I Can Feel escrita por Cihh


Capítulo 12
Capítulo 12 - O Cara Que a Dispensou


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal! Sei que eu fiquei um tempo sem postar, mas é que eu andei bem ocupada com essa semana de festas... Mas enfim, espero que o Natal de vocês tenha sido ótimo, assim como o Ano Novo. Um ótimo 2017 para todos, e espero que vocês aproveitem todas as coisas boas que estão por vir.
Queria agradecer à leitora Ju pelo comentário. Obrigada!
Bem, vamos ao capítulo. Boa leitura e beijinhos.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/715949/chapter/12

 

Eu não acredito que eu encontrei,

A garota que mudou minha vida.

Ela de repente veio até mim,

Me prendeu no chão

Mas eu estou feliz que eu não sou o cara que a dispensou

    (The Guy Who Turned Her Down)

 

POV Isadora

Olho para o teto iluminado pela luz do meio dia que entra pela janela do meu quarto. O meu quarto é o maior da casa onde eu moro, maior até que o quarto dos meus pais. Acho que fizeram isso em uma tentativa de me deixar um pouco feliz. Que idiotice. Jogo as pernas para fora da cama e me levanto lentamente. Encaro um mural de fotos preso na parede. Uma foto de Luke está colada no centro, com adesivos em volta. Luke é meu melhor amigo desde... Sempre, acho. Os pais dele são amigos próximos dos meus pais, e como ele é apenas dois anos mais velho que eu, sempre brincávamos juntos nos encontrinhos entre famílias. Tanto a minha família quanto a dele sonhava com nosso namoro e provável casamento, afinal, ambos pertencemos a famílias amigas ricas e influentes, logo, seria um casamento perfeito. Quando eu completei 14 anos nós decidimos namorar e o namoro durou cerca de três anos, quando ele se formou no ensino médio e foi fazer faculdade de medicina fora do país. Quando paro para pensar agora, é incrível que ele tenha me pedido em namoro quando eu tinha 14 e ele 16. É uma distância enorme nessa idade, mas eu sempre fui mais madura que ele.  Nós decidimos terminar quando ele viajou (não foi bem uma decisão bilateral, mas tudo bem), mas continuamos amigos desde então. Pelo que eu sei ninguém da minha escola sabia desse namoro, com exceção de Evey, já que Luke estudava em uma escola na cidade vizinha. Depois que ele terminou eu prometi para mim mesma que iria esperar por ele, mesmo que para completar a faculdade de medicina ele ainda fosse demorar uns sete anos. Mas... Meu celular toca com uma mensagem de texto em baixo do travesseiro.

'Estamos livres hoje? Quer ir na sorveteria?'

'Acho que estou precisando de um pouco de açúcar.’

'Te pego às duas'

 Jogo o celular de volta para a cama e vou me trocar. Meu quarto, apesar de ser muito grande, não possui tanta mobília. Minha cama de casal está no canto mais afastado da porta, e um grande tapete felpudo está embaixo dela. Há uma estante de livros encostada em uma das paredes e uma televisão (que quase nunca é ligada) grande está de frente para a cama. Um sofá azul claro está perto da televisão, junto com uma mesinha com algumas plantas e filmes jogados. Meu armário está perto da entrada para o banheiro, e ando até ele para pegar uma roupa nova. Entro no banheiro e quando saio, percebo que estou atrasada. Só percebo que recebi outra mensagem depois que volto da sorveteria com Thomas.

No fim, acabamos indo para o parque depois de tomarmos um sorvete. Thomas me trouxe para casa e parece realmente empenhado em me conquistar. É fofo, de certa forma.

'Dora, me liga quando receber essa mensagem'

 Mordo o lábio e disco o número de Luke.

—Hello?

—Hi, Darling.

—Caramba Isadora. Eu te mandei me ligar umas quatro horas atrás.

—Eu estava fora.  E você não manda em mim.

—Tá, foda-se. Tenho uma surpresa para você. Adivinha.

—Hum... Você descobriu que é gay e está me convidando para o seu casamento com John.

—Nãaaao. Quem diabos é John?

—Seu noivo?

—Pare com isso. Na verdade, eu estou indo para o Brasil.

—Sério? Quando?

—Semana que vem. Ainda não sei o dia direito. Vou ficar até o fim de Agosto.

—Nossa. A gente precisa se ver.

—É. Mas então... Tem mais uma coisa.

—O que?

—Meus pais foram para a Europa. E eles não me deixaram ficar sozinho por três semanas.

—Ah, qual é? Você tem 19 anos.

—Eu sei! Mas tem outra coisa... Eu te conto depois. Pode falar com seus pais se eu posso ficar aí?

—Você sabe que sim. Eles te adoram. E Léo vai para Campinas amanhã. Acho que você pode ficar no quarto dele. Vou ver com eles, ok?

—Beleza. Vou arrumar as últimas coisas para a viagem aqui. Avise Evey também. Beijo, bobona.

Ele desliga o celular e eu respiro fundo. Luke vai voltar? Isso significa alguma coisa? Eu disse que ficaria aqui esperando por ele, não é? Estava até fazendo planos de entrar em uma faculdade na mesma cidade que ele, talvez, se desse sorte, até na mesma faculdade que ele estuda. Mas... Eu não estou gostando de Thomas agora? Ou não? Eu poderia gostar dele. Só saímos duas vezes, mas ele se mostrou diferente do que eu pensava. Ele é divertido e gentil, me trata bem e tenta me impressionar. Ele gosta de mim, certo? Hesitante, abro a conversa com Thomas no celular.

'O que está fazendo?'

'To deitado na minha cama tentando lembrar se tem lição para amanhã haha'

'Tem de literatura. Quer ajuda? '

'Ah cara, aquele maldito trabalho né? Eu até li o livro, mas não me dou bem escrevendo. Só fazendo conta kkkk'

 Quando termino de ajudar Thomas com o trabalho, já são quase dez horas. A pergunta aqui é: eu devia dar uma chance para Thomas? Quer dizer, eu deixei de sair com Matt várias vezes por causa de Luke. Não seria injusto dar uma chance só para Thomas? Eu ainda tenho esperança de ter algo com Luke? Não devia, sei que ele já ficou com várias garotas desde que foi para os Estados Unidos. E eu não fiquei com ninguém. Não seria bom pelo menos tentar? O que pode dar errado? Sei da reputação de Thomas, mas ele é atencioso e até agora não demonstrou que faria algo para me machucar. Depois de tomar um banho quentinho, pego no celular de novo.

'Seu hobby por acaso é iludir pobres garotinhas?’

'Ah... Acho que eu já parei com isso. Meio que perdeu a graça de uns tempos para cá.’

'E qual é o seu hobby agora?’

'Tentar conquistar uma garota bonita que estou a fim’

'Você não planeja iludi-la também?’

'Não, ela é boa demais para isso. Com certeza não é de se jogar fora’

'E você já fez algum progresso tentando conquistá-la?'

'Acho que sim. Estamos até conversando agora'

***
Quando chego a escola na segunda, decido falar com Thomas. Passei a noite toda pensando e preciso conversar com ele. Vejo Evey falando com Nath no portão.

—Oi gente. –Falo quando chego perto. Logo que me veem começam a falar alto e dar gritinhos.

—Como foi o encontro com Thomas? –Evey pergunta, animada.

—Ontem?

—Vocês saíram ontem também? Puxa, que demais! –Nathália também parece muito animada. Ultimamente ela tem andado com a gente. Ela é bem legal, mas eu já tinha ouvido muitas coisas horríveis sobre ela. Acho que porque ela anda com os garotos mais bonitos da escola, ela meio que ficou com uma péssima reputação entre as garotas.

—A gente foi na sorveteria só. Mas não sei... Acho que ele não gosta de mim de verdade.

—Acho que você não sabe de nada. –Evey revira os olhos. –Qual é, faz muito tempo que você não sai com ninguém além de Luke. Você vai esperar ele pra sempre? Você tem que se divertir.

—Concordo. Apesar de não saber quem é esse. –Nathália ri.

—A gente explica depois. –Eu falo, mudando de assunto.

—Você vai dar uma chance para ele né? Eu sei que ele não tem a melhor imagem do mundo, mas eu acho que ele gosta de você sim. Pelo menos ele fala bastante de você e do progresso dele com relação a você para Alex. Isso provavelmente é bom. –Nath diz, e Evey concorda com a cabeça.

—Não sei gente. Será?

—Sim, sim, sim. –Evey dá pulinhos. –Imagina que legal que seria se nós formássemos três casais. Demais, né?

—Com certeza. Eu me sinto tão sozinha com os meninos. Não me levem a mal, eu adoro eles, mas parece que nenhuma garota se sente confortável comigo.

Eu e Evey nos entreolhamos. Ela provavelmente não sabe dos boatos que circulam sobre ela, mas não vai ser nós que vamos contar isso para ela. Não agora, pelo menos.

—Quem precisa delas? Nós duas estamos aqui para isso. –Evey pisca para Nath e eu sorrio.

—Mas quem se importa? Você precisa ir falar com Thomas. –Nath volta a ficar animada com Evey e eu suspiro.

—Certo. Eu vou falar com ele.

Me despeço das garotas e começo a procurar por Thomas pelos corredores da escola. Acabo encontrando ele conversado com outra garota perto da escada. Observo de relance e acabo ouvindo uma parte da conversa. Não era a intenção, mas né, eu tenho ouvidos.

—Eu tenho esses dois ingressos para a estreia daquele filme de naves espaciais. Eu ouvi que você gosta deles. Quer ir comigo? –É uma garota do segundo ano, que eu não sei o nome. Os cabelos castanhos batem nos ombros e ela parece que passou muita maquiagem para ir para a escola.

—Não vai dar. Eu to saindo com uma garota agora. –Thomas mexe no cabelo, desarrumando os cachos suaves.

—Ah. Eu achei que você tivesse terminado com Vanessa.

—Eu terminei. Estou saindo com Isadora, do segundo A.

Fico surpresa por ele ter falado assim, na lata. Mas ele parece orgulhoso ao falar meu nome, e eu também.

—Isadora? Nossa. –A garota começa a rir (uma risada bem feia, por sinal).

—O que foi? –Thomas pergunta, mudando um pouco o tom de voz.

—Nada. É que meu irmão já tentou chamar ela para sair, mas ele foi dispensado e ficou até traumatizado. Bem, boa sorte com ela. Mas o convite fica de pé. –Ela pisca para ele antes de continuar andando pelo corredor.

—Se eu soubesse que você era tão concorrido não teria saído com você. –Falo, assim que ele se vira e dá de cara comigo.

—Ah tá. Como se você não soubesse. –Ele dá um sorriso, mas depois parece nervoso. –Você ouviu a conversa com ela?

—Uma parte. Por quê? Tava falando mal de mim?

—Claro que não. É só que... Eu falei que a gente tá saindo. Tudo bem?

—Tudo. A gente tá mesmo. –Dou de ombros e vejo que ele fica surpreso.

—Legal. –É o que ele diz, além de exibir aquele sorriso típico de Thomas.

—Aliás, quer ir no cinema comigo no sábado? Ouvi dizer que gosta de ‘filmes de naves espaciais’.

—Ah não, você descobriu meu lado nerd. –Ele brinca.

—Nunca pensei que o famoso Thomas pudesse se assim. –Balanço a cabeça como se estivesse decepcionada, mas sorrio para ele.

Nunca pensei que Thomas pudesse ser assim... E não estou falando apenas sobre o gosto por filmes de naves espaciais.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "I Can Feel" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.