Heart of Ocean escrita por Cristabel Fraser


Capítulo 3
Salvador


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde queridos leitores minha primeira atualização de 2017, gente como o relógio temporal está correndo, daqui a três meses ficarei mais velha e isso me assusta de uma forma louca. Bem, vamos ao que interessa, estou aqui com mais um capítulo fresquinho e espero de coração que gostem, acalmem-se que ainda tem muita coisa pra acontecer. Por favor, leiam as notas finais. Boa leitura...



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Nunca um momento fora tão difícil para ela, como naquele instante em que a Sra. Everdeen discutia uma possível data para o casamento juntamente com o duque Snow e seu neto, na sala de estar da mansão.

— O que a Sra. Everdeen acharia de marcarmos para antes do outono? – Katniss que tinha a mente longe enquanto olhava compenetrada para um pequeno arranjo de flores, na mesinha de centro da sala o encarou perplexa pela sugestão.

— Perfeito, assim não precisariam viajar em meio as ventanias ou o frio desta época. – a mãe queria que aquilo fosse realizado o quanto antes.

— Eu gostaria de passar um tempo com ela na mansão Hawthorne, vovô. – Katniss arregalou os olhos no mesmo instante para o noivo que se encontrava sentado em um sofá à sua frente – Isso, obviamente após o casamento.

— Como quiser. Você tem a liberdade de escolher onde quer residir com a Srta. Everdeen. – o duque não se importou em acrescentar “isso se ela quiser”. Afinal, que jovem não gostaria de se casar com um herdeiro com dois títulos?

Ela permaneceu em silêncio o tempo todo. Aquilo era demais para sua mente raciocinar. De repente a imagem do jovem artista lhe ocupou os pensamentos. Será que estaria ele no Cassiobury Park pintando alguma tela?

— Katniss pode me acompanhar por um instante? – ela sacudiu levemente a cabeça concordando, mesmo que seu raciocínio não estivesse presente ali. Gale a segurou pela mão, e fez uma leve reverência pedindo licença ao duque e a futura sogra. Ele subiu as enormes escadarias em direção a área leste, onde ficava situado seus aposentos - Entre. – pediu ele sem delicadeza alguma na voz. Vendo que ela hesitara, Gale sem gentileza segurou em seu braço e a levou para dentro do quarto fechando a porta atrás de si.

— O que quer comigo? – seus olhos aparentavam pânico, no primeiro instante.

— Não vou te machucar, se é isso que está pensando. Estou aqui para lhe entregar algo. – disse se afastando dela e dirigindo-se até seu cofre – Tenho algo para você usar no baile. – o último baile da estação estava às portas e claro que, ele a acompanharia. – Aqui... – finalmente encontrara o que procurava - uma caixa negra com formato quadrado, como aquelas de guardar cartas – Gale se aproximou dela pegando e guiando-a pela mão até ficar em frente ao enorme espelho. Ao abrir a caixa, tirou de lá a joia mais importante que pertencera a linhagem da família Snow. Ele desencaixou a peça e se pôs atrás de sua noiva para em seguida afastar as mechas de seus cabelos castanhos e colocar a relíquia no fino pescoço – O que achou?

A garota vislumbrou o belíssimo colar cujo a corrente era adornada por pequenas pedras de brilhantes e ao centro um enorme pingente em forma de coração. A tonalidade do azul que pertencia a principal peça era impressionante, lembrava o fundo do oceano.

— É, lindo... – disse ela ao passar os finos dedos na superfície e depois na borda do coração cujo o contorno tinha as mesmas pedras de brilhante que fazia parte da corrente do colar – Mas... o que isso significa? – mesmo apreensiva com a resposta não deixou de perguntar.

— Significa, toda minha devoção a você. – ele a girou pelos ombros e no mesmo instante tocou com seus dedos comprido o centro do coração – Coração do Oceano, é o nome que deram. O diamante é extremamente raro de se encontrar. Pertenceu as damas desta família. Era da minha mãe, mas agora é seu por direito. – seus dedos deslizaram-se mais para baixo, alcançando assim o vale entre os seios de sua noiva – Ah, querida não pensei que seria tão excitante ver o Coração do Oceano ao redor de seu pescoço.

Katniss ia se afastando aos poucos quando, Gale agarrou sua cintura com a mão livre e a aproximou mais de seu corpo. Ela era inocente apesar de entender um pouco sobre homens que levavam uma vida de libertinagem. Gale viajara muito sozinho e houve um tempo que passara estudando em Oxford. Com toda certeza ele tinha ciência do corpo de uma mulher e as sensações que ambos sentiam quando unidos intimamente.

— Pare, por favor, pare... – ela tentou a todo custo se afastar, mas ele levou a mão que lhe segurava a fina cintura para a nuca e num rompante atacou os lábios avermelhados e carnudos de sua noiva.

— Eu te amo tanto... te desejo tanto, Katniss. – sussurrou em seu ouvido e sem compreender como havia conseguido se desvencilhar de seus baços, a jovem tirou rapidamente o colar de seu pescoço, atirando-o em seu noivo e logo saiu correndo dali o mais rápido que pôde. Essa era a forma com que fazia sentir-se um tiquinho liberta.

Seus pés corriam cada vez mais rápidos de modo que quando percebeu já estava nos portões que levavam a saída. Ela agarrou as barras e encostou testa sentindo seu coração bater aceleradamente em seu peito. O que faria a partir dali? Não queria se entregar ao jovem conde nem antes e nem depois ao casamento. Ao girar o pescoço para o lado avistou a entrada da floresta. Não tinha ideia onde chegaria se seguisse por ali, mas qualquer lugar seria melhor do que aquela mansão estúpida.

(...)

Cato e Peeta estavam ajudando o pai na floresta. Eles cortavam madeiras para a fabricação dos móveis. A floresta era cercada por pinheiros, dentre outras madeiras excelentes para o uso na marcenaria.

— Madeira!— um dos ajudantes do Sr. Abernathy gritou e logo o enorme estrondo se fez.

— Irmão, se ajudarmos ao papai rapidamente, acho que restará um tempinho para pintar suas telas. – Cato brincou já levantando seu machado e batendo em determinado ponto da árvore que acabara de ir ao chão.

— Hoje tirei o dia somente para ajuda-lo, deixarei para pintar amanhã.

— Ei, garoto me faça um favor. – o pai gritou ao filho mais jovem que prontamente se aproximou dele que ofegava pelo esforço realizado há pouco.

— O que quiser, pai.

— Sua mãe pediu que buscasse nosso lanche da tarde então, por favor busque para nós pois, estou faminto. – ele segurava firme o ombro de Peeta que acenou com a cabeça e se afastou dali indo em direção a sua casa.

No meio do caminho começou a escutar um lamento e em seguida um grito seguido de um gemido de dor.

— Socorro!

Alguém estava em perigo e ele precisava ajudar. No caminho em que estava se desviou para sua esquerda e cada vez a voz se tornava mais alta até que, seus olhos se depararam com a mesma jovem daquela tarde no Cassiobury Park. Ela tinha um semblante desesperado.

— A senhorita, está bem? – a jovem levantou os olhos sentindo um certo desconforto.

— Meu pé... não consigo me mexer. – ele se abaixou e averiguou.

— Seu pé está preso...

— Terei que amputar meu pé? – logo começou a chorar e no mesmo instante Peeta levantou o tronco e desprendeu o pé da moça.

— Pronto, mas deixe-me ver se não fraturou. – ao ajoelhar-se apalpou o delicado ponto onde ficara preso – Tente andar. – a jovem tentou, mas logo esboçou uma careta de dor – Vou ter que carrega-la até minha casa e lá minha mãe pode preparar algum tipo de medicamento, pois isso inchará em breve.

— E, você mora muito longe?

— Não, é bem próximo daqui. Fica depois do túnel de Ypê. – explicou apontando em um determinado ponto. 

— Lembra-se de mim? – perguntou ela com receio dele dizer não.

— Claro, que me lembro Srta. Everdeen.

— Katniss... na verdade, pode me chamar apenas de Katniss.

Eles trocaram um sorriso singelo antes dele pedir permissão para ergue-la. Peeta não foi nada audacioso ou imoral ao toma-la em seus braços - sempre respeitara uma dama em primeiro lugar-, mas o adocicado perfume de rosas que exalavam de sua pele não era algo fácil de ser ignorado. Vez em quando ele parava e a descia de seus braços para descansarem um pouco.  Mesmo o caminho não sendo longo a jovem pesava mais de 50kg. Por fim chegaram próximos ao tal túnel de Ypê. A natureza criara um lindo túnel e as copas dos Ypês estavam repletas de flores cor-de-rosa, deixando um cenário extremamente romântico. 

— Minha casa fica a um quilômetro depois do riacho. – meio ofegante explicou.

— Espere! – exclamou ela no meio da passagem pelo túnel – Me deixe contemplar aqui somente por alguns segundos? – Katniss com os braços ao redor dos largos ombros do rapaz olhou para cima com admiração, nunca tinha visto algo tão lindo em toda sua vida. Aquele cenário parecia mágico. Lembrava as florestas encantadas ao qual ela lia nos livros – Não sabia que existia um lugar como este.

— Pois é, este lugar existe muito antes do meu nascimento. – ele também olhou para cima e como se combinassem se entreolharam ao mesmo tempo.

Katniss estava mergulhada no azul dos olhos de Peeta. E, para ele não era diferente ao encarar aqueles olhos que pareciam um céu em um dia chuvoso.

— Obrigada por me ajudar. – a suave voz de Katniss, fez Peeta despertar.

— Foi um prazer senh... Katniss. – ele ia usar a formalidade, mas a jovem já tinha dito que não era necessário.

Continuaram o caminho, atravessando pequeno riacho e logo podia-se ver a casa, onde ele morava. Sua mãe espantou quando o viu carregando a jovem, mas assim que explicou a situação a Sra. Abernathy se dispôs.

— Coloque-a aqui filho. – Peeta depositou a jovem no sofá da sala – Vou preparar algo para colocar em seu tornozelo, só um minuto... ah, e a propósito me chamo Effie. – disse a mulher com um sorriso tímido no rosto enquanto esfregava as mãos no avental.

— Muito prazer, Sra. Abernathy. Me chamo, Katniss Everdeen. – Effie apenas deu mais um de seus sorrisos e foi preparar o medicamento.

Peeta estava sem saber o que dizer. Geralmente era muito bom com as palavras, mas naquele instante tudo havia desaparecido até que sua irmã caçula surgiu cantarolando alguma canção e parou no mesmo instante que fitou a jovem sentada com os pés em cima do assento do sofá.

— Quem é ela, Peeta?

— Ela? – ele pareceu não saber o que dizer – Ela é...

— Sou uma amiga, me chamo Katniss e você? – Katniss não esperou que ele fizesse as honras de apresenta-la, pois em um curto período em que se conheceram, talvez a palavra “amizade” ainda não pudesse ser encaixada entre os dois.

— Oh, me chamo Primrose, mas pode me chamar de Prim. Tenho dezesseis anos e sou a irmã caçula de Peeta. – ela piscou várias vezes seus olhos azuis brilhantes e Katniss apenas riu de sua inocência e espontaneidade.

Effie fez uma compressa no tornozelo de Katniss e depois enfaixou. Nesse meio tempo Peeta tinha levado o lanche da tarde para seu pai, irmão e os demais companheiros que lenhavam. Ele também tinha contado toda a história de como encontrou a moça na floresta e depois retornou para casa novamente.

— Onde essa jovem mora? Precisamos avisar a família e leva-la para casa. – Effie comentava com seu filho quando Delly entra na sala avisando que tinha chego do trabalho.

— Srta. Everdeen? – ela estranhou que a sofisticada jovem estava ali em sua humilde casa.

— Ah, olá. Você mora aqui? – poderia ser apenas uma coincidência.

— Sim, moro. Eles são a minha família. – Delly apontou para o outro sofá onde Effie e Prim se encontravam sentadas, enquanto Peeta se estava em pé ao lado delas.

— Que linda família você tem. Quer dizer que, o talento de família vem daqui? – comenta se recordando do dia em que fora provar seu vestido no Ateliê de madame Tigriss.

Delly sorriu timidamente, não imaginaria que encontraria em sua casa uma dama como aquela.

Assim que o Sr. Abernathy chegou do trabalho pediu para que Peeta preparasse a carruagem – que apesar de ser simples, antiga e sem cobertura – levaria a visita em segurança até seu destino.

— A carruagem está pronta, Srta. Everdeen. – Peeta avisou e quando ela tentou se levantar quase se desequilibrou e o rapaz prontamente a apoiou em seu ombro.

— Obrigada. – ela o agradeceu e depois olhou em direção a família do rapaz. Todos estavam ali admirando-a – Sr. e Sra. Abernathy estou muito agradecida por terem me acolhido e cuidado de mim. Pensarei em uma maneira de lhes agradecer.

— Não precisa, Srta. Everdeen. Saiba que apesar de nossa residência ser humilde, sempre será bem-vinda. – a gentil matriarca era muito condescendente com todos que ali entrava.

— Grata por isso. Foi um prazer conhecê-los também. – disse atenciosamente para os irmãos de Peeta.

(...)

O caminho até a residência Everdeen ocorrera tranquilamente, as ruas já não se encontravam movimentadas. A maioria das pessoas estavam em seus lares sentando-se à mesa para o jantar. Peeta ajudou a jovem a descer da carruagem e quando ela mesma abriu a porta foi recebida pelos lamentos de sua mãe.

— Onde você estava? Quase morri do coração de preocupação, já ia colocar alguém para ir atrás...

— Que exagero, mamãe. Fui apenas caminhar. – explicou ela sem dar importância para sua “afetuosa” mãe.

— Quem é ele? – com escárnio apontou para Peeta que ajudou Katniss a sentar-se em uma cadeira que se encontrava disposta no corredor.

— Este cavalheiro me salvou, mamãe. – Peeta arregalou os olhos que se revelavam mais azuis do que nunca.

— Salvou de que?— a potente voz fez Katniss se sobressaltar.

— O que faz aqui? – perguntou, já que ele era o culpado por sua repentina fuga.

— Não seja mal-educada, ele é seu noivo e tem o direito de vir aqui a hora que quiser. – rispidamente a mãe advertiu-a.

— Permita-me, madame me apresentar. Sou, Peeta Abernathy. – educadamente se curvou diante da Sra. Alma Everdeen que com certo nojo no olhar o encarou dos pés à cabeça.

— Então, Katniss diga-nos do que este cavalheiro te salvou? – Gale sem muita paciência inqueriu.

— Eu estava caminhando e acabei me perdendo na entrada da floresta, perto da mansão Snow. E, quanto mais adentrava, mais perdida ficava. Depois de escutar alguns barulhos vindo das árvores, acabei me assustando e pisei em falso. Meu pé ficou preso em um tronco caído, comecei a chorar de dor e pedi por ajuda, pois fiquei com medo de algum animal selvagem aparecer e com o pé preso não conseguiria escapar. Por sorte, o Sr. Abernathy estava trabalhando com o pai e o irmão próximos e acabou me ajudando. – Katniss relatou detalhadamente o que a mãe de Peeta fizera por ela.

— Bem, então só posso agradecer-lhe, Sr. Abernathy por ajudar minha noiva. – Gale tirou do bolso algumas moedas e entregou-lhe.

— A minha vida vale isso? – desdenhou ela e o noivo lhe lançou um olhar de frieza.

— Como acha que ele deve ser recompensado então, querida?

— Convidando-o para nos acompanhar ao baile em Hertfordshire. – Gale quis soltar uma gargalhada naquele momento, mas preferiu outra façanha.

— Não sei se, o jovem cavalheiro ficaria à vontade na frente de homens de negócio como nós, querida Katniss.

— Na verdade acho que seria ótimo, Gale. Lá estarão artistas famosos e de repente poderiam dar algumas dicas ao Sr. Abernathy que tem como talento a pintura. – Peeta apenas observava a situação.

— Se é assim, vai ser interessante. – ele estende a mão em direção ao rapaz ao se despedir – Nos vemos em Hertfordshire, Sr. Abernathy.

— Ele poderia nos acompanhar, Gale. – a vontade que Gale teve de segurar sua noiva pelos ombros e sacudi-la até tirar de si o porquê daquela cena era grande, mas ele tinha que se segurar, afinal sua futura sogra estava parada assistindo a tudo.

— Claro, por que não? Sabe o caminho até a mansão Snow? – Gale encarava Peeta com seriedade.

— Sim, sei onde fica.

— Então esteja lá, às 18hrs em ponto.

Peeta trocou um último olhar com a jovem, depois acenou cordialmente para a Sra. Everdeen e o jovem conde antes de partir. Enquanto retornava para casa sua cabeça era invadida pelas revelações que obtivera naquela tarde. Katniss estava noiva. Ele sentia que algo lhe atormentava a mente desde o primeiro encontro naquela tarde no Cassiobury Park, mas não entendia direito o que realmente significava aquele frio na boca do estômago só em estar próximo a ela. Com um sorriso estampado no rosto tentava compreender essas novas sensações, até que seu cavalo - que puxava a carruagem - se espantou com uma mulher que atravessava a rua.

— Opa, Tornado... acalme-se rapaz. – falou puxando o cabresto sem brutalidade – Perdoe-me, a senhora está bem? - a mulher segurava uma mala que parecia estar pesada e ajeitando seu chapéu de aba grande respondeu:

— Estou bem meu rapaz, continue seu caminho em paz. Eu é que não estava prestando a atenção. – a mulher ergueu a cabeça para encarar Peeta e ao ver a expressão que ele fazia seu coração disparou na mesma hora. Não pode ser... Edward.


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Notas finais do capítulo

Hum... quem será essa mulher misteriosa, algum palpite? Bem quero agradecer as minhas lindas meninas que estão sempre comentando aqui as lindas Paty, Rafa, Sany, Love, Debora, Moon, DM, meninas vocês todas são especiais e gostaria de convidá-las a passar pela nova fanfic que a Yasmin Araújo me convidou para fazer parte a fic tem um enredo bem envolvente e seria perfeito se vocês nos honrasse com a presença lá tbm... deixarei o link aqui embaixo... Um feliz 2017 a todos e nos vemos daqui a duas semaninhas.

https://fanfiction.com.br/historia/720538/Os_Voos_de_Madison/