Herdeiros dos Black - Warlocks (INTERATIVA) escrita por Sirius Black


Capítulo 18
Tabuleiro


Notas iniciais do capítulo

Então meu povo voltei! Pensaram que ficariam sem capítulo essa semana? Pois não vão. Gostaria de dizer que espero que tenham tido boas festas de final e começo de ano e desejo tudo de bom para os leitores que comentam. Sei que demorei um pouco, mas aposto que iram gostar desse capítulo. Para esse capítulo trago alguns acontecimentos bem interessantes, mas não vou estragar a surpresa.



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Eu estava debruçado sobre uma mesa olhando para os pergaminhos que vinha trabalhando a um bom tempo. Eu e Raijuu estivemos mapeando o castelo escondidos. Ela mostrara para mim onde ficava varias passagens escondidas até mesmo algumas de difícil acesso e outras que tinham desmoronado. Antes das férias consegui restaura uma passagem atrás de um grande espelho e uma atrás da lareira da própria sonserina que dava na estação de Hogsmeade. O caso era que agora eu sabia que já existia um mapa magico com algumas passagens que o meu não tinha e que podia mostrar as pessoas nele. Eu precisava desse mapa para melhorar o meu.

Passei a praticar um feitiço de procura usando copias do meu mapa e mesmo tendo queimado duas copias na terceira eu consegui descobrir a localização do mapa original. Ou melhor com quem estava.

Alguns de meus amigos não achavam muito certo o que eu iria fazer, mas não era como se eu tivesse medo das consequências. Caminhei com meus amigos vendo algumas pessoas se afastarem quando passamos. Nós éramos o grupo mais temido e ao mesmo tempo mais inusitado de Hogwarts. Seis warlocks e quatro bruxas. Nosso grupo era composto por membros das quatro casas e por incrível que pareça nos dávamos muito bem. Já era algo um pouco incomum fazer amizades entre membros de diferentes casas principalmente ver um grupo que tivesse sonserinos, grifinórios, lufanos e corvinais. Era como uma mistura que poderia provocar uma poderosa reação química causando um desastre.

Vi as duas pessoas que estava procurando caminhando pelo corredor na nossa direção conversando. Ergui minha varinha em sua direção fazendo os dois pararem no mesmo lugar procurando suas varinhas. Sorri e disse “Accio” fazendo um pergaminho velho saltar das vezes do garoto de óculos o assustando.

   – Devolve isso, Black – dissera Potter com seriedade segurando sua varinha, mas o Ferrugem parecia mais esperto naquele momento tentando impedir que o Potter fizesse alguma besteira tendo varias varinhas apontadas para eles.

   – Relaxa não vou te roubar. Apesar que isso não é seu pra começo de conversa. Eu apenas quero uma copia... lietnodim (duplicar) – sussurrei apontando minha varinha para o pergaminho fazendo ele tremer e brilhar fazendo um segundo pergaminho brotar dele. Joguei o original pro Potter que olhava espantado pra magia que eu tinha feito – pode ficar com o original. Só preciso da copia para terminar o meu mapa.

   – Você poderia ter pedido – dissera o Potter depois de conferir que seu pergaminho funcionava.

   – Você emprestaria algo assim para um sonserino? – perguntei arqueando uma sobrancelha – Alias o mapa que venho fazendo tem passagens que não consta aqui. Bom era só isso. Até outra hora Potter, Ferrugem – disse passando por eles com meu grupo.

Fomos para a sala precisa onde usei magia para transferir as informações e magias da duplicada do mapa do Potter para o meu mapa. Meu mapa mostrava vários locais diferentes de Hogwarts que o outro não mostrava como a entrada para a câmara secreta que eu sabia onde ficava por causa das memorias do Potter e da Ferrugem de saias. Sabia também sobre as salas ocultas onde o Potter e seus amigos estiveram no primeiro ano em busca da pedra filosofal – se o Potter não tivesse aparecido ela nunca teria sido tirada do espelho diga-se de passagem. Eu tinha que mapear o interior da câmara secreta, mas isso não queria dizer que tinha que ser imediatamente. Eu tinha que melhorar meu mapa. Eu queria que esse mapa fosse superior ao mapa que aqueles quatro idiotas fizeram. Eu não disse nada pro Lupin, mas fiquei muito indignado com algumas memorias dele. Eu provavelmente guardaria uma magoa para com o senhor Sirius Black pra sempre, mas isso eu guardaria pra mim. O que eu vi nas memorias do Lupin... me mostraram que tipo de babaca meu progenitor era e o que eu evitaria ser. Agora sobre os idiotas que criaram o mapa original eu posso ter azarado algumas pessoas, mas era normalmente em legitima defesa ou pra proteger algum de meus amigos. Eu nunca fiz esse tipo de coisa por diversão. Era algo cruel e doentio mandar alguém para a ala hospitalar apenas pra rir um pouco.

Dentre as memorias que vi a que fizera eu sentir mais vergonha fora a daqueles quatro depois de formados. Se o Potter soubesse como o pai dele era um babaca filho da puta acho que ele iria sentir tanta vergonha quanto eu estava sentido. Eu até podia entender um amigo entrar em uma briga para defender ou ajudar outro, mas quatro contra um eu não aceitava. Era covardia demais até pra sonserina. A poucos momentos meus amigos apenas ameaçaram erguendo suas varinhas eles nunca atacariam estando em uma diferença tão grande. Os marotos podiam ter sido adorados por muitos, mas eu os via como eles realmente eram. Como o próprio Lupin também os vira. Ele foram covardes que contavam com os números pra se protegerem e aprontarem. Nunca brigavam sem contar com a presença dos outros se fosse necessário. Não tinham um pingo de orgulho.

   – Está ficando muito bom. Eu posso abrir a câmara se quiser ir mapear lá agora – dissera Lilith ao meu lado.

   – Não, temos algo mais importante no momento. Já vendemos todas as moedas e tudo está pronto. A data está se aproximando e pretendo fazer um bom dinheiro – disse de forma gananciosa.

   – Eu quero ir! – dissera Matt e Izzy pela milésima vez.

   – Já dissemos que vocês são muito novos – disse Calliz de forma impaciente virando os olhos.

   – Não é justo! Eu sou só um ano mais nova que vocês! O Matt eu até entendo, mas eu? Isso é injusto! – dissera Izzy batendo o pé.

   – Hei! Eu também tenho direito de ir! – protestara Matt fazendo cara de bravo.

   – Tony deixa essas pragas irem pelo amor de Merlin! Não aguento mais esses dois falando a mesma coisa todo dia! – dissera Ric com as mãos na cabeça.

   – Não sei... podem causar problemas – disse olhando com seriedade pros dois.

   – Eles podem ficar com a gente, não podem? Eles não vão descer nenhum minuto ou se afastar de mim... – perguntara Lilith já sendo abraçada com força por Izzy e Matt.

   – Te amo cunhada! Muito obrigado! – dissera Izzy abraçando Lilith. Calliz apenas lançara um olhar mortal pra Izzy, mas fiz de conta que não vi.

   – Nós vamos nos comportar! Você é a cunhada mais linda do mundo! Muito obrigado – dissera Matt sorrindo sem ver que Calliz o olhava com uma expressão que dava medo.

   – Tá, tá. Seus falsos – dissera Lilith bagunçando os cabelos dos dois antes de piscar pra mim.

   – Bom agora que os dois malas já tem o que queriam só preciso arranjar alguém que queira descolar uns trocados – disse olhando pros garotos que balançaram a cabeça no mesmo instante.

   – Nem pensar – disseram ao mesmo tempo.

   – Certo. Vou ter que pensar em outras pessoas – disse coçando a cabeça.

   – Por que não chama os gêmeos e Lino? – perguntara Liz oferecendo opções interessantes. Apesar que os gêmeos gostavam de pregar peças – os três estão sempre precisando de dinheiro pras suas traquinagens. Com certeza iram trabalhar bem.

   – Tudo bem. Eu vou falar com eles. Eles foram uns dos poucos que não puderam comprar as moedas mesmo – disse indo em direção a saída depois de conferir que eles estavam no lago. Provavelmente patinando com os outros.

Sai da sala precisa e passei a caminhar pelos corredores do castelo ignorando os comentários maldosos de alguns alunos. Era fato que a matéria do profeta diário afetara minha reputação, mas isso não impedira aqueles babacas de comprarem minhas moedas. Me virei a tempo de bloquear uma azaração lançada por um corvinal do sétimo ano e disparar uma azaração nele fazendo ele ficar coberto de penas vermelhas e algumas coloridas como um pássaro tropical (arara). O desarmei e voltei a seguir meu caminho enquanto os amigos dele choravam de rir da cara dele.

Sai do castelo e comecei a descer o gramado coberto de neve em direção ao lago congelado vendo alguns alunos patinando próximo da margem. Quando cheguei a margem olhei ao meu redor procurando os gêmeos os encontrando bem afastados dos outros ao lado de Lino Jordam. Os três viram eu me aproximando e esconderam algo muito suspeito em suas costas.

   – Ah... oi Anthony... – dissera Fred (eu acho) forçando um sorriso.

   – Quanto tempo não nos falamos não é? – dissera Jorge apressadamente.

   – Sim, sim. Seguinte eu estou precisando de três pessoas pra trabalharem pra mim naquele lance. Estão afim? Pago um galeão por hora tendo duração de cinco horas pra esse evento – disse vendo os três arregalarem os olhos.

   – Claro que aceitamos. Entretanto... – dizia Fred.

   – Também gostaríamos de aproveitar um pouco – completara Jorge.

   – Que acha de pelo menos uma hora de folga? – dissera Lino apressadamente antes que eu pudesse responder ao pedido dos gêmeos.

   – Por mim tudo bem, mas vão ter que comer algo no intervalo. Não quero saber de ninguém desmaiando de fome – disse com seriedade vendo os três assentirem.

   – Pode deixar, chefe – disseram os três fazendo posição de sentido.

  – Isso é pro exercito, idiotas – disse virando os olhos entregando três moedas brancas para eles e tirando três folhas da minha maleta – vou precisar que furem os dedos. Deixem uma gota de sangue cair sobre a moeda, uma no contrato de sigilo e assinem o contrato.

   – O que acontece exatamente se deixarmos escapar algo? – perguntara Lino lendo o contrato até arregalar os olhos – serio isso? Cara... você é do mal.

   – Completamente – disseram os gêmeos em uníssono lendo seus contratos.

   – Vocês que sabem. Só vou ensinar a usar as moedas depois que assinarem – disse dando de ombros.

   – Certo – resmungaram os três furando seus polegares deixando uma gota cair nas moedas e outra nos contratos usando uma pena para assinarem o contrato com o sangue que escorria de seus dedos. Quando terminaram os contratos pegaram fogo e as moedas ficaram vermelhas.

   – Ótimo. Vocês começam quinze minutos antes dos demais usarem as moedas. Irei mostrar o local pra vocês mais tarde e explicar o que terão que fazer. Se mandarem bem irei chamar vocês de novo.

   – Faremos o melhor, chefe – dissera os três sorrindo.

   – Assim espero – disse me virando pra ir embora.

   – Hei espera, Anthony. Nós vamos testar uns fogos que os gêmeos criaram. Não quer assistir? – perguntara Lino enquanto os gêmeos mostravam suas mãos revelando uns objetos muito suspeitos.

   – Acho que prefiro viver mais um pouco. Mesmo assim muito obrigado pelo convite – recusei da forma mais educada possível.

   – Não sabe o que está perdendo – disseram os gêmeos rindo.

Enquanto me afastava fazia os cálculos do quanto eu tinha gastado e o quanto eu tinha lucrado até o momento com a venda das moedas. Eu ainda precisava recuperar um pouco mais de dinheiro, mas se tudo acontecesse como eu esperava eu teria um lucro enorme. O Tabuleiro já estava todo pronto, absorvi a memoria de vários professores garantindo que eles não suspeitavam de nada. Eu já tinha dado moedas de graça para meus amigos como comissão pelas vendas que fizeram. Agora eu precisava garantir que ocorresse tudo perfeitamente.

Olhei para trás vendo vários fogos coloridos subindo, mas eu tinha o pressentimento que algo daria errado. Um dos fogos descera entre os gemes atravessando o gelo sendo seguido pelos demais. Vi vários clarões ocorrendo abaixo do gelo assustando muitos alunos. O gelo abaixo dos gêmeos explodira quando um grande tentáculo sairá do gelo jogando Lino longe. Os gêmeos caíram na agua fria enquanto vários tentáculos batiam e rompiam o gelo golpeando sem ter um alvo especifico. Os gêmeos afundaram para meu horror e dos demais. Não sei o que dera em mim, mas comecei a correr pelo gelo que estava ficando cheio de rachaduras.

   – Saiam do gelo! Saiam! – gritei fazendo sinal para as pessoas que estavam patinando enquanto as rachaduras se espalhavam pelo gelo. Corri até Lino que estava deitado no gelo segurando o ombro esquerdo gemendo de dor.

   – O-Os gêmeos... – gemera apontando com a mão direita.

   – Eu vou buscar ele! Cuida disso pra mim – disse tirando meu sapato, meias e meu manto – vai pra ala hospitalar!

   – Espera o que... – dizia Lino até ver guelras surgindo no meu pescoço e meus pés se alongando. Eu realmente não queria usar o poder que Tom compartilhara com os warlocks na frente dos outros, mas não tinha escolha.

Saltei dentro da agua fria vendo a lula gigante agitando seus tentáculos a tordo e direito provavelmente confuso por causa dos fogos. Olhei ao redor enquanto evitava os tentáculos procurando pelos gêmeos. Quando em fim vi duas cabeleiras ruivas eles estavam lutando pra subir enquanto eram puxados para baixo por grindylows. Nadei na direção deles fazendo vários disparos liberando descargas elétricas pelos corpos dos monstrinhos que fugiram assustados. Passei um braços ao redor da cintura de cada um dos gêmeos que tampavam as bocas e nariz tentando segurar o ar. Quando comecei a nada pra cima novamente quase fomos atingidos por um dos tentáculos da lula-gigantes, mas de alguma forma consegui parar ele no meio do caminho apenas com meu olhar usando minha telecinese, mas os grindylow ainda não tinham desistido se agarrando aos meus pés e dos gêmeos tentando nos puxar para baixo. Eles nos atacavam mordendo e arranhando cruelmente nossos corpos. Soltei um dos gêmeos e apontei minha varinha para baixo repelindo os monstrinhos novamente com mais força do que antes fazendo eles fugirem assustados e alguns até desmaiarem. Passei o braço novamente ao redor do gêmeo que eu tinha soltado e disparei em direção ao buraco no gelo.

Eu não sei se foi a velocidade ou a adrenalina, mas disparamos para fora do gelo voando a mais de três metros do chão. Olhei assustado ao meu redor vendo que estava flutuando... não voando com os gêmeos presos a mim.

   – F-Frio... – gemeram os dois cuspindo muita agua do lago.

   – Vou levar os dois pra madame Pomfrey – disse fechando o olho esquerdo por causa de um corte que estava sangrando em minha testa.

Da mesma forma que acontecera quando eu estava com Lilith eu me movia muito rápido, mas dessa vez eu sabia que estava voando. Era como no dia em que despertei como um warlock e derrotei os dementadores. Eu sentia como se aquele poder fosse parte de mim. Era como se até aquele momento eu fosse um bebe que não sabia andar, mas agora era diferente, pois tinha aprendido.

Voei a toda velocidade ignorando os gritos dos alunos na margem do lago voando na direção do castelo. Passei pelos portões fazendo alguns alunos caírem assustados na neve. Passei pelo hall de entrada ignorando a professora McGonagall e avançando pelos corredores fazendo os alunos pelo caminho gritarem e saírem do caminho se jogando no chão. Quando em fim avistei a ala medica eu começava a sentir que o peso de nós três começava a ser demais pra mim. Mesmo assim lutei para continuar voando com todas as minhas forças em direção a ala hospitalar que graças a Merlin estava com as portas aberta. Quando adentrei o local inclinei meu corpo para trás fazendo parecer que meus pés estavam derrapando pelo ar até eu conseguir parar em frente a uma boquiaberta madame Pomfrey. Em seguida caímos bruscamente do chão.

   – Ai... – gemi segurando o ombro que bateu no chão

   – Mas o que... – começou a dizer madame Pomfrey.

   – Caímos no lago, ataque de grindylow. Ajuda os dois primeiro. Eles beberam muita agua do lago – disse me sentando apontando a varinha para minhas roupas recitando um feitiço fazendo elas secarem junto com o meu corpo. Fiz o mesmo apontando para os gêmeos que estavam gemendo de dor abraçando os próprios corpos.

   – Eu não sei se você tem o dom de estar no lugar certo na hora certa ou é muito azar – resmungara a mulher enquanto fazia os gêmeos flutuarem até os leitos vazios.

   – Me pergunto a mesma coisa – resmunguei ficando de pé sentindo os cortes e mordidas na minha perna esquerda doendo. Usei um dos leitos vazios como apoio e me sentei enquanto a professora McGonagall vinha correndo ao lado de Lino.

   – Como eles estão? – perguntara a professora apressadamente.

   – Bem... vão ter que passar a noite em observação, mas não quebraram nada – dissera madame Pomfrey usando um feitiço para fechar os ferimentos dos gêmeos – também terei que dar algumas poções por terem bebido muita agua do lago e por ficarem expostos a frio intenso.

   – Francamente. Esses dois só causam problemas. Ou melhor esses três. Trinta pontos a menos para Grifinória – dissera olhando severamente para Lino que estava me entregando minhas coisas com o braço bom antes de se sentar em outro leito – ainda bem que o senhor Black estava lá. Mesmo assim o senhor se colocara em grande risco. Trinta pontos para Sonserina pelos atos do senhor Black.

   – Obrigado professora... mas a senhora se importaria... se eu batesse neles? – perguntei forçando um sorriso enquanto madame Pomfrey fechava os cortes e mordidas que levei nas pernas e depois no resto do corpo.

   – Infelizmente não poderei permitir tal ato na minha frente— disse a professora saindo em seguida espantando os curiosos.

   – H-Hei você não bateria em dois caras convalescendo? – perguntara Jorge vendo eu caminhar ficando entre os leitos dos dois.

   – S-Seria muita crueldade algo assim ser feito pelo nosso herói – disser Fred forçando um sorriso.

   – Ah eu sou cruel. E ainda bem que eu não sou um herói – disse estalando os dedos.

   – Esse braço... vai ficar bom... bem rápido – dissera madame Pomfrey tentando ignorar os gritos dos gêmeos enquanto tratava um Lino que olhava pra tudo o que acontecia com os amigos com os olhos arregalados de puro pavor.

Pra minha tristeza e gozação dos meus amigos tive que ficar aquela noite ali em observação. Eu começava a pensar em mudar de uma vez pra ala hospitalar com o tanto de vezes que eu tive que dormir ali em menos de um ano. O pior é que sempre é por culpa de alguém e dessa vez era por culta da dupla de gêmeos de olhos roxos e de seu amigo traumatizado. O pior foi o pessoal da Grifinória fazendo suas visitas para os três patetas e depois vindo fazer eu repensar se fora uma boa ideia salvar aqueles dois idiotas. Pelo lado bom tivera algumas grifinórias mais velhas que até fizeram valer a pena ter ganhado algumas cicatrizes – por sorte a da testa não deixara marca. Hermione também viera e depois de bater com seu livro (pesado) na minha cabeça falando sem parar sobre irresponsabilidade, perigo e suicídio passara a me parabenizar pela minha atitude e agradecera por salvar a dupla de idiotas.

Notei um certo besouro próximo ao meu travesseiro e sussurrei algumas coisas para ele aquela noite. Deixei claro algumas coisas que teriam que ser deixadas de fora pra evitar problemas até mesmo para a lula-gigante (que não tinha culpa). Parece que o dia seguinte iria causar muita surpresa no castelo.

Acordei bem cedo e sai de fininho da ala hospitalar indo para o salão comunal da sonserina e indo para o dormitório que eu dividia com o Draco – o moleque ainda estava roncando e babando de uma forma bem indigna. Eu não iria fazer meus exercícios aquela manhã porque queria manter as forças para o que viria em breve. Tomei um banho quente e voltei para o dormitório e coloquei meu uniforme. Chutei Draco para que ele acordasse e não perdesse a hora o forçando a se levantar.

Fui para o salão comunal e estava lendo um de meus livros novos enquanto comia. Depois de alguns capítulos recebi um peteleco na orelha antes de Lilith se sentar a minha esquerda dando um sorriso para mim. Alguns minutos depois Calliz se sentara a minha direita e aos poucos começamos a ser rodeados de alunos da sonserina que pareciam querer saber tudo sobre o dia anterior. Eles não gostaram muito do fato de eu ter salvado dois jogadores do time adversário, mas os pontos que recebi compensaram isso. Como eu fui esquecer que eles eram do time da Grifinória!? Na próxima deixo a lula pelo menos partir a coluna deles.

Enquanto tomávamos o café da manhã e conversávamos o correio coruja começara a fazer a suas entregas. Eu como esperado recebi uma edição do Profeta diário mostrando uma foto minha voando para fora do lago e voando em direção do castelo levando os gêmeos comigo.

No dia anterior o jovem Anthony Sirius Black salvara dois de seus colegas de escola de se afogarem em Hogwarts. Testemunhas afirmam que o acidente ocorrera quando os dois jovens testavam suas invenções afastados de todos o que resultara no gelo do lago ceder abaixo deles. Anthony Black bravamente saltara no lago e enfrentara os perigos das profundezas para resgatar os dois gêmeos. Ele demonstrara grandes habilidades saindo do lago voando levando os colegas o mais rápido possível para a ala hospitalar do colégio para garantir a segurança deles. Os dois alunos foram severamente punidos pelo seus atos inconsequentes pela diretora de sua casa em Hogwarts.

Ainda falando sobre nosso jovem warlock essa repórter se vê na obrigação de trazer novos fatos para o conhecimento publico. É fato que o jovem Anthony Black é um warlock, mas diferente das lendas ele e os membros de seu clã que parece chamar de “família” tem um controle superior ao de outros warlocks vistos nas historias. Anthony Black e seus companheiros nunca machucaram ou ameaçaram ninguém tanto em Hogwarts quanto fora drenando suas vidas. A verdade se mostra muito diferente. Nossos jovens warlocks vem continuamente sendo perseguidos por serem diferentes. Mesmo que eles tenham algumas vezes que fazerem o melhor para se defenderem sem machucar os outros alunos ainda existe aquela pergunta. É certo eles passarem por essas coisas?

Anthony Black pelo que fontes indicam demonstra desde seu primeiro dia em Hogwarts ser um aluno que excede as expectativas de seus professores sendo o melhor aluno de seu ano. Apesar de ser um jovem tão talentoso ele viera a ser vitima da ignorância de seus colegas pelo fato de ser filho de quem é como se ele tivesse alguma culpa. Por mais de uma vez ele tivera que mostrar as garras para conquistar as coisas que desejava como se tornar o apanhador oficial da sonserina. Atualmente ele também é responsável por ajudar sua mãe na criação de novos aparatos mágicos incríveis que começam a vender incrivelmente bem na França e esperasse que chegue ao nosso pais o mais breve possível.

Fora descoberto também que nosso jovem e brilhante warlock ajudara o famoso Harry Potter em duas situações difíceis. Na primeira em uma inspeção ao expresso de Hogwarts por dementadores Anthony Black colocara um deles que o atacara para correr. Em seguida ele socorrera Harry Potter que fora atacado por um dementador. Usando uma de suas poções ele conseguira fazer o jovem senhor Potter despertar e recuperar suas forças. A segunda ocorrência, novamente tem a presença dos dementadores que invadiram um jogo de quadribol em Hogwarts. Um dos dementadores que acreditasse ser o mesmo que atacara Anthony Black mais de uma vez avançara em sua direção nas arquibancadas onde o rapaz estava com seus colegas. Usando uma magia de própria autoria o jovem senhor Black espantara o dementador antes que esse pudesse ferir qualquer um. No mesmo momento Harry Potter caia de uma altura de quinze metros depois de ser atacado por dementadores. Nosso jovem warlock vendo seu colega caindo realizara um feitiço avançado suavizando sua queda evitando uma morte certa.

Infelizmente Harry Potter pagara Anthony Black com ignorância e violência. Poucos dias antes do natal antes de deixar Hogwarts, após uma visita a Hogsmeade Harry Potter atacara Anthony Black próximo aos portões da escola de magia e bruxaria Hogwarts. Testemunhas afirmam que Harry Potter (a qual acredita-se ter tendências violentas e problemas mentais) exigira que Anthony Black revelasse informações sobre Sirius Black a quem Anthony não via desde que era um bebe. Não conformado com a resposta do jovem Black, Harry Potter o agredira fisicamente. Harry Potter desconhecia o fato de Anthony Black antes de se tornar um warlock ter aprendido um estilo de luta usado por trouxas o que forçara Harry Potter a pegar sua varinha e atacar o desarmando Anthony Black. É dito que os dois iniciaram um duelo bruxo, mas novamente a sorte não estava do lado de Harry Potter. Anthony Black demonstrara honrar seu sobrenome demonstrando grande habilidade e conhecimento magico usando uma grande variedade de magias de ataque e defesa levando Harry Potter a uma amarga e humilhante derrota. Mostrando uma nobreza e dignidade maior que a de seu oponente Anthony Black fora piedoso deixando Harry Potter intacto.

Como visto até o momento Anthony Black e seu grupo não são as ameaças que as lendas dizem ser. A ignorância e o medo levaram muitos jovens a maltratar esses garotos puros-sangues. Porque mesmo que ninguém admita esses jovens warlocks são todos puros-sangues vindos de famílias importantes do meio magico. Por mais diferentes que eles e sua magia sejam eles ainda carregam o sangue de linhagens repletas de bruxos importantes que marcaram a nossa historia.

Agora falemos sobre Nicolau Flames e o que nãos sabemos sobre ele e sua descendência...

   – “Nossa isso vai ser uma bomba... já é pelo visto” — pensei até começar a ouvir pessoas falando alto nas outras mesas.

Fingi que desconhecia o assunto reprimindo um sorriso enquanto tomava o café da manhã. Eu deveria sentir pena do Potter, mas não sentia. Eu precisava de alguém para desviar um pouco a atenção da mídia dos warlocks. As matérias que se mostraram a seguir além de falarem sobre Nicolau Flamel ser um warlock também falara sobre o atual estado mental do Potter. Rita fizera parecer que a cicatriz que ele tinha na cabeça poderia ter causado certos danos a sua sanidade. Isso provavelmente seria ruim pra ele, mas não pra mim. Ele era famoso e agora graças a sua burrice eu tinha uma forma de começar a melhorar as coisas para os warlocks. Se pra isso eu precisa-se prejudicar a imagem de outra pessoa com quem eu não me importava por que não?

O Potter parecia visivelmente irritado, mas fora sensato o suficiente para não vir bater de frente comigo. Hermione não fizera nem uma acusação, mas ela fizera algumas perguntas. Era claro que ela suspeitava de algo, mas não iria repetir o que fizera antes das férias de natal. No mais ela mesmo não tendo gostado dos ataques ao seu amigo que a matéria fizera não parecera ficar tão incomodada quanto pensei que ficaria. O Ferrugem por outro lado olhava pra mim de forma acusadora como se tivesse certeza de que eu tinha culpa naquilo. Eu não queria admitir isso, mas as vezes o Ferrugem está certo.

Durante todas as aulas da manhã e da tarde eu notei vários grupos conversando pelo castelo debatendo sobre a matéria nos dias seguintes. Eu recebi algumas cartas bem ofensivas de fãs do Potter e alguns berradores, mas os queimei sem dar atenção. Os alunos entretanto tinham mudado a forma como agiam comigo e os meus irmãos. Eu até fiquei um pouco surpreso por ninguém tentar lançar uma azaração se quer em mim ou nos meus irmãos. Só tinha alguns grupos que olhavam para nós fazendo cara feia, mas aquilo não machuca só da pena da feiura deles. Aquilo já era um avanço, mas eu tinha coisas mais importantes para me preocupar. Após o jantar vi muitas pessoas tentando disfarçar o quão animadas estavam, mas mesmo assim seguiram para suas salas comunais e para seus dormitórios.

Olhei meu reflexo no espelho do quarto que dividia com Draco e gostei do que vi. Terno preto, camisa branca, gravata preta com o broxe da sonserina, sapatos pretos e pra completar um chapéu preto que fazia eu parecer um gangster do tempo do Al Capone. Olhei para Draco que estava bem parecido tentando pentear os cabelos pela milésima vez. Sua face podia não estar mostrando seu nervosismo, mas aquele tique com o cabelo mostrava. Dei um tapinha no ombro dele e fiz sinal para que saíssemos. O salão comunal do sonserina estava cheio de jovens muito bem vestidos, mas tinha algo engraçado. Os monitores estavam deitados nos sofás dormindo tranquilamente vitimas de meu plano. Eu não poderia deixar que ele interferissem então com ajuda de algumas garotas bonitas da sonserina fizemos eles tomarem uma poção para dormir. Outra garantia fora erguer um feitiço de silencio no salão comunal para que nem um ruído deixasse o local.

As pessoas olharam com expectativa para mim que descia as escadas estando com a mão esquerda no bolso da minha calça. Passei por eles dando um sorriso de canto parando em frente a lareira. Segurei uma moeda que de um lado era branca e do outro preta com a imagem de uma coroa de cada lado (diferente das moedas brancas com a imagem de um peão dos demais). Joguei a moeda no fogo dizendo “Tabuleiro”. As chamas da lareira ficaram prateadas e avançaram em minha direção cobrindo meu corpo fazendo tudo ficar escuro por um momento antes das imagens voltarem ao seu lugar. Eu estava no centro de uma grande pista de dança que parecia um tabuleiro de xadrez gigante. Olhei ao meu redor me vendo em uma bela boate com um enorme relógio em contagem regressiva tendo cinco grandes números sendo de 5 a 0. O local todo era mal iluminado parecendo uma perfeita boate americana com luzes coloridas e ao mesmo tempo que tinha uma arquitetura um pouco gótica mostrando a perfeita união com o estilo bruxo. Nas paredes tinham grandes bandeiras representando as casas de Hogwarts e acima do palco uma bandeira com um escudo metade branco, metade preto com a imagem de uma peça de xadrez na frente. Olhei para o palco vendo uma banda de bonecos com a cabeça baixa segurando instrumentos. Do outro lado tinha um bar com grades protegendo as bebidas. Acima tinha camarotes para os quais só era possível acessar se subisse uma das escadas que estavam bloqueadas. Subi no palco e esperei alguns segundos antes de ver varias bolas de fogo prateado surgindo pela pista dando lugar a alunos de Hogwarts de diferentes casas. Peguei um dos microfones chamando a atenção de todos que pareciam muito ansiosos.

    – Sejam todos muito bem vindos ao Tabuleiro! Nessa noite espero que se divirtam, mas sigam as regras da casa. Primeira regra sem roubos. Ladrões serão severamente punidos. Segunda regra sem brigas. Aqueles que brigarem serão automaticamente colocados para fora sem perdão. Terceira regra respeito. Aqueles que desrespeitarem seus iguais seja verbalmente ou fisicamente serão colocados para fora. Todos os infratores terão as memorias desse evento e sobre ele automaticamente apagadas. As demais regras estão na parede, mas essas eram as mais importantes. O evento terá duração de cinco horas. Quando aquele relógio der uma volta completa todos serão automaticamente mandados de volta para seus salões comunais. Para aqueles que quiserem beber algo nossos barmens estarão abrindo o bar em poucos minutos. Os camarotes estão bloqueados nesse evento exceto o da administração – dizia fazendo muitos vaiarem – Calma, calma. No próximo evento quem quiser alugar um camarote privado poderá pagar por isso. Os andares acima da boate estão bloqueados, mas no próximo evento caso aja algum casal que queira um pouco mais de privacidade basta fazer uma reserva antes. Agora chega de papo! Vocês vieram aqui pra se divertir não é! – perguntei fazendo todos gritarem em concordância. Peguei minha varinha apontando para o globo fazendo ele começar a girar e em seguida para a banda de bonecos fazendo eles começarem a tocar – Então vamos curtir a noite, galera!

Passei a cantar enquanto a banda tocava e as pessoas começavam a dançar. Alguns iam para as mesas livres. Olhei para Fred, Jorge e Lino que estavam devidamente uniformizados dentro do bar. Apontei minha varinha para o bar fazendo as grades subirem e varias pessoas começarem a fazer seus pedidos. Olhei pra cima vendo meus amigos dançando e curtindo no camarote. Aquilo tudo era tão incrível para todos, mas se eles soubessem onde estavam ficariam de queixos caídos. Ah aquela noite prometia.


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Notas finais do capítulo

Então cheios de perguntas? Aposto que desejam saber onde toda essa galera está, certo? Como o Tony aprontou tudo aquilo e muito mais? Bom vocês terão que esperar até o próximo capítulo para descobrirem. Mesmo assim estarei esperando ansiosamente pelos comentários de todos.



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