I Can Feel escrita por Cihh


Capítulo 40
Capítulo 40 - Se Apaixonar


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Como vocês estão? Finalmente as minhas provas acabaram e eu consegui um tempinho para postar o capítulo 40. Estou muito feliz pois conseguimos passar dos 75 comentários! Continuem assim, pessoal. Bem, boa leitura e beijinhos.



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Fora das nossas mentes e fora de tempo

Desejando estar com você

E dividindo a vista

Nós poderíamos ter nos apaixonado

    (Falling In Love)

 

POV Isa

—Toma. –Seth me entrega uma vitamina de banana, maçã e mamão (sem açúcar). Suspiro e pego a mistura. Tomo um golinho e sorrio para ele.

—Está gostoso.

—Tome mais. –Ele diz severamente. Faço uma careta e tomo mais um pouco.

—Vou tomar tudo, mas preciso terminar de arrumar minha mala.

—Vamos ficar aqui. Podemos te ajudar. –Diz Sarah, solícita.

—Parem com isso. Não estou doente. –Tomo mais um pouco.

—Está sim. –Seth diz e se levanta do sofá do meu quarto. –O que falta para arrumar? Camisetas? Moletons?

—Falta um monte de coisa. Pega aquela lista ali na mesa. –Eu peço e Seth vai pegar a folha. Dois meses é bastante tempo, então levarei um monte de coisa. Em compensação, poderei comprar mais roupa enquanto estiver nos EUA.

—Meias. Já pegou? –Seth pergunta e Sarah corre para ajudá-lo.

—Blusas! É inverno no hemisfério norte! –Ela diz.

—Certo. Blusas de frio. –Seth abre o armário e eu reviro os olhos. –Onde ficam as blusas... ?

—Pelo amor de Deus. Deixe que eu faço. –Vou até eles e pego a lista da mão de Seth. –Sarah, coloque aquelas maquiagens na minha nécessaire preta e rosa. As que estão em cima da penteadeira. Seth, tem umas toalhas ali... Terceira prateleira do armário branco do banheiro. Pega umas quatro.

Terminamos de arrumar tudo no momento em que eu termino de tomar a vitamina.

 

—Um sanduíche natural de frango para a senhorita. –Max diz e coloca um prato na minha frente.

—Não tinha outra coisa? –Falo olhando para o sanduíche.

—Hambúrguer gorduroso e com câncer embutido. –Ele diz com um sorriso.

—Tudo bem, vou aceitar esse aqui. –Falo com uma pequena careta.

 Quando eu conheci Max, ele tinha apenas um piercing na sobrancelha esquerda. Agora ele tem outra no lábio inferior e mais algumas tatuagens. Gostaria de falar que Matt finalmente começou a namorar Mia, a australiana, e eles estão bem. Mas ele não pode ficar muito mais tempo comigo, então comecei a arrastar Max para os lugares para me fazer companhia. Porém, Max é um rapaz compromissado com o trabalho, e eu acabo vindo parar na hamburgeria na maioria das vezes.

—Nem sabia que tinha sanduíche natural nesse lugar. –Eu falo mordiscando o pão. Saí do hospital ontem mesmo, e já estou sentido a diferença: parece que engordei cinco quilos já que todo mundo tá me fazendo comer que nem uma porca.

—Não tem. Mas eu fiz para você.

—Que gentil.

—Eu sou mesmo. –Ele estala a língua e coloca a bandeja preta que estava segurando atrás do corpo. Ele está com uma camiseta preta estampada com uma caveira cinza e uma bermuda também preta. E um avental preto do restaurante. –Já arrumou as coisas para a viagem?

—Já. Tudo prontinho.

—Você ligou para Luke? –Ele pergunta e se senta na cadeira em frente à minha.

—Nem precisei. Ele me ligou umas vinte vezes e deixou dezenas de recados.

Ele ri. –Patético.

—Mas eu falei com ele depois. Luke disse que vai se certificar de dar todas as refeições na minha boca durante dois meses.

Ele passa a língua no piercing de um jeito que me deixa perturbada. Se quer saber, Max é um pouco perturbador. Mas também é legal.

—Você falou com Thomas? –Ele diz evitando olhar para mim. Estreito os olhos e o encaro.

—Foi você quem ligou para ele, não foi? –Eu acuso e ele tenta cobrir os olhos com a mão. -Traidor! –Eu falo.

—Não sou traidor. Achei que fosse importante ele te ver. E ele chegou extremamente rápido, aposto que a placa do carro dele já tá no departamento de polícia.

—E daí? Meu plano é esquecer ele, e você não está ajudando nem um pouco.

—E se você morresse? A gente ainda não sabia que você tinha desmaiado de frescura. Não ia querer que ele te visse antes de você passar para o outro mundo?

Fico quieta, pensando sobre isso. Que pesado. Não quero morrer agora.

—Pare de me enrolar e come logo esse sanduíche, demônio. –Ele diz, apontando para meu prato. –Vou ficar esperto nas suas técnicas de 'não comer' a partir de agora.

Mostro a língua para ele e dou outra mordida no sanduíche. –Tarde demais. Meu voo é amanhã.

—Eu sei.

—Você vai para o aeroporto me ver?

—Vou.

—Ótimo. –Sorrio para ele. –Sabia que eu tirei 10 em história?

—Parabéns. –Ele diz em tom irônico. -Em qual prova você não tirou 10? Poderia me dizer?

—Física, que eu tirei 8,5, biologia que eu tirei 9,5 e Gramática, que eu tirei 9.

—E química?

Faço uma careta. –Ainda não recebi. O professor é um porre! Eu vou viajar amanhã e nem recebi essa maldita prova!

—A culpa é sua por querer viajar sem terminar o ano letivo.

—A culpa é de Thomas por ter feito merda.

—Pare de culpar ele por tudo.

—Vai defender ele agora?

—Come logo essa merda de sanduíche, meu! Acho Thomas um coitado, isso sim.

—Um coitado? E eu?

—Você é uma pirralha. –Ele se levanta e mostra o dedo do meio para mim antes de se virar para trabalhar de fato. Eu disse. Ele é perturbador. Mas é maneiro.

 

*****


Vão para o aeroporto: Seth, Sarah, Evey, Max, Matt e Nath. E meu irmão Léo! Apareceu de surpresa para se despedir. Meus pais não puderam vir, mas me despedi deles em casa. Alex, Marcos e Thomas também não vieram. O que é bom. Mas não tão bom.

—Pare de chorar, são só dois meses. –Eu falo para Evey, que limpa uma lágrima que ameaça cair.

—Dois meses de férias! A gente ia fazer taanta coisa juntas.

—Não acredito que você não ia me contar! Eu nem ia vir me despedir! –Nath diz e me abraça.

—Parem com o drama, pelo amor de Deus. –Eu peço e Max ri. Nath puxa Evey e a ajuda a se acalmar. Matt me abraça com um sorriso.

—Boa viagem, Isa. –Ele diz. –Espero que esse tempo aí ajude você a organizar os pensamentos. E desculpa de novo por todo esse negócio aí...

—Tudo bem, Matt. Não foi culpa sua não ter me contado. Você confiou em Thomas do mesmo jeito que eu confiei. –Eu falo para tranquilizá-lo.

Ele aperta minha mão, acenando com a cabeça e se afasta. Max se aproxima.

—Boa viagem, pirralha. Não vá desmaiar no avião, porque eu não poderei te ajudar lá. –Ele faz graça e também me dá um abraço protetor.

—Não me chame de pirralha. –Eu falo revirando os olhos.

—Por que? Você é uma mesmo. –Ele sorri e pisca para mim antes de ir para perto de Matt.

—Ainda bem que consegui vir para me despedir. –Léo fala ao se aproximar com Seth e Sarah.

—Gente, são só dois meses!

—É, mas eu ia passar esses dois meses em casa. E agora você vai largar a gente. –Ele diz. –Mas quem sabe eu não vá te visitar enquanto você estiver lá? –Ele sorri e me abraça também.

—Já estou com saudade da minha irmã mais velha favorita. –Seth diz.

—Eu também. –Sarah diz. Óbvio. Eu sou a única irmã mais velha.

—Engraçadinhos.

—Quem vai me proteger da fúria da mamãe agora? –Seth diz, colocando a mão no peito.

—Peça para seu irmão mais velho favorito. –Eu falo.

—Eu não enfrento o bicho por vocês, não. –Léo fala alto e eles riem.

—Vou esperar você voltar para fazer doces deliciosos. –Sarah diz com um sorriso meigo. Abraço eles e me afasto de todo mundo. Tudo bem. Hora de ir, certo? Aceno para eles e me viro com minha mala de mão para embarcar.

—Ah! Espera, espera! –Evey grita e me alcança. Ela tira um envelope branco da bolsa e funga. –Isso é para você.

—O que é isso, Evey? –Eu pergunto pegando o envelope.

—Um negócio. Um presente. –Ela diz se enrolando toda.

—Espero que seja dinheiro. –Eu brinco para tentar amenizar o clima.

—Há! Vai sonhando. Enfim, faça uma boa viagem. Estarei esperando sua mensagem. –Ela diz e corre para longe, provavelmente para chorar mais. Evey é forte. Menos quando estamos falando de despedidas. Dou uma risadinha e enfio o envelope no bolso de trás da calça. Agora sim: hora de ir.

Quando estou sentada e esperndo o voo sair, pego a cartinha e a observo melhor. É um simples envelope branco selado com um adesivo verde simpático. Abro o envelope e, assim que bato o olho na primeira linha me preparo para o pior.

 

Isa,

Queria começar essa carta pedindo desculpas. Sei que não tenho direito de te escrever e sei que você não é obrigada a ler minhas palavras. Mas se você chegou até aqui, eu peço que continue até o fim. Por favor. Confesso que não sei bem o que escrever. Quero explicar tudo a você e tentar limpar minha consciência. Então vou começar... Bem, do início.

A aposta começou de modo inocente. Parece que isso ocorreu há anos, de tanto que eu mudei de lá para cá. O que eu queria era provar que conseguia conquistar uma garota como você. Uma garota que ninguém conseguia conquistar. A mais linda e a mais especial de todas. Eu te juro que minha intenção nunca foi te machucar e partir seu coração. Não achava que o que existia entre nós pudesse existir. Eu só conhecia amores superficiais e sem sentido, mas você foi diferente. Você provocou mudanças na minha vida que eu achei que nunca fosse ocorrer: percebi que eu não precisava das bebidas, das festas e do dinheiro para ser feliz. Mudou minha relação com coisas básicas, como meu vício por café, e as mais impossíveis, como minha aproximação com meu pai. Você me mudou.

Eu havia desistido da aposta antes de ela terminar de fato. Talvez você não acredite em mim, pois até eu demorei a perceber isso. Eu não queria me sentir orgulhoso por ter ficado com você ou a conquista de ter te levado para a cama. A única coisa que eu queria era ficar com você. Permanecer ao seu lado a todo momento, ser a única pessoa a te beijar, ser aceito por você do jeito que eu sou e não o que eu fingia ser, ou o que esperavam que eu fosse. Queria te proteger de todas as tempestades, te ajudar quando estivesse com problemas e conversar sempre que quisesse. Tudo o que eu queria era te amar. E eu ainda o quero.

Sei que o que eu fiz não tem perdão. Sei que te magoei em todos os sentidos. E sei que você está indo embora por minha causa. Mas você vai voltar e eu estarei aqui, te esperando. Mesmo que você se apaixone por outra pessoa, mesmo que você consiga me esquecer, eu vou estar aqui. Para te ajudar e te divertir. Para te escutar e conversar. Para me conquistar toda as vezes em que eu ver seu sorriso e todas as vezes em que eu ouvir sua risada. Por isso eu te faço outro pedido com todos os meus sentimentos: por favor, não desista de nós.

 

Com amor,

Thomas

PS: estou mandando o anel de volta. Ele é seu, uma vez que representa meus sentimentos em relação a você. Logo, ele será seu para todo o sempre.


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