Fallen Between The Cracks escrita por fairyfuckintale


Capítulo 10
Capítulo 9 - Great new world


Notas iniciais do capítulo

Oi gentes! Cheguei com mais um capitulo.
Falta pouco agora pra vocês finalmente descobrirem o que aconteceu com a Effie e a fanfic vai entrar numa segunda fase… só posso
adiantar pra vocês se prepararem pro capítulo 10!

Mas sem spoilers! Por hora, vou deixar vocês com Haymitch e sua gang descobrindo um novo lugar em busca da escolta mais querida de Panem.
Ah, e antes que eu me esqueça, muito obrigada pela compreensão de voces e os feedbacks positivos. Eu fico feliz demais em saber que vocês gostam da história e do meu jeito de escrever. Significa muito ❤️

Enfim, espero que esse capitulo também agrade vocês. É não deixem de comentar suas espectativas e teorias sobre o que aconteceu com a Effie, por favor! Beijos e boa leitura



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A viagem demorou bem mais do que eles estavam acostumados. Aerodeslizadores são máquinas rápidas, percorrem os 13 distritos em questão de minutos e não horas, como o trem. Mas para chegar até a ilha, eles precisaram de toda a manhã e o começo da tarde. Durante o percurso, agentes do governo distribuíram uma refeição fria e insossa para que eles comessem um pouco, antes de aterrissarem. O próprio Haymitch não queria mas precisou colocar a massaroca pra dentro e ainda convencer Johanna a se alimentar, já que eles fariam grandes esforços nos próximos dias.

A aeronave começou a diminuir de velocidade e pousou quando o sol indicava umas 15 horas. Ninguém trocou uma palavra com eles, apenas abriram o portão de saída e, um por um, eles deixaram pra trás o que sabiam do mundo. O lugar era minimamente sufocante: o chão era seco e quente, acompanhado de um sol à pino e vegetação rasteira. Sem sinais de mar. Haymitch duvidou muito que aquilo fosse uma ilha.

“Precisamos explorar a ilha e encontrar o rio” disse Gale descansando o rifle mas ainda em posição.
“Não é uma ilha, gênio!” respondeu Johanna “Ainda não percebeu? Eles mentiram pra gente. Aposto que não tem rio nenhum, muito menos alguém pra ser resgatado”
“Certo e errado, Mason.” a voz de Paylor ressoou em seus ouvidos para o espanto de todos “Realmente, erramos os cálculos ao afirmar que era apenas uma ilha. Afinal, o que acreditávamos ser um rio, na verdade, é um afluente para um mar. Deixamos vocês no continente mais próximo, ainda não explorado por nós.”

Johanna ficou vermelha e resmungou um “desculpe, senhora presidente” bem baixinho, quase irônico. Haymitch prendeu o riso pra se concentrar nas instruções da presidente. Ela indicou o drone nos braços de Peeta e passou o microfone para Beetee, que explicou como acionar os botões para ativar o mapa holográfico da área. O rio que havia sido citado na reunião estava a quilômetros de distância deles e o mapa indicava uma possível trilha a oste.

“Ok, presidente, alguma orientação?” disse Haymitch para a voz em seu ouvido
“Haviam rastros em direção à oeste, mas é incerto devido às variações na correnteza marítima.” ela respondeu, novamente ao microfone
“Primeiramente, como Effie Trinket nadou isso tudo até chegar ao continente?”
“Coisas improváveis acontecem quando se precisa sobreviver, Srta. Everdeen”

“Beetee, uma pergunta.” disse Haymitch
“Sim?”
“A peruca que encontraram na ilha, estava em bom estado?”
“Não, haviam vários tufos faltando e o estofo estava rasgado. Porque?”
“Acho que tenho outra pista” e se agachando no chão arenoso, pinçou um fio o sintético roxo. Todos os outros permaneceram em silêncio esperando uma explicação. O mentor então continuou:

“A peruca não estava lá nas melhores condições e, conhecendo Effie, ela deve ter se agarrado aos fios até onde pode, antes da estrutura da peruca se perder. O mar deve ter levado o restante de volta para a ilha, que foi quando a achamos.”
“Então, procurando pelos fios...” começou Peeta
“...talvez cheguemos até ela. É arriscado, mas temos que tentar.” continuou Haymitch, concluindo seu raciocínio.
“Vamos procurar por fios no meio do deserto?” respondeu Gale, desdenhoso.
“Sim, vamos.” e, começando a ficar irritado de tanto explicar, Haymitch começou a andar, sem esperar pelos outros.

—--

Enquanto os outros caminhavam para oeste e olhavam para o chão com atenção, o mentor discretamente enrolou o fio roxo no dedo polegar e deu um nózinho. Seria bom, para sempre lembrar-se do motivo para estar ali, lembrar-se de não perder o foco e, principalmente, lembrar-se dela.

A tarde se foi tão rápido quanto a vegetação que cresceu ao redor deles, conforme caminhavam. Savana. Beetee explicou para eles no ponto quando todos começaram a se perguntar se haviam bestantes perigosos por alí. O drone companheiro da equipe não detectou nenhum rastro de animal por perto, apenas insetos. A teoria mais provável era que os animais foram extintos, por alguma coisa ou alguém.

“O sol está se pondo, Haymitch” disse Katniss ao seu lado pouco tempo depois “é melhor armamos acampamento”
“Só mais um pouco”
“Fazem 3 horas desde que achamos o último fio” retrucou Johanna, logo a frente deles
“E é exatamente por isso que precisamos continuar”
“E se tivermos indo na direção errada? Precisamos de descanso para pensar numa nova estrategia” Katniss voltou a contestar
“Nós estamos na direção certa”
“Como você pode ter certeza di...?” começou Gale.
“PORQUE EU SEI, OK?”

Haymitch fechou os olhos, respirou fundo e soltou devagar antes de começar a falar. Controlar sua raiva nunca foi seu forte, principalmente quando se sentia frustrado.
“Tudo bem. Alí, tem um aglomerado de árvores baixas. Vamos acampar ali. Juntem galhos e folhas secas para acender a fogueira. ”

Ninguém soltou uma palavra depois disso. Apenas Gale, que insistiu para ficar de guarda a noite mas o mentir recusou. Precisava pensar sozinho e os outros não estavam ajudando muito. O soldado fez drama, mas acabou aceitando: ele não queria ficar perto de Katniss de jeito nenhum. Haymitch sugeriu que dormisse ao lado de Johanna e ignorou a situação e todos os resmungos dele.

Ele confiou que sua mente ficaria mais clara à luz do luar para pensar numa estratégia, caso nao achassem mais fios da peruca. Ele estava ali, sentado no chão de grama seca, encostado num tronco retorcido e ainda assim, pensando em Effie. Algo que se repetiu com frequência desde que Plutarch telefonou informando da reunião com a presidente. Antes disso tudo acontecer, nos dias ruins, ele costumava contar nos dedos todos os motivos para não se incomodar com o desaparecimento dela.

Pensava coisas terríveis e cruéis, coisas que se obrigava a pensar. Desde o fato de que capitolianos deveriam morrer até Effie ser fraca e fútil demais para sobreviver à uma revolução. Mentiras absurdas que Coin contou para o convencer de fazer o que ela queria e ele reproduziu como um cachorrinho, para tentar diminuir sua culpa. Mas o que mais o destruía era lembrar que ele chegou a concordar com todas essas mentiras.

Cortando seus pensamentos, um som longe o fez parar. Um sussurro imitando o choro de criança parecia vir com o vento, soava tão baixo que ele precisou prender a respiração para ouvir. Quando teve certeza de que nao estava louco, ele deu um passo na direção do som, e depois outro. Quando deu por si, já estava correndo. Se distanciou tanto do grupo que adentrou uma mata com árvores grossas e raízes secas espalhadas pelo chão.

Assim que começou a ouvir o choro mais alto ele começou a gritar por Effie, mesmo sabendo que o som não poderia vir dela. Ele logo percebeu que o som vinha de cima, emitido por jabberjays que provavelmente migraram de Panem até ali. Se eles estão imitando, o som esta vindo de alguém, ele pensou tentando acalmar racionalmente o seu desespero.

Voltou a correr, agora em silencio e prestando atenção nos pássaros em cima das árvores. E quando o cansaço já tomava conta dos seus ossos e a falta de ar queimava-lhe os pulmões, ele parou diante de uma enorme árvore seca. Dentro, na parte oca do tronco retorcido, uma criança magra e pálida soluçava.


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