Heart of Ocean escrita por Cristabel Fraser


Capítulo 2
Devaneios


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, voltamos. Eu disse que postaria essa short de duas em duas semanas, mas nos últimos dias minha irmã estava fechando o bimestre e tal, então não tivemos tempo para sentar e escreve-la, mas agora com as férias faremos o possível para manter o cronograma. Muito obrigada as lindas leitoras que comentaram no cap passado: Paty Everllark, love thg, Sany, Raafa Santos, MoonGobletOUAT e DM, continuem conosco e boa leitura...



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20 anos depois...

— Peetaaaaaa... – gritou a Sra. Abernathy ao tirar a torta de maçã do forno – Onde será que se meteu aquele menino?

Ela insistia em dizer que o filho era um menino, afinal ele nunca deixou de ser aquele doce menininho que foi trazido a ela e a seu marido numa noite turbulenta.

— Conhece o Peeta, mamãe ele deve estar em Cassiobury Park. – respondeu Primrose enquanto bordava alguma toalha.

— Pedi para que ele esperasse até a torta terminar de assar, pois precisava entrega-la para a Sra. Gertrudes. – explicou ela avidamente.

— Quer que eu leve? – perguntou sua caçula.

— Sabe o que seu pai pensa em você sair por aí sozinha, é melhor esperar Cato terminar o serviço e depois ele te acompanha. – sua garota de dezesseis anos voltou a atenção para o que fazia.

Naquela casa jamais faltava amor. O casal Abernathy tiveram duas lindas filhas após o episódio do bebê ter sido deixado com eles. Delly nascera quando Peeta estava prestes a completar dois anos e o engraçado era que ele parecia irmão de sangue dos demais, pois tinha os mesmos olhos azuis e a pele branca. A única pequena diferença era na tonalidade de seu cabelo – um loiro mais escuro -, mas ainda assim ninguém desconfiava de onde tinha vindo.

— Cato, pode lixar essa mesa antes de hidrata-la? – Haymitch tinha uma carpintaria bem próximo da casa onde moravam e seu filho mais velho o ajudava com a mão de obra.

— Claro, pai. – Cato era um filho obediente e muito observador aos detalhes, sempre admirava o pai quando ainda pequeno, mas sempre quis ir para Londres e se formar Advocacia.

— Hay, não acredito que deixou o Peeta sair antes que eu tivesse terminado a torta de Gertrudes. – como sempre ela tinha as mãos apoiadas uma de cada lado de sua cintura.

— Ah, querida conhece o garoto. Ele disse alguma coisa sobre ter alguns artistas famosos na cidade e quis levar as telas para ver se consegue vender alguma. – o homem voltou sua atenção para a reforma de uma mesinha.

— Peeta anda mais no mundo da lua do que esse daí. – disse a matriarca apontando para o filho mais velho.

(...)

O chá da tarde acabara de ser servido na casa da viúva Everdeen. A mulher com os cabelos parcialmente acinzentados combinando com a tonalidade de seus olhos recebia a Sra. Nixon em sua residência.

— Então o casamento já está marcado? – perguntou a mulher.

— Oh, ainda não tem uma data especifica, mas creio que será um casamento mais que vantajoso. Minha Katniss é jovem e bela. O futuro duque está completamente apaixonado por ela. – com toda proeza a Sra. Everdeen segurou a alça da xícara e a levou até os lábios para logo fazer uma careta – Por Deus, Amélia este chá está horrível. Faça outro imediatamente, não vê que estou com visita? – ela até esbravejaria mais se não tivesse alguém diferente no ambiente.

— Mamãe, não fale assim com ela, tenho certeza que não foi proposital. – Katniss que se encontrava eretamente sentada no outro sofá falou de uma maneira tranquila.

— Ora, como tem coragem de falar assim comigo, mocinha? – Alma havia contratado a melhor professora de etiquetas para sua filha quando a menina era pequena e não importasse a maneira que Katniss falava ou defendia alguém contradizendo as palavras da mãe aquilo já era um insulto.

— Mil desculpas, mamãe. Se me der licença, irei caminhar um pouco. – a mãe mal teve tempo de olhar torto para Katniss, pois a mesma já se despedia da Sra. Nixon.

A bela garota buscou pelo seu chapéu e assim que o ajeitou em sua cabeça, pegou sua bolsinha de mão e saiu porta fora. Caminhar no Cassiobury Park lhe faria bem.

Katniss não tinha vida própria, ou se casara com quem sua mãe mandará ou nunca se casaria. Ela deseja algo diferente em sua vida além de ter que se juntar com um mimado de primeira classe. Gale era um jovem bonito e arrancava suspiros de todas as moças seja por onde passasse, mas ela não estava interessada nele. Katniss não queria fazer algo somente para agradar uma nobre linhagem, ela nem estava interessada, mas sua mãe era tão persuasiva que não tinha outra escolha a não ser esta.

Ela e sua mãe viviam em Londres, mas depois que seu pai faleceu por conta de uma forte pneumonia não tiveram outra alternativa senão venderem a boa casa que tinha e comprar uma menor naquele condado só para fugirem dos homens que seu pai deixara dívidas e mais dividas de jogos. O sobrenome Coin fora abandonado e o Everdeen prevaleceu pelo menos para ninguém as procurar.

Antes de continuar sua caminhada ela resolveu parar no Ateliê de Madame Tigriss e ver se seu vestido de gala do próximo baile estava pronto.

— Boa tarde, Srta. Everdeen a que devo a honra de sua visita? – Octavia como sempre foi muito simpática ao recebe-la ali.

— Boa tarde Octavia, só vim ver se meu vestido e o de mamãe estão prontos.

— Só um minuto que já vejo. – a mulher caminhou até os fundos do Ateliê afim de saber sobre as encomendas – Madame Tigriss pediu para você entrar. – informou Octavia levantando a bancada para abrir espaço para a jovem passar.

— Aí está ela a futura duquesa Snow. – disse a mulher toda animada para a jovem que sorriu timidamente – Só preciso ver se o bordado ficou do jeito que queria. Delly, pode por favor trazer o vestido da Srta. Everdeen.

A jovem trouxe o vestido azul turquesa e ao vesti-lo no manequim Katniss perdera as palavras.

— Se não gostou eu posso desmanchar e fazer novamente. – Delly disse delicadamente.

— Oh, não precisa, pois ficou maravilhoso. – disse Katniss contornando os detalhes do bordado – Foi você que bordou?

— Sim. – a loira riu sem graça e baixou a cabeça envergonhada.

— Delly, já te disse para aceitar um elogio, você vem de uma família talentosa.

— Ter talento é algo raro. – comentou a jovem Everdeen – E, quando posso busca-lo?

— Amanhã estará tudo pronto querida. – respondeu Madame Tigriss.

Katniss se despediu e continuou seu caminho até o parque. Ao chegar lá notou uma quantidade de pessoas observando algo. Quando se aproximou um pouco mais viu que se tratava de um artista pintando algumas telas, mas não era um artista que ela tinha ouvido falar, ainda assim ele tinha a atenção de todos.

— Rapaz por quanto está vendendo, este aqui. – um senhor apontou para uma paisagem repleta de árvores, montanhas e riachos. Era uma mistura de tons de verde, sua cor favorita e logo atentou seus ouvidos para escutar o preço.

— Duas libras, senhor. – assim que o rapaz se virou Katniss pôde ver o semblante do mesmo, tão angelical como nunca tinha visto na vida.

— Vou levar. – logo o homem entregou as libras ao rapaz e pegou o pintura indo embora.

Seus olhos percorriam admirados a tantas paisagens pintadas, todas eram magnificas.

— Foi você que pintou todos esses quadros? – perguntou a moça.

— Sim, fui eu. – ele esboçou um fraco sorriso.

— E, já viajou para todos esses lugares? – ela estava bem curiosa.

— Infelizmente não senhorita, essas paisagens as vejo quando estou dormindo.

— Ora, interessante. Eu não conseguiria pintar algo tão magnifico assim, já que em meus sonhos só vejo coisas sem nexo algum... sou Katniss Everdeen. – se apresentou para o rapaz que olhou em volta vendo as pessoas se afastarem aos poucos.

— Muito prazer Srta. Everdeen, sou Peeta Abernathy. – ele fez uma pequena reverência de cavalheiro, sua mãe havia lhe dado muita educação.

— Parabéns, você é muito talentoso, sei que não é da minha conta, mas ajuda a sustentar a família? – ela era curiosa e ele parecia não se importar com aquilo.

— Na verdade, meu pai e meu irmão mais velho que sustentam nossa família, eu por outro lado quero juntar uma boa quantia para que meu irmão possa ir para Londres e se formar em Advocacia. – disse ele com orgulho.

— É uma atitude muito boa. Espero que consiga Sr. Abernathy.

— Obrigado. – os dois se entreolharam por um bom tempo cada um captando os detalhes do rosto um do outro até que as gotas frias de chuva os interromperam – Com licença preciso recolher isso.

— Eu posso ajudar. – ela se preocupou em ver as pinturas escoradas nos canteiros e quis fazer algo para ajudá-lo.

— Não se preocupe em me ajudar senhorita, pode se abrigar ou ficará doente.

— Eu não me importo, qualquer coisa que me acontecesse nesse momento seria bem-vindo. – ela soltou aquelas palavras de repente e ele estranhou.

Por que uma jovem tão bela quanto aquela desejaria algo ruim para si? Pensou ele recolhendo as telas agilmente e indo se abrigar debaixo de uma árvore frondosa.

— Mesmo assim não seria apropriado estar ajudando um simples artista. – ele viu as boas roupas que a jovem vestia, sabia que ela deveria ser rica.

— Não me importo. – ela insistiu.

— Mas eu sim, me importo. – ele continuou dizendo firme – Eu preciso ir, foi um prazer conhece-la Srta. Everdeen.

Ela não teve outra alternativa senão sair correndo e abrigar-se em uma lojinha onde vendia fitas de todos os tipos. Assim que a chuva diminuiu ela voltou a caminhar indo em direção a sua casa, mas não sem antes olhar para trás e ver se via o rapaz que, por azar não estava mais em seu campo de visão.

— Ora, ora, o que minha noiva faz caminhando neste temporal? – uma voz soou de dentro de uma carruagem que parou bem ao seu lado. Seu noivo logo desceu envolveu os ombros da jovem em seu casaco.

— Não é um temporal, foi apenas uma chuva passageira.

— Seu senso está pior que da última vez que nos vimos. Ah, como senti saudades de você minha doce Kate. – ele ia beijar-lhe os lábios carnudos da moça, mas ela virou o rosto e o mesmo teve que contentar-se com a bochecha.

— Não gosto que me chame assim, sabe muito bem que meu nome é Katniss.

— Eu sei querida, não fique chateada. Trouxe-lhe presentes, sabia? – Gale viajava pelo menos uma vez ao mês para tratar de assuntos das terras de seu falecido pai e sempre voltava com algum presente para a noiva.

— E, o que é desta vez uma nova estatua ou alguma tapeçaria? – em uma de suas viagens ele fora para o Peru e trouxera uma estatueta Inca para ela que na época não era sua noiva, mas já a cortejava.

— Na verdade, te trouxe um Atlas. Lembra que me sugeriu que lhe trouxesse isso ao invés dos habituais presentes? – a carruagem parou frente à casa Everdeen e Gale fez questão de descer primeiro e estender a mão a noiva.

— Obrigada. – agradeceu depois de descer.

— Não me agradeça ainda. – ele retirou um enorme embrulho de dentro da carruagem e assim que entraram na casa a Sra. Everdeen veio recebe-los, mas ao ver o estado da filha não poupou farpas.

— Onde estava minha filha, olhe para seu estado. Amélia, prepare um banho quente para Katniss! – gritou para a criada – Suba, e retire essa roupa molhada e vista um robe seco até seu banho estiver pronto.  Ditou e a jovem subiu os degraus da estreita escada sem trocar uma palavra.

— Eu disse a ela, Sra. Everdeen, mas sabe como é teimosa. – o cavalheiro segurou a mão de sua futura sogra e beijou-lhe o dorso das costa da mão – Encantado em revê-la.

— Pare com isso, já chegou de viagem, Sr. Hawthorne. Por que não nos avisou antes eu teria me aprontado melhor. – disse ela com ar superficial.

— Mas a senhora já está encantadora.

— Ah, bondade a sua, mas por favor fique à vontade e jante conosco!

— Não será possível eu ficar para o jantar, estou chegando de Londres agora.

— Que pena, fica para um outro dia então...

— Que tal jantarem na mansão amanhã?

— Adoraríamos, milorde.

— Então, esperarei por vocês agora preciso ir...

— Mas já? Não quer esperar Katniss se banhar?

— Bem, realmente eu preciso ir, mas deixarei esse presente, ela sabe do que se trata. Com licença e até amanhã. – mais uma vez o rapaz beijou a mão da Sra. Everdeen e se retirou.

Da janela de seu quarto Katniss observou seu noivo indo embora. Ela se lembrara muito bem como o conheceu e como ele foi tão persuasivo em faze-la dançar por uma noite inteira há quase um ano em um baile em Hertfordshire. Ah, como se lembrava de como sua mãe praticamente a empurrou para ele.

— Srta. Everdeen seu banho está pronto. – a criada avisou.

— Obrigada Amélia. – Katniss sempre fora gentil com os criados e jamais destratara algum, diferente de sua mãe que se sentia a rainha de Sabá.

(...)

Peeta chegou em casa todo molhado pela chuva e logo Effie o empurrou para um banho quente, já vira o filho resfriado muitas vezes e não queria que aquilo se repetisse.

— Que cara é essa, irmãozinho? – Cato deu uma cutucada em Peeta enquanto tomavam sopa.

— Não é nada. Consegui vender mais uma pintura hoje. – disse empolgado.

— Pare Peeta, já disse que esse meu sonho bobo de ir para Londres está fora de nosso alcance. – o irmão lamentou-se, pois bem sabia que precisaria de muito dinheiro para entrar em Oxford.

— Eu não vou deixar de vender minhas pinturas só porque você está me pedindo.

— Prim, ajude sua irmã a limpar a cozinha do jantar. – a loira que remexia em sua trança com os dedos prontamente começou a retirar a mesa do jantar e foi até onde Delly estava e começou a ajudá-la com a louça.

— Peeta, vou precisar que ajude seu irmão amanhã de manhã, porque estarei indo até a cidade resolver alguns assuntos.

— Tudo bem pai.

Quando Peeta se deitou apenas uma imagem vinha em sua mente. O sorriso encantador da jovem e aqueles olhos que pareciam um céu tempestuoso... ele divagava até que o sono lhe veio.


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Notas finais do capítulo

Bem, me perdoem a interação não foi lá aquelas coisas, mas vamos dizer que no próximo trabalharemos mais nisso, ok? Tenham todos um ótimo FDS e até breve O/



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