I Can Feel escrita por Cihh


Capítulo 29
Capítulo 29 - O Jeito Que Você Faz Eu Me Sentir


Notas iniciais do capítulo

E aí, pessoal? Antes de mais nada, eu queria agradecer às pessoas que comentaram, obrigada ♥
Boa leitura e beijinhos.



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Olhe para nós agora

Pergunte-me, como que isso ficou assim

Eu vou te mostrar como

    (The Way You Make Me Feel)

 

POV Isa  

—Um colega de seu pai vai vir aqui às quatro e meia tomar um café. Ele vai trazer o filho, então quero que você e seus irmãos estejam presentes também. –Minha mãe disse para mim. Eu estava deitada na minha cama e Luke deitado no meu sofá. Dou de ombros. 

—Tudo bem.  

—Lucas pode ficar lá embaixo também, se quiser. –Ela disse e sorriu antes de sair e fechar a porta novamente. Olho para Luke. 

—Um café de negócios. Legal. –Ele diz. Não sei se está falando ironicamente ou não. –Não gosto desse tipo de coisa. Meu pai me obrigava a ir a vários desses. Deixo essa para você, Dora. –Ele se levanta do sofá e prende a chave do carro dele entre dois dedos. –Vou dar uma volta. Me ligue quando a parte chata estiver terminada.  

Ele sai do quarto assobiando e eu suspiro. Sarah está no curso de culinária. Seth está no treino de futebol. Léo está, bem, em outra cidade. Essa é literalmente com você, Dora. Negócios com a família. Mal posso esperar. Saio da cama e abro o guarda roupa, escolhendo algo aceitável para a situação. Acabo pegando uma saia de pregas azul marinho e uma blusa de lã cor de creme, além de sapatilhas da mesma cor. Uma das fotos que eu e Thomas tiramos na agência está colada na parte de dentro do armário. Sorrio e passo a mão pela foto. Fecho o armário e vou até a penteadeira. Respiro fundo e tiro a roupa em frente ao espelho. Nem sempre uma visão agradável, mas mantenho o olhar fixo em mim até ter terminado de colocar a roupa. Jogo o pijama largo na cama e começo a pentear o cabelo liso. Passo um hidratante no rosto, um pouco de corretivo, uma camada de rímel e batom rosa claro. O básico. Arrumo tudo na penteadeira e apago a luz branca que ilumina meu rosto. Ouço um barulho vindo do andar de baixo e vozes. Parece que o colega do meu pai e seu filho chegaram. Saio do quarto e começo a descer as escadas rapidamente, mas paro no meio do lance de escadas.

Estou em uma enrascada.

Christopher, o pai de Thomas, está de pé perto da porta de casa, cumprimentando calorosamente meu pai e minha mãe. Não posso me enfiar no quarto agora. Espera. Era para ele trazer o filho, certo? O filho por algum acaso seria Thomas? Christopher tem algum outro filho? Parece que papai lê minha mente. 

—Onde está seu filho? –Ele pergunta com um sorriso para Christopher. 

—Está estacionando o carro. –Ele diz e nessa hora decide olhar para cima. Para mim. Ele sorri. E forja bem a cara de surpresa. –Oh! Aquela é....? 

Minha mãe olha para cima também. –Ah, Isadora. O que está fazendo aí em cima, parada? Desça aqui e cumprimente os convidados. 

Desço o resto das escadas e vou até Christopher cautelosamente. O que está acontecendo aqui?  

—Olá novamente, senhorita. –Ele diz, fazendo uma pequena reverência exagerada. Ele se vira para meus pais, que nos observaram confusos. –Nós já tivemos a oportunidade de nos conhecer. –Ele ri. –Puxa, eu não fazia ideia de que ela era filha de vocês.  

Minha mãe ergue as sobrancelhas. –De onde vocês se conhecem?  

Ele lança um olhar cauteloso em minha direção, como se estivesse se desculpando, mas diz com a voz firme: -Ela é namorada do meu filho, Thomas.  

Fecho os olhos por um instante. Nesse momento, estou mais confusa que meus pais, que parecem a ponto de explodir. Então, Thomas aparece na porta de casa balançando a chave de um carro. Ele para e sorri para nós, depois fecha a porta. 

—Desculpem a demora. Tive que subir o condomínio para achar uma vaga boa, pai. –Ele entrega a chave para Christopher, que sorri e dá batidinhas no ombro de Thomas. Thomas tem 17 anos. Teoricamente ele não deveria dirigir. Eles estão agindo como pai e filho agora? Do tipo estou-ensinando-meu-filhão-a-dirigir? O que foi que eu perdi? –Boa tarde, senhor e senhora Ferrarz. –Ele sorri para meus pais e chega perto de mim, pega minha mão e deposita um beijo nela. –Boa tarde, meu amor.  

Não digo nada. Recolho a mão e o encaro boquiaberta. 

—Não consegui falar com você antes de vir para cá. Meu pai me chamou para tomar um café com o sócio e só descobri que era com os senhores quando ele chegou na portaria do condomínio. –Ele sorri bem humorado. –Que surpresa, não?  

—Nós... Não sabíamos que ele era seu filho, Christopher. –Meu pai diz, olhando admirado para o pai de Thomas. 

Christopher se virou para Thomas, que deu de ombros. 

—Acho que ele não sabia que nós éramos conhecidos. –Christopher diz. Ele está exatamente ao lado de Thomas. E vendo-os assim, é como de Thomas fosse uma versão mais nova e brilhante do pai. Até minha mãe parece embasbacada. 

—Vocês são tão parecidos. Deveríamos ter percebido. –Ela diz, ainda em choque.  

—Certamente. –Christopher dá uma risada. –Que coincidência, não? Nossos filhos namorando!  

Meu pai limpa a garganta. –Por que não vamos tomar o café? A mesa já está servida. 

—Claro. –Thomas concorda e entrelaça os dedos nos meus. Ficamos para trás enquanto os adultos conversam. 

—O que está acontecendo? –Sussurro para ele. Ele espera para ter certeza de que meus pais não vão nos ouvir antes de responder.

—Eu o convenci a encenar isso comigo. Como se nem eu nem você soubéssemos que nossos pais são sócios. 

—Por que você está fazendo isso? –Pergunto apertando a mão dele. Ele olha para mim e dá um sorriso travesso. 

—Assim seus pais vão me aceitar, não é? É a única maneira de me darem sua mão em casamento certo?  

—Thomas...  

—Fique quietinha. Uma hora eles iam ficar sabendo. Pelo menos o velho aceitou minha ideia. Só concorde com o que a gente disser caso seus pais queiram saber os detalhes.

Ele dá um beijo em minha testa e chegamos na mesa de jantar. Papai está sentado na ponta. Minha mãe está de um lado dele e Christopher do outro. Thomas se senta ao lado do pai e eu do lado de minha mãe. Ela lança para mim um olhar que não consigo identificar o que significa. 

—Pai, pode me passar o café? –Thomas pergunta e fico surpresa com a naturalidade com que ele fala isso. Como se estivesse totalmente acostumado a pedir para o pai passar-lhe o café. Ele deveria virar ator. 

—Claro. –Minha mãe passa o café para Christopher, que sorri agradecido e o dá na mão de Thomas. 

—Nós realmente não fazíamos ideia. –Meu pai diz e olha para mim. –Você sabia disso, Isadora?  

Christopher olha alarmado em minha direção. 

—Eu... Sabia que ele era pai de Thomas. Mas não sabia que vocês eram conhecidos. –Eu digo e vejo Thomas suspirar levemente, aliviado. 

Minha mãe sorri amigavelmente para os dois convidados. –Vamos comer então. 

 

Depois de vários bolos, pães, biscoitos e leite, nos sentamos nos sofás da sala. Fico ao lado de Thomas, que sorri satisfeito.  

—Por que vocês dois não vão dar uma volta? –Diz Christopher dando uma piscadela para nós. –Vamos falar das coisas chatas agora. 

Meu pai dá de ombros e sorri. Eu e Thomas nos levantamos e saímos da casa. 

—Thomas! –Eu exclamo quando ele fecha a porta por completo. 

—O que foi, amor? –Ele pergunta inocentemente. Pega minha mão e começa a andar pelo condomínio. 

—Explique-se. 

Ele suspira. –Olha, eu já te disse. Quero que seus pais me aceitem como seu namorado. 

—Mas você disse que não queria que eles soubessem que você era filho... Do seu pai. 

—Eu não me importo mais. Se eles só forem me aceitar assim, tudo bem. 

Thomas está se reconhecendo como filho do pai dele por mim? Ele se vira para mim e encosta a testa na minha. 

—Está fazendo isso por minha causa? –Pergunto, a voz presa na garganta. Ele fecha os olhos e continua com a testa apoiada na minha.

—Estou. E faria muito mais. –Ele sussurra e beija a ponta do meu nariz antes de se afastar de mim. Ele solta minha mão e começa a andar na minha frente. A última coisa que vejo em seus olhos antes de ele se virar é culpa.

 *****

POV Alex

Preciso falar que estou surpreso. Extremamente surpreso. Andei observando Thomas atentamente esses dias. E, para mim, ele está apaixonado. Minhas suspeitas foram confirmadas quando ele falou, na segunda:

—Meu pai conheceu os pais de Isa ontem.

Olho para Nath para ver se ela ouviu a mesma coisa que eu. Ela também olha para mim e franze a testa.

—Desculpe, estou surda ou tendo ilusões? –Ela diz.

—Eu sei. Meio difícil...

—Impossível. –Eu corrijo-o.

—Mas os pais dela só iriam me aceitar como namorado se soubessem do meu pai. –Ele coça o cabelo. –E não foi tão ruim, para falar a verdade.

 -Alex, estou sonhando? –Nath diz e Thomas revira os olhos.

—Parem com isso, idiotas.

—Eu achei que você tinha dito que nunca apresentaria seu pai para nenhuma garota. –Eu digo. –Apresentá-lo para os pais dela é ainda mais impossível, porra.

—Eu sei, tá? Mas... Sei lá. Pareceu certo.

Nath sorri e começa a dar pulinhos entusiasmados. –Ei, Thomas. Você está apaixonado? –Ela sussurra para nós. Thomas olha para ela como se ela tivesse falado uma palavra que não existisse.

—Não sei.

—Claro que está. –Nath diz. –Isso é demais! Eu esperei minha vida inteira para ver vocês dois ajeitados amorosamente. –Ela me puxa para o lado de Thomas e limpa uma lágrima imaginária. –Que orgulho dos meus bebês.

—Ah, pare com isso! –Eu digo. –Você só me conheceu uns quatro anos atrás. Como pode ter esperado a vida inteira?

—Isso não importa. –Ela começa a andar de um lado para o outro. –Vocês não sabem meu sofrimento todos esses anos vendo vocês se atracando com umas piranhas aleatórias.

 -Não é como se nós fossemos nos casar com elas. –Thomas diz com uma careta. Concordo com a cabeça, apesar de não me importar em me casar com Evey.

—Bem, só estou pedindo para vocês não estragarem tudo. –Ela fala e lanço um olhar para Thomas, esperando que ele entenda a parte de ‘NÃO ESTRAGAR TUDO’. Ele dá um sorriso torto em resposta.

—Eu fui visitar minha mãe. –Eu digo de repente.

—Como foi? –Nath pergunta e Thomas me olha atentamente.

—Ela está com outro cara. –Eu falo. Eu cheguei de surpresa na casa em que ela disse que ela estava morando. Agora eu nem sei se a casa é dela ou dele. –Acho que ele era o amante.

Ninguém diz nada. Não há o que dizer. Não seria nenhuma surpresa se ela realmente tivesse um. Nem para meu pai. Talvez ele tenha descoberto e resolvido terminar o casamento.

—Sinto muito. –Thomas diz baixinho e eu dou de ombros. Realmente não estou me importando. Ela nunca se importou muito com nós dois. Ela não foi uma mãe de verdade. E isso não ia mudar agora como o divórcio.

—Tanto faz. Viver com meu pai está sendo bom. –Falo exibindo um pequeno sorriso. –A gente aprendeu a lavar roupa na máquina e a fazer algumas comidas. Alternamos os dias para lavarmos a louça e uma vez por semana limpamos a casa.

Agora que minha mãe foi embora, meu pai começou a ter mais dinheiro para ele. Para nós. Ele me comprou uma guitarra novinha e novos amplificadores. Está planejando fazer uma reforma na casa e parece mais feliz. Então eu estou feliz.

—Bom dia. –Isa aparece segurando um livro de matemática nos braços. Parece sonolenta. Thomas sorri radiante quando a vê. Muito estranho.

—Bom dia! –Nath responde com animação e lança um olhar malicioso para Thomas. O garoto passa os braços ao redor da cintura da namorada e a abraça por trás, feliz. Sério, vocês não sabem o quanto isso é estranho. –Quais são as novidades?

—Luke está indo embora. –Isa diz. Thomas arregala os olhos.

—Quando? –Nath pergunta.

—Daqui a dois dias. Querem fazer alguma despedida ou sei lá?

—Sim! –Nath exclama. –Ele já vai voltar?

—É, as aulas nos Estados Unidos estão para começar. Ele não pode mais ficar aqui. –Isa diz, chateada. Thomas, ao contrário, parece cada vez mais satisfeito.

—Foi bom enquanto durou. –Ele diz e Isa franze a testa para ele.

Não posso culpá-lo. Gosto de Luke, mas Thomas parece realmente empenhado em conquistá-la. Quer dizer, ele já o fez. Talvez ele esteja realmente empenhado em ganhar a aposta. Ou ele só esteja gostando dela. Da última vez que tocamos no assunto, ele me disse que estava confuso. E eu estou tanto quanto ele.

 

 


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Notas finais do capítulo

Luke está indo embora, e o próximo capítulo vai ser POV dele. Hehe. O que acharam do capítulo? Comentem!



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