelina...

Mesmo com os dedos tremendo de medo e nervosismo, eu consegui discar o número da polícia, que chegou em apenas vinte minutos. Pra muitos, seria uma demora, mas como Mário o imobilizou e amarrou o ladrão, foi até rápido.

Chegando na delegacia, fomos logo pra sala do delegado.

— Sentem-se por favor. - mandou o mesmo e nós obedecemos.

— Olhem, eu entendo o motivo de vocês estarem aqui, tem toda razão de odiá-lo, de estarem querendo ele preso, mas eu garanto a vocês que ele não precisará ser preso, pois não fará de novo. - disse o delegado.

— Não tem como, só indo parar na cadeia pra não fazer mais. - disse Mário.

— Nem assim, arrependido ou não, é onde ele merece estar. - falei com raiva.

— Mas os crimes que ele cometeu são dos mais leves. Dêem uma olhada na ficha dele. Ele, os crimes que ele cometeu no máximo roubar alguma coisa para comer, pois eu o conheço há vários anos, não tem motivo pra vocês odiarem ele. Tá certo, ele é um ladrão, mas rouba por necessidade.- continuou o delegado.

— Ah é? E como sabe? - perguntou Mário, irônico.

— Porque todas as vezes que ele foi preso, ele veio parar aqui. Inclusive, eu fui que anotei nas fichas todos os crimes que ele e o ex-companheiro cometem por necessidade.

Quando eu li a ficha do ladrão, fiquei com lágrimas nos olhos. Realmente o que o delegado disse era verdade, ele é um ladrão, mas por necessidade. Então, nós estávamos prestes a colocar um ladrão desempregado, pobre e sem teto na cadeia, sendo que ele não fez por mal? Caramba, o que eu fui pensar? Por quê não impedi o Mário?

— Amor, tá chorando? - perguntou Mário, já mais calmo.

— Amor eu... não acredito no que fizemos... - falei sincera.

— Nem eu acredito. Olha seu delegado, eu peço desculpas.- disse ele.

— Não tem problema, eu entendo o que vocês sentiram na hora, o importante é que já sabem da história dele. - falou o delegado calmamente.

— Será que podemos ir? Precisamos pensar nisso e vermos o que vamos fazer. - pedi.

— Claro, sem problemas, me acompanhem por favor. - disse ele se levantando - Mas de qualquer maneira, ele ainda ficará preso, tentativa de roubo ainda é crime, só depende da decisão de vocês pra ele sair de lá.

Então assentimos e voltamos pra casa. Não falamos nada a respeito disso, mas conversaríamos sobre o assunto no dia seguinte, embora a história dele tenha nos comovido bastante.

Chaveco...

Após eu ter sido pra cela da delegacia, eu fico pensando que o Botijão pode estar mesmo certo, pois aqueles dois não tiveram nenhuma compaixão por mim, fiquei pensando durante minutos até o Sargento aparecer do nada.
— Chaveco, você está em liberdade!. - disse o Sargento.

— Como assim?.- perguntei confuso.

— Vieram pagar sua fiança.- disse o Sargento

— Quem veio pagar a minha fiança?.- perguntei ao Sargento.

— Uma amiga sua que responde pelo nome de Chimoltrufia.- disse o Sargento e aí eu saquei tudo, o Botijão deve ter mandado a Chimoltrufia aqui pra pagar a minha fiança, pelo menos eles tem compaixão, não como outros.

Algum tempo se passou e eu fiquei bem caladinho esperando a Chimoltrufia chegar. 

— Cadê o Chaveco? - ouvi Chimoltrufia dizer.

— Calma, ele está aqui, mas já vai ser solto. - disse o Sargento.

Ao me soltar e eu sair, Chimoltrufia me olhou com aquela velha expressão emburrada.

 -Chaveco, por quê você foi fazer isso? Assim você vai acabar me falindo. Achei que tinha parado de fazer isso.

— Chimoltrufia, eu tentei, mas você sabe que não posso, depois te explico.

 

 

Foi a última palavra dita dentro daquele lugar antes de chegarmos à recepção e quando vi, o casal que morava na casa que tentei roubar estavam ali, esperando por algo.


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Notas finais do capítulo

Bom, por enquanto é isso galera, até o próximo.



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